Thaís 28/01/2011Não sei outra maneira de começar a falar desse livro sem ser com a narrativa que precede a abertura de The Tudors, feita por “Henrique VIII”(obviamente pelo Jonathan e não pelo próprio rei). Essa narração resume muito bem o que você precisa saber para entender a história, mas o melhor é conhecer os fatos sob o ponto de vista de um coadjuvante. Esse livro é narrado pela irmã de Ana Bolena, segunda esposa de Henrique VIII.
Maria Bolena foi para a corte inglesa aos 12 anos para se casar, junto de seus irmãos mais velhos George e Ana. Aos 14 chamou atenção do rei, sua família ávida por ter posses e poder a afastou do marido e a tornou amante do rei. Maria é, pelo menos por um tempo, o meio para sua família atingir seus fins. Chega a ter dois filhos com o rei, um menino que mesmo bastardo no caso de a rainha não dar um varão ao rei poderia ser rei da Inglaterra.
Tudo parecia perfeito, se não fosse a competição entre as irmãs. Ana não aceitava ser colocada em segundo plano e ser a outra garota Bolena, enquanto sua irmã caçula era favorecida por um dos Reis mais poderosos do mundo. Enquanto Maria espera seu segundo filho do rei, Ana se aproveita disso e começa a atrair e flertar com o rei.
Ana consegue mais do que isso como todos sabem. Conseguiu com que o rei pedisse anulação de seu casamento, rompesse com a Igreja Católica, fosse excomungado, criasse uma Igreja Inglesa, que se proclamasse representante de Deus na Terra e chefe da Igreja.
No livro vemos a inveja e a disputa entre duas irmãs, uma que não aceita ser preterida e a outra que no começo não consegue aceitar ser deixada de lado depois ter sido a preferida.
No decorrer do livro Maria amadurece, não devemos esquecer que no começo ela não é mais que uma criança que é usada por sua família como uma prostituta, e no fim tem quase trinta anos e tem de conviver com seus atos e de sua família, atos que levaram George e Ana a serem acusados e executados por diversos crimes como adultério, incesto e bruxaria.
Como diz a narrativa com que comecei o post você conhece o fim da história, mas o que levou aquele fim nem sempre estudamos nas aulas de história no colégio, lá eles estão mais interessados em nos mostrar até o rompimento com a Igreja e a criação do Anglicanismo o resto é o Google ou as enciclopédias que te ensinam, como no meu caso.
Eu adorei o livro, como já disse no post sobre Nerfetiti (só clicar logo abaixo no nome para ler a resenha) sou apaixonada por história, ter duas paixões unidas só desperta ainda mais meu interesse. A história é velha conhecida, mas Philippa nos da o ponto de vista da irmã de Ana, uma personagem importante para a história que muitas vezes é esquecida. O livro tinha tudo para ser cansativo, um livro de fato histórico que é bastante comentado pode ser um pouco cansativo, mas a autora consegue narrar de uma forma que, pelo menos a mim, não cansou. Philippa Gregory ainda tem outros livros que tem como protagonista a dinastia Tudor, mas isso é tema para outro post.