Gucordeiro 16/06/2022
Decepcionante
Cheguei no livro esperando encontrar um grito ao indivíduo, repleto de glória e grandeza, numa história de mistério que te prende e te faz querer sempre mais.
Bom, definitivamente não foi isso que encontrei.
Primeiro, o investimento de 1500 páginas e 2 meses não dá nem um pouco do retorno devido.
Segundo, e mais importante, não é individualismo que ela defende, é egoísmo, não é racionalismo, é teimosia, é maniqueísmo. Ela chega a ser machista, xenofóbica e etnocêntrica (se é que dá pra acreditar nisso) na maior parte do livro. As ideias são tão descabidas para o mundo moderno que a história fica risível, patética. Mal dá pra acreditar que você tá lendo aquilo mesmo.
Digo mundo moderno porque o livro é dos anos 50, então era de se esperar uma boa quantidade de conservadorismo, mas hoje em dia essas ideias já são obsoletas, não tem jeito.
Ela parece defender meritocracia durante todas as cansativas 1500 páginas (o que por si só já é questionável), para no final vir com termos como ?lacaios de nascença? ou ?servos feudais? e transparecer que a verdade é que ela simplesmente se sente superior às outras pessoas e é isso mesmo.
Dou 3 estrelas em homenagem a algumas ideias perdidas que acho que valem a pena, e à edição que é bastante boa, mas de resto?
Termino dizendo, ainda, que especulo que a autora devia ter algum tipo de desejo
sexual reprimido, porque se estabelece uma aura na história na qual a protagonista é vista como uma deusa carnal para os homens bonzinhos (ou seja, os industrialistas?), como se no mundo real ela desejasse a atenção e não recebesse, transparecendo no livro que a razão disso era a burrice ou a estupidez dos homens comuns, os malvados da vida real, os coletivistas, ou comunistas, chame como quiser. O livro, sinceramente, parece ser escrito por uma mocinha frustrada e possuída por uma ideia, que escutou algumas coisas interessantes na faculdade e levou tudo ao extremo. Se você está procurando sensatez, definitivamente não é aqui que vai encontrar.