Tomates Verdes Fritos

Tomates Verdes Fritos Fannie Flagg
Fannie Flagg




Resenhas - Tomates Verdes Fritos


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Mila 24/07/2022

Sabe aquele livro que a gente compra com altas expectivas? Que antes mesmo de iniciar a leitura somente pelos comentários feitos ao livro a gente já sente que irá ama-lo de paixão? Pois é, foi exatamente isso que aconteceu comigo ao adquirir Tomates Verdes Fritos. E qual não foi a minha surpresa ao descobrir que a história não era tão boa assim (tem um quê de típico filme da Sessão da Tarde da Globo)e pior, que a narrativa da autora é recheada de racismos camuflados.
Samyra33 29/08/2022minha estante
Moça, li esse livro alguns meses atrás, e gostei bastante da narrativa. Mas me pegava pensado que talvez a maneira que a autora conduzia a história de pessoas pretas era pra mim, desconfortável. Não sei bem explicar. No final acabei gostando muito, mas não conseguia tirar da cabeça isso. Principalmente pelo fato de ser uma mulher branca, falando sobre racismo. Queria saber o que você achou racista que eu posso não ter percebido kkkk não quero gostar de um livro assim, mas infelizmente acabo não percebendo algumas coisas


Mila 06/09/2022minha estante
Tem várias passagens, mas vou colocar aqui algumas que mais me chamaram atenção :
1° A forma como a autora retrata os personagens que trabalham para a familia Threadgood, mais especificamente Big Momma, Big George, Sipsey ela não os descreve como personagens dotados de personificação, ela muitas vezes os descreve como sendo "os negros" como se fosse uma outra categoria de seres humanos, uma categoria a parte
" Não sei de onde Sipsey era...Nunca se sabe de onde são os negros" (Pág.53)
"Sipsey era uma criatura miudinha e muito engraçada.Tinha todas aquelas supertições antigas dos negros"(Pág.54)
"Já devia ter quase noventa anos.Bom, nunca se sabe ao certo a idade dos negros"(Pág.55)
"Uma enfermeira negra chamada Geneene entrou, procurando o Sr.Dunaway para lhe dar uns calmantes, mas, como sempre, só estavam as duas sentadas. Assim que ela saiu, a Sra. Threadgoode disse que achava muito peculiar os negros terem tantas tonalidades de pele" (Pág.80)
"- Gengivas azuladas?
-Ah, sim, meu bem, e não há nada mais negro que isso!" (Pág.80)
"Devem ser bons, mas, verdade seja dita, não há no mundo quem faça churrasco melhor que os negros" (pág.319)
2° Nessa mesma página 319 tem um diálogo entre a senhora Threadgood e Evelyn aonde esta diz que gostaria de ser negra e a Sra. Threadgood fica desconcertada. Aí as duas começam a falar sobre as pessoas negras como se elas fossem um bando de ETs absurdamente diferentes das pessoas brancas, ou seja, como se fossem animais exótico.
"Ah, eu não sei, é que eles parecem se dar tão bem entre si...Divertem-se muito mais, sei lá. Sempre os achei...Bem Mais fortes, acho, sempre tão divertidos" (Pág 319)
3° Por que que a autora intitula um local como "Cidade da Escória" em Birmingham, Alabama? (local este em que há um maior número de pessoas negras ) página 123
4° Na página 323 a Evelyn decide entrar em uma igreja Batista em Birmingham frequentada por pessoas negras e a todo o momento ela fica descrevendo as pessoas negras como se estivesse em um zoológico conhecendo uma outra espécie.


Samyra33 23/09/2022minha estante
Pensei nisso por muito tempo, antes de você responder meu comentário. E fica cada vez mais claro o tom supremacista usado no livro, e percebi também que a autora não trata pessoas pretas de igual pra igual, como deveria ser, mas sim como se fossem outra espécie, principalmente nos trechos que você citou. Traz trechos importantes, como quando um personagem é preso por puro racismo, e outras questões. Mas não dá pra fechar os olhos pra outras partes tão desconfortáveis do livro. Obrigada por ter respondido ? nunca é bom dar palco pra algo problemático assim


Samyra33 23/09/2022minha estante
Pensei nisso por muito tempo, antes de você responder meu comentário. E fica cada vez mais claro o tom supremacista usado no livro, e percebi também que a autora não trata pessoas pretas de igual pra igual, como deveria ser, mas sim como se fossem outra espécie, principalmente nos trechos que você citou. Traz trechos importantes, como quando um personagem é preso por puro racismo, e outras questões. Mas não dá pra fechar os olhos pra outras partes tão desconfortáveis do livro. Obrigada por ter respondido ? nunca é bom dar palco pra algo problemático assim


Louie 09/10/2022minha estante
Obrigada pela sua opinião, Mila. Coisas me incomodaram no livro e eu não estava sabendo como colocar em palavras.
Por um tempo achei que essas falas racistas seriam da personagem Ninny como uma reflexo da época e criação dela. Porém a personagem mais nova, Evelyn, que deveria fazer um contra ponto, na verdade só reforça os racismos.
Também não gostei com o relacionamento de Ruth e Idgie é mostrado. Elas claramente são um casal, criam um filho juntas, mas são sempre tratadas como "boas amigas", "uma linda amizade".




de Paula 22/04/2022

Quanta gente incrível num único livro!
Eu já tinha ouvido muito falar sobre este filme, mas, achava que se tratava de uma comédia romântica água e açúcar. Não poderia estar mais enganada. Que livro incrível! Pode não ser alta literatura, porém a minha alma foi tocada por este livro e seus incríveis personagens.

Quem sabe um pouco sobre a segregação americana, sabe que o Alabama foi um dos estados do Sul mais racistas na época da lei Jim Crow, principalmente Birmingham, cidade próxima à Parada do Apito, onde Tomates Verdes Fritos se passa. O problema com a KKK também era latente e nada disso é esquecido pela autora, mas, ela mostra um outro lado, que em meio a maldade e ao horror, existem pessoas boas e, se existir um paraíso, todas estarão lá.

A história da Parada do Apito transformou as vidas dos contemporâneos quanto dos que ouviram as histórias de lá, anos depois. Eu me emocionei muito com vários momentos, mas dois capítulos sequenciais ganharam meu coração, assim como Idgie ganhou Ruth sendo uma encantadora de abelhas.

Albert sendo diagnosticado com, provavelmente, autismo e Ninny falando que era uma honra que seu filho permanecesse inocente para sempre, como um anjo, o que mais ela poderia querer? Na sequência, a filha de Big George fica doente, Passarinho Sapeca, e não conseguia melhorar porque queria ver a Elefanta, mas não podia porque a KKK tinha feito uma reunião no Zoológico onde a Elefanta estava e por isso nenhum negro poderia entrar lá. Passarinho Sapeca era tão retinta que a sua gengiva chegava a ser azul, como poderia ficar melhor? Pois, Idge fez de tudo e conseguiu levar a Elefanta até a criança. Se isso não toca o seu coração, não sei o que tocaria! Chorei horrores no trem indo trabalhar.

Existem inúmeros momentos memoráveis, como a conversa de Toco e Idge, a coragem de Ruth, o coração bom do Clube do Picles, enfim, é um livro cheio de exemplos de como o preconceito pode corroer a sociedade, mas que corações bons existem nos piores e mais degradantes momentos da história humana.

Eu não quero dar spoilers, mas o livro é muito melhor que o filme, porque não tem medo de falar a verdade. São tantas histórias lindas interligadas e o que acontece com Evelyn, acontece com cada um de nós. Esse é um dos meus livros favoritos da vida e vale a pena por cada segundo! Idge é a minha super-heroína, gostaria muito que ela fosse real! Marcante e sensacional!
Adoro ler 30/04/2022minha estante
Eu acabei de ler e amei cada página!
Agora, curiosa com a continuação... será que é tão bom? Vou ler ?


de Paula 05/05/2022minha estante
Estou ansiosa também! Mas, vou demorar um pouco para ler


Adoro ler 05/05/2022minha estante
Ontem assisti o filme e embora seja ótimo, fiquei chocada como mudaram a história...o livro é muito melhor mesmo.


de Paula 08/05/2022minha estante
Infelizmente é sempre assim, são raras as exceções em que as obras cinematográficas são iguais as literárias




Edna 29/05/2016

Uma História Incrível
Uma História incrível
Tomates verdes fritos conta a história de várias pessoas que viveram no Café Parada do Apito à 10 km de Bighirman no Alabama, com riqueza de detalhes é narrado pela última pessoa da família Threadgoode, conta-nos as barbaries que sofreram os negros, e faz-nos ver que existem tantos. negros com os corações mais brancos do que muitas almas brancas, e que muitos brancos nunca sequer se sentiram melhor pela cor que recebeu. A nobreza não está na cor e sim no amor ao próximo.
Estou ainda com a garganta trancada pela linda mensagem que traz o livro nos seus últimos capítulos, onde uma ser humano não importa a idade sempre pode mudar a vida de outra, tornando-o melhor com um gesto com uma simples conversa e com o carinho que se pode nascer de uma amizade como a de Ninny e Evelyn a primeira com 86anos e Evelyn aos 40. Um livro maravilhoso que aborda varios temas, como um amor pelo mesmo sexo, racismo, respeito e muito mais.
Vou transcrever um trecho marcante: "Consolava-se com o pensamento de que uma coisa era certa: se o céu existisse realmente, a. Sra.Threadgoode estaria lá. Jamais haveria uma alma mais pura e intocada do que a dela na face da terra....Evelyn fuvidava que isso fosse possível.
Eliane 11/08/2017minha estante
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Edna 12/08/2017minha estante
?


Eliane 12/08/2017minha estante
Desculpe, foi por engano esse comentário. Nem tinha visto.


Edna 13/08/2017minha estante
?




beatriz3345 19/09/2021

ESSE LIVRO É PERFEITO!!! sério, leiam! ele é tão lindo! me fez chorar que nem um bebêzinho!!! eu me envolvi tanto com os personagens que sinto que a ressaca literária vem aí
Caroline 29/09/2021minha estante
Eu tô no comecinho e tô achando tão confuso!!! A quantidade de personagens e tal


beatriz3345 02/10/2021minha estante
no começo tem bastante personagem pra acompanhar mesmo! mas achei o livro tão lindo, quando comecei a pegar quem era quem


Caroline 02/10/2021minha estante
Vou insistir mais um pouco, então




kk3thess 25/10/2020

Durante a primeira metade desse livro, eu estava achando a leitura moderadamente divertida. Parecia que era uma daquelas nossas tias/vizinhas contando as memórias da vida, sem uma narrativa linear e dando voltas e voltas para falar sobre uma coisa simples. Foi divertido por um tempo, até que não pude ignorar mais um aspecto proeminente da história: o racismo.

Simplesmente não tem como ignorar que a maneira que a história desse livro retrata negros é racista. E o pior de tudo é que, além de ser racista, acha que não está sendo. É um festival de ideias e pensamentos sobre negros que me deram vontade de fechar o livro e nunca mais lê-lo. Infelizmente eu não abandono leituras e segui até o fim, tentando não deixar minha revolta com isso tornar a leitura algo nocivo.

Sim, é tecnicamente bem escrito e a estrutura não-linear é ousada e admirável. Mas até que ponto é válido admirar isso e ignorar a abordagem retrógrada e ofensiva pela qual o livro trata os negros? Especialmente quando ele parece se vangloriar de achar estar sendo super inovador e inclusivo? Para mim, Tomates Verdes Fritos passou do ponto e eu não consigo olhar para essa história com algo além de uma admiração fria pela técnica e um asco pela maneira como ela retrata os negros. Uma decepção que eu não esperava.
Marcio.Carvalho 05/09/2021minha estante
Tive que ler muitas resenhas pra encontrar a sua que retrata exatamente o que estou sentindo com a leitura. Estou em 80% +/- e incomodado demais com esse racismo da autora disfarçado de inclusão. A segunda metade do livro em especial tirou quase todo o brilho da história pra mim.


Mila 23/12/2021minha estante
Exatamente!!!! Dos diversos comentários que achei aqui no Skoob sobre essa obra somente o comentário de vocês aponta isso. Todos os comentários que achei aqui não comentam o fato desse livro ter diversas passagens racistas e problemáticas. Não é possível que mais pessoas não tenham percebido isso. As passagens racistas do livro são extremamente naturalizadas pela autora, com um toque de "olha como sou legal" por estar colocando personagens negros no meu livro ( sendo que esses personagens são retratados de forma racista).
Estou continuando na leitura de teimosa, porque não consigo deixar um livro sem finalizar a leitura, mas diversos momentos tive vontade de abandonar esse livro.




spoiler visualizar
Caroline 05/11/2021minha estante
Olha, eu li a versão antiga que tem as 4 na capa e a tradução também estava péssima! Achei que era pq minha versão é a antiga. Que pena que essa nova versão também deixa a desejar. Por sorte, não comprometeu a qualidade da história ?


Débora 17/11/2021minha estante
Nossa, que pena! Como podem deixar passar tantos erros assim, não é? Ainda bem que a história se garante ?




Robin 29/08/2020

Uma surpresa boa
Eu sempre ouvi falar desse livro, mas demorei muito para começar a leitura e, se eu soubesse, teria lido antes.
A narrativa desse livro viaja entre o presente e o passado, memórias, colunas de jornal ou simplesmente narrada em 3ª pessoa.
Fiquei ansiosa para saber o que ia acontecer com todo mundo e o livro disse tudo, sem deixar pontas soltas.
Fiz uma resenha completa no instagram @paginometro, dá uma olhadinha lá

site: https://www.instagram.com/paginometro/
priscillacarriel 29/08/2020minha estante
eu amo tanto esse livro


mathushey 29/08/2020minha estante
Eu comprei, porque amo o filme ???




baby targaryen 29/06/2023

Obrigado, mãe
Esse livro veio em boa hora e foi uma ótima surpresa. Minha mãe é fã do filme e já me recomenda o livro a tempos, dessa vez li e me odeio por não ter lido antes.
A história se passa no Alabama em uma cidadezinha chamada Parada do Apito e vai alternando entre meados dos anos 80 ao início do século xx. Contada por uma senhora que vive em um lar de repouso a uma triste mulher que vai aos domingos visitar a sogra com o marido, as lembranças das histórias da parada do apito não são nem um pouco cansativas, muito pelo contrário, assim como Evelyn, nós ficamos ansiosos pela volta dela ao lar de repouso para sabermos mais das histórias dessa cidade e de seus maravilhosos habitantes.
Um livro muito divertido, eu dei várias risadas com ele, mas também chorei muito, muito mesmo, virou um favorito, com certeza vale a pena ser lido novamente.
Só tenho a agradecer a minha mãe pela indicação, obrigada mais uma vez.
zizi :) 30/06/2023minha estante
essa resenha me fez querer muito ler esse livro, não conhecia aaaaa


baby targaryen 01/07/2023minha estante
minha mãe sempre me recomendou mas nunca parei de fato pra ler, agora que li já quero ler de novo kkkkkkk leia quando puder não vai se arrepender




CarolSay 11/08/2021

Você precisa ler esse livro!!!
Difícil expressar em palavras o quanto eu amei esse livro. Uma história sobre amor, amizade e lealdade contada de uma forma leve, crítica, engraçada e marcante.
Me senti a própria frequentadora do Café da Parada do Apito sendo amiga de Ruth e Idge. Aliás, todos os personagens são muito bem construídos e cativantes, impossível não se envolver com as dores e alegrias de cada um.

Tomates verdes fritos foi (até então) minha melhor leitura do ano. É sobre saber valorizar quem está ao nosso lado e proteger quem amamos. Lindo demais!!!!
Mari Doroteu 11/08/2021minha estante
nossa fiquei até com vontade de ler!


CarolSay 11/08/2021minha estante
É muito legal!!! Se puder, leia ?




Sira Borges 21/01/2023

Tomates verdes fritos
Enrolei tanto pra ler esse livro... levei até puxão de orelha por isso!!! Mas valeu cada página lida! É muito leve, as personagens são muito fofas, e toca em temas muito necessários como o racismo encroado dos EUA, o machismo, e a cereja do bolo, o valor da amizade.
P.s.: aconselho ver ou rever o filme no meio da leitura, pois são muitos personagens...?
Izabel 05/03/2023minha estante
Comecei e realmente o começo é meio confuso pra mim, em relação aos muitos personagens. Mas estou amando.


Sira Borges 05/03/2023minha estante
Assiste o filme e vai ver que facilita a leitura. Se não quiser spoiler, assiste só o começo do filme ?




Mada 22/11/2020

Quanta delicadeza nesse livro, gente!
Parece um abraço de avó. Daqueles bem apertados com beijinhos de bônus, desses que a gente quer morar dentro.
O filme, que eu amo, já era meu queridinho. Agora pude ler o livro e me apaixonar novamente por essa história.
Uma coisa que discordo da maioria das pessoas que leem e/ou assistem ao filme: eu adoro a maneira como a relação entre a Idgie e a Ruth é retratada, na maioria das vezes. Não acho que seja algo oculto, acho que inclusive evidencia uma naturalidade ao não dar foco a isso como um questionamento maior. Claro que existem questões relativas à época (tanto da publicação quanto da história), que há muita coisa por trás da maneira como esse relacionamento é retratado mas gosto muito da escolha estética feita pela autora para dar conta da temática e do contexto no qual ela está inserida.
Cíntia T. 23/11/2020minha estante
Vamos rever o filme juntas por favor


Mada 24/11/2020minha estante
Vamos!




Caroline 08/10/2021

"A encantadora de abelhas"
Comecei a ler achando que seria uma história sobre duas amigas donas de um café em algum lugar do Alabama, mas me surpreendi. Sorri, chorei, dei risada e me envolvi com a história de Idgie, Ruth, Ninny e Evelyn. Como é bom encontrar livros com mulheres tão fortes ??
Débora 08/10/2021minha estante
Nossa, Carol, eu quero!!!


Caroline 08/10/2021minha estante
É lindo, Débora! ?




Stella F.. 21/04/2022

Uma delícia!
Tomates Verdes Fritos – Fannie Flag – 1987 – Editora Globo

Comecei a ler esse livro sem nenhuma pretensão, porque fiquei curiosa com o lançamento da continuação.

O desenvolvimento do livro me surpreendeu, porque ao ler sobre aquele cotidiano, que parece só um dia passando após o outro, vemos uma ótima história familiar, com seus conflitos, amizades, solidariedade, ensinamentos valiosos, muita comida e acolhimento. Uma família com pais compreensivos, amorosos e à frente do seu tempo, porque apesar de o enredo não mostrar a relação entre duas mulheres de maneira clara, fica subtendido que existe a relação homossexual.

Conhecemos a família Threadgoode, com seus vários filhos: Idgie, Essie Rue, Buddy, Cleo, Leona e os pais Momma e Pappa. Além deles viviam ali empregados negros, tratados como amigos, sem preconceitos: Big George, sua esposa Onzell e seus filhos Jasper e Artis e Sipsey. E a família aumentou depois com a chegada de Ruth Jamison (amiga de Idgie) e de Nanny (Virgínia) que perdeu os pais e foi acolhida e tratada como filha e mais tarde se casou com um dos irmãos, Cleo.

Tudo vai girar em torno do Café da Parada do Apito – todos vivem em função da linha de trem que passa às margens do café - que é dirigido por Idgie e Ruth. As conversas acontecem ali todos os dias, e são servidos Tomates Verdes Fritos e muito churrasco. E quase todos os dias temos notícias dos acontecimentos locais através de um jornal da Sra. Dot Weems, que trabalha no Correio, loja vizinha ao café. Aqui também ser muito presente a religião em uma disputa entre a Igreja Metodista e a igreja Batista.

Idgie tinha um amor imenso pelo irmão Buddy que ensinou tudo a ela, mas ele sofreu um acidente nos trilhos do trem e ela ficou desconsolada e só Ruth resgatou a alegria dela respeitando seu jeito meio relaxado e pouco vaidoso. Ela era rebelde, frequentava um bar com muitos homens, e era fundadora do Clube da Pimenta. Mas Ruth foi embora porque estava prometida em casamento, e depois de casar e sofrer violência doméstica, pede ajuda a amiga que a resgata e resolvem assumir que se gostam. Ruth voltou grávida e elas criam juntas o filho, Toco.

O tempo passa e acontece um crime, que não tem solução. O ex-marido de Ruth, Frank Bennett é morto e todos desconfiam de Idgie que o ameaçou na frente de várias pessoas. Mas o corpo não foi encontrado. Ela vai a julgamento, mas por falta de provas e por álibis (alguns falsos) é liberada. Muito tempo depois ficamos sabendo o que realmente aconteceu, e é bem interessante.

Em paralelo temos o tema da segregação racial, onde os filhos dos empregados negros vão ter um desenvolvimento no enredo, falando de suas vidas: um vivendo na grande cidade e o outro trabalhando nos vagões do trem.

Em contraponto vamos à década de 1980, em um asilo onde Virgínia (Nanny) está internada. Ela conhece Evelyn que sempre está por lá visitando a sogra. Tornam-se grandes amigas e a partir da conversa das duas, entre muitas guloseimas (sabemos a marca de cada bala, de cada doce, de cada frango), ficamos sabendo todos os detalhes dos Threadgoode e de toda a vizinhança, em retrospectiva. São conversas deliciosas, que ficam sempre com um gostinho de quero mais para Evelyn e para nós leitores. Ficamos esperando o próximo encontro. O livro tem esse poder, de querer fofocar, e do suspense dos próximos capítulos, como em uma novela.

No asilo vai ser discutida a questão do envelhecimento e Evelyn vai nos mostrar a dona de casa sem perspectiva que sofre uma perda de autoestima, uma certa depressão, que a amizade bonita entre elas vai transformar em mudanças.

Um livro sobre amizade, solidariedade, amor e comunidade, segregação racial, religião, violência doméstica, envelhecimento, suspense e aventuras. Descreve uma determinada época, das ferrovias e da sua decadência com o progresso.

E ao final, assisti ao filme, e achei ótimo! Tinha uma memória afetiva do filme que havia assistido na década de 1990, mas não me lembrava de nada.

Adoro ler 30/04/2022minha estante
Ah, tô igual a você ?
Li esse pq vi que lançaram a continuação e eu não lembrava muito da história.
Tinha assistido o filme há anos e não lembro muito. Verei novamente.
Então, resolvi ler o livro para poder ler a continuação...


Stella F.. 30/04/2022minha estante
Legal!




Larissa Tabosa 18/04/2023

Sabe aqueles livros que te dão quentinho no coração? Pois é, acho que essa é a definição perfeita para Tomates Verdes Fritos.

Já amei logo de cara, achei toda a conversa desenfreada da senhorinha muito divertida e fofa. É bem verdade que aquela infinidade de personagens jogados no início do livro assusta, mas com o decorrer da leitura você consegue saber exatamente quem é que ou pelo menos começa a ter noção das histórias que valem a pena serem acompanhadas.

Tem uns capítulos da Evelyn que são como um tapa na cara. Eu lia e tinha que me segurar para não marcar o livro todo. Perfeição demais!

Amei a forma como acabou e tô bem receosa de ler a continuação, vai que não é bom, sei lá. Um dia talvez eu leia.
Maygeek7 22/04/2023minha estante
Tem continuação???


Larissa Tabosa 23/04/2023minha estante
Tem sim, é O incrível Garoto da Parada do Apito.




Natália Tomazeli 09/08/2019

Nunca se sabe como é o coração de uma pessoa até que ela seja testada, não acha?
"Percebeu então que durante toda a vida olhara para os negros, mas nunca os vira realmente. (...) Ao sair da igreja, voltou-se à porta e a olhou uma última vez. Talvez tivesse chegado lá na esperança de descobrir o que era ser negro. Agora entendia que jamais saberia, tanto quanto as pessoas que estavam ali jamais saberiam o que era ser branco. Sabia também que nunca mais voltaria. Aquele lugar pertencia a eles. Mas pela primeira vez na vida conheceu o júbilo. O verdadeiro júbilo."

Cara, que livro mágico! Não tem outra palavra que eu possa usar para defini-lo. É mágico não no sentido de fantasioso, mas no sentido de despertar sentimentos e sensações dentro da gente que são muito únicas e incríveis, aquele quentinho no coração, sabe?
Ele foi destruindo e reconstruindo meu coração de uma maneira que eu nunca tinha lido antes em nenhum lugar. Uma experiência de leitura bem inexplicável, porque esse livro é mais para ser sentido do que qualquer outra coisa.
Essa foi a primeira vez na vida que eu comprei um livro por causa do título. Na verdade, ele me chamou atenção e quando fui ler a sinopse fiquei alucinada! Aí tive a certeza que precisava ler esse livro de qualquer forma.

Se tem uma palavra que pode definir essa história é com certeza "nostalgia". Através desse modelo de narrativa que a autora escolheu, que reveza entre o passado e o presente, sendo narrado ora pela personagem da Sra. Threadgoode (que está no presente), ora por um narrador onipresente, ora pelo "Semanário Weems", vai sendo contada a história da família a família Threadgoode, no cenário de 1930 dos EUA, que para quem não sabe, foi o período conhecido como "A Grande Depressão", uma crise/recessão econômica terrível que o país (outros países também foram afetados, na verdade) sofreu nesta década. Eu já tinha lido outro livro que passava nessa mesma época nos EUA, então já entendia a "pegada" desse período, mas aqui em "Tomates Verdes Fritos", tem um diferencial sobre retratar algumas questões além disso que também eram uma realidade bem crua da época, como o racismo, estrutura familiar, luto, o processo de envelhecimento, nuances sociais, feminismo, entre outros. Eu costumo gostar bastante de livros que passam nesse cenário, mas esse livro mostra um face dessa época mais "positivista" ou "esperançosa", não sei se posso chamar assim... Mesmo com todas as dificuldades que tinham nesse período, os personagens se mostravam muito resilientes e conseguiam viver uma vida favorável e satisfatória, considerando as condições lastimáveis da época. A família Threadgoode é muito unida (não importa a situação) e me encantou saber da história deles do início ao fim do livro, justamente pelo fato de serem pessoas muito verdadeiras e muito gentis. Eu fui lendo e fui sentindo perfeitamente o quanto eles se amavam e o quanto davam importância para o bem-estar de cada familiar. Não sei, tô muito acostumada a ler (e ver) histórias de famílias conflitantes e problemáticas, no sentido de terem uma estrutura familiar problemática e fragmentada, mas acho que nunca tinha lido nada que mostrasse o contrário disso. Eles se apoiam e se ajudam de uma forma tão singela, acho que é difícil encontrar algo assim até fora da literatura, então é muito gostoso poder ler algo assim. Isso até suavizou, ao meu ver, todas as outras temáticas pesadas que a autora inseriu na trama, o que equilibra e dá esse efeito "de encanto" no livro que eu comentei.

Na verdade, o convívio geral daquele pessoal que morava na Parada do Apito me deixou também muito fascinada, justamente por essa coisa da ajuda mútua e da reciprocidade. A própria Sra. Threadgoode, quando conversa com Evelyn, vive fazendo paralelos de como naquela época as pessoas confiavam mais umas nas outras e de como hoje em dia isso mudou (pra pior). Aliás, as análises que a Sra. Threadgoode traz para a história, em sua maioria, são muito boas para refletir sobre a vida, agregam muito! Foi uma das coisas que eu mais gostei no livro e ela é uma das melhores personagens também.

O racismo dentro do contexto da "Grande Depressão" também foi explorado da melhor maneira possível. A autora teve muita sensibilidade em colocar isso de uma maneira humana demais e ao mesmo tempo ríspida e crua. A visão tanto do lado oprimido quanto do lado opressor é demonstrada, o que dá um panorama completo das circunstâncias.
É, sem dúvida, a parte do livro que mais me escandalizou e me chocou. A gente que é branco sempre acha que sabe do peso do racismo, mas acho que a gente não sente nem 1% do que os negros sentem na pele, tanto em 1930, quanto hoje. E esse tipo de livro nos dá aquela oportunidade de poder sentir um pouco mais dessa dor e entender que essa ferida que é o racismo, é muito mais dolorida e vergonhosa do que parece. Nos faz chegar mais perto dessa realidade que fica tão apagada na nossa vida """de branco""" e sair da nossa bolha confortável onde dá a impressão que nada disso existe. Só impressão mesmo, afinal, não é porque algo não pode ser visto, que não existe, né? Essa história confronta isso tudo com primor e passa essa mensagem de um modo muito assertivo, acho que só por isso já dá pra recomendar essa leitura sem hesitar!

Por último, eu não podia deixar de falar da minha personagem preferida, que entrou inclusive para a lista das minhas personagens preferidas de todos os tempos, e claro que eu tô falando da Idgie!

"Ela adorava que as pessoas a achassem má... Por dentro, era mais doce que marshmallow."

Não tive como não me encantar completamente por ela, ainda mais pelo fato dela ser quem ela é e viver a vida do jeito que ela bem queria, em plena década de 1930, onde reinava o machismo e a homofobia. Eu achei ela sei lá, inspiradora, sabe? Eu sai da leitura querendo ser mais como ela, mais livre, impetuosa e segura do que quer, que corre atrás do que acha certo sem se importar como nada mais... Ela parecia invencível, era indomável e decidida. Totalmente o tipo de mulher que não aceita viver privada da felicidade da qual merece. Queria que tivessem mais Idgies pelo mundo, na verdade, se eu pelo menos acabasse cruzando meu caminho com uma delas, já estaria muito feliz. Ruth teve muita sorte de ter ao lado dela uma mulher tão incrível quanto a Idgie e vice-versa. Meta de relacionamento, inclusive, porque o jeito que elas se amavam era muito lindo assim como todas as coisas lindas que eu encontrei nesta leitura, mas elas eram ainda mais especiais pelo fato de terem sido corajosas e resilientes suficiente para viver esse amor como tinham o direito de viver!

Ai, tem tanta coisa que eu queria falar desse livro, tanta coisa para analisar, mas acho que nem caberia tudo aqui nesse espaço (fora que já tá gigante o texto, enfim), então tentei resumir, falhando miseravelmente rsrsrsrsrs
Acho que esse é um daqueles livros que entraria fácil naquelas listas de "para se ler antes de morrer", porque achei ele imprescindível. Tomara que mais leitores tenham a oportunidade de conhecer essa história e principalmente de sentir tudo o que a autora quis passar, que é o que importa mesmo!

"Permanecera virgem para não ser chamada de galinha ou vagabunda; casara-se para que não a chamassem de velha solteirona; fingira orgasmos para não ouvir que era frígida; tivera filhos para que não a chamassem de estéril; não fora feminista para não ser chamada de sapatão e misândrica; nunca falou em voz alta ou perdeu a linha para que não fosse chamada de puta... Fez de tudo, e, ainda assim, um estranho a arrastara ao esgoto com palavrões que os homens usam contra as mulheres quando estão nervosos. Evelyn questionava: por que sempre palavrões ligados ao sexo? E por que, quando os homens queriam ofender outros homens, chamavam de “mulherzinha”? Como se fosse a pior coisa do mundo. O que fizemos para que nos vejam dessa maneira? Para sermos chamadas de cadelas? As pessoas não ofendem mais os negros, pelo menos não na frente deles. Os italianos não são mais carcamanos, e não existem mais japas, chinas ou adjetivos preconceituosos nas conversas formais. Todo mundo tem seu grupo para protestar e todos se unem. Mas os homens ainda se referem às mulheres por palavrões. Por quê? Onde está nosso grupo? (...)
A verdade era esta: dois meros sacos que abriam todas as portas do mundo. Eram os cartões de crédito de que ela necessitava para viver, ser ouvida, levada a sério. Agora entendia por que Ed quisera tanto ter um menino."
Craotchky 09/08/2019minha estante
Olá, Nat!, vim interagir com você! Esse trecho no qual você menciona a família unida no cenário da grande depressão nos EUA dos anos 30 me fez lembrar do livro As vinhas da ira. Você diz também que já leu outro livro com este contexto, então fui na sua estante ver se tinha sido o livro do Steinbeck. Aí, quando por lá, vi que você leu Contos gauchescos e lendas do sul do Simões Lopes Neto. Veio-me uma vergonha por eu ainda não ter lido este meu conterrâneo mesmo que já tenha ido tirar foto com a estátua dele na praça central aqui da cidade. Que horror! Enfim, me perdi. Até.


Natália Tomazeli 10/08/2019minha estante
Olá!! Então, na verdade o outro livro que eu li com esse contexto foi bem menos "clássico" e conhecido, digamos assim, que foi "?gua para Elefantes", um romance da autora Sara Gruen.
Sobre o "Contos Gauchescos" nossa, que nostalgia! Eu li na época de escola, lembro de até ter apresentado trabalho sobre ele. Lembro também que foi, pra minha surpresa, uma leitura completamente desafiadora, porque os dialetos gaúchos que o autor utilizava no livro eram MUITO difíceis e eu não conhecia nada! Imagina quem é de fora do RS, né? Mas hoje lembro de poucos contos, o que mais me marcou foi o do cavalo, lembro até hoje, muito bonito!
Mas leia sim, apesar dos desafios, é uma leitura que faz muito sentido para gente, resgata aquela história e cultura rio-grandense que a gente ouve tanto por aí! Até mais e obrigada por sempre interagir, adoro comentar por aqui!




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