O Idiota

O Idiota Fiódor Dostoiévski




Resenhas - O Idiota


220 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


Cristopher 18/10/2011

Intenso!
Que história impressionante! Peguei este livro para ler despretensiosamente, é o primeiro que leio de Dostoievski, queria ver se conseguiria ver na obra do autor tudo aquilo que ouço dos amigos que já a leram. E só o que posso dizer é que esta obra "O Idiota" é infinitamente melhor do que eu poderia imaginar.

A beleza dramática do texto é absurda. As situações vividas pelas personagens são muito vivas, envolvem sempre muita paixão. Este livro conseguiu, ao longo de suas diferentes passagens, despertar em mim os mais diversos sentimentos, como intensa alegria (que risadas gostosas eu não dei ao ler as trapalhadas do maravilhoso príncipe!), ansiedade para que tudo desse certo nas idas e vindas amorosas do protagonista, terror diante das situações mais nefastas, e um profundo sentimento de tristeza pelas personagens em alguns momentos...

O livro é intenso, muito intenso. Terminei de ler ontem a noite e até agora não consigo parar de pensar no final. As passagens eufóricas e alegres fazem um contraste absurdo com esses trechos lúgubres. Fiquei realmente pasmo, definitivamente eu não estava preparado para um final desses!!

É realmente difícil resenhar esse livro, pois assim como ele causou em mim uma avalanche de sentimentos durante a leitura, ao relembrar das passagens esses sentimentos retornam e se embaralham na mente.

A dica que eu posso dar é: leiam o livro!! Vale MUITO a pena! Até agora estou muito impressionado com a história. Uma das melhores leituras que já fiz. Leiam, leiam!!
Kennedy 31/12/2011minha estante
"definitivamente eu não estava preparado para um final desses"

Sério?! Tipo, que ele ia voltar para lá eu fiquei surpreso - nem tanto. Mas o que aconteceu com Nastássia foi meio que inevitável - impressionante , porém.


Cristopher 31/12/2011minha estante
Kennedy, é meio complicado comentar isto aqui no skoob devido a questão dos spoilers (realmente às vezes pareço chato em relação a isso, mas só quem já leu acidentalmente um spoiler que estragou um bom livro sabe o quanto isso é ruim! hehe), então só o que posso dizer é que o fim da Nastássia e ainda mais especialmente o fim da Agláia me surpreenderam bastante. Eu já havia imaginado vários desfechos no decorrer da leitura, mas nada passou perto do final dessas personagens. Inclusive esse pra mim é outro ponto forte da obra, pois a história teve uma reviravolta muito grande nas últimas 100 páginas mais ou menos, de momentos extremamente eufóricos para esse final absolutamente lúgubre e cinzento.


Katsumi 12/03/2013minha estante
Tirou toda a minha necessidade de fazer uma resenha. Descreve perfeitamente o que eu senti!


Vivi 08/10/2014minha estante
Doida pra ler, e depois dessa apresentação vai pra minha lista. Li Crime e Castigo e achei fantástico!


Guy 23/02/2016minha estante
Valeu pela dica, comentário bem escrito e expressando o sentimento perante o livro.


Lenicio 02/04/2020minha estante
O Príncipe reúne todos os atributos virtuosos: bondade, honestidade, gratidão, generosidade, indulgência, humildade, paciência.
Exatamente por isso não se encaixa na sociedade e é tido como um idiota.
Essa contradição central se espraia em inúmeras situações ao longo da obra, numa narrativa envolvente que nos leva a refletir sobre o que realmente importa em nossas relações.


Marli.Ramires 06/04/2021minha estante
Então espero que vc já tenha lido Crime e Castigo e Os Irmãos Karamazov, que são, ao meu ver (ou melhor, ao meu ler) muito superiores! Estou nos 52% ainda e estou sim querendo pegar esse príncipe no colo e imaginando o tanto que essa sociedade julgadora e egoísta ainda não vai aprontar com ele.
Sigamos!


Ju.Meneghel 07/08/2021minha estante
Estou lendo "Maravilhosa graça" de Philip Yancey, ele cita o livro ", depois dessa resenha vou ler com certeza!


Marcos.Azeredo 09/08/2021minha estante
O escritor que eu mais gosto.


Marcos.Azeredo 18/10/2021minha estante
Eu estou O idiota pela editora Nova Fronteira e estou gostando.




Têco 17/03/2010

Obra de Dostoiévski e das boas, retratos de uma obra típica.
Fabuloso! Fantástico! Estória muito bem contada, trama cativante aliado a enredo rico, significativo (da vida, sobre a vida, pessoas, famílias, sociedade, cultura, ódio, amor, ganÂncia, cobiça, poder, ego pessoal e pressão social... religião, críticas a igreja católica, círculo social e crítica a vida de aparÊncias sem base e profundidade de amizade... fofocas... ,humilhações, orgulho, vaidade, maturidade imatura(sem inocÊncia e verdade, ou sem centro) e fraquezas (mudanças, de comportamentos, externas, sem consolidações internas), bajulações, confiança, desconfiança, vícios (principalmente no álcool mas também relacionados a questões pessoais, características pessoais, falta de moralidade e preguiça), pedidos de dinheiro emprestado. Personagens fascinantes como o Mickin (bem elaborados a estória é bem elaborada, congruente, profunda, bem trabalhada, precisa de sentido).

Receitas de um grande livro e ainda com o encanto de se tornar um clássico e jamais ser esquecido por quem o lÊ excelentemente escrito e com riqueza de conteúdo e detalhes muito grande, com destaque ao aspecto psicológico dos personagens (que é INCRÍVEL) configurando uma grande obra com o encanto de marcante..a leitura é muito gostosa e cativante, pela qualidade e riqueza de detalhes apresentada, sobretudo no aspecto psicológico dos personagens, e a estória é muito bem contada.

É o terceiro livro de Dostoiévski que leio (Crime e Castigo e Os Irmãos Karamazovi), e nele, assim como nos outros, trata também de desiquilíbrios (psíquicos) das pessoas, relacionando o álcool e a degradação moral e social. Também paixões desenfreadas aliadas a ansiedades. De outro lado uma busca por algo maior, ou apenas sua constatação, de algo divino. De um lado a sucumbência, de um lado o lado frágil e de outro a saída do religioso.

Muito boa a leitura, experiência indescritível.

Excelentemente escrito, inteligente, vivo, sagaz, seriam características dadas a obra, sua escrita e leitura.

É impressionante como é bem torneado o personagem do príncipe Mickin, o qual lido jamais esquecido. Há uma beleza no personagem, no tocante ao espírito, razão, emoções, anseios, algo bem humano e com uma beleza relacionada a ele, assim como em outros personagens, no tocante as mesmas emoções e anseios e o lado humano, frágil, mas vivo, encantador, imortal e terreno de imperfeições. Os vícios e agruras são muito bem relatados e com um lado mágico, de imperfeição, mas com algo de superações e humano, com um bem e um carne e osso por trás das ações e relações, um imortal e um carne e osso, levando nessa obra ainda a se pensar na singularidade de cada indivíduo, a aceitação de que coisas são besteiras frente a discriminação e preconceito, se considerado também um lado singular, e de que a vida passa, e o que nos resta é o mistério dela assim como nossas angustias e fragilidades, torneados, rodeados, surpreendidos, mexidos, duvidosos mas tocados, por nossa transcendentalidade.

Realmente um romance típico de Dostoiévski, que escrito no século XIX continua atual.
Kennedy 31/12/2011minha estante
Concordo com tudo, menos isso: " 'precisa' de sentido".

As aspas foram ironia ou não? Pois, apesar de ótimo, "O Idiota" é muito prolixo - se bem que isso não o prejudica tanto, as vezes até ajuda.


Têco 04/01/2012minha estante
E aí, o "precisa" quer dizer precisão.. Você me pegou num ponto em que uso e tenho usado bastante as aspas e isto para determinar, precisar um ou uns termos. Que seja um "louvor" (e aí vem as aspas, novamente) a importância e dificuldade da comunicação, da literalidade dos termos (e sua importância também), e de uma maneira um pouco distinta com as aspas (alertando pra palavra e seu significado) Neste caso, do "precisa", o motivo parece um tanto desnecessário (sendo que você e pode houver de outras pessoas não ter entendido algo importante e de muito fácil entendimento na sequência do colchete), então, acho que as aspas foram mal colocadas, confirmando sua opinião, e a minha de que umas das maiores propriedades desta obra acho que é a sua precisão.
Também quero ser mais criativo, intuitivo, oral, com menos prolixidade; longo, mas no ponto. Com estas características que surgem os tratados. Algumas pessoas dizem que esta obra de Dostoiévski é prolixa, eu realmente não acho; não veria, enxergaria, obra de melhor qualidade, com cortes e denominada assim como sucinta, positivamente.


Têco 04/01/2012minha estante
Não sei se essa precisão é completa, mas mira pra este lado, chega pra lá e perto, direciona em essência e em um mundo de vícios e virtudes, nesses aspectos tocados no livro, quantidade e parcelas da vida, que não é um esgotado e completo, mas pra sua obra é muito coadunente, significante (se for ver quantos aos anseios dos personagens e moralidade, então).

As aspas dizem respeito a interpretação também, e para uma interpretação mais precisa, existem as várias que "estou sem o estudo", lógico, filológica, mas o que quero dizer é que é muito importante e não é fácil como pode parecer a comunicação em geral. À realizando bem é de grande valia e apreciação.
Não veria esta obra mais sucinta. Tudo nela é muito vivo, cheio, instigador.


RaphaellaKaoana 28/09/2012minha estante
Mew senhor... por essa resenha TENHO q ler esse livro, já me apaixonei!! :D


Bruno Trindade 09/10/2012minha estante
cara, você realmente gosta de adjetivos.


Teco 03/08/2014minha estante
Tipo de beijar o pé do padre, algo da saída do religioso e degradação.


Matheus.Cardoso 14/10/2023minha estante
As várias páginas dedicadas e destinadas ao apredejamento da moça na vila é umas das partes mais fascinantes e verdadeiras do livro. O encanto do coronel e a "dupla de dois" que fez com Mickin mentindo para ele quanto ao destinado da noite também é incrível. Já fiz essa dupla com uma pessoa com o manto de Jesus. Acredito muito que esse livro é a melhor coisa escrita e não só da história da humanidade.


Matheus.Cardoso 14/10/2023minha estante
* General. Essas páginas mostram o momento do ego medo social pressionado e dessas pessoas da vila "juntas". O comportamento de Mickin é totalmente o oposto.


Matheus.Cardoso 14/10/2023minha estante
Todo o explícito é muito marcante. Quando Mickin pode cantou Aglia, foi tentado ali por um algo maior de atração.




Michela Wakami 13/03/2023

O nosso protagonista é alguém que você vai levar na memória, para sempre, na minha opinião o único que se salva na história.
Os outros personagens são pessoas difíceis de lidar.
Eu tive bastante dificuldade para concluir essa leitura, abandonei o livro duas vezes.
Embora tenham partes interessantes que me prenderam a atenção, infelizmente me deparei com outras tediosas, tornando a leitura em alguns pontos muito cansativa.
Mas no geral, achei um livro bom, mas longe de ser espetacular.
Geraldo Marçal 17/03/2023minha estante
?


Michela Wakami 17/03/2023minha estante
Geraldo, você já leu esse?


Geraldo Marçal 17/03/2023minha estante
Ainda não, mas pretendo. Comprei um "Box Digital" do autor contendo todas as suas obras inclusive essa.


Michela Wakami 18/03/2023minha estante
Que maravilha, ótima aquisição.????


Geraldo Marçal 18/03/2023minha estante
?????


Tay 19/04/2023minha estante
Eu ainda estou doida para ler esse livro .. agora q lançou na versão da Penguin ?


Michela Wakami 19/04/2023minha estante
Tay, depois que você ler, me conta o que achou. Torcendo para você gostar.




Carolina.Gomes 15/09/2022

O idiota
Logo após concluir a leitura de Irmãos Karamazov, resolvi ler O idiota e, talvez, não tenha sido o melhor momento.

Comecei super empolgada e fluiu. A medida que o autor ia introduzindo os personagens e foi delineando a personalidade do príncipe Míchkin, eu fui me encantando por sua bondade, sua humildade além da singular capacidade de ler o ser humano, a partir de uma conversa.

As duas primeiras partes, do romance, me ganharam e eu pensei: será um favorito.
Na terceira, porém, o autor introduziu vários personagens secundários sem qualquer relevância para a história e eu não sabia mais quem era quem no meio daqueles diálogos confusos. A narrativa truncada me fez perder o ritmo e eu prossegui a leitura, às cegas, tentando me achar. O narrador, quando você mais precisa dele, desaparece.

Daí em diante, eu não sabia bem no que ia dar e a impressão que tenho é que nem Dostô sabia o que faria do livro a partir da segunda metade.

Procurei contextualizar a obra com o momento de vida do autor: as muitas mudanças, perda da filha, perseguição por dívidas, constantes crises epiléticas e ai, talvez se justifique o caráter obscuro e confuso que o livro assumiu, para mim.

Ler Dostô não é tarefa fácil, mas de todos os livros lidos, esse foi o mais difícil, para mim.

No fim, a bonomia do príncipe se transformou em apatia e a sua inação, diante de alguns acontecimentos, me fizeram concluir que o personagem é contraditório, incoerente e realmente um grande idiota.

Gostei de ter lido, mas não está entre os meus preferidos, do autor.
Daniel 15/09/2022minha estante
Ótima resenha, Carolina! A melhor parte foi a conclusão. ????


Carolina.Gomes 15/09/2022minha estante
Obrigada, Daniel! Resenhar sobre clássicos é desafiador ?


Joao 15/09/2022minha estante
Resenha maravilhosa, Carolina! Pena que a leitura não foi das melhores :/


Carolina.Gomes 15/09/2022minha estante
Pois é, John! Queria ter amado.


Eliza.Beth 15/09/2022minha estante
Acontece! Vamos agora de Memórias do Subsolo


DANILÃO1505 26/09/2022minha estante
Parabéns, ótimo livro

Livro de Artista

Resenha de Artista!




Nilson 27/06/2020

CANSATIVO
Sinceramente....não gostei. Já li CRIME E CASTIGO, DIARIO DE SUBSOLO, MEMORIA DA CASA DOS MORTOS, mas este IDIOTA
esta anos luz abaixo. Cansativo, confuso, uma mistura incrivel de nomes, ora pelo primeiro, ora pelo sobrenome, uma história mais de intrigas e fofocas sem um desfecho que ao menos deixasse o este leitor mais satisfeito. Leitura longa e cansativa em que pese tratar-se de FIÓDOR DOSTOIÉVSKI por quem tenho profunda admiração .
Iza 28/06/2020minha estante
Sincero.


She King 30/06/2020minha estante
estou em 90 por cento e não gostei nada até aqui. can sedativo demais. crime e castigo pra mim é fenomenal , agora o idiota aff tantos nomes e história sem pé e sem cabeça


Nilson 01/07/2020minha estante
Assino em baixo...exatamente isso.


Nilton 22/11/2020minha estante
Para ter uma ideia, eu tive que anotar os nomes completos, pq não dava para gravar tudo. No começo eu ficava "Mas esse fulano é o fulano de antes?", ou "Ah! Esse é o outro general eu e achei que era o primeiro, ou era o primeiro, melhor voltar essa página kkkkk"


Paula 16/12/2020minha estante
Eu tbm não gostei não. Foi meu primeiro Dostoiévski.




Poliany 02/09/2016

A Idiotice que há em nós
Primeiro livro que li do Dostoiévski e sinceramente, me arrependo de não ter o lido antes. Uma leitura fascinamente e o aprendizado extraído dele após uma leitura prazerosa, não pode ser outra coisa senão a sensação de incômodo.
Mas é um incômodo que te impulsiona, que te faz refletir sobre como somos vistos e o que nos torna "idiota" para os outros. O Príncipe possui uma sensibilidade, razão e domínios que os "sãos" não possuem. Uma trama cheia de humanidade, nos fazendo rir, chorar, e com certeza nos surpreende como a história se desenrola.
Poliany 17/11/2016minha estante
*Fascinante


Helio 13/08/2018minha estante
Muito bom o seu comentário.


Poliany 23/08/2018minha estante
Obrigada!


Helio 23/08/2018minha estante
Interessante como uma história escrita a tanto tempo, se mostra tão atual com a sociedade que vivemos nos dias de hoje.


Poliany 29/08/2018minha estante
Verdade!!




Marcelo.Barbosa 27/03/2017

O Idiota fui eu que li esse livro.
Vera 11/05/2018minha estante
Kkkkkkk foi tão ruim assim?


Paulinha 25/05/2018minha estante
Hahahahaha. Me senti assim em alguns momentos tb ?


Mayza7 10/01/2019minha estante
Lkkkkkkkkkk


Milla 25/01/2021minha estante
Campeão, toma seu prêmio de melhor comentário que eu já li na vida. Sério!
HAHAHAHAHA Eu amei. Acho que vou rir o ano inteiro quando eu lembrar.
Obrigado pela a sinceridade!




DeaGomes 20/02/2024

Qual é preço da bondade?
Vale a pena ser bom? Se sim, qual é o preço? Existe um limite para a prática do bem?

Terminei a leitura tentando responder a essas questões... Ler Dostoiévski sempre mexe comigo ??

Não foi um dos melhores livros que li do escritor, mas acabei gostando. Não fiquei com a sensação de que perdi meu tempo, sabe?
CPF1964 20/02/2024minha estante
Refletindo ???


CPF1964 20/02/2024minha estante
Talvez nos dias atuais ser "bonzinho" seja sinônimo de "idiota"....


DeaGomes 21/02/2024minha estante
Pois é, mas o mais intrigante é que o Dostoiévski compara a bondade e a compaixão do protagonista com a bondade de Cristo. Não sou cristã, mas nos faz refletir: Jesus era um idiota? Acho que se realmente existe um Jesus que voltará, ser for aquele da bíblia, certamente passará por um idiota aos olhos de muitos.


CPF1964 21/02/2024minha estante
Concordo, Andrea.




Clio0 29/04/2022

O Idiota é uma história rica em significados e metáforas que compõe a crítica moralista contra o nihilismo, algo visto em outras obras do autor. Mas, diferente de clássicos como Crime e Castigo e Irmãos Karamazov, não há praticamente nada com o ponto de vista do personagem principal - o príncipe Michkin - quase toda a a narrativa é composta em terceira pessoa ou pelo olhar dos outros personagens que interagem com ele.

O motivo de tal estilo deve-se provavelmente a tentativa de imitar uma parábola, pois sim, O Idiota é uma versão russa de As Tentações de Cristo.

Michkin é um homem espadaúdo de feições finas, tez clara, cabelos loiros - uma óbvia representação da antiga iconografia de Cristo. Sua ações são sempre generosas, sua bondade é inata... e as várias digressões trazidas em sua fala remetem a velhos conhecidos como "Atirai a primeira pedra quem nunca pecou" e "Deixai vir a mim as criancinhas".

Exatamente como na bíblia, as pessoas simples recorrem a ele... mas o resto da sociedade o ridiculariza e o taxa de Idiota, leia-se aqui imbecil ou cretino. Embora hoje em dia essas palavras sejam sinônimos de burro ou ingênuo, seu significado original remetia a algum tipo de doença ou deficiência mental.

O fato de que Michkin é epiléptico faz com que suas opiniões e ações - sempre contrárias a norma seguindo o rigor da moral cristã - sejam consideradas como desvarios de um simplório.

A figura do diabo em sua forma hedônica é apresentada em Rogzhin, o amigo que disputa a atenção da bela Nastasya. Essa é a Maria Madalena, porém sua caracterização assume tons terrenos, forçando uma ambientação russa e contemporânea ao seu caráter e abandonando o canône religioso.

A força impactante da obra se revela no absoluto desprezo que o autor parece sentir pelos ícones da trama. Não há momentos de leviandade, e mesmo os constrangimentos e os incidentes agem sobre o paradigma conflito-ideia moral-solução imoral.
Felipe.Camargo 01/05/2022minha estante
Mais uma resenha maravilhosa, parabéns!


Pedróviz 02/05/2022minha estante
Show de resenha!!


Leticiahrocha 24/06/2022minha estante
Ótima resenha!


Joseni.Carvalho 15/11/2023minha estante
Li certa vez que o nome do livro seria O Príncipe, mas o governo russo proibia usar referências à monarquia. O fato é que o título ficou ótimo assim, considerando a doença do protagonista.




spoiler visualizar
Cinthia.Carlos 24/07/2022minha estante
Dos que li do autor, para mim, foi o mais arrastado e mais difícil. Ótima resenha!


Leila 24/07/2022minha estante
Obrigada Cinthia


Mauro72 24/07/2022minha estante
Quando li os Demônios achei um livro difícil, sofri para acabar. Tinha muitas expectativas com O Idiota, depois da resenha acho que vou postergar a leitura e reler Crime e Castigo. Thanks.


Leila 24/07/2022minha estante
Mauro, eu acho que tem outras obras menores dele que são fantásticas, como gente, que valem super a pena. Eu tb estou a fim de reler crime e castigo. Abçs




Isadora1232 10/07/2020

Dostoievski é mestre em transmitir os mais extremos sentimentos em seus leitores. Entusiasmo, indignação, angústia, desilusão, tudo é sempre muito intenso. O Idiota não é uma exceção a essa regra - chame-o do que quiser, menos de insosso.

É impossível sair indiferente dessas páginas e da história do Príncipe Michkin, um misto de Cristo e Dom Quixote, perdido em meio a uma sociedade aristocrática, interesseira, cheia de preconceitos e vaidades. Mas é claro que essa premissa simplista é inútil. Assim como em todos os trabalhos do autor, nada é superficial. Os personagens, por mais cretinos ou irritantes que sejam, são desenvolvidos de forma bem complexa e tridimensional, o que, na minha opinião, é uma das melhores marcas de Dostoievski.

Não é, contudo, uma leitura fácil. Os diálogos e o ritmo narrativo refletem a mente dos personagens, por isso temos alguns saltos e, por vezes, ideias embaralhadas e difíceis de decifrar. Como bem explicou Paulo Bezerra no prefácio desta edição, "esses elementos estilísticos são índices caracterológicos e parte inalienável do perfil de cada personagem (...), sua omissão representaria uma lacuna no conjunto da imagem de cada personagem (...)" (p. 8).
O ideal é o leitor já estar acostumado ao estilo de escrita do autor e escolher uma boa tradução. Aliás, os livros da 34 são sempre excelentes, mas essa edição de O Idiota me surpreendeu. Tradução impecável como sempre e muitas notas de rodapé que enriquecem na medida certa essa leitura.

É um romance que gera excelentes e demoradas reflexões, e com certeza uma única leitura não será suficiente pra extrair tudo dessa grande obra.
10/07/2020minha estante
Estou quase no fim e já é um dos meus livros preferidos ? genial


Isadora1232 10/07/2020minha estante
Fê, a leitura é sensacional né? Demorei muito pensando nele depois que terminei de ler, e até agora continuo com esse sentimento. Dá vontade de fazer altas rodas de discussão pra florescer ainda mais as ideias! Haha


11/07/2020minha estante
Muito! Eu estou lendo com um grupo de leitura em voz alta, lemos um capítulo por encontro e discutimos muuito sobre tudo que acontece. É ótimo!




Reginaldo Pereira 26/02/2022

Montanha russa de percepções
Uma leitura agradável, muitas vezes dinâmica e outras tantas demasiado densas. A trama em si não considero tão contagiante, estando a força da história em cada personagem peculiar que dela faz parte.
Foi meu segundo Dostoiévski, mas ainda não consigo dizer que é um autor que ?me arrebata?? Talvez porque a expectativa seja muito alta, não sei ao certo! Respeito e admiro a complexidade da obra, mas não me apaixono. Quem sabe um dia!
Kássio Meniglim 26/02/2022minha estante
Estou lendo o segundo dele também. E tem sido uma experiência muito boa! Gostei da resenha e das suas percepções!


Reginaldo Pereira 26/02/2022minha estante
Kássio, tenho basicamente uma relação de amor e ódio com Dostoiévski!!!! kkkk Boa leitura, meu caro!??


Kássio Meniglim 26/02/2022minha estante
Kkkkk... Interessante! Ainda não consigo ter uma opinião sólida a respeito das obras dele. Mas até aqui, tem sido ok. Estão lá na estante alguns outros títulos dele. Tenho alternado minha leitura com outros autores, mas em breve espero ter essa experiência de lê-los e poder ter uma opinião mais assertiva. Quanto à história pessoal dele, foi um baita "sobe e desce", e parece-me que ele realmente se superou.




wesley.moreiradeandrade 11/01/2017

Este post também poderia chamar “Das dificuldades de ler um romance russo”, tamanho os problemas que surgiram durante a leitura. Primeiro, os nomes e sobrenomes; depois, as variações de apelidos que estes recebem (um mesmo nome pode ter dois ou mais apelidos). Ao longo do livro, quando acha que o narrador se refere à determinada personagem, você percebe que, na verdade, ele faz menção a outro. No entanto, você vai se acostumando à medida que atravessa as mais de 600 páginas de “O Idiota”, de Fiódor Dostoiévski, romance que é considerado um dos melhores produzidos pelo autor de “Crime e Castigo”.
O protagonista é o Príncipe Míchkin, um jovem que retorna da Suiça para Petersburgo após um longo tratamento de epilepsia, cuja bondade de coração e até mesmo certa ingenuidade, além de um olhar humanista a todas as pessoas, é confundida pelas pessoas do círculo de amizades que acaba fazendo como uma idiotia. Míchkin procura pela família Epanchin, que possui um parentesco distante com ele, e logo sua figura destoante e conduta diferente ganha simpatia e curiosidade de diversas pessoas. Dostoiévski faz aqui um retrato da alta sociedade russa pré-revolução, seus hábitos, preconceitos, as relações de dominância e subserviência que mantém com outras classes sociais. O curioso é descobrir e entender como Míchkin consegue sobreviver ou até mesmo manter-se convicto de seus valores em meio a um grupo que não prioriza questões mais humanas e cujas preocupações se dão ao redor do dinheiro, do status social? Quem acaba tendo razão e sabedoria nesse jogo de interesses, ele, o idiota, ou os outros?
As dificuldades apenas recrudescem quando surge a figura de Nastássia Filíppovna, execrada socialmente por muitas pessoas pela sua conduta e sua história como protegida de um general, dona de uma personalidade excêntrica e que escandaliza os que se encontram ao seu redor, menos Míchkin que consegue enxergar o interior de Nastássia e se interessa por ela como que numa necessidade de protegê-la ou salvá-la desta corrupção de valores a qual está imersa. Acaba disputando os sentimentos dela com Parfión Rogójin, jovem que Míchkin conheceu no trem de retorno à Rússia, de conduta boêmia e extravagante e que, além disso, alimenta uma paixão obsessiva por Nastássia.
Dostoiévski faz um panorama de uma sociedade em transformação onde não cabem idealistas como Míchkin e o escritor tem um domínio incrível do enredo que prende o leitor em certas passagens de suas diversas páginas, mesmo que algumas idas e vindas ou revelações exasperem e deem a impressão da trama girar em círculos. “O Idiota” é um exercício de leitura que nos dá um protagonista cuja conduta lembra às vezes Dom Quixote, personagem que o próprio Dostoiévski assume ter se inspirado para escrever este livro, e é nessa caracterização, dele e de outras figuras que trafegam pelo romance, que Dostoiévski tem muito a dizer sobre o próprio povo russo e sobre a humanidade acima de tudo.


site: https://escritoswesleymoreira.blogspot.com.br/2016/01/na-estante-54-o-idiota-fiodor.html
Carine 11/02/2017minha estante
Tive a mesma dificuldade em relação aos nomes e sobrenomes. Me perdi inúmeras vezes e tive que criar meus próprios apelidos para elas.
Também achei a tradução complicada, pelo menos na edição que li. Muitas frases sem sentido.
Acabei abandonando, mas vou retomar!


BarbaraF. 24/03/2017minha estante
Gostei da resenha. Esse livro é de longe o mais difícil que já li.


Nélio 11/06/2018minha estante
Realmente essa miscelânea de nomes e sobrenomes, juntamente da enorme quantidade de informação contida nesse romance acaba por tornar a leitura um tanto quanto enfadonha e confusa.




Nataly 28/08/2020

O idiota
Finalizei "O idiota", de Dostoiévski, há alguns meses, mas sigo impactada com a leitura, principalmente dos momentos finais. É um livro 8/80: cheio de momentos arrastados e cheio de momentos em que tudo acontece.

Dostoiévski costumava representar a sabedoria, o amor divino e a Beleza Absoluta em suas personagens mais excluídas, como fez com o príncipe Michkin, criado para ser a imagem do Cristo russo. Nas palavras do escritor:

"A proposta básica é a representação de um homem verdadeiramente perfeito e nobre. E isso é o mais difícil de encontrar que qualquer outra coisa neste mundo, particularmente em nossos dias. Todos os escritores [...] que tentaram representar a Beleza Absoluta foram desiguais em seus resultados, pois é algo infinitamente difícil de representar. A beleza é o ideal; mas ideais [...] há muito se desfazem."¹

Com a leitura das cartas de Dostoiévski, pode-se ter uma ideia melhor do quão conturbados eram seus ambientes de criação. "O idiota", por exemplo, foi marcado pela morte de sua primeira filha, Sônia. A obra é truncada, marcada por monólogos prolixos e cheia de personagens más, mas é também repleta de perdão, de amor ao próximo, de compreensão.

Os quadros construídos por ele parecem improváveis quando lidos, absurdos; no entanto, desnudam personagens que estão presentes no nosso mundo real, mas que não nos atentamos para eles. Como comenta Dostoiévski:

"Tenho minha própria ideia de arte: o que a maioria das pessoas entende como fantástico ou como falta de universalidade, eu tomo por algo próximo à suprema essência da verdade. [...] Mas o meu fantástico 'O idiota' não é a mais cotidiana verdade? Aqueles personagens realmente existem naquele estrato de nossa sociedade que se divorciou do solo - que estão, eles sim, se tornando seres fantásticos."²

Esse é com certeza um dos livros mais importantes para se compreender o projeto literário de Dostoiévski.

DOSTOIÉVSKI, F. M. Correspondências. Porto Alegre: 8Inverso, 2011. p. 138
² Ibid., p. 156-157.

site: https://www.instagram.com/p/CDeLkdup69l/
Clayton 28/08/2020minha estante
Bela leitura, Nataly!
Ainda lerei as obras completas do autor. Dele, conheço apenas Crime e Castigo, Os irmãos Karmazov e Memórias do Subterrâneo (este último o meu preferido).


Nataly 29/08/2020minha estante
Obrigada, Clayton! Tenho certeza de que gostará muito!




Iara 25/10/2020

Surpreendente
Como sempre, uma obra prima de primeira. Um raio-X do ser humano ainda muito atual.
Douglas 25/10/2020minha estante
Parabéns por concluir. Não é um livro pequeno.


Isadora1232 25/10/2020minha estante
Excelente!




220 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR