Clic

Clic Milo Manara




Resenhas - Clic


4 encontrados | exibindo 1 a 4


Geovani 09/10/2022

Bom nos desenhos, ruim no roteiro
Sempre ouvi falar que Clic é a obra mais famosa do Milo Manara. Eu já havia lido outra obra dele, "A metamorfose de Lúcius" e achei o roteiro ruim. Infelizmente, Clic decepciona também.

A premissa da história até que é boa, se fosse bem explorada. Mas o que se vê é uma história que corre aos solavancos e rapidamente escala para situações absurdas. Manara tem um fetiche bem específico e a impressão que tive é que ele escreve o roteiro apenas para explorar esse fetiche. Então, situações de dominação sexual da protagonista Claúdia, assim como de algumas outras mulheres, começam a aparecer sem nenhuma boa razão. Muitas vezes as situações caem em pura misoginia.

Os personagens são rasos, algumas vezes até burros. Além do roteiro ser bem simplório ainda há algumas forçadas para a história andar, como é o caso dos personagens saberem praticamente o tempo todo por onde a protagonista anda. Mas o pior mesmo são as situações absurdas, onde os homens começam a se comportar como animais. Nada faz sentido. Eu ficava lendo e pensando: "não é possível, não é assim que as pessoas se comportam". Um exemplo claro disso é o que acontece quando a Cláudia cai nas mãos dos homens que mineram em Serra Pelada. É ridículo.

O bom da obra continua sendo os desenhos de Manara. O traço dele é inconfundível. Só me incomoda um pouco o rosto das mulheres ser muito parecidos uns com os outros. Parece que são todas irmãs. Curiosamente ele consegue desenhar figuras masculinas mais variadas. Mas é com um bom roteiro que esses desenhos ganham mais destaque. E foi isso que vi quando li, na edição de Sandman - Noites sem Fim, a história "O que experimentei do Desejo" que tem roteiro de Neil Gaiman. Com um mestre dos roteiros e um mestre dos desenhos temos quadrinhos que realmente funcionam.

Fica a minha decepção. Eu esperava algo melhor pelo tanto que já ouvir falar dessa obra.
comentários(0)comente



Rínquel 15/12/2019

A arte é muito boa, mas a história em si, apesar da premissa até que interessante, é bem ruinzinha (e nem estou levando em conta as partes questionáveis) e soa como uma série de cenas que o autor criou durante um brainstorm dedicado a sumonar ideias top? para a melhor masturbação do leitor ? e depois coladas juntas (a substância adesiva fica a cargo da imaginação de quem está lendo esta resenha) através de um arremedo de estrutura.

Até os filmes vagamente inspirados nesta história (que passavam nas clássicas madrugadas da Band) conseguem ser mais divertidos.
comentários(0)comente



Che 20/06/2017

Já conhecia há tempos as duas primeiras do total de quatro partes da série em quadrinhos "Clic" que colocou o nome do italiano Milo Manara como artista de prestígio internacional. Achei as partes 1 e 2 levemente acima da média, mas acabaram nem me prendendo a querer ler as duas posteriores por muitos anos.

Hoje, finalmente, sanei essa curiosidade, baixando a edição completa dos scans da editora Conrad (capa na imagem abaixo). E, sinceramente, o nível só cai nesses outros dois volumes.

Gosto um bocado de Manara como desenhista, mas como roteirista e idealizador de contos eróticos acho muito fraco. Essa deficiência pra escrever eu já tinha notado em outras obras dele, como "Revolução" e "Kama Sutra". Bom mesmo é quando ele só desenha e alguém mais competente é encarregado do roteiro, como aconteceu com a série dos Bórgias escrita pelo chileno doidão Alejandro Jodorowsky.

Em "Clic", com exceção do primeiro (e melhorzinho) volume, fica parecendo história do finado Cine Privê da Band, com mais insinuações e voyerismo interrompido pela metade do que trepada de fato. As historinhas são ruins de doer, com a profundidade de uma poça d'água, algumas inclusive francamente delirantes - tipo a da seita de 'adoradores do orgasmo' em plena floresta amazônica no volume 3. Tem gente que é condescendente com isso, acha que a obra é naturalmente despretensiosa e pastiche declarado, mas eu sinceramente acho que esse desenho erótico pungente do Manara tem mais é que trabalhar a favor de bons enredos, como aconteceu na já citada série dos Bórgias. Putaria na arte tem que ser levada a sério, sim senhor. Que o diga a genial Lost Girls by Alan Moore.

O que acaba compensando a espiada na série "Clic" é mesmo o traço tesante e completamente singular das mulheres desenhadas pelo italiano. Manara não tem nada de bobo e nitidamente entende o corpo feminino no que ele tem de mais hipnótico, especialmente da cintura pra baixo, com destaque a bundas e pernas bastante chamativas.

O saldo final da soma desse 'design' ímpar de mulheres fogosas, de um lado, com um roteiro tosco, pouco ousado e esquecível, de outro, é um resultado mediano. Claudia Cristiani, a socialite sexualmente reprimida que é 'dominada' pelo aparelhinho diabólico do doutor Fez, merecia um roteirista mais inventivo - muito embora, como imagem, ela foi posta em papel por ótimas mãos.
comentários(0)comente



Mel 03/01/2012

Misógino
Tinha a maior curiosidade de ler Manara porque acho o traço dele muito bonito, mas decepcionei-me ao ver o quanto os quadrinhos dele são misóginos.
Francis 09/09/2016minha estante
Você gostaria de vender a sua edição?




4 encontrados | exibindo 1 a 4


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR