spoiler visualizarRose Gleize 20/11/2020
A releitura desse livro me inspirou a escrever um livro.
Publicado em 1995, o livro Pelas Portas do Coração narra a história de Juliana, uma adolescente de 16 anos (Ela começa na história com 16 anos, mas passam uns 6 anos com o decorrer do enredo.), médium que contrariando seu pai (Um médico, que não acredita espiritismo, na benfeitoria mediúnica e no que ela pode fazer ali dentro do contexto, e achando a filha louca, decide interná-la numa clínica psiquiátrica.), faz o que pode para estabelecer seu compromisso de trabalho para com a mediunidade.
A história do livro se passa numa época em que não havia ainda o divórcio no Brasil, suponho que entre os anos 1930 e 1970 (A autora não revela o ano exato em que a história começa.), em que a menoridade civil ia até os 21 anos de idade, e fala sobre o aborto, tema muito discutido atualmente.
Eu tentei ler esse livro pela primeira vez em 2016, mas não conseguindo concluí-lo, abandonei no capítulo 10 de 31 capítulos. E numa tentativa de reduzir o número de livros abandonados por mim em anos anteriores, em 2020 eu resolvi reincluí-lo na minha lista de leitura. Ele foi um dos 20 livros que eu me propus a ler nesse fatídico ano e li.
Gostei da história envolvendo a protagonista, de seu romance inicial com o Armando, filho de um médico, o doutor Morelli, amigo de seu pai, e torci para que ela ficasse com ele no final e não com o Paulo, que também era espírita e médium, com quem se casou sem amor, apenas para conseguir sua emancipação e liberdade, já que ainda era menor de idade (abaixo dos 21 anos), para atuar como médium sem ser impedida pelo pai, mas gostei mais da história da Vera, a irmã mais velha de Juliana, a protagonista. No começo eu achei a Vera uma mulher fútil, riquinha, que só pensava em moda e revistas de moda, e ela realmente era, mas com o avanço da leitura ela me surpreendeu, ao sofrer uma mudança brusca, mostrando-se uma mulher forte, que não se deixa convencer pela enganação e pelo que as outras pessoas tentam lhe impor estando erradas se não é da vontade dela obedecer. O meu capítulo favorito foi o 11, que retrata o encontro e almoço num restaurante das amigas Vera e Nice. Essas cenas são cenas para filme. Memoráveis!
Indico o livro a quem gosta de romances, de livros do gênero, e a quem gostaria de se deliciar com esse romance.
Embora o texto desse livro seja muito repetido, o que acaba por alongar em páginas o livro (Por exemplo, esse livro contém 359 páginas e poderia ser reduzido a 200 ou 300 páginas se não repetisse tanto as palavras, frases e ideias, a expressão facial da protagonista e dos outros personagens, enfim.), o livro contém grandes e valiosas lições que eu aprendi e que levarei comigo para a vida, e peço perdão aos Céus para dizer que ele é quase uma Bíblia, que traz sabedoria, conforto, esperança... ensinamentos muito bons, do cotidiando mesmo, vivências, experiências. Um romance do jeito que eu gosto. Pode-se dizer que esse livro é poético, embora seja escrito em prosa.
Gostei de todo o desenvolvimento do livro, embora repleto de erros ortográficos e repetições notáveis, gostei bem mais do desfecho da história da Vera dentro da trama e de seu romance com o Jonas do que da protagonista Juliana, que não ficou com quem eu gostaria, mas não gostei do final, principalmente dos dois últimos capítulos, 30 e 31.
Não sei por que os livros do gênero espírita me fascinam tanto se eu não sigo a crença, embora no final da minha infância eu tenha tido um bom encontro com a vertente religiosa e tenha sido tocada, e até mesmo ajudada por ela. Não sigo a crença, respeito, sim, claro, mas a verdade é que os livros espíritas me agradam.
A releitura desse livro me inspirou a escrever um livro.