As Cabeças Trocadas  (Uma Lenda Hindu)

As Cabeças Trocadas (Uma Lenda Hindu) Thomas Mann




Resenhas - As Cabeças Trocadas


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Filipe 01/04/2024

As Cabeças Trocadas é uma história curta e divertidíssima que tem como pano de fundo uma lenda indiana tão irônica quanto. A qualidade da narrativa de Thomas Mann é bem notável aqui, o que me faz imaginar se isso foi um desafio para ele, visto que seus maiores sucessos são obras bem mais extensas do que esta.

Repleto de misticismo e surrealismo, este conto provoca muitas questões no leitor a respeito da moral e do que conhecemos como fidelidade. Aqui, o tudo não somente foi possível como guiou os três personagens principais em uma jornada que não poderia terminar de outra forma que não fosse uma das mais belas tragédias. A cabeça (não trocada) e a capacidade de Thomas Mann em estender ideias em grandes narrativas são surpreendentes.
DANILÃO1505 01/04/2024minha estante
Parabéns, ótimo livro

Livro de Artista!

Resenha de Artista!


Paola 01/04/2024minha estante
Encontrei tu de novo danilão




Léo 03/03/2024

Esse foi meu primeiro contato com a obra de Thomas Mann -- e devo dizer que foi o primeiro de muitos que ainda virão.

De início, não esperava muita coisa. Nunca ouvira falar dessa obra até que um amigo me convidou a ler e, depois, discutir com ele a leitura.

Fui com o pé atrás, mas me encantei logo no primeiro dos doze capítulos. Mann usa de forma magistral uma fina ironia, fazendo de uma lenda hindu uma história recheada de elementos modernos, passando da tragédia à comédia, sem deixar a peteca cair em nenhum momento.

Uma narrativa divertida e muito reflexiva. Recomendo.
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Rodrigo 22/02/2024

Leitura interessante
Neste romance Thomas Mann nos brinda com um passeio pela cultura e costumes indianos, com uma pitada de realismo fantástico por iniciativa dos deuses. È uma história de amor e traição com uma complexa trama e recheada de raciocínios filosóficos com um final um tanto surpreendente para nós ocidentais.
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Patricia Milani 20/02/2024

A história de Sita, a das belas cadeiras.... Assim começa o livro, interessante que por muitos momentos nos parece que a história seria sobre as cabeças trocas (o tema central), mas como o autor mesmo nos coloca no início da narrativa a história é sobre Sita e as cabeças trocas são consequência de suas ações (ou talvez não, mas foi essa impressão que tive após refletir sobre o livro).

Primeiro contato com a escrita do autor, foi uma leitura com início difícil para mim (tive que reler os três primeiros capítulos para poder prosseguir) depois a narrativa se tornou mais atrativa e flui melhor. Com muitas passagens que seriam cômicas de não fossem trágicas, o autor faz muitas flexões profundas sobre a vaidade, desejo, corpo, alma e espírito.

Não foi umas das melhores leituras que já fiz, mas mesmo assim recomendo.

"-Olha -disse Shridaman -, todos os seres têm duas espécies de existência: uma para si mesmos e outra para os olhos alheios. Existem e são visíveis, são alma e imagem, e sempre será pecaminoso deixar-se influenciar unicamente pela imagem, sem se preocupar com a alma."
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Maria11360 19/09/2023

Meio primeiro Mann
Nesta narrativa curta de uma lenda indiana, temos como tema principal o físico e o intelecto, o corpo e a mente, o carnal e o espiritual... Tive um pouco de dificuldade com a escrita do autor, mas habituei - me a mesma durante a leitura. Gostei bastante.
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Cleide 15/08/2023

Que lenda!
Antes de começar a ler esse livro, procurei conhecer algumas lendas indianas e a cultura. Com essa preparação consegui entender mais o livro e desfrutar do que ele tinha a oferecer! Valeu a pena a leitura!
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Conça 19/02/2023

Minhas impressões, opiniões e sentimentos?
Nota: 5.0

Paul Thomas Mann foi um escritor, romancista, ensaísta, contista e crítico social do Império Alemão. Tendo recebido o Nobel de Literatura de 1929, é considerado um dos maiores romancistas do século XX.
Nascimento: 6 de junho de 1875, Lübeck, Alemanha
Falecimento: 12 de agosto de 1955, Zurique, Suíça

A primeira coisa que me impressiona nas obras de Mann é sua fidelidade nos temas: religiosidade, dualidade entre o espírito e a matéria. Metafísica que ele domina como ninguém mais. Tema que inclusive me deleito. Essa obra, em particular, acrescenta uma lenda indiana. O livro é envolvente do começo ao fim, cheio de camadas e profundo na lenda, como diz o narrador, recheado de trampolinadas de Maya.

As cabeças trocadas é um ponto distinto sob vários aspectos no conjunto da obra de Thomas Mann. Nesta novela de 1940, publicada em Estocolmo, o autor alemão embrenha-se por terras indianas e reverência a tradição védica para criar o triângulo amoroso entre Sita, "a das belas cadeiras", Shridaman, descendente de uma estirpe de brâmanes, e Nanda, vigoroso ferreiro e pastor de gado. Sita se casa com Shridaman, mas se deixa encantar pelos atributos físicos de Nanda ? na verdade, os dois amigos íntimos têm qualidades que, para ela, se complementam idealmente. Ao se aproximar da filosofia oriental, Mann experimenta temperos narrativos como o erotismo, a profanação e a mitologia . Por outro lado, não renuncia a elementos caros à sua prosa: a questão da identidade e o embate entre instinto e razão. Despretensiosa em sua origem, trágica e cômica a um só tempo, a obra alcança alto grau de refinamento pela voz de um narrador de pôr à prova a "força espiritual do auditório".

Narrativa onisciente, espetacular, animadora e, ao mesmo tempo, desafiadora. Ele inicia a obra chamando os leitores de ?auditório?. Faz intervenções e esclarece dados importantes para compreensão do livro.

Em simultâneo, nos deixa perplexos com os personagens confusos e acertados em seus sentimentos entrelaçados. Me encantei por todos os três e, confesso que não gostaria de estar na pele de nenhum deles.

As cabeças trocadas em diversos capítulos me deixou com a cabeça truncada. Tive que ler e reler várias passagens para montar o quebra-cabeça. Gostou do trocadilho?

Sou fã de carteirinha do autor, então fica difícil de opinar e não aquilatar o enredo com os personagens. Na minha concepção, Thomas Mann é único! Desenvolveu a partir de uma lenda uma obra-prima. Uma arte para ninguém colocar defeito. Descontraiu o leitor para um assunto tão polêmico e distante da cultura de muitos. Ao longo da leitura fui transformando meus sentimentos de medo para curiosidade e, muitas vezes, de reavaliação sobre corpo e mente. Em outros momentos, questionamentos do que sei sobre o eu e o meu. Enfim, difícil de aquilatar qualquer obra de Mann, fica mais fácil, simplesmente, recomendar esse fascínio.
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Wanderley 17/01/2023

“As Cabeças Trocadas” e o nosso amor por ilusões
Em "As Cabeças Trocadas", adaptação de um antigo conto Hindu, escrita por Thomas Mann em 1940, percebemos como aquilo o que pode nos parecer óbvio e até tautológico, se bem observado, ganha inusitada complexidade, capaz de superar até mesmo as inacreditáveis reviravoltas de uma lenda indiana.

Seu corpo é você? Você é seu corpo? É possível ser sem ter? Ou ter o que não se é? Querer atributos de outra pessoa é renegar, pelo menos em parte, os seus próprios atributos? São dúvidas que permeiam a “nouvelle”, em que dois amigos disputam o amor de uma linda jovem, dividida entre as qualidades de um e do outro. Situação que os dois até compreendem, como Mann explica:

“A amizade dos dois jovens baseava-se nas diferenças de seus sentimentos relativos ao eu e ao meu. Os de um ansiavam pelos do outro, pois a encarnação cria a individualização; a individualização causa diversidade; a diversidade provoca a comparação; da comparação nasce a admiração; e esta, finalmente, produz de troca e união.”

A história se desenvolve em meio a mitos religiosos e alguns conceitos filosóficos, analisados com refinada ironia. Mas o ponto central do texto está na reflexão sobre a identidade e o apego às aparências. Em algumas passagens, o autor, figura onisciente da narrativa, fala sobre os impasses das personagens:

“Não é por acaso que a Volúpia, sagaz esposa do Deus do Amor, foi apelidada de “Dotada de Maya”, pois é ela quem torna encantadora e desejável toda aparência, ou melhor, faz com que assim apareça. Ora, a palavra “aparência” contém em si o elemento sensorial do mero “parecer”, e este, por sua vez, anda ligado à ideia de ilusão e formosura. (…) [O homem] em vez de procurar o desencantamento, anseia por embriaguez e cobiça, temendo antes de mais nada chegar a ser desiludido, isto é, desprovido de ilusões”.

Esse é o Thomas Mann de “A Montanha Mágica” acenando em meio ao relato pitoresco de uma lenda oriental. Jamais me ocorrera que o medo da desilusão seja o reflexo espelhado do amor que temos pelas ilusões. Convenientemente, confundimos desilusão com decepção com os outros, quando, na verdade, é desapontamento com nós mesmos, que nos iludimos sobre a natureza de nossos próprios sentimentos.

Em outra passagem, ao discorrer sobre a relação entre a jovem e seus pretendentes, presos a uma fantástica e mística armadilha, o autor dispara, com a elegância de sempre:

“Há uma beleza espiritual e outra que fala aos sentidos. Há, contudo, certas pessoas que querem restringir o belo exclusivamente ao campo dos sentidos e dele apartar completamente o espiritual, com o resultado de uma cisão sistemática entre o espírito e a beleza. (…) Mas dessa doutrina da felicidade conclui-se logo que entre o belo e o espírito não há a mesma oposição que separa o belo do feio (…). O espiritual não é sinônimo do feio ou, pelo menos, não o é necessariamente, pois reveste-se de beleza, ao reconhecer e amar o belo. Esse sentimento manifesta-se sob a forma de beleza espiritual e não é, no fundo, inteiramente absurdo nem desprovido de esperança, porque, pela lei da atração dos opostos, o belo também anseia pelo espiritual. Nosso mundo não está constituído de tal maneira que ao espírito caiba amar coisas espirituais e à beleza apenas o belo.”

Enxergar com tanta precisão, a partir dos desencontros da lenda indiana, a sôfrega tentativa humana, talvez ilusória (olha a Deusa Maya), de conciliar desejo e paz interior, é puro Thomas Mann na veia.

No posfácio, o leitor é informado de que o autor gostava de intercalar suas obras mais robustas, e volumosas, com outras mais leves e rápidas, como “As Cabeças Trocadas”, para descansar a mente. Penso que essas são ideais como introdução aos que desejam entrar nesse universo, uma bela amostra do potencial espiritual (inteligência) e sensorial (estilo), que o autor conseguiu unir em sua obra literária.

site: https://wanfil.medium.com/livro-as-cabe%C3%A7as-trocadas-de-thomas-mann-e-o-nosso-amor-pelas-ilus%C3%B5es-2e396279f489
Michele Boroh 17/01/2023minha estante
Que sorte poder desfrutar agora também das resenhas de suas leituras, meu amigo!


Wanderley 17/01/2023minha estante
Obrigado pela dica! Ainda estou aprendendo a navegar por aqui, mas gostei demais!




mah 21/08/2022

decepcionante
Eu esperava mais do autor, talvez ter começado por uma obra não tão famosa dele não tenha sido a melhor decisão, porém confesso que fico intimidada pelos calhamaços que são a montanha mágica e os Buddenbrook.
Eu achei que o tema desta história fosse mais cativante e surpreendente, sim me surpreendi em alguns momentos mas mesmo assim não superou minhas expectativas, eu não estava imersa na narrativa, nenhum pouco curiosa para saber o seu desfecho e não ligo para nenhum dos personagens. Diversas vezes o autor se delongou desnecessariamente (e olha que eu gosto de descrições detalhadas).
Enfim no futuro com certeza gostaria de dar uma chance para seus outros livros mas esse não funcionou para mim. Ganhou 3,5 estrelas pela ironia em vários momentos e por algumas surpresas também.
Yanne0 21/08/2022minha estante
Que pena que tu não gostou, amg. Tô cm esse na minha lista de leitura.

Li os Buddenbrook e a montanha mágica, gostei bastante de ambos, mas prefiro a montanha mágica ? fiquei apegada com o protagonista. Tem mtas questões filosóficas relacionadas a ideologia, então se for pegar para ler sugiro que esteja disposta para enfrentar os diálogos extensos de dois personagens que tem pensamentos opostos KKKKKKKK muitas vezes precisei reler esses diálogos pra entender, mas valeu super a pena.

Quanto aos Buddenbrook é mais de boas. É gente acompanha as gerações de uma família.


mah 21/08/2022minha estante
aiii mds o que mais quero ler é a montanha mágica! obrigada pela dica!!!




Trindade 21/08/2022

Enredo filosófico e escrita poética
O livro tem um enredo filosófico e trabalha as relações entre o físico e o espiritual, desejo e proibição, sagrado e o profano.

Foi meu primeiro livro do Thomas Mann (me preparando para montanha magica ?) e, pelo que li, é um livro incomum dele, mesmo assim, e bastante interessante e divertido.

Vale a pena ler e me deu ânimo para ler os demais.
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bardo 16/07/2022

Talvez a primeira coisa que chama a atenção nessa obra de Mann é sua aparente simplicidade e bom humor. Aliás o humor permeia a obra provocando risadas involuntárias onde talvez não se devesse rir. A despeito disso o que temos é um texto extremamente profundo, que merece e necessita releitura, já que nos mínimos detalhes temos pistas para reflexões extremamente complexas que a originalidade e hilaridade da trama ocultam. Numa camada superficial é um reconto de uma lenda sobre um inusitado triângulo amoroso, numa leitura mais atenta é uma interessante reflexão sobre dualidades e aparentes dualidades bem como do eterno conflito ocidental "carne" versus "mente/espírito". Um livro cheio de sutilezas, onde se é preciso prestar muita atenção ao narrador onisciente, já que aqui e ali ele joga pistas para o leitor. Já de início ele nos adverte a ter cuidado com "as assustadoras trampolinadas de Maya" o que é um conselho que ainda se faz muito atual, hoje talvez até mais do que quando o livro foi escrito.
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"Aonde você vai Sam?" 07/07/2022

Uma farsa grotesca.
Os homens são mesmo uns imbecis arrogantes ao julgar o que querem os deuses. Nosso pensamento, lento e truncado, só deseja o sangue e o sofrimento e caímos na armadilha de atribuir a mesma estupidez às divindades. Nós as fizemos nossa imagem e semelhança, ressaltando nossas principais características, ou seja, as perversões.
Se eles existem, riem da nossa obscena burrice e ofendem-se quando ofertamos sofrimento e sangue julgando-os tão miseravelmente mesquinhos quanto nós.
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Faluz 24/01/2022

AS CABEÇAS TROCADAS - Uma lenda indiana Thomas Mann
Uma novela indiana com os elementos fixos de Thomas Mann, a identidade e o embate entre o instinto e razão, De acordo com estudiosos, não considerava uma obra de muita qualidade, mas "com o tempo, no entanto, Mann passa a exibir grande satisfação com o que criara: "(a novela) foi ficando cada vez melhor, desde que a terminei. Confesso que estou próximo de considerar-la uma obra-prima.""
O triângulo amoroso se desenrola com intervenções da deusa e pessoas consideradas mais elevadas.
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