Lodir 20/02/2011Autor convence ao propor que Michael foi assassinado.Assim como sua vida, a morte de Michael Jackson esteve envolta em mistérios e curiosidade. Desde o incidente, há cerca de um ano e meio, seu falecimento ainda rende notícias de todo o tipo, que aparecem com freqüência na mídia. Há muito boato, é claro. Há quem acredite até mesmo que ele ainda esteja vivo. O mais interessante é ver que a maior de todas essas teorias – e a mais crível delas – não venha através de um jornal ou site, e sim de um livro.
“O Que Realmente Aconteceu a Michael Jackson”, escrito por um amigo da família do cantor, Leonard Rowe, cumpre o que o título promete. Não que o leitor termine o livro com a certeza de que foram realmente esses fatos que acontecerem ao Rei do Pop, mas o livro conta uma história totalmente diferente do apresentado pela mídia em geral.
No entanto, se você estiver muito curioso para saber os detalhes, deve ignorar as primeiras 130 páginas da obra, que são pura enrolação. Durante todo esse tempo o autor quase não cita o nome de Michael, e apenas desanda a contar sua experiência pessoal no mundo da produção de espetáculos, que, mesmo ele alegando que sim, tem pouco a ver com a história de Michael. O autor usa dessas páginas iniciais apenas para abordar a descriminação sofrida pelos promotores de espetáculos negros com as agências de artistas americanos. Segundo ele, os bons artistas não são cedidos a promotores negros, que acabam ficando apenas com os desconhecidos. Para sustentar sua tese, ele descreve toda a sua história com detalhes tão riquíssimos quanto desnecessários. Se você sobreviver a eles, no entanto, verá que o livro não é só isso, e que ele vai falar sim de Michael Jackson!
A partir da página 130, então, Leonard aborda sua história com a família Jackson desde os tempos em que promovia o grupo Jackson Five, em que Michael cantava com os irmãos. Ele se tornou amigo pessoal e acompanhou a vida e a carreira do astro de perto. Dessa forma, ele relata com detalhes convincentes os fatos que, segundo o próprio, culminaram na morte de Michael.
De forma geral, o autor defende a idéia – apoiada pela família do cantor – de que Michael Jackson foi assassinado. O autor do crime seria a AEG, a empresa que contratou Michael para realizar a série de 50 shows em Londres que o cantor estava prestes a começar quando faleceu. Segundo Leonard, a empresa chegou até o endividado Michael Jackson com a intenção de fazer uma proposta milionária que evitaria a falência do cantor, mas que tinha a intenção de matá-lo, e controlar sua fortuna após isso.
Apesar de a idéia soar absurda, basta verificar que é mesmo a empresa que controla a maior parte do patrimônio de Michael Jackson hoje. Tudo isso foi possível graças à forma como foi elaborado o contrato entre a AEG e Michael – contrato esse que leva uma cópia completa no livro, devidamente traduzida e analisada. O livro também mostra a cópia do testamente do cantor, que teria sido fraudado a fim de deixar o controle de seus bens nas mãos de dois advogados pagos pela empresa. O próprio médico do cantor – que está sob julgamento por ter exagerado na aplicação de drogas ao cantor e ter metido sobre esse fato – foi pago pela empresa. Dessa forma, o livro aponta uma conspiração feita pela empresa e envolvendo várias pessoas próximas ao cantor que tinha como objetivo matá-lo, tomando conta de seu patrimônio, coisa que de fato aconteceu.
Apesar de deixar muitas dúvidas, o livro é convincente por conseguir provar a série de acusações que faz. Não há como explicar em uma resenha como o autor trabalha tudo isso. Para chegar lá, é necessária uma leitura atenta do livro. Basta dizer que o livro consegue defender bem seus argumentos e leva realmente a crer que Michael Jackson foi assinado através de seu médico. A leitura é recomenda a todos, mas principalmente aos fãs de Michael, e a quem achou que a forma em que aconteceu sua morte não foi bem explicada.