O Brasil como Problema

O Brasil como Problema Darcy Ribeiro




Resenhas - O Brasil como Problema


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Biblioteca Álvaro Guerra 08/02/2024

A Sorbonne dá a Darcy Ribeiro o título de doutor honoris causa .Ele aceita ,diz ,pelo mérito de seus fracassos .
Darcy fracassou como antropólogo , porque os índios do Brasil continuam condenados á aniquilação .Fracassou como reitor de uma universidade que ele queria que fosse transformadora da realidade .Fracassou como ministro da Educação , num país que multiplica analfabetos .Fracassou como membro de um governo que tentou a reforma agrária e tentou controlar o canibalesco capital estrangeiro .
Fracassou como escritor que sonhou com proibir que a história se repita .
Estes são os seus fracassos .Estas são as suas dignidades .

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/8526503235
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Rangel 04/01/2011

O Brasil como causa
O livro "O Brasil como Problema" de Darcy Ribeiro da Editora S/A é de 1995, da 2ª edição, Rio de Janeiro. A obra aborda o Brasil no mundo com a seguinte assertiva: "Somos um rebento mutante ultramarino, da Civilização Ocidental Europeia, na sua versão ibero-americana. Produto da expansão europeia sobre as Américas, que destruindo milhares de povos, multiformemente, refeitos. Todos configurados como extensões da metrópole que regeu a colonização, impondo sua língua e suas singularidades." Portanto, foi um caso de romanidade tardia, tropical e mestiça, como uma nova Roma lavada em sangue índio e negro, que surgiu o caldeamento carnal e espiritual dos brasileiros. Os mestiços de carne e alma fizeram da mestiçagem em não ser crime ou nem pecado, por causa da sua dimensão continental, considerando o Brasil como província neolatina de democracia racial - a aspiração nacional de criar uma nova sociedade solidária e nação etnicamente unificada e coesa. Contudo, a crise ética e política fez dos gestores das multinacionais e os patrões dos interesses do capitalismo parasitário buscarem burocratas transnacionais de doarem o Brasil a vontades alheias, indiferentes ao seu destino e acharam isso legítimo. Por isso que os tecnocratas lucram e se enriquecem nas suas funções públicas por serem patrocionados pelos capitalistas estrangeiros. A elite, então, é o corpo seleto de pessoas que mais influenciam o exercício nas organizações da sociedade e na sua condução como tal, a qual é formada por dois grupos principais: o do patronado das empresas e bancos e do patriciado dos polítcos, juízes, tenocratas, generais, administradores, bispos e principais jornalistas influentes. As empreiteiras sangram a economia nacional com a modelagem da ladroagem patricial discricionária e corrupta, com empresários que compram mandatos de políticos que servem ao neoliberalismo e neoconservardorismo, os quais têm como produto o processo hediondo da exlusão social e desemprego estrutural, apesar de a economia viver faminta de mão-de-obra, diante da sequela do genocídio estampado na violência e postituição. E a elite detentora dos meios de comunicação social atende aos interesses de manipulação da opinião pública, com escândalos que espantam a cidadania. Assim, o Brasil como problema tem suas invenções como tropicalismo e mestiçagem na religião católica, com um discurso ideológico das elites retrógradas que atuam para seus próprios benefícios. Para os estrangeiros, o brasil é um proletariado externo, que produziu e produz pau-brasil, açúcar, ouro, algodão, café, soja e, atualmente e com veemência, minérios. Os aspectos graves do Brasil são a crise política, a diretriz econômica, a instituição fundária, a fome, o desemprego, a miséria, a defasagem escolar, os serviços precários da saúde, as favelas e a questão da moradia. A dívida externa e as privatizações do Brasil têm um pensamento da direita pela mídia, com negociatas de imposição das hegemonias transnacionais, através do programa entreguista do patrimônio público das riquezas naturais. O endividamento do país, infelizmente, privilegia os ricos. Em relação aos povos indígenas, o índio brasileiro tem sua etnia não dominante pela sua comunidade de fala, língua, corpo de saberes e técnicas, mas possui um singular espírito de comunidade, sentimento de pertença a um grupo humano exclusivista com verdadeira adaptação ecológica. Contudo, os índios são desculturados e aculturados, através das missões religiosas e da língua portuguesa, que sucumbiram culturas e línguas indígenas, como os Tupinambás e os Tupi-Guaranis. A visão do paraíso perdido por Colombo e Vespúcio nas Américas inspira a uotpia de Thomas Morus e a Tempestade de Shakespeare. O elogio ao mestiço americano deve-ser aos mestres Rousseau e Diderot, que mencionaram o povo brasileiro como verdadeira miscigenação de mamelucos do "Mamaluk" dos árabes, e dos jenízero-guerreiros-cavaleiros-brasileiros-mulatos. O fenótipo brasleiro é o moreno cobreado, geneticamente, oriundo da população indígena, com sua macroetnia dos negros. Interessante notar que a "Bula Romanus Pontifex" de 1454 deu ao príncipe Dom Henrique, o poder de invadir a África, bem como de escravizar os negros, uma das origens principais de trazer os negros para o Brasil; e a "Bula Papal Et Coetera" de 1483 assegurou aos reis espanhóis a legitimação da escravidão. A Proteção aos Índios veio em 1821 com José Bonifácio na Constituição. E em 1910, Rondon criou o Serviço de Proteção aos Índios (SPI). E em 1916, veio o Códigio Civil dar tratamento especial aos índios silvícolas. E em 1973, foi criado o Estatuto do Índio. E em 1988, a atual Constituição Federal veio delimitar e garantir a propriedade de legitimação das terras indígenas. Tudo isso decorreu com várias lutas e batalhas da história em favor dos índios como se destacaram: Anchieta versus Ramalho; Vieira versus Bekman; Rondon versus Von Ihering; e tantos outros defensores dos indígenas como Noel Nubels, Washington Novaes, Dalmo Dallari, Francisco Resek, Aristides Junqueira e fora os próprios índios das tribos de Xingu e os Yanomani. O povo latino-americano no 5º Centenário abordou a respeito do choque das civilizações que houve entre europeus e os índios, e acentuou que a América Latina é uma continuidade continental de base física com plano linguístico-cultural semelhante à homogeneidade sem unidade. A Amazônia com seus povos é o mundo de variedade verde e ao mesmo tempo paraíso terrenal com seus povos caboclos e mestiços. A Suíça veio dizer que a Amazônia é a Liga Selvagem das Nações, em 1894, e com sua suicidade propôs o convívio e a paz entre os povos indígenas, uns com os outros, de forma civilizada. Pois, a Suíça, desde 1291, é um país de consenso, e por setecentos anos, que os povos lá fizeram um pacto histórico de votar quaisquer plebiscitos. Isso foi devido ao acordo de "Três Cantões", com sua liberdade de trânsito e comércio; em 1847, o Estado Moderno Plebiscitário da Suíça estipulou que a Soberania é co-participada de forma de complexo multinacional sem postular pretensões hegemônicas, mas com pretensões de fazer planos e fazimentos. Outro assunto que destaca na obra, é o Memorial da América Latina, que é um conjunto arquitetônico de São Paulo de Oscar Niemeyer com: Salão de Atos (atos oficiais), Centro Brasileiro de Estudos da América Latina (órgão de comunicação com entidades congêneres), Biblioteca Latino-americana, Aula Magna (auditório para 2000 pessoas para eventos culturais, musicais, congressos, consagrações e premiações) e Pavilhão da Criatividade (para exposição permanente dos povos latino-americanos). O Prêmio do Estado de São Paulo é todo dia 25 de janeiro, no valor de cem mil dólares para as seguintes Ciências (Matemática, Física, Química, Biologia e Economia), para as Letras (Narrativa, Poesia e Teatro), para as Humanidades (Filosofia, História, Sociologia, Antropologia, Direto e Educação) e para as Artes (Música e Artes Visuais). As cátedras do Memorial da América Latina têm obras relevantes de São Paulo, do Brasil e de todos os lugares da América Latina. As bolsas de viagem pelo prêmio são para o Brasil, América Hispânica e continentes. Na biblioteca, há a sala de leitura, Depósito da Bibla, mostruário de jornais e revistas, cabines, conjunto de estantes especiais para exposição de livros, acervo bibliográfico, Coleção Brasiliana Básica, Biblioteca Mexicana, Biblioteca Argentina, Biblioteca Peruana, Biblioteca Cubana, Videoteca e Sonoteca. Há ainda o Parlamento Latino-Americano e a Galeria "Mário Andrade". A Universidade do Terceiro Milênio é integrante ao Memorial para cultivar, difundir e fruir o saber e as artes, que conferem espiritualidade à vida das comunidades humanas e evolução sócio-cultural dos povos latino-americanos. O Estado necessário, neste caso de contexto latino-americano ao Brasil, deve ser podado para não asfixiar o empresariado, mas deveria ser recuperado nas funções indispensáveis de forma inteligente e direcionado. A lei agrária no Brasil pode ser considerada uma chacina anunciada, se não refazê-la. Com a indignação latente pelos problemas, é necessário ser militante cruzado com combatividade pela solidariedade humana. Por isso, que a universidade é a casa do espírito, da inteligência e do saber para alimentar essa militância. A militância escolhida é pela filiação à patria Brasil, com etnologia, socialismo e educação política.
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