Gigi 12/01/2015
#OQuintoMandamento #SuperIndico
O Quinto Mandamento ... Honra teu pai e tua mãe.
“Ficou surpreso ao perceber que não se tratava de morte por tiro. Massa encefálica se espalhava, grudada nos cabelos das vítimas”
Faz tempo que não escrevo porque ando meio sem tempo/pique, pela montanha russa que virou minha vida nos últimos meses. Mas acho que por conta da repercussão que esta tendo, fui “obrigada” a criar um tempinho.
Como voltou as telas e virou motivo de chacota na internet. Foi assunto até no Fantástico deste domingo (2). Depois de virar pastora no presídio e agora assumir um relacionamento (casar) com uma das companheiras de cela. Não poderia deixar de falar sobre a “queridíssima/famosa” Suzane Richthoffen. Vamos voltar um pouquinho no tempo: São Paulo no ano de 2002 o caso que chocou o Brasil e o mundo.
Li este livro no ano passado (2013) indicado por uma amiga, me interessei primeiramente por conhecer o caso, e pelo título que é muito bem elaborado, até meio irônico no meu ponto de vista. Não me arrependi nenhum pouco, sugiro que você que se interessar pelo livro tenha estomago para a leitura, realmente logo na primeira página fiquei enjoada e chocada. Ilana Casoy não só descreve detalhadamente a perícia feita na casa na madrugada do assassinato, como descreve também com riqueza de detalhes as necropsias feitas no casal Richthoffen. Vai além e descreve sucintamente como se dá normalmente o trabalho no instituto médico legal e como se deu naquele dia em relação ao crime. No livro: O quinto mandamento, a autora, consegue, de uma maneira até certo ponto muito serena relatar um fato terrível, e neste caso um crime horrendo. O comportamento dos policiais e investigadores durante a investigação e, mais particularmente, durante a execução da perícia, aparece de maneira brilhante na narrativa de Ilana. Pelo narrado ali, houve a preocupação científica, desde o primeiro momento, na máxima preservação possível da cena do crime. Cada detalhe foi levado em consideração, como a jarra com água na cabeceira da cama do casal; a qualidade e quantidade de sacos plásticos para lixo, do mesmo tipo que envolvia a cabeça de Marísia, sobre a cama do casal; as marcas de sangue no teto; a posição dos corpos; as marcas na madeira da cabeceira da cama; os móveis que foram mexidos ou não; as marcas de tênis; Tudo. É possível o leitor sentir-se como integrante das equipes que trabalharam nas investigações, dessa forma é quase impossível, depois de iniciada a leitura, se fazer alguma interrupção. É muito interessante como Ilana Casoy traça os perfis completos dos assassinos, concatenando, assim, as ações que conduziram ao desencadeamento do crime. O ódio que levou a filha não só planejar a morte dos pais, mas também, de participar, fica clara pela brutalidade do crime. Ilana foi a única jornalista a acompanhar de perto as investigações do caso Richthofen e, nesse livro, conta em detalhes tudo o que presenciou. Para finalizar, há uma série de fotos sobre a reconstituição do crime que complementam o livro e mostram como são os criminosos. Eles são tão normais quanto qualquer um que encontramos durante o dia a dia. Imagine quantas Suzanes e quantos irmãos Cravinhos você vê no centro da cidade sem fazer ideia de quem realmente são!
"Era a primeira vez que eu estava cara a cara com uma pessoa que havia matado alguém. Meus sentimentos eram, no mínimo, estranhos. Ver os assassinos na telinha é uma coisa rápida, distante. Assim fica fácil ter raiva, achar que ele é diferente, não é humano. Ali, naquela sala, o Cristian era um rapaz normal, desses que a gente encontra milhares de vezes por dia, por aí. Nada em sua aparência indicava que ele era um assassino."
O Quinto Mandamento, é um livro que em muito me agradou: uma investigação criminal de um caso verídico, escrito com um certo suspense; atiçando a curiosidade até desvendar os mistérios do caso, é um livro instigante e inteligente. Se alguém tiver interesse em ler tenho ele em PDF.