Daniel Bittar 03/08/2013
Muito melhor do que eu esperava...
Kalum é um daqueles livros que eu tive que ler na infância mas acabei não o lendo todo e deixei passar essa oportunidade. Meu gosto pela leitura chegou tarde, infelizmente, mas mesmo assim eu sempre deixei guardados todos os meus livros e Kalum foi um deles. Revirando minha estante eu o encontrei e marquei como objetivo de leitura. Não o li na época que deveria mas o faria agora. E ainda bem que fiz!
O autor Menotti del Picchia pode não ser tão consagrado quanto José de Alencar ou Carlos Drummond de Andrade, mas seu trabalho com Kalum é sem dúvida um destaque. Em uma época em que os textos realistas eram a regra, escrever um romance de aventura imaginativo como esse foi um feito. Nessa obra o que predomina é a apoteose de amor. Nas palavras do próprio autor: "O amor é a condição da própria vida." e "O amor é a própria vida, porque é germe da vida e é explicação e sentido da vida...". Essas duas frases resumem todo o enredo do texto.
Kalum conta a história de Karl e seu bando em uma expedição pela Amazônia para filmar uma tribo de selvagens antropófagos. Por azar deles são capturados por esses selvagens. Com a ajuda de um nativo e algumas encenações mirabolantes parte do grupo consegue fugir. Contudo Karl precisa arranjar outros meios para escapar de ser jantar dessa tribo. E no meio de sua fuga acaba chegando ao místico mundo de Elinor onde, em meio a fantásticos acontecimentos, ocorre a mencionada apoteose de amor.
Ao término do livro fica apenas um gostinho de quero mais e alguns questionamentos: Por que o livro é tão pequeno? Só 106 páginas? Bem que poderiam ser mais, não é? E por que não existem mais autores brasileiros criando histórias tão imaginativas e divertidas?
Espero que todos que tiverem contato com esse livro possam ter o prazer em lê-lo como o que eu tive.