Daniel.Fernandes 31/12/2015
Da selvageria à domesticação: A fascinante e visceral história de um lobo.
No clássico "Caninos Brancos"(1906), Jack London conta a jornada de Caninos Brancos, um lobo nascido na floresta que, após ser capturado, precisa aprender a se adaptar à vida na civilização.
O romance é marcado pelo recurso narrativo da antropomorfização, ou seja, atribuir aspectos humanos à um lobo. Com isso, Jack London consegue passar com maestria os sentimentos e a personalidade do protagonista animal, que sente vergonha, medo, raiva, tristeza, desprezo e até mesmo amor, apartando assim as suas condutas meramente instintivas.
A narrativa é bastante descritiva, mas nem por isso o texto perde fluidez. O recurso descritivo funciona muito bem, uma vez que somos transportados para o mundo de Caninos Brancos, e como leitores sentimos a sua brutal realidade de fome, frio, dor e raiva. Estabelecida uma singela relação de alteridade, somos levados a uma profunda reflexão sobre os limites da relação entre homens e cães.
Esta edição de "Caninos Brancos", de Jack London, que compõe a série de clássicos da parceria Penguin-Companhia, nos brinda com uma bela introdução de Daniel Galera, jovem escritor brasileiro que consagrou-se em "Barba Ensopada de Sangue" (2012). Apresenta também um breve perfil biográfico de Jack London composto pelo historiador britânico Andrew Sinclair.
Vale muito a pena conferir!