Os Pré-Socráticos

Os Pré-Socráticos José Cavalcante de Souza (org.)




Resenhas - Pré-Socráticos


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KæL 07/10/2022

Fascinante!
Pré-Socráticos foi a primeira obra da coleção "Os Pensadores" que li e posso dizer que o estilo já me conquistou. É fascinante como o livro articula uma série de conhecimentos e saberes para descrever de forma completa a vida desses filósofos que, mesmo com a tecnologia de hoje, tão pouco conhecemos.

De Tales de Mileto à Demócrito de Abdera; das teorias do princípio como cosmogonia e distinções entre ser e não-ser até a fundação do materialismo; de escolas filosóficas arcaicas à verdadeiras religiões como o culto à Orfeu ou radicalismos da doutrina pitagórica. Esta obra une quase tudo - senão tudo - o que se pode saber sobre aqueles que precederam o que hoje chamamos de "filosofia à maneira clássica", investigando seu momento histórico, suas considerações sobre o mundo, suas visões do 'eu' e, é claro, seu modo de filosofar.

O livro é organizado da seguinte forma:

[Resumo completo do que será abordado.]

*Apresentação breve do pensador em pauta.

A) Doxografia: síntese do pensamento do filósofo (geralmente escrita por Aristóteles que, em sua época - e também hoje em dia -, foi um exímio comentador).

B) Fragmentos recuperados de obras oficiais do filósofo (alguns podem simplesmente não possuir nenhum).

C) Crítica moderna, cujas autorias, em sua grande parte, serão de Georg W. F. Hegel e Friedrich Nietzsche, contando com uma participação de J. Burnet na seção correspondente à Leucipo de Mileto.

Além de todo o conteúdo sobre os Pré-Socráticos - o qual me auxíliou grandemente na faculdade de filosofia quanto a compreensão do pensamento de Aristóteles -, pode-se ainda tirar proveito de uma analise profunda no que se refere ao método de comentar dos filósofos modernos, fator que tem me esclarecido uma infinidade de conceitos presentes na Fenomenologia do Espírito (de Hegel) e no pensamento geral de Nietzsche.

Não avalio o livro com todas as estrelas porque ele pode se tornar uma obra um tanto maçante por natureza. Contudo, talvez seja mais eficaz se o leitor considera-lo como objeto de consulta, e não de leitura corrida.
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Clio0 09/05/2021

O primeiro volume da coleção os Pensadores traz uma seleção de filósofos Pré-Socráticos que não apenas forneceram as bases para o pensamento na Antiguidade como foram recuperados pela crítica moderna, e mais tarde, pelas pseudociências atuais - é fácil tecer conexões entre as teorias aqui expostas e coisas como "ciência dos cristais" e homeopatia.

A organização da obra é ótima, envolvendo doxografia (quando há a crítica ao pensamento, podendo envolver nomes como Platão e Aristóteles), os fragmentos recuperados dos trabalhos dos autores originais (muitas vezes em versos), e em alguns casos, crítica feita por Nietzsche, Hegel e Burnet.

Um cuidado especial foi a tentativa de datação: muitas pessoas conjecturam erroneamente que essas foram ideias sucessivas. Mas, os editores tentaram demonstrar que, na verdade, esses filósofos coexistiram quando não se influenciavam entre si.

De forma mais específica, temos exemplos escolhidos das teorias dos elementos, da definição pelo ser e não-ser, do movimento, da natureza, da percepção e, é claro, da moral. Os autores escolhidos foram Tales, Anaximandro, Anaxímenes e Leucipo de Mileto, Pitágoras e Melisso de Samos, Xenófones de Colofão, Heráclito de Éfeso, Parmênides e Zenão de Eléia, Empédocles de Agrigento, Filolau de Crotona, Arquitas de Tarento, Anaxágoras de Clazômenas, Demócrito de Abdera.

A edição é bem feita, com um texto introdutório sobre mito e filosofia para facilitar a leitura de quem é iniciante no assunto.
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Mariane 28/02/2021

Um dos melhores livros que já li! Muito bom e essa edição é maravilhosa! Recomendo
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Potingatu 08/02/2013

Um petisco para os iniciandos em Filosofia Antiga
Para quem já conhece essa série, sobretudo em suas primeiras edições, sabe do que esperar (e isso não se conta como uma qualidade negativa): são textos de certa fragmentariedade com o intuito de panoramizar um campo de estudo que, à época da publicação, não contava com obras nacionais de grande amplitude. Em virtude disso, não é de se esperar que, neste volume em específico, apesar das notas do organizador alertando sobre o procedimento de leitura dos fragmentos e doxografia (i.e., opinião dos antigos), o leitor iniciado não fica isento de se sentir sugerido a acreditar numa sequência linear das ideias ali expostas, quando entendidos em Estudos Clássicos bem sabem que assim não é.

É de necessidade se munir do discurso filosófico pra atribuir juízo de valor ao que, para um leigo, aparenta o processo de "desempacotar" como um livre-pensador grego desenvolvia suas ideias (i.e., o famoso conceito-senso comum do "encher linguiça"). Mas é de se esperar que havia um critério - mesmo que altamente subjetivo - dos críticos da modernidade em suas exposições acerca de cada um deles. Hegel procura ser mais sistemático; Nietzsche, mais passional; Heidegger, mais metódico e exegético. Burnet e Axelos são de certo modo indefiníveis, por figurarem menos nas críticas.

Em se tratando do texto introdutório, fica como sugestão pessoal de recomendação a quem nunca se enveredou pelos terrenos da Filosofia antiga. Um caminho possível para o estabelecimento de uma noção do que seja a Filosofia seja começar na obra de Richard Osborne (embora ela pareça muito mais direcionada a "Dummies" e a crianças com alto senso de curiosidade com seus 12, 13 anos) e seguir com outra obra "A Invenção da Filosofia", da Editora Odysseus (vide minha estante). Mas ressalto: essa tríade é o amplo básico para desenvolver estudos nas áreas.

Buscar conhecimentos de línguas antigas permite uma autonomia dos tradutores na interpretação dos fragmentos/doxografia (exceto as explanações de Heidegger, não temos os originais no grego neste), e o aprofundamento permite que se possa, a exemplo dos filósofos da modernidade, ampliar os horizontes de como a Filosofia, em seu sentido moderno, se constitui, e como o era na Antiguidade.

Juízos pessoais à parte, as críticas de Nietzsche foram as que melhor me deliciei nessa leitura.
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