A Mulher do Tenente Francês

A Mulher do Tenente Francês John Fowles




Resenhas - A Mulher do Tenente Francês


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Juliano.Ramos 30/08/2023

Um livro moderno com uma história do século 19, a história é muito bem contada e o final com dois caminho é fascinante.
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Nikolas 15/06/2023

Tenho sentimentos dúbios quanto a esse livro
É isso mesmo que você leu... Não sei se amo ou odeio esse livro. Posso dizer que sim, tiveram momentos incríveis onde eu me apaixonei por Charles e Sarah, mas também tiveram momentos que eu queria atirar o livro longe ou até colocar ele no congelador. Por isso, digo que tenho sentimentos dúbios.
A história é relativamente simples, um cavalheiro de Londres, futuro baronete, tira férias no interior da Inglaterra para acompanhar sua noiva. Eles não são um casal particularmente que se ama, mas nutrem um carinho entre si. Mas tudo muda quando Charles conhece a imoral, maculada, misteriosa e penitente Sarah, chamada por todos da cidade como "Tragédia" ou "A Mulher do Tenente Francês". Não vou dizer mais, senão seria um spoiler do desenrolar dessa história de amor situada na Era Vitoriana.
No geral apesar de momentos marcantes (e outros pesarosamente entediantes) o maior destaque do livro são seus múltiplos finais... Três para ser exato (mas concordamos que realmente são dois, se você também já leu o livro). Era isso, recomendo que assistam o filme, porque ele é muito bom, resolve muitos dos problemas do livro e também trás umas novidades muito interessantes.
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Grace @arteaoseuredor 27/06/2021

?A Mulher do Tenente Francês, de John Fowles
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?A história se passa em 1867, na Inglaterra. Charles está noivo de Ernestina, mas acaba se envolvendo com Sarah, uma mulher marginalizada pela sociedade por ter tido um caso com um homem, o Tenente Francês do título.
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?Mas não é só uma história romântica passada na época vitoriana. É uma história muito bem contada, o escritor fala com o leitor, faz pausas e nos dá três finais. A Personagem Sarah é intrigante, nunca sabemos o que ela realmente está pensando, e queremos entrar na cabeça dela.
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?John Fowles retrata a época, o papel da mulher na sociedade, a burguesia crescendo e superando a nobreza em questão de dinheiro e posses, mas inferiorizada por ela, a religião, a teoria da evolução de Darwin. E como a história foi escrita no final dos anos 60, nas suas intervenções ele fala da época que está vivendo também, e mais uma vez o papel da mulher é analizado. Gostei do livro.
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??? só agora estamos começando a compreender, ou seja, que o desejo de possuir e o desejo de usufruir se destroem mutuamente.?
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??Desejamos criar mundos reais como aquele em que vivemos, mas diferentes.?
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??Já disse antes que todos nós somos poetas, embora nem todos façamos poesia; do mesmo modo, somos todos romancistas, ou seja, temos o hábito de escrever futuros ficcionais para nós mesmos, embora hoje em dia talvez nos sintamos mais propensos a nos colocar num filme.?
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??O dever é um recepiente que pode conter qualquer coisa que se ponha dentro dele, desde on-line mal ao maior bem.?
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Carol 31/03/2020

Impressões da Carol
Lido: A Mulher do Tenente Francês {1969}
Autor: John Fowles {Inglaterra, 1926-2005
Tradução: Regina Regis Junqueira
Editora: Best Books
444p.

#1001livrosparalerantesdemorrer

Na superfície, "A mulher do tenente francês" segue o batido enredo de um romance vitoriano comum: um jovem cientista, de noivado marcado com uma moça da alta sociedade, apaixona-se por uma mulher pobre, bela e com um passado obscuro (anos antes, ela foi seduzida e abandonada pelo tenente francês do título).

O que torna esse livro um clássico incensado por sua originalidade é a genialidade de John Fowles e seu narrador atípico que, extrapolando seu papel primevo, interfere no enredo de diferentes maneiras. Além, da estrutura inovadora e metalinguística do romance.

Sabe o recurso da "quarta parede" tão em voga em séries como Fleabag e House of Cards? Em 1969, John Fowles já o utilizava com maestria, transformando o leitor num cúmplice da historia. O andamento do romance é interrompido várias vezes para que esta voz, que o narra, dialogue conosco, leitores.

O tempo do romance é o século XIX, mas o narrador é alguém da década de 1960. Seu olhar para o século XIX é ensaístico. Ele divaga e nos convida a refletir, junto a ele, sobre os costumes da época, a sociologia, a história, a literatura, a ciência. Sobre as contradições de um século iluminista no campo científico, mas tacanho no campo moral.

Um narrador que interfere, na trama, ao ponto de criar três finais para o livro - sendo que, em um deles, meu preferido, o próprio Fowles/narrador entra na história - deixando ao leitor decidir qual o final que mais lhe apraz.

Obra-prima que nos faz questionar o quanto ficcionalizamos o passado, nossa construção do "eu". Como somos personagens de nossa época, de nosso século. 444 páginas de puro deleite literário.? Com uma protagonista instigante.

Ps1. O livro foi adaptado para o cinema, em 1981. É a Meryl Streep na capa da minha edição.

Ps2. Infelizmente, as edições lançadas estão esgotadas. Há, no entanto, exemplares disponíveis via troca, pelo Skoob, e na Estante Virtual.? Vale e muito procurar em sebos.
Dhewyd 04/02/2022minha estante
Brilhante resenha!




Leila de Carvalho e Gonçalves 12/07/2018

Anticonvencional E Brilhante
Em 1969, o romance vivia tempos difíceis. No ensaio "Morte do Autor", o crítico Roland Barthes defendia uma escrita mais ativa e criativa, enquanto que o escritor John Barth decretava o fim do gênero em "A Literatura da Exaustão". Nessa atmosfera conturbada, o inglês John Fowles lançou seu novo livro, "A Mulher do Tenente Francês", um best-seller aplaudido pela crítica e que marcado pela ousadia, soprou para longe os maus presságios.

Partindo de uma impecável reconstrução da Inglaterra vitoriana, o escritor narra uma história do amor proibido entre um homem rico, às vésperas do casamento, e uma mulher pobre, abandonada pelo amante francês. Sarah Woodruff, é esse seu nome, reina soberana na obra. Ela é uma personagem esférica, de complexa dimensão psicológica cuja enigmática figura, aparentemente marcada pela melancolia e depressão, desafia a compreensão do leitor, ao passo que seu parceiro amoroso, Charles Smithson, ou sua rival, Ernestina Freeman, são personagens planas que reluzem pela coerência e previsibilidade.

Abordando o papel da honra numa sociedade marcada pela divisão de classes e dividida entre virtude e devassidão, Fowles prima pela maneira anticonvencional de apresentar o romance. Nele, o escritor realiza inúmeras interferências: discute o processo de criação, traça paralelos com o mundo contemporâneo, comenta o comportamento das personagens, altera seus destinos e se não bastasse, apresenta mais de um desfecho. O primeiro, não leva adiante e os dois últimos, com certeza, não pecam pela obviedade. Marcadamente pós-modernos, apresentam Sarah de duas maneiras distintas, o que altera completamente o entendimento da trama.

Valendo-se da metaficção, "A Mulher do Tenente Francês" revela-se uma obra multifacetada que permite explorar as profundezas da natureza humana. O teatrólogo Harold Pinter foi responsável pela sua adaptação para o cinema e contornou brilhantemente esse desafio, ao apresentar um filme dentro filme onde o real e o ficcional se confundem. Com Meryl Streep e Jeremy Irons, não deixe de assistir.

O jornal "The Observer", ao comentar o livro, afirma de que se trata "uma realização extraordinária." Essa três palavras descrevem precisamente as quinhentas páginas que o leitor terá pela frente.

Spoiler: Observe a sutileza de Fowles para retratar o casamento de Sam e Mary, os dois "criados oportunistas" da trama. Ele tem olhos azuis e ela, num tom acinzentado, portanto, o filho de olhos castanhos é resultado de alguma traição da jovem. O espertalhão acabou passado para trás...
Dhewyd 04/02/2022minha estante
Que resenha espetacular! Parabéns!




Dauri 21/04/2017

Somos produzidos
Romance de 1969. O narrador (que se faz bem presente) examina com as referências em voga nos anos 60 (psicanálise, marxismo, etc.) as personagens que transitam, se debatem, se submetem, se rebelam, vivem em meio aos fortíssimos costumes e valores da era vitoriana.
A leitura se torna bem interessante pelas conexões dessas três camadas. Sim, três, porque entramos na leitura com as condições, imposições, mazelas dos nossos tempos (2017).
Decerto, uma visão um pouco mais ampla sobre como somos constituídos em nossas subjetividades é o que obteremos, dentre outras possibilidades, com a leitura. E o que faremos com essa percepção acerca da produção das subjetividades? Bem, talvez ousemos resistir às subjetividades consumistas e infelizes que são produzidas em séries nesse século 21 e ousemos propor outros modos de vida, outros mundos.
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Maria - Blog Pétalas de Liberdade 16/10/2014

Um romance com mais de um final
A história se passa na Inglaterra, começa em 1867, durante a Era Vitoriana, uma época cheia de regras e normas rígidas de conduta. Charles era um cientista amador, de origem nobre. Ele tinha trinta e poucos anos e estava noivo de Ernestina, filha de um rico comerciante e mais ou menos dez anos mais jovem que ele. Ernestina foi passar alguns meses na casa de sua tia, numa pequena cidade a beira mar. Charles acompanhou a moça na viagem.

Na cidadezinha, ele conheceu Sarah Woodruff , uma mulher misteriosa, sem família, considerada louca por alguns e uma mulher perdida e pecadora por outros.
A fama de Sarah se dava por, pouco tempo antes, ela ter fugido para se encontrar com um tenente francês que passara algum tempo na cidade. Ninguém sabia ao certo o que aconteceu, o fato é que ela voltou para a cidade em poucos dias, mas sua honra já estava arruinada e seu nome na boca do povo.

Sarah era bonita, parecia mais culta que boa parte da cidade, mas depois da desilusão por que passou, vivia triste, beirando a loucura. Ela e Charles se esbarraram algumas vezes. O nobre rapaz sentia uma necessidade de fazer alguma coisa por ela, de ajudá-la a se livrar da depressão e começar uma nova vida em algum lugar onde ela pudesse ser feliz longe de seu passado. Sarah lhe pediu ajuda desesperadamente, por ser uma pessoa de fora daquele grupo de mente tão fechada, ele parecia ser o único que talvez pudesse ajudá-la.
Com essa aproximação, Charles se apaixonou perdidamente por Sarah. Por ela, ele seria capaz de jogar pro alto o futuro sem graça que parecia o aguardar se casasse com a ingênua Ernestina. Sua vida virou de cabeça para baixo!

" Oh, meu caro Grogan, se soubesse o horror que era a minha vida... inútil... sem objetivo. Não tenho convicções morais, nenhum senso de dever para com coisa alguma. Parece-me ter sido ontem que completei vinte e um anos, cheios de esperanças... todas destroçadas. E agora me vejo envolvido nesse caso infeliz..." (página 210)

"A mulher do tenente francês" é um livro com três finais. Foi isso que fez com que eu me interessasse por ele. Mais ou menos na metade do livro tem um, e os outros dois são nos últimos capítulos. Assim, o leitor pode literalmente escolher como gostaria que a história acabasse. Esse não é o único diferencial do livro, o narrador volta e meia parece conversar com o leitor sobre o que ele está contando. Como se para não nos deixar esquecer que é tudo ficção.

"Não sei. A história que estou contando é pura imaginação. Os personagens que crio nunca existiram senão na minha mente. Se tenho fingido até agora estar a par das ideias e pensamentos mais íntimos de meus personagens é porque estou seguindo (assim como adotei seu vocabulário e sua "voz") uma convenção universalmente aceita à época de minha história, ou seja, que o romancista está colocado na mesma posição de Deus. Ele pode não saber tudo, mas procura fingir que sabe. Vivo, porém, na era de Alain Robbe-Grillet e Roland Barthes, e se isto aqui pode ser chamado um romance, jamais será um romance na moderna acepção do termo." (página 92)

Mesmo com os três finais, nenhum deles me aquietou totalmente depois de tudo o que Charles sofreu por amor, terminei a leitura com uma pena enorme dele! Pensei por dias, e só consigo acreditar que o verdadeiro mocinho da história é Charles e não Sarah. Me parece que o desafio da história é tentar entender o que se passa na cabeça da " mulher do tenente francês", o que fez Sarah agir como agiu e tomar as decisões que tomou.

"A mulher do tenente francês" foi um livro que fui gostando aos poucos, bem aos poucos mesmo, até estar apaixonada por ele (ou pelo Charles?) no final. A edição que li é de 1982, por isso tem uma linguagem um pouco complicada de entender, além de a história ter muito mais descrições (principalmente dos cenários) do que acontecimentos.

"A morte não está na natureza das coisas. Ela é a natureza das coisas. Mas o que morre é a forma. A matéria é imortal. Através dessa sucessão de formas ultrapassadas que nós chamamos de existência, flui uma espécie de vida permanente." (página 275)

Eu particularmente não achei essa capa bonita (nem nenhuma das capas das outras edições). Quanto a diagramação, essa edição da Editora Record tem folhas amareladas e finas, as margens e a fonte tem um bom tamanho.Tem uma outra edição mais recente e com outra tradutora, de 2008, pela editora Alfaguara.

Meu trecho favorito:
"(...)uma tendência para fazer justiça pelas próprias mãos um método que sempre transforma o juiz num carrasco..." (página 401)


site: http://petalasdeliberdade.blogspot.com.br/2014/10/resenha-livro-mulher-do-tenente-frances.html
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InêsMaria 26/02/2014

A Mulher do Tenente Francês
A Mulher do Tenente Francês - John Fowles
Uma história escandalosa para os padrões e regras rígidos da Inglaterra vitoriana do século XIX. Sarah Woodruff é a mulher à qual o título se refere. Acostumada a vagar sem rumo pela costa de uma cidadezinha portuária, ela é considerada louca por alguns moradores do local. Já entre outros, ela é mal-falada, pois foi abandonada por um tenente francês que a desonrara, pro-metendo-lhe voltar. Sarah, em suas caminhadas, parece ainda ter esperança de que seu amado irá reaparecer. Todo este mistério que envolve Sarah conquista Charles, um nobre vitoriano que, de pas-sagem pela cidadezinha ao lado de sua noiva, encanta-se com a enigmática figura da mulher a-bandonada. A partir daí, surge uma trama intensa recheada de paixão, loucura e perda. Porém, A Mulher do Tenente Francês talvez não tivesse tanto prestígio se, paralelamente a esta história, Fowles não houvesse estruturado sua forma de contá-la a partir de comentários sobre o comportamento dos personagens, intervenções críticas em meio ao enredo e de um leque de opções que levam o romance a diferentes destinos finais. Quebrando a estrutura narrativa clássica, ele consegue transformar o papel do narrador, que já não é mais uma voz neutra, mas também comanda sua história e faz parte dela.

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Júnia 20/01/2014

Intrigante
Confesso que não gostei muito das interferências do narrador... Acho que quebram a atmosfera que a gente vai compondo em uma leitura de um livro de época. As descrições são primorosas e os personagens fascinantes e bem compostos. Gostei do desenrolar imprevisível da estória, psicologicamente, muito rico. Se participasse de um grupo de leitura com certeza sugeriria este, pois as interpretações seriam muitas. Gostei! Merece uma releitura cuidadosa. Vou procurar o filme pra assistir.
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Lista de Livros 23/12/2013

Lista de Livros: A Mulher do Tenente Francês, de John Fowles
“Só há uma boa definição de Deus: a liberdade que permite a existência de outras liberdades.”
*
“A solidão ou azeda as pessoas ou as ensina a ser independentes.”
*
“Nosso mundo gasta boa parte do seu tempo incitando-nos a copular, enquanto nossa realidade passa esse tempo todo nos frustrando.”
*
Mais em:

site: https://listadelivros-doney.blogspot.com.br/2009/11/mulher-do-tenente-frances-john-fowles.html
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cid 01/11/2012

As ações dos homens em busca dos seus objetivos
O romance se passa na década de 60 no século XIX, mas o autor , sabendo que o seu leitor vive no século xx e depois, conversa conosco como um historiador faria. É uma maneira diferente de narrar, porque informa, questiona e brinca com o leitor. E nos brinda com três finais diferentes. O primeiro no capítulo 44 , que inicia com um poema sobre o dever, Charles age de maneira totalmente convencional, casando com sua noiva e nunca mais vendo a pobre Tragédia. Eu adorei esse final, onde a senhora Poulteney é despedida do paraíso.Eu teria ficado muito satisfeita com o romance, se terminasse aqui.
Mas, JF prossegue e Charles deixa de lado a sensatez e mergulha fundo na paixão e nas viagens. O final, ou melhor, os finais acontecem nos capítulos 60 e 61, e ambos são muito belos. Gostei imensamente , de Dante Gabriel Rossetti e sua irmã Cristina Georgina Rossetti, terem sido inseridos na trama, embora JF não os cite nas epigrafes dos capítulos.
Na página 355, o autor , nos diz que o livro que provavelmente melhor define esse época é “ O médico e o Monstro”, afirmando que todo vitoriano tinha duas mentes.
Maravilhosa narrativa, que encanta desde o começo. Adorei conhecer literariamente a terrível senhora Poulteney, que exigia um trabalho insano dos seus empregados, e que tinha duas obsessões, a sujeira e a imoralidade.
O texto final é belo, falando do rio da vida, “de misteriosas leis e misteriosa opção”.
‘Pois eu voltei, ainda que por tortuosos caminhos, a meu conceito original:... a vida que nós próprios criamos dentro de nossas fortuitas possibilidades , a vida como Marx a definiu :”as ações dos homens em busca de seus objetivos”.
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janete 21/09/2012

Romance histórico ambientando no séc. XIX, em plena época vitoriana. No entanto, não se trata de um romance típico daquela época em que o escritor se mantinha ausente, limitando-se a descrever cenários de maneira cansativa. John Fowles intromete-se o tempo todo na trama, fazendo digressões pertinentes e conduz o leitor ora para um caminho, ora para outro, tornando a história mais viva e repleta de ação do que nunca. Charles é um nobre noivo de Ernestina, herdeira única de um império comercial, que na época não era vista com bons olhos pelas classes superiores da Inglaterra. Numa de suas viagens a Lymme, cidadezinha interiorana, para acompanhar a noiva que costumava passar férias na casa da tia, ele se depara com Sarah. Sarah é conhecida na cidade como A tragédia ou a mulher do tenente francês, devido ao caso que teve com Varguennes, cujo acidente no navio que vinha da França, o levou até aquela cidade. Em virtude da rigidez dos costumes da época vitoriana, Sarah torna-se uma pária da sociedade local, sendo-lhe incutida toda sorte de apelidos e preconceitos. É uma mulher marcada. Quando Charles se depara com esta mulher misteriosa e com sua trágica história, não consegue evitar toda a atração que se abate sobre ele. Charles, apesar de ser um cavalheiro típico vitoriano, luta o tempo todo com seus conflitos internos. A ciência está dando seus passos iniciais, o darwinismo e a teoria da evolução encontram eco nele, levando-o a todo momento tentar romper com os grilhões daquela época tão castradora. E é esse embate apertado entre duas forças antagônicas que o levam durante todo o livro a vários caminhos, tendo que escolher entre Sarah e Ernestina, honra e desonra, fraqueza e poder no final. É um livro ótimo, em que o autor encontra-se em pleno uso de sua forma e talento, brindando-nos com uma literatura de alto nível.
Claire Scorzi 21/09/2012minha estante
De acordo!!!




Claire Scorzi 03/03/2012

Um romance, dois finais, muita provocação
Aviso: esta é uma resenha temporária, porque este livro merece muito mais.
Eu teria muito a dizer sobre A Mulher do Tenente Francês.
O livro mistura os gêneros romance & ensaio; o narrador extrapola seu papel de narrador, interferindo no enredo das seguintes formas:
1. Comenta os acontecimentos;
2. Indaga sobre o caráter e a personalidade das personagens;
3. Faz digressões nos campos da sociologia, da história, da biologia e da história da literatura;
4. Apresenta dois finais para o romance.

Como minha "profissão é leitora", desconfiei qual seria o primeiro desfecho, e qual o segundo e último; o próprio Fowles/narrador sugere, antes de apresentá-los, que decerto o 2º final, por ser o 2º, irá definir a reação do leitor ao livro - por ser a última impressão.

Pois bem: burlei Fowles, o narrador. Conhecendo a ficção da 2ª metade do século XX, e começo deste século XXI, e suas tendências; conhecendo a preocupação dos escritores de nossa época em serem "levados a sério", eu sabia qual seria o 2º final e portanto mais "influente" em minha derradeira impressão do livro. Fui xeretar o fim, e confirmei minhas suspeitas. O que fiz? Li o 2º final primeiro (cap. 61) e o 1º final depois (cap. 60), tornando-o, para mim, o final definitivo. Ah-há. Enganei o narrador Fowles.

Ou não? Ele nos avisa que o final indesejado por mim (e imagino, por muitos leitores desse livro) tornar-se-á o final "decisivo" ao ser lido por último por nós, leitores; mas ele nos avisa. O aviso previne o leitor. Quantos, como eu, terão burlado a 'ordem' dos desfechos, para que o final desejado (e como diz o narrador Fowles, tão coerente quanto o outro) fosse a última impressão nossa ao findarmos a leitura? E se Fowles sabia que seria assim?

O final que me agrada é apresentado antes, mais elaborado, mais extenso. O final 2, simples variante dele, é mais abrupto e reflexivo, mais cerebral eu diria; enquanto o primeiro detém-se sobre pensamentos e emoções do momento presente da ação, o final 2 projeta-se para o futuro e questiona; por quê? Porque é um final "masculino"? E o final 1, um final "feminino"?

Instigante. Este livro mereceria mais. Ele provoca, provoca, questiona, deleita-se, comove, provoca, questiona...
Vera 14/07/2013minha estante
Olá .Claire,
Sua argumentação esta perfeita. Esse romance , se assim podemos dizer, eh muito bom, e o conheci em meados da dec. De 80, mas nunca me saiu da cabeça, até que encontrei depois o filme que também eh uma excelente adaptação. Assim a dupla livro e video, em uma combinação de primeira.




Nanda 03/06/2020minha estante
Eu terminei esse hoje!
E por mais que tenha gostado bastante do
enredo não gostei de nenhum dos 3 finais kk.




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