As barbas do Imperador

As barbas do Imperador Lilia Moritz Schwarcz




Resenhas - As Barbas do Imperador


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Carlos Nunes 17/12/2013

Bastante esclarecedor
O livro não é exatamente uma biografia de D. Pedro II, embora esta seja a espinha dorsal do livro. Muito mais que isso, o livro mostra todo o ambiente envolvendo a corte, às vezes até exaustivamente, o que torna alguns capítulos (como o referente aos títulos de nobreza concedidos pelo Imperador)um pouco cansativos. Porém é um livro excelente, bastante revelador, principalmente quando relata os últimos anos do Império, quando fica claro que D. Pedro estava exausto de ser Imperador. Outra coisa que fica clara é seu profundo amor pelo Brasil. Vale a pena a leitura.
Júlio 15/05/2019minha estante
Concordo, com tudo que você escreveu!
Quando busquei uma biografia sobre D. Pedro II, apareceu esse livro - corri para ler. No começo me frustei, pois - como você diz - não é uma necessariamente sua biografia. Porém isso não desqualifica o livro, apesar que minha expectativa era diferente. O livro poderia ser "As barbas do imperador - um relato sobre o segundo reinado" ou algo assim. Pois possui uma pouca coisa sobre a pessoa Pedro Alcântara, quase tudo é sobre D. Pedro II - isto, é sua figura pública.


Edméia 12/11/2023minha estante
Comprei esse livro em formato de livro eletrônico , hoje , (12 de Novembro de 2023, domingo ) , na Livraria Amazon ! O preço está ÓTIMO !!! Paguei apenas R$ 14,00 , arredondando para cima ! É um calhamaço ! Mais de mil páginas ! Todavia , gosto de ler livros com 500 páginas ou mais !!! Calhamaços me aprazem ! O mesmo parece ser MUITO BOM !!! Obrigada pela sua resenha aqui , Carlos Nunes ! Boas leituras para você. Fiques com Deus . Um abraço. (E que Deus tenha piedade de nós com este calor EXCRUCIANTE !!! Aqui na minha cidade , (Guaratinguetá - SP ), hoje, estamos com a temperatura , agora, dia 12 de Novembro de 2023 , domingo, 14 h 50 minutos , de 37° !!! Um caldeirão do demônio !!! KKKKKKKKKKKKKKKKKK ).




Rodrigo Ribeiro 19/02/2011

Monarquia e Tropicalismo
A história brasileira sempre foi ímpar.Alguns chegam a dizer que nosso país era a planta exótica das Américas.Uma monarquia cercada até o pescoço de repúblicas era condenada após o próprio nascimento,mas no livro de Schwarcz é apresentado toda uma obra explicativa sobre o período mais significativo desse governo: A era de domínio de D. Pedro segundo.Esse monarca,ao mesmo tempo que entrou no governo por um golpe de maioridade, foi criando e modelando sua imagem (que acaba sendo a imagem da própria monarquia brasileira) para que ela mostrasse o quanto o império brasileiro era forte e rígido,sem medo das ameaças republicanas.Para isso ele usou diversas imagens e artifícios,como a criação de uma nobreza européia em um país tropical,palácios e até mesmo sua barba e sua representação.No decorrer do livro,a autora também põe em foco o quanto essa monarquia era topicalizada,mesclando culturas européias e suas tradições com sincretismos e costumes indígenas e africanos,o que assustou muitos viajantes que por aqui passaram.
Esse livro é obrigatório para os amantes da boa e velha história.Um livro que mostra bem a máscara usada por nossa monarquia(e como a imagem de Pedro segundo se manteve até após a queda de seu regime monárquico).
Roger 28/05/2018minha estante
Certamente a monarquia brasileira teve suas "adaptações e ajustes tropicalizados", no entanto, essencialmente, o coração da governabilidade de Dom Pedro se centrava em algo único e indivisível: A Clareza, determinação e senso crítico apurados.




Nélio 19/07/2017

Quando optei pela leitura do livro, estava curioso por saber mais sobre D. Pedro II e sobre a monarquia brasileira. Sabemos muito pouco sobre nossa história e frente a tanta atrapalhada política atual, um governante brasileiro que ficou à frente do país por quase 50 anos chamou minha atenção. Ainda mais quando descobri seu lado de promotor da cultura, do saber e das artes.
Vou deixar de lado questões diretamente políticas sobre o livro, mesmo que elas tenham me agradado também. Agora quero pensar sobre a prazer de ler um livro tão rico, não só de fatos, mas de algo que vai além, que acredito ser a capacidade da autora de compor uma obra que não é cansativa e nem entediante a despeito do conteúdo. Ela conseguiu cativar-me com sua escrita, e eu não conseguia parar de ler. É claro que estava motivado e com motivação tudo é diferente, mas, pensemos bem, ler um livro sem motivação é o fim dos tempos!
Há partes altamente descritivas na obra, mas mesmo assim, aquilo vai compondo um cenário que quase me levava à corte brasileira do século XIX! Interessantíssimo ver como se deu a adaptação dos requintes europeus das cortes para a nossa realidade tropical. E o melhor foi notar como que o Romantismo, enquanto estética inclusive literária, serviu e se serviu desse momento histórico-social. Nada foi à toa quanto à figura do índio “aproveitada” pelos autores da época. Autores que foram, alguns, inclusive, mantidos pelo Imperador-mecenas. Caso de Gonçalves Dias e Gonçalves de Magalhães. Vale uma fofoquinha... José de Alencar, o maior escritor indianista na época, tinha uma rixa fortíssima com D. Pedro II! O monarca queria distância daquele que mais promovia através de seus romances o indianismo... Coisas da vida!
Ainda sobre o livro, a autora traz ao longo da obra citações de vários autores da época para apresentar o reflexo e o registro literário-social dos fatos em ebulição. Machado de Assis é citado a todo momento com seus contos e romances. Lima Barreto também aparece. Deu muita vontade de reler certos textos com novo olhar...
Sobre a figura de D. Pedro II, fiquei encantado, pois um garoto educado e preparado para ser rei em terras tropicais e que, já adulto, resolve, dentre tantas ações, dedicar-se à sua formação cultural e a de seu país, merece muito respeito. É claro que a oferta de cultura não era para todos, mas já era algo diferente da modinha. Foi pena tais valores terem se perdido tão precocemente com o fim da monarquia.
Merece destaque a opção da autora por acrescentar as imagens que falam dessa época. As gravuras, pinturas, quadros, charges etc. que retratam o Imperador e a família real foram enriquecendo o texto. Fiquei triste porque li o livro pelo Kindle e não pude aproveitar as imagens. Com certeza, eis um livro físico que desejo comprar.
Terrível de se ler foi a parte final do livro, quando a autora descreve o desmantelamento por parte do governo republicano da riqueza material e intelectual que a monarquia deixou, após o exílio da família real com o golpe da república. Quanta riqueza indo parar sabe-se lá onde!
Vou parar por aqui, mas deixo algumas passagens que valem a leitura da obra:
“Ante de mudar as estruturas econômicas parecia mais urgente, para d. Pedro, mudar os espíritos, e nesse sentido o imperador nunca escondeu quão enfadonha lhe parecia a política.”

“... um rei só alcança o verdadeiro amor, quando em si encarna as qualidades e defeitos de seu povo.”
Luca 29/06/2020minha estante
Excelente resenha!!! Nossa, estou convencido de comprar um esse livro. Obrigado!!




jonasdanker 05/05/2011

O livro é uma excelente fonte aos que se interessam mais pelas questões culturais. Já aqueles que procuram informações sobre as questões econômicas do país não têm sua sede saciada.
O livro foca principalmente o dia-a-dia de Dom Pedro II, da família real e da corte. Há um capítulo sobre os modos da corte, outro sobre como eram as festas. A política entra em segundo plano, aparecendo mais à partir da segunda metade do livro, no capítulo dedicado à guerra do Paraguai. Economia é um tema praticamente ausente. Inaceitável não encontrarmos nada relevante sobre o maior empresário do império, o Barão de Mauá.
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Wagner 24/10/2013

ALMEJAR UM MODELO DE CIVILIZAÇÃO...

(...) A civilização que D.Pedro II e sua corte almejavam era, portanto uma exceção dentro de seu grande Império. Um modelo talvez; uma idealização, quem sabe(...)

in SCHWACZ, Lilia Moritz. AS BARBAS DO IMPERADOR: D. Pedro II, um monarca nos trópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. pp. 245.
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Ze 23/12/2014

Excelente Leitura
Trabalho minucioso, contando com detalhes que algumas vezes tornam a leitura um pouco difícil, contudo é rico e capaz de desenhar o dia-a-dia da vida na corte tendo como personagem principal D. Pedro II, mas não se trata de uma biografia, diria que a narrativa nos coloca no ambiente da época sem se preocupar com profundidade nos temas polítcos e econômicos.
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Volnei 31/05/2015

As barbas do imperador
Sua vida não foi nada fácil. Sem a presença da mãe logo na primeira infância e em seguida sem o pai, ele foi criado e devidamente educado por pessoas da confiança de seu pai, mesmo assim pode-se dizer que por estranhos . Isso é só o começo já que pesa sobre sua cabeça a coroa do único império das Américas . Tendo apenas a seu lados suas irmãs como família D. Pedro II carrega até seus últimos dias o peso da coroa brasileira. Com tanta dificuldade, tanta responsabilidade, jamais deixou se levar pela vaidade ou mesmo pelo titulo de imperador. A humildade era uma de suas maiores características. Ele mesmo afirmava que o seu titulo de imperador só era para ser usado dentro do Brasil, fora de nossas fronteiras sou apenas Pedro de Alcântara, como ele mesmo afirmava. Somente depois de muitos anos do fim da monarquia é que alguns historiadores vão reconhecer o grande homem, o grande imperador que foi Dom Pedro II

site: http://toninhofotografopedagogo.blogspot.com.br/
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GeanPerius 24/08/2017

A vida do Magnânimo.
Ótima obra, abrangente. A autora narra aspectos da vida de Dom Pedro II, de seu nascimento ao seu exílio na Europa; o contexto social brasileiro à época; as relações hierárquicas dos nobres bem como os meandros para a ascensão social dos menos favorecidos de nascença, mas abastados (novos-ricos). Incluem-se imagens da época e o que achei muito interessante: brasões heráldicos da nobreza. O material tipográfico do livro é muito bom, com papel liso e layout ótimo.
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Rafael 30/07/2018

O poder simbólico da imagem
No livro, Lilia Schawrcz apresenta uma extensa pesquisa sobre a figura de Dom Pedro II durante o segundo reinado. Mas o livro não é mais uma biografia sobre o imperador, a autora por meio da iconografia, inova, ao tentar desenhar um personagem partindo de diversos elementos como a fotografia, a xilografia, a litografia para formar um painel que ultrapassa a História Positivista e se insere em um modelo mais verticalizado - trazendo elementos da cultura e sobretudo simbólicos para mostrar o que significava no imaginário popular o personagem Pedro II enquanto imperador.

Por meio de autores que teorizaram a monarquia europeia, como Marc Bloch, Norbert Elias, Kantorowicz – aliada, em grande parte, ao acervo doado por Dom Pedro II depois do banimento no país – com mais de 20 mil objetos para diversas instituições, como o IHGB, o Museu Imperial de Petrópolis, o Arquivo Nacional, a Biblioteca Nacional –, a autora tenta ressignificar os elementos herdados da monarquia europeia para a construção da figura simbólica de Dom Pedro II.

A construção da figura pública de Pedro II é composta, basicamente, de duas instâncias – uma política e institucional e a outra mítica, que marca o imaginário da população a partir de símbolos e rituais que tentavam persuadir a população da grandeza do rei. Por meio de cerimônias, espetáculos, o imperador desfilava com seus adereços: a coroa, o cetro, e estimulava o imaginário dos presentes. Assim, o imperador fora um mito antes de ser realidade.

Uma das imagens icônicas do início da segunda regência, foi seu coroamento. No ritual de coroação o imperador selava a sua imagem, mostrando ser uma figura compromissada com a nação, sério, pleno de sua missão imperial.

Muitas imagens no decorrer da regência mostravam Pedro II próximo de bibliotecas, segurando livros, de modo a mostrar seu lado intelectual, o qual fazia jus a sua imagem. Todavia ao mesmo tempo em que ele se mostrava letrado, a chaga da escravidão era antagônica à sua imagem.

No decorrer da década de 70 a Monarquia passava por dificuldades, sobretudo pela ascensão republicana e pela continuidade da escravidão. Pedro II revelava o seu desconforto com o poder, e sua imagem pública ficara diminuta – pois ele começava a dispensar os adereços monárquicos, se vestia apenas com uma jaqueta escura – fazia menos cerimônias possíveis, se parecia cada vez mais com um cidadão comum.

Portanto, Pedro II na tentativa de se consolidar no âmbito político, em meio às suas ações no país, ele utilizou-se de um grande aparato simbólico, ritualístico para persuadir a população de suas realizações enquanto realeza. Monarca como era, tentou ressignificar o papel das monarquias europeias em um país tropical, diverso de sua matriz originária. A simbologia construída durante o segundo reinado ultrapassou o âmbito meramente político no imaginário da população –, ela consolidou algo inconsciente e valiosamente poderoso para a afirmação da Monarquia brasileira e, sobretudo, a imagem de Dom Pedro II.
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Ted 15/01/2019

Um retrato político/cultural do Brasil Império
O livro As Barbas do Imperador retrata detalhadamente e criticamente o Brasil de Dom Pedro II, um dos maiores, ou senão o maior, Chefe de Estado que o Brasil já teve.

No começo, há a recapitulação do Brasil antes de sua coroação, especialmente nos reinados de D. Pedro I e Do João VI, no qual prepararam os alicerces de seu futuro reinado.

Vemos os costumes da aristocracia recém-criada pelo Magnânimo, no qual os costumes recém-importados da Europa e a exaltação da cultura indígena contrastavam com a massiva presença de negros escravizados. Mostra também a habilidade de Vossa Majestade em conciliar com os interesses de vários setores com a sua predileção às artes, à ciência e à tecnologia.

Por fim, explica, de maneira crítica, o porquê do nosso Imperador-cidadão sofrer o Golpe Republicano de 1889, apesar da alta popularidade após a promulgação da Lei Áurea.

Enfim, é um bom registro a ser lido aos que querem saber sobre essa grande figura de nossa história, com um ampla bibliografia e sem ufanismos.
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Ricardo.Vibranovski 04/03/2020

O Império e seus símbolos.
Essa obra de Lilia Schwarcz não é um livro de História propriamente dito. Não se foca em eventos e personagens históricos, mas busca uma compreensão do período monárquico através dos seus símbolos, tangíveis e intangíveis, oficiais e populares. Uma ampla gama de assuntos é abordado: a mitologia erigida em torno de D. Pedro II a partir de seu nascimento, a concessão de títulos monárquicos, a construção de uma imagem alegórica do país através da romantização dos habitantes indígenas, o virtual desaparecimento dos negros das imagens oficiais, as festividades da corte e as populares, entre uma série de outros temas.

Tudo isso traz uma percepção sutil e necessária de um período significativo para a formação do Brasil como nação, e escancara, para o bem e para o mal, os pilares a partir dos quais nosso país foi erguido.
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vanessamf 18/05/2020

Um estudo da simbologia de Dom Pedro II
Este livro é acadêmico, por isso, em alguns trechos se torna bem técnico, principalmente em sua conclusão. Apesar disso, é bem interessante e serve de biografia de Dom Pedro e de um retrato dos costumes da monarquia brasileira. Por isso, tem muitas imagens ilustrativas e pode ser um complemento a quem leu 1889 de Laurentino Gomes.
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Ricardo de Andrade 03/07/2020

O Monarca dos Trópicos em uma perfeita biografia
Magnânimo! Assim como o apelido do imperador Dom Pedro II, assim se pode definir a obra biográfica e ensaísta de Lilia Schwarcz. Nesse livro, a autora evita cair nos "mitos" já conceituados do antigo imperador e faz uma pesquisa completa, neutra e imparcial da vida do monarca e seu império tropical. Em algumas partes, a leitura se torna densa e pode ser cansativa (como na descrição detalhada dos costumes da nobreza brasileira), mas da metade do livro para o final, temos uma leitura muito agradável e que engrena de forma que queremos saber mais sobre o assunto. O fato é que ao final da leitura, não senti estima nem mesmo desprezo pela figura de Dom Pedro II. Fiquei com um certo sentimento de ter sido levemente alienado, já que o "Monarca dos Trópicos" construira sua imagem de "monarca pensador ou mecenas", ano após ano, cautelosamente, e com isso pôde garantir seu espaço no imaginário da população brasileira... Mas não sabemos se tudo que ele fez enquanto monarca, ao apoiar o florescimento da ciência, da cultura e das artes no país, foi por sua imagem e seu trono ou por querer realmente levar o Brasil a um outro patamar, comparável às grandes potências europeias. O fato de ele não se interessar pela política do país e nem mesmo por questões recorrentes e importantes no Brasil como a escravidão, reforça ainda mais a questão. Por fim, a dúvida que fica acerca da trajetória do Imperador é quando começa a história propriamente dita e quando começa o mito. Você só pode ter essa noção lendo as páginas de "As Barbas do Imperador". Recomendadíssimo.
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palmares 18/01/2021

Um livro necessario para quem quer se aprofundar na historia do brasil na epoca de d. Pedro II. Traz bastantes detalhes de como foi sua vida, suas escolhas, seu exilio e morte. O livro tambem apresenta muito material da epoca, muitas fotos e pinturas, o que enriquece o aprendizado.
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Thiago662 23/08/2021

O homem e o mito
O objetivo do livro é analisar como se construiu o mito Pedro II, como mártir da nação (o órfão ainda criança; o homem que queria ser professor e não imperador; o casamento arranjado; o pai que perdeu seus filhos em tenra idade; o velho que morreu exilado após anos de dedicação ao país). Uma memória que foi fabricada, desde o início do seu reinado, e que vem sendo difundida no Brasil desde então. Nesse sentido, a autora não está tão preocupada com o relato biográfico. Certas passagens passam meio que batidas, por exemplo: as viagens do imperador ou uma análise mais detida de seus escritos e diários.

Mesmo assim é um livrão, ricamente ilustrado com as diferentes imagens de Pedro II. Interessante ler as análises que explicam como uma monarquia se constituiu no Brasil justamente num momento de crise do antigo regime e do antigo sistema colonial e cercada de repúblicas. Em alguns momentos do livro o imperador parece até um personagem secundário. O capítulo "Como ser nobre no Brasil" é dos mais chatos, por ser altamente descritivo.

Não achei que a leitura trouxe muita novidade em relação a D. Pedro. Mas uma das teses é certamente reveladora. Na escola estudamos, e ensinamos, que a crise do Império se deve a inúmeras crises (política, religiosa, econômica, militar e etc). A autora aborda a forma como D. Pedro foi se distanciando dos súditos após a Guerra do Paraguai. A mudança na sua imagem, o abandono de símbolos majestáticos, e a configuração do imperador cidadão, que rejeita a pompa, os rituais e o glamour, faz com que o encanto em torno da monarquia se abale e, em última instância, se torne desnecessária. Por outro lado, são essas características que tornam D. Pedro um novo herói, já no panteão republicano: o imperador que não tinha luxos, que patrocinava artistas e cientistas, em detrimento da manutenção de seus próprios palácios, o mais republicano do que os próprios republicanos.
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