Esfinge

Esfinge Coelho Netto




Resenhas - Esfinge


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Gárgula 09/06/2021

Esfinge, de Coelho Neto
Um livro que me deixou curioso
Desde o lançamento de Esfinge, de Coelho Neto, pela Editora Legatus, minha curiosidade estava a mil. O autor carrega em sua história a glória e o esquecimento. Escolhido como bode expiatório dos Modernistas, acabou jogado no ostracismo da história. Infelizmente morreu sem merecer tal final.

Nota importante para o projeto gráfico do livro, belíssimo por sinal. Uma obra que dá prazer em abrir e que te remete à uma outra época. Certamente uma cápsula do tempo toda bem ornamentada.

Prefácio do Editor
Giancarlo D’Anello assina um belíssimo prefácio como editor da obra. Ali ele aponta fatos sobre a importância da leitura de Coelho Neto, além de pontos de destaque sobre sua história. Excelente texto que já apresenta bem o autor maranhense.

Prefácio de Alexander Meireles da Silva
Os prefácios de Alexander Meireles da Silva certamente já são um dos paratextos que mais procuro atualmente nos livros que leio. Ele aqui vai além, trazendo uma fotografia esmiuçada da obra, que foi seu objeto de doutorado. Um texto inegavelmente cirúrgico que ajudará demais o leitor a entender a mente de Coelho Neto.

Decifra-me ou te devoro
A obra de Coelho Neto realmente bebe na fonte de Frankenstein. Apesar disso ela consegue utilizar com maestria essa influência e ainda assim imprimir sua própria digital.

O autor entretanto diverge neste ponto de Mary Shelley de maneira poética e especialmente trágica. Ele opta por mostrar, através da oposição, um efeito tão similar quanto o de Frankenstein em torno de sua natureza peculiar. Enquanto na obra de Shelley temos o abandono, em Esfinge já percebemos o acolhimento. Seu tutor, Arhat, é um exímio médico e arcanista (Magna Ciência). Estes conhecimentos o permitem materializar sua criação.

Além de Arhat ensinar James Marian, ele lhe destina toda sua fortuna, um fator importante de aceitação social que o leitor perceberá pela leitura. James Marian ainda assim é cercado pela melancolia extrema de sua existência única, buscando da mesma forma entender quem é realmente. O fato dele ser um transexual é uma característica fundamental junto a toda reflexão que a obra aborda.

O narrador sem nome torna-se um confidente de James Marian e descobre nele poderes muito além do entendimento humano. Isto o leva certamente ao limite e por pouco não se torna outra vítima da verdade fantástica daquele ser.

Considerações finais
Em suma, uma obra que precisa ser lida por todos os amantes do gótico e do horror. Rica em personagens e tipos nacionais, espelha uma época brasileira que vale ser lembrada. Ademais, uma história que afirma sua presença na literatura fantástica com maestria.

O posfácio de M. Elizabeth Ginway é outro texto importante, pois desnuda partes da obra que precisam de reflexão e atenção. Indico demais a leitura.

Reli Frankenstein há pouco tempo e a leitura de Esfinge, de Coelho Neto, em seguida foi, sem dúvida surpreendente. Espero que seja dessa forma para você também.

Resenha publicada no blog Canto do Gárgula

site: https://cantodogargula.com.br/2021/06/08/esfinge-de-coelho-neto/
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Fernanda 15/06/2011

Resenha: Esfinge (Coelho Neto)

Bom dia, Caçadores!
Tudo bem com vocês?
Hoje a resenha é especial, afinal o autor é uma pérola do Maranhão!
Fiquei super feliz por isso!
Vamos conhecer?


Ed. Infinitum
Ilustração de Capa: Jussara Gonzo
Editor: Daniel Cavalcante Sousa
ISBN: 978-85-64389-00-7
Formato: ebook (ePub)
Notas: Capa: 7.0
Conteúdo: 8.0
Diagramação: 8.0


Sinopse: A história tem como pano de fundo o cotidiano da pensão de Miss Barkley, habitada por músicos, intelectuais e estudantes. A rotina é alterada com a chegada de James Marian, um hóspede inglês excêntrico e recluso. Pouco se sabe sobre ele, porém sua presença causa espanto e admiração de todos devido à sua aura de mistério e uma peculiaridade física ― ostenta o mais belo rosto feminino apoiado sobre um esbelto corpo masculino, sendo descrito como “a mais formosa cabeça de mulher sobre o tronco formidável de um Hércules de circo.”


A história do livro é contada em torno da Pensão Barkley, situada na rua do Paissadú.
Por ter diversos hóspedes, podemos analisar os conflitos humanos e as diferenças de opiniões, presentes em ambientes sociais.
A administradora da pensão, Miss Barkley é sinônimo de carisma e autoridade, ninguém mexe com ela, pois um olhar que ela dá, já retrata o que ela quer dizer.
Há o comendador Bernaz, um homem ignorante e muito atrasado, bem como a professora Miss Fanny, que demonstra timidez e sensibilidade em contraste.
Outros personagens envoltos na trama são:
Alfredo Penalva, o quitanista de medicina; Perícles de Sá, viúvo, empreiteiro de obras e fotógrafo aos domingos; Basílio, um guarda-livros; Crispim, estudante de direito; Os irmãos Carlos e Eduardo, empregados em uma casa importadora e o famoso James Marian, inglês, tímido e um homem de rosto feminino com corpo atlético, sendo que tais características despertam o interesse e o ódio entre os viventes da pensão.

Acredito que Coelho Neto, mesmo antes de viver em nossos tempos, trouxe uma grande lição com essa obra. Temos que aprender a respeitar o diferente, afinal somos criaturas diferentes por dentro e por fora!

Para conhecer a resenha completa:
http://www.cacadoradelivros.com
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