Teologias contemporâneas

Teologias contemporâneas Stanley J. Grenz ...




Resenhas - Teologias contemporâneas


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Matheus656 15/05/2024

Livro fundamental para quem quer compreender a origem de todas as teologias que temos hoje. Lado histórico e filosófico. Gostei!
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Alex 10/01/2013

Stanley James Grenz (07/01/1950 – 12/03/2005) foi um teólogo cristão americano de origem batista. Graduou-se na Universidade do Colorado (EUA) em 1973, obtendo seu M. Div. no Seminário de Denver três anos mais tarde. Tornou-se doutor em Teologia pela Universidade de Munique, na Alemanha. Foi ordenado pastor em 1976. Atuou em várias convenções e agências batistas e também foi editor-consultor da revista Christianity Today. Grenz foi professor de Teologia Sistemática e Ética Cristã no Seminário Batista Norte-Americano entre 1981 e 1990. Durante doze anos (1990-2002) atuou como professor de Herança, Teologia e Ética Batista no Colégio Teológico Carey, bem como no Regent College em Vancouver (Canadá). Entre 2002 e 2003 foi professor de Teologia na Universidade Baylor e no Seminário Teológico George W. Truett em Waco, Texas. Em agosto de 2003 retornou ao Carey a fim de concluir seu trabalho como professor de Teologia. No final de 2004 assumiu uma ocupação adicional atuando como professor de Estudos Teológicos no Mars Hill Graduate School. Sua principal contribuição foi colocar em evidência as discussões acerca de como o cristianismo evangélico deve se relacionar com o mundo. Tendo escrito sobre uma ampla gama de assuntos – de sexualidade, até apologética básica, passando por história – Grenz foi uma das principais vozes evangélicas no final do século 20 e início do século 21.

Edward L. Miller é professor de Filosofia e Estudos Religiosos na Universidade do Colorado. É autor dos livros Salvation – History in the Prologue of John (1989) e God and Reason (1995), entre outros.

Por meio dessa obra os autores se propõem a sintetizar e filtrar os pensadores e as idéias mais importantes no âmbito dos estudos teológicos contemporâneos. Nesse sentido, adotou-se como recorte temporal o século XX, mais especificamente, como marco inicial, a ruptura que se deu com o paradigma anterior a partir de meados da década de 1920.

Para tanto, optou-se por dividir o livro em treze capítulos, cada um dos quais dedicado a um teólogo que, por ser seu maior expoente, acabou identificado inequivocamente a um determinado movimento teológico. Há, ainda, um apêndice, que funciona como uma espécie de refrigério em meio a tanta sequidão teológica, escrito por Jonas Madureira e dedicado à vida e à obra do principal teólogo do evangelicalismo estadunidense, Carl Ferdinand Howard Henry.
Os autores foram muito felizes na escolha dos personagens que comporiam o “elenco” que desfila pelas páginas da obra. Nomes do calibre de Barth, Bulltmann, Tillich, Bonhoeffer, Pannenberg (de quem Grenz foi discípulo), entre outros, homens que, para o bem ou para o mal, definitivamente deixaram sua marca na história da teologia cristã.

A primeira coisa que temos que ter em mente quando lidamos com obras desse tipo é que os pensadores aqui retratados são, antes de qualquer coisa, homens do seu tempo. Isso quer dizer que eles desenvolveram suas respectivas teologias a partir de um contexto específico, em resposta a determinadas situações, como que reagindo a movimentos previamente estabelecidos. O leitor, portanto, tem que tomar muito cuidado para não fazer julgamentos precipitados, taxando esse ou aquele teólogo de herege (muito embora alguns deles realmente o sejam), ao desconsiderar todo o ambiente situacional que o cercava, simplesmente transportando argumentação do autor para os dias de hoje. Tal manobra, que a maioria de nós comete quase que inconscientemente, é o erro capital do historiador, o famoso anacronismo, e bem se observa que Miller e Grenz não chegaram nem perto de cometê-lo.
Ora, todos os teólogos citados no livro desenvolveram suas teologias na tentativa de adaptar o cristianismo ortodoxo ao seu sitz in leben. Houve quem se aproximasse da ortodoxia clássica, ganhando, por isso, o rótulo de neo-ortodoxo. Houve, por outro lado, aqueles que, nessa tentativa, se afastaram de tal forma dos pilares do cristianismo que se pode até mesmo questionar, de forma legítima, se são, de fato, teólogos cristãos.

Não é por mera questão de estilística que Miller e Grenz escolheram “teologias contemporâneas” para ser o título do livro, ao invés de sua contraparte no singular. O que se vê no desenrolar da última centúria é realmente o surgimento de várias teologias que, não obstante compartilharem alguns resquícios em comum, apresentam desenvolvimentos e chegam a conclusões bastante diversas e, em alguns pontos, até mesmo contraditórias entre si.

Todavia, mais do que contraditórias, as respostas oferecidas pelas teologias contemporâneas são insatisfatórias. E o são porque na tentativa de adaptar o cristianismo ao homem moderno/pós-moderno seus defensores deliberadamente abriram mão das verdades salvíficas da teologia cristã, transformando-a em algo indistinto e, conseqüentemente, irrelevante.

O que originalmente era imbuído de boas intenções, isto é, tornar o cristianismo “palatável” ao homem moderno, na verdade se mostra o mais execrável de todos os intuitos, pois, ao fazê-lo, oferece aos incautos um arremedo de Cristo e, portanto, um arremedo de salvação. Ora, os fundamentos do cristianismo são inegociáveis. Jesus Cristo é o único caminho que leva a Deus. Aceitar essa declaração é imperativo para todo aquele que deseja ser salvo. Qualquer afirmação que esteja aquém ou além disso é pura heresia e serve a outros propósitos que não a glória de Deus.

Definitivamente, não se trata de um livro cuja leitura seja fácil. Algumas idéias aqui apresentadas demandam certo esforço por parte do leitor para serem apreendidas corretamente. Isso ocorre não por que o livro seja mal escrito, absolutamente. Trata-se simplesmente de uma questão relacionada à complexidade da argumentação. Por isso, acredito que o livro será mais bem apreciado por aqueles que já carregam consigo uma determinada bagagem de estudos teológicos e filosóficos.

Além disso, não acredito que a leitura desse livro seja recomendada a neófitos ou estudantes de teologia que não estejam com suas convicções teológicas bem alicerçadas. É óbvio que a intenção dos autores não é desencaminhar ninguém, já que o tom neutro que adotam enquanto “narradores” é facilmente perceptível ao longo do livro. Mas não é por causa disso que vamos abaixar nossas defesas, permitindo que irmãos ainda ingênuos e, portanto, sem preparo para enfrentar os argumentos propugnados pelos teólogos contemporâneos, sejam lamentavelmente enredados pelos mesmos, vindo a criar dentro de si sementes de dúvidas quanto ao verdadeiro evangelho de Cristo. Este, de fato, é um perigo real em relação ao qual devemos nos acautelar.

Feita essa ressalva, trata-se de um livro recomendado a todos aqueles que desejam ser apresentados a um rápido panorama do cenário teológico contemporâneo. Para um maior aprofundamento acerca dos autores e suas respectivas teologias, recomenda-se a leitura das obras de referência, muitas delas citadas nas notas de rodapé.

Soli Deo Gloria.
Vanderley Batista 20/11/2016minha estante
Muito boa resenha! Quero ler o livro agora.




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