Cartas para a minha mãe

Cartas para a minha mãe Teresa Cárdenas




Resenhas - Cartas para a Minha Mãe


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Maria.Batagin 28/06/2023

Marcante
Que história marcante.
Uma menina que perde a mãe e escreve cartas constantes para ela e pelas cartas você vê como as ideias, opiniões e a maturidade aflorando e o amor a cada dia é maior.
Essa parte do livro me quebrou
?Mamãe, embora preferisse ter você aqui comigo e não aí, tão distante, quero que saiba que eu perdoo você.
Perdoo pelos dias em que você não esteve a meu lado e pelos que ainda faltam. Sei que vai cuidar de mim aí do céu. Não se preocupe. Eu estou bem. E logo encontraremos papai. Tudo ficará para trás. E nós nos veremos algum dia, mãezinha. Adeus. Eu a amo muito... SUA FILHA
A Leitora Compulsiva 30/06/2023minha estante
Meu Deus, se eu ler esse livro vou passar mal de tanto chorar.

Do jeito que tenho medo de perder a minha... ???????


Maria.Batagin 30/06/2023minha estante
Eu tenho esse mesmo medo, mas a leitura é tão linda, ver o crescimento se aflorar sem nunca deixar de lembrar e amar a mãe ausente. Vale a leitura. Pelo Kindle estava como gratuito.




Flavia Flavitchia 04/12/2021

Lindo; Emocionante; Triste e Favoritado! ??
Um livro tão curto em páginas e tão grande em sentimentos. Eu amei! Queria guardar essa menina - que não conheci o nome- num potinho!

Ps.: Pode conter gatilhos de estupro e suicídio, mas não de forma explícita.
Edu 04/12/2021minha estante
a forma que a família trata ela é horrível


Flavia Flavitchia 04/12/2021minha estante
Muito, Edu! E o olhar inocente dela sobre isso é o que mais me doeu.




Poesia na Alma 18/09/2016

Resenha - Cartas para minha mãe
Cartas para minha mãe, de Teresa Cárdenas, 108 páginas, Pallas Editora, traz a história sob os olhos de uma menina de 10 anos que logo cedo perdeu a mãe para a morte. Para manter a mãe viva, passa a escrever cartas destinadas a mãe, quase como um diário.


“Não sei porque tia Catalina ficou comigo. Só se importa mesmo com as filhas. Lilita e Niña passam os dias zombando de mim. Eu não ia zombar se a mãe delas tivessem morrido.”

O dia a dia da menina vai desvelando as problemáticas vivenciadas pela população negra de Cuba e seus registros quase dão vida a uma amiga imaginário, fica difícil não sentir a presença da mãe.

“Não gosto que digam que os negros têm nariz achatado e beição. Se Deus existe, com certeza está furioso por ouvir tanta gente criticando sua obra.”

“Algumas pessoas não sabem ser negras. Tenho pena delas.”

A espiritualidade também está presente nas cartas. Quando a prima Lilita adoece, a menina narra a saga da família entre chás, rezas e banho de descarrego para afastar mau olhado. Assim a vida vai passando e a menina resistindo. Resistindo em não perder a memória da mãe, resistindo em não abandonar sua negritude, em não aceitar ser escrava 'livre' da sociedade branca, e, principalmente, resistindo em não ser o ‘bode expiatório’ da família.

O final não poderia ser melhor. Lindo, comovente, emocionante. A menina, já adolescente, finalmente vivencia o luto, passa a entender melhor as situações, começa a virar mulher. É quando os segredos de família não são mais um monstro e a menina-moça-mulher pode digeri-los sem adoecer. Conhecer um pouco da Literatura Cubana foi um prêmio que me dei em 2016. Teresa Cárdenas é uma das mais destacadas figuras da nova geração de escritores cubanos. Recebeu o Prêmio Casa das Américas, o Prêmio David e o Prêmio Nacional da Crítica Literária. É uma bailarina renomada e exerce também o ofício de contadora de histórias.

Por Lilian Farias

http://www.poesianaalma.com.br/
Nádia C. 03/10/2016minha estante
excelente!




Ferferferfer 24/04/2021

Cortante
Belíssima surpresa! Simplesmente você não consegue parar de ler, até pela sua brevidade. A vontade de terminá-lo é realmente enorme.
Eu sou suspeita para falar de livros que envolvam cartas, acho de uma intimidade, exposição e franqueza! Os atributos que me encantam quando diz respeito de uma obra.
Teresa Cárdenas consegue passar todo o sofrimento, contado para alguém que não está no plano do real. A imaginação é combustível importante para entender a necessidade de escrever e se comunicar com sua mãe.
Essencial que todos conheçam essa escritora cubana talentosíssima!
Karoline67 26/04/2021minha estante
Todo mundo deveria ler




Ilana 06/09/2018

Para levar um pedacinho do céu com você

Cartas para minha mãe ou Cartas al cielo, conta a história de uma menina que escreve cartas para sua mãe, que ela acredita estar no céu.

O livro todo, como sugere o nome, é todo por meio de cartas. Tem uma linguagem fluída, de simples entendimento, mas nem por isso menos tocante. A menina conta ao longo dos anos coisas corriqueiras em sua vida cheia de violência doméstica, racismo e sofrimento.
Nas cartas é possível sentir o amor dessa menina, criada agora pela tia, que não a suporta e a avó, que é violenta. O amor pela mãe, as descobertas humanas e terríveis que transformam a vida desta garota.
Eu comecei li o livro inteiro em duas viagens de ônibus. Pouco mais de uma hora de relógio. É um livro para ler, para presentear e principalmente é algo para todos os publico.
Tive o prazer de participar na semana passada um minicurso com a autora do livro, Teresa Cárdenas e pude perceber porque esse livro é tão doce e tão forte, acho que tem muito dela no livro. Em vivencias e na forma como ela trata o outro.

Super recomendado.
Uma leitura para acalentar o coração de vocês, espero!!
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Lais Porto (@umaleitoranegra) 16/11/2018

Cartas Para a Minha Mãe
No dia 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, fiz uma publicação citando os nomes de algumas escritoras negras latina americanas, não tinha citado Teresa Cárdenas, mas tive a oportunidade de ler dois livros desta escritora e fico imensamente feliz por ter conseguido ir um pouco além dentro da literatura negra, precisamos conhecer a literatura negra que está em todo o mundo, valorizar as nossas que estão em cada canto.

Cartas para minha mãe foi o segundo livro de Teresa que li, o primeiro foi Cachorro velho, desde então já estava encantada com o modo de escrita de Teresa, com o modo que somos conduzidas pela história. São livros pequenos, com poucas páginas, mas que causam um efeito enorme em quem tá lendo, produz reflexões e inquietações em nossa mente. Como o próprio título diz uma filha escreve cartas para a sua mãe falecida, nessas cartas não tem a assinatura, por isso não sabemos o nome da menina que está escrevendo, sabemos pelo seu relato que é chamada de beiçuda e na sua última carta ela assina “Sua filha”, mas seu nome não conseguimos saber.

Lendo o livro fiquei esperando saber o nome da personagem durante toda a história, cheguei no fim e não descobri rsrsrs mas tem um significado esse fato de não ter nome que deste modo poderia chamar a atenção de todos que lessem o livro, essa menina pode ser nós mesmos, pode ser a gente escrevendo para nossa mãe. Isso faz com que essa personagem fique muito próxima da gente, por isso esse não ter nome é tão instigante, chama a atenção para algo que acontece com muitas meninas e meninos negros, crianças que não tem a mãe, sem uma família acolhedora, que sofrem violência, são pessoas sem nomes que estão ao nosso redor, nosso vizinho, nosso amigo ou a gente mesmo.

A menina vai escrevendo cartas ao decorrer do seu crescimento, quando pequena relata sobre as violências raciais que sofre, porém algo muito interessante é perceber que ela gosta jeito que é pelo fato de ser parecida com a sua mãe, é como se fosse a forma que ela encontrou para manter viva a conexão com esta mãe que não é mais presente fisicamente. Ela também conta sobre a violência física que sofre, durante toda a história ela indaga a falta de amor por parte de sua família, principalmente de sua avó, ela vai descobrindo aos poucos como foi a relação de sua mãe com sua família, sobre seu pai e vai discernindo o porquê de tanta violência para com ela, o porquê de sua avó não demostrar amor e ser agressiva consigo.

Algo que acho importantíssimo pontuar são as redes de relacionamentos, seja amizade, amorosa ou de militância que construímos e como essas redes são essenciais para o nosso cuidado. A menina tinha uma rede pequena, mas que foi o seu conforto durante os períodos mais difíceis. Quando ocorreu a violência física mais agressiva a velha e amiga Menú abrigou a menina em sua casa e cuidou dela.

A percepção que a menina consegue ter das diversas situações que ocorre ao seu redor também é algo muito interessante, ela consegue perceber que tem negros que tem vergonha de ser negros, como no caso de Sara a colega da turma que tem vergonha do seu pai que aparentemente parece ser retinto, como Sara tem pele clara ela não gosta de ser vista junto ao próprio pai, também ficamos sabendo que esta colega faz um esforço para estar com pessoas brancas, e como consequência de tudo isso a menina percebe e faz a constatação de que Sara é a menina mais infeliz dentre todos da classe.

Esse é um assunto que muito precisa ser discutido, sobre colorismo, sobre relacionamentos inter-raciais, eu suponho que a mãe de Sara seja branca casada com um homem negro que tem uma filha negra de pele clara, isso implica em muitos aspectos na vida dessa garota. Implica em estar na condição de mais aceita socialmente, mas continuar sendo negra e para se integrar completamente ao padrão vai fazer de tudo para ser branca, também não será muito bem aceita pelos negros, pois percebem que a própria criança não quer estar com os seus nem se aceitar como negra, na história Sara é chamada de “piola” (forma depreciativa de se referir àqueles que preferem se relacionar apenas com pessoas da raça branca).



Temos na história algumas demarcações importantes de ser pontuadas quando nos referimos a estética, a menina negra retinta que não deixa alisarem seu cabelo, que gosta do seu nariz e lábios, principalmente por se parecer com sua mãe, a menina negra de pele clara que enxerga nisso uma grande possibilidade de ser bem mais “””””””acolhida”””””” e também as meninas negras que alisam o seu cabelo e sonham com o cabelo liso, mas não tem a pele clara.


SPOILER



Por fim, aos 15 anos, a menina agora uma adolescente chega a um nível de discernimento e amadurecimento ainda maior, com isso consegue perdoar sua mãe por ter se suicidado, como consequência não participando do seu processo de crescimento e criação deixando que outras pessoas cuidassem, nesse período ela decide parar de escrever cartas para a mãe e deixa eu parar por aqui porque já falei demais rsrsrsrsrs

Teresa Cárdenas já recebeu o Prêmio Casa das Américas em 2005 pelo livro Cachorro Velho, o Prêmio David pelo livro Cartas Para A Minha Mãe e o Prêmio Nacional da Crítica Literária pelo livro Cachorro Velho. Além de escritora é uma bailarina renomada, ativista social e exerce o ofício de contadora de histórias. Como livro infanto juvenil tem Cartas para minha mãe e Cachorro velho, na literatura infantil traduzido pro português tem Contos De Olófi, ficamos no aguardando até o dia que todos os livros forem traduzido e pudermos aproveitar ainda mais a escrita de Teresa Cárdenas.

site: https://leitoranegra.blogspot.com/
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Toni 26/11/2018

Fazendo uso das palavras da autora na dedicatória, esta é uma ‘historia de renacimiento a pesar de los dolores’: uma menina, entrando na adolescência, escreve cartas para sua mãe morta. Sem receber guarida afetiva na casa da tia que a abriga, tampouco palavras de conforto da avó que diz que o melhor que pode acontecer com ela é casar com um branco para ‘apurar a raça’, a menina-escrevivente de ‘Cartas para minha mãe’ vai encontrar no conforto das palavras para o outro (que é, em última instância, ela mesma) formas de resistir aos gestos e falas que a oprimem diariamente.
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Por não ser nomeada (um recurso simbólico que irá se repetir em seu outro romance ‘Cachorro Velho’), a narradora de ‘Cartas para a minha mãe’ carrega em seu discurso as vozes de inúmeras meninas silenciadas. Meninas que, por serem negras, são privadas desde cedo da inocência porque não podem se manter incólumes (como as crianças brancas) às histórias de estupros, sevícias e exploração desumana que foram forçadas na cor da sua pele. Neste romance, vozes da tradição e ancestralidade africanas reagem contra as práticas colonizatórias que as desejam apagadas. Assim, a necessidade de alguma espécie de conexão da narradora com sua mãe acaba reverberando com igual força o desejo do corpo negro e feminino de exigir respeito e assumir com orgulho suas raízes arrancadas das mais diversas culturas da África materna. A mãe, no texto de Cárdenas, é múltipla: tanto ancestral quanto corpórea.
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Um livro de capítulos curtos e poucas palavras. Para Cárdenas, ‘palavras carregam heranças’, são como baús pesados e cheios de histórias que não deveriam ser amontoados em excesso. Precisam ser valorizadas uma a uma: pesadas, sentidas, compreendidas, guardadas—como as narrativas que formam.
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Bárbara 13/02/2020

Melhor livro do gênero
Um livro pequeno, palavras fáceis e emocionante.
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Ri :) 23/02/2020

O amor não tem nada a ver com cor.
"Pecado é uma coisa que Deus não gosta que as peassoas façam, mas mesmo assim continuam a fazer porque gostam."
Uma das coisas mais lindas que li ultimamente... A doçura de uma criança que não se abate diante da falta de educação e violência familiar, desabafando suas tristezas e sonhos com a mãe morta. Uma lindeza!
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Entre1 06/05/2024

Cartas para a minha mãe
Que livro maravilhoso e magnífico. Uma maneira limpa e certeira da realidade que engloba as mulheres negras e seus destinos.
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Roseane 14/03/2020

Cartas para a minha mãe
Ledo engano quem pega o livro e diz: é só mais um romance.

Toda a minha subjetividade de mulher negra foi sacolejada.

A história é situada em Cuba e é uma coleção de cartas que uma menina preta escreve para sua mãe que está no Orum.

A diáspora negra é algo que mexe comigo, podemos estar com um oceano de distância, mas os nossos atravessamentos são muito semelhantes.

A construção do imaginário do que é ser negro dentro da concepção racista e colonizadora é tão bem sedimentada que ultrapassa fronteiras. O racismo e as suas sequelas não nos dão paz em nenhum lugar do mundo.
É um “manual” muito bem escrito e disseminado. Está na televisão, filmes, nos livros, na professora, no casamento, no melhor “amigo”, no patrão... todo mundo sabe qual é o “lugar de preto” e unem força pra que não saiamos de lá.

Mas Teresa de Cardenas na sua inquietude por não ver personagens negros como protagonista, usa as palavras como ferramenta de liberdade. Não é um livro amargo, é um livro verdadeiro, são palavras e sentimentos que tinham que ser expressados por uma mulher negra. No meio de tanta dor, há muito amor. Amor é a essência preta.

Protagonismo totalmente feminino, o amor de mãe, amor da vizinha, a descoberta do amor pela prima e pela avó, a admiração pela professora... tudo vai se construindo.

O livro começa com um sonho, o sonhar com a mãe é um misto de alegria e tristeza.

A minha mãe foi para o Orum quando eu tinha 16 anos, levei muito tempo pra sonhar com ela, eu acho que eu não conseguia por causa ansiedade, eu já dormia desejando e acordava chorando e frustrada porque não acontecia. Um belo dia rolou, foi lindo, mas foi triste porque acabou.

O colorismo é fruto do racismo. Em um universo onde tudo que é negro é demonizado, ser “menos negro” pode ser uma “benção” e também um meio de oprimir quem não teve a mesma “sorte” (aumentem as aspas, aumentem muito, pesei as palavras, mas acho que vocês vão entender).

Brasil foi colonizado por Portugueses e Cuba por Espanhóis. Lá deve ter ocorrido o mesmo que aqui, uma miscigenação a base de estupro das indígenas e das Africanas traficadas para serem escravizadas. É neste misto de cores resultantes, que o racismo cega. Muitos, só na idade adulta reconhece sua identidade negra. Tornar-se Negro de Neusa Santos Souza é pra mim, o escrito sagrado da descoberta da negritude enquanto identidade, o branqueamento é uma das estratégias racistas para hierarquizar as pessoas.

A personagem lamenta por ser a mais preta e fala de uma amiga de pele clara que tem vergonha do pai retinto. Foi em Cuba, mas acontece em qualquer esquina daqui.

A chance de ter filhos frutos de um relacionamento inter-racial é uma das soluções pensada pela avó retinta, ela quer o melhor para os seus e o melhor é não gerar filhos tão negros assim. A avó sabe o peso da melanina que ela carrega. Vai lá em Neusa Santos, ela fala muito bem sobre isso.

É na infância que começam os apelidos. O primeiro que impactou a personagem foi o de beiçuda.
Lembro que em toda a minha infância meus traços negróides eram usados contra mim. O tamanho da minha bunda, meus lábios carnudos, a largura do meu nariz, meu cabelo crespo, o meu tom de pele, meu tom de voz, tudo que me compunha aos olhos do Outro estava errado. E a personagem que passa isso faz uma reflexão que um dia também já foi minha: Se Deus existe, com certeza esta furioso de ouvir tanta gente criticando sua obra”

Uma família só de mulheres, sem a presença de maridos e pais.

Os saberes tradicionais de matriz Africana através de uma mulher sacerdote, convocada no momento de doença. Ritual sagrado com ervas, flores, matança, transe, charutos... tudo o que for necessário para ajudar Lilita e agradar Obaluaê. O santo foi feito.

O preterimento e violência a mulher negra também é pautado. O abuso sexual a menina preta. A personagem principal encontra um jeito de proteger a sua prima que é criança e acamada por um problema de coluna.

A avó está contaminada por uma amargura que parecia sem fim, mas teve fim.
As constantes agressões a essa neta, a transferência de todo seu ódio a uma criança. bell hooks já falou sobre essa questão, a violência que os pais submetem as crianças. A violência como forma de controle social doméstico e a aceitação da comunidade. Nós crescemos em famílias que naturalizaram a ideia de que a violência é resposta apropriada para lidar com crises.

Então eu refleti, quem nunca ouviu falar de pais que espancaram seus filhos para o seu bem, para que ele estude, pra que não saia de casa, para que não engravide, para ajudar nas tarefas de casa... No contexto histórico racial a criança preta não foi poupada pelo branco escravizador. N
o Congo por exemplo se decapitava mãos e pés de crianças como forma de castigo, o estupro a menina negra, o espancamento do menino negro eram estratégias de sadismo e controle.

Livro forte, impactante, verdadeiro.
Uma história de amor no meio de muita dor. Porque sim, o amor é essência Africana.

Teresa Cárdenas Angulo é uma escritora, roteirista, atriz, bailarina e ativista social cubana. Sua motivação para tornar-se escritora veio ainda na infância, quando começou a ler e ficou frustrada com a ausência de personagens negras nos livros infantis.
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Letuza 02/04/2020

Lindo demais
Uma leitura curta, rápida, linda e cheia de emoção! Teresa Cárdenas é uma premiada escritora cubana e escreveu Cartas para minha mãe em 1997. No livro uma menina escreve cartas para a mãe morta e através das cartas passamos a conhecer um pouco de sua história e de sua família. A personagem, que não tem nome, mora com a tia e a avó e sofre rejeição por parte de ambas. As cartas mostram como o preconceito racial existe mesmo dentro da família. Ela encontra refúgio e acolhimento com uma senhora (Menú) também rejeitada pela sociedade, que entende suas dores. Também faz amizade com um menino branco, que parece ser um felizardo por ser branco. A realidade é muito diferente e eles, através da amizade, passam se apoiar e apoiar a Sra Menú.
Os relatos das cartas são belos, doloridos, profundos e amorosos.
Para esse tempo de quarentena, para pessoas que não têm o hábito da leitura, para aqueles que amam ler, enfim para todos, uma leitura maravilhosa! Leiam!
#cartasparaminhamãe #teresacardenas #amoler #livros #leitura #vamosler #leiamulheres #leiamulheresnegras #literaturacubana
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Luiza - @oluniverso 14/05/2020

Resenha publicada originalmente no blog Livriajando.
Em Cartas para a Minha Mãe, uma criança (que em nenhum momento descobrimos o nome) escreve cartas para a mãe já falecida, para tentar lidar com a perda e a falta que sente dela, além de quebrar uma espécie de silêncio vindo a partir dessa morte específica.

Ela começa contando que foi morar com a tia e as primas, que não gostam dela nem um pouco. Fala sobre a relação tão conturbada com a avó, que a maltrata quase o tempo todo e não a presenteia com doces, como faz com as primas; cita a hostilização que sofre pela família por ser negra, ter o nariz achatado e os beiços grossos.

"Lilita e Niña passam os dias zombando de mim. Eu não ia zombar se a mãe delas tivesse morrido". - Pág.10.

Em outro momento, ela também cita a mudança de escola, em que a maioria é branca, e como se sente ao, por exemplo, se olhar no espelho.

"Descobri que meus olhos são parecidos com os seus, que não podiam ser mais bonitos, e que minha boca e meu nariz são normais. Não gosto que digam que os negros têm nariz achatado e beição. Se Deus existe, com certeza está furioso por ouvir tanta gente criticando sua obra. Como acha que eu ficaria com olhos azuis, narizinho fino e a boca feito uma linha? Horrorosa, não é verdade?". - Pág.19.

O racismo estrutural: o assunto chave da narrativa

Em diversas cartas que escreve para a mãe, a protagonista, com muita sabedoria e, em alguns momentos, inocência, fala sobre o racismo estrutural, mesmo que não saiba o que isso significa. Ela fala sobre a imagem de Jesus branca, loira e de olhos azuis, quando sabemos que, pela região em que morou e pelo povo com quem convivia, ele não seria assim; fala sobre a fixação da avó pelas filhas e netas casarem com um branco, além de ela se orgulhar por servir a uma casa de pessoas brancas.

O livro também trata de violência familiar física e psicológica pelos olhos de uma criança. Fala sobre aceitação, crescimento e perdão. É um livro pequeno, mas muito tocante e profundo. Achei bonito demais ver a mescla entre os pensamentos sábios da protagonista e a forma ingênua em que ela fala sobre o assunto com a mãe, mesmo que seja algo simples, como a gravidez e a menstruação.

"Vovó disse que a partir desse momento, elas têm que manter os olhos bem abertos em cima de mim para eu não acabar grávida. Que história é essa, mamãe? Não acredito que por causa de um pouco de algodão que ponho entre as pernas eu vá acabar grávida. Isso não é assim. Primeiro, tem que casar, comprar uma linda casa e ser feliz. Só depois que a cegonha aparece e a barriga da gente começa a inchar. Qualquer um sabe disso". - Pág. 41/42.

Teresa Cárdenas, a autora de Cartas para a Minha Mãe, é cubana. Além disso, o próprio livro se passa em Cuba, o que o torna uma ótima fonte de informação sobre a religião afro-cubana e os representantes delas. Teresa foi ainda vencedora do prêmio Casa das Américas, do prêmio David e do Prêmio Nacional de Crítica Literária.

site: https://www.livriajando.com.br/2020/05/cartas-para-minha-mae-teresa-cardenas.html
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Poema.Portela 02/07/2020

Tocante
O primeiro livro epistolar que li. Duma sensibilidade e profundida fantásticas.
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Fabiana 24/07/2020

Cartas para minha mãe
Uma menina sem nome. Apenas uma menina: filha de uma mãe morta, criada por uma tia que tem duas filhas e maltratada pela avó.
Através das cartas da menina para sua mãe, temos contato com a dor da perda, os caminhos da autodescoberta e a luta por manter a identidade. [Temas: racismo, orfandade, religião afro-cubana, relações abusivas].
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