Caroline Gurgel 26/07/2014Supresa, choque, agonia, amor, aflição, felicidade...Li os dois primeiros livros da série há quase cinco meses e resolvi dar um tempinho antes de começar o terceiro. Eu já nem lembrava mais porque eu parara a série, mas foi só ler algumas páginas que,
puft, claro!, ou eu parava ou a
Diana Gabaldon me despedaçava completamente!
Os comentários abaixo são sobre as partes 1 e 2 de O Resgate no Mar, e contém spoiler dos livros anteriores - se não os leu, melhor parar por aqui.
Em
A Viajante do Tempo Claire volta cerca de 200 anos no tempo através de uma fenda entre as pedras de Craigh na Dun, conhece Jamie, casa-se e se apaixona perdidamente. Entre muito amor, torturas, castigos e um toque de humor, a autora me conquistou e me fez amar esse casal em cada pequeno detalhe. Fez-me também sentir uma dor que eu jamais sentira em uma leitura, uma agonia quase insuportável, um gosto amargo, um cheiro ruim, uma raiva infinita de um certo Jack Randall e uma vontade imensa de fazer o que quer que estivesse ao meu alcance pelo Jamie, para curá-lo, para salvá-lo.
Passamos para
A Libélula no Âmbar e,
What the fuck?!, Diana joga um balde de água gelada bem em cima de nossas cabeças. Brianna Randall! Randall?! Claire e Jamie vinte anos separados?! O quê?! E começa a nos contar o que aconteceu com eles no período que antecedeu a tal separação. Não sei se devido ao choque inicial, mas confesso que achei esse livro longo demais, um pouco cansativo - apesar de ainda considerá-lo muitíssimo bom.
O Resgate no Mar é nossa esperança de entender o que aconteceu naqueles 20 dolorosos anos, ou melhor, é nossa esperança de que tudo não tenha passado de uma brincadeira - sem graça! - da sádica,
ops, digo, da autora. É, principalmente, nossa esperança de um reencontro entre Claire e Jamie!
*suspiros*
Há o reencontro, a sinopse já estraga essa surpresa, mas enquanto ele não chega lemos sobre os anos de Jamie na prisão e vemos Roger e Brianna ajudarem Claire a reunir todas as informações possíveis sobre seu grande amor.
A maior parte da estória continua sendo contada em primeira pessoa pela Claire, mas temos alguns trechos - sobre Jamie - em terceira pessoa. Oh, céus! Pensei que ia morrer de tanto medo e de tanta ansiedade a cada parágrafo, já que a autora adora maltratar o belo Fraser.
É impressionante como essa autora consegue escrever sobre...er...sobre
nada e coisa alguma, mas de uma maneira tão envolvente que você nem percebe até que se dá conta de que leu duzentas páginas e nada avançou. Ledo engano! Tudo avançou, tudo tem uma razão, cada frase, cada ação, cada detalhe tem seu porquê e se conecta com algo lá na frente. Ela faz sumir, surgir e ressurgir personagens e histórias!
E ai de quem se perder no meio do caminho!!
Como já era de se esperar, um turbilhão de sensações nos acompanha a cada capítulo, muitas sensações, todas, das mais diversas, das boas e das ruins. Porém, considero-as um pouco diferentes - e é difícil explicar o porquê, mas talvez seja por termos aqui situações distintas das que já vivemos nos primeiros livros.
Quantas paradas cardíacas tive? Não sei, algumas, mas cito três delas. Na primeira, lá pela página duzentos, meu coração ficou pequenininho.
Não, Diana, não faça isso! Não! Jamie! Nãooooo!
Rá! Grande piada! Mal sabia eu que aquilo não era nada se comparado ao que a querida autora faria no início da parte 2.
Diana, sua filha d....., se esconda, mas se esconda bem escondidinha porque se eu lhe encontrar vou lhe matar e lhe cortar em pedacinhos, mas antes disso vou fazer você sofrer, vou apertar uma corda ao redor do seu pescoço até você ficar sem respirar, vou cravar minhas unhas no seu peito e só parar quando o sangue começar a jorrar, vou fazê-la tremer, vou torturá-la até você perceber que é EXATAMENTE isso que você faz comigo! Jenny merecia ser estrangulada e até no Jamie eu quis bater!
E quando você acha que fez as pazes, puft, seus olhos se arregalam quando um certo lorde John Grey aparece.
Inspira, expira, pira... Talvez uma parada cardíaca não se encaixe bem aqui, já que meu coração disparou, prendi a respiração, fechei o livro, tomei um copo d'água, reuni todas as minhas forças e continuei - suando frio, mas continuei! Como pode tudo parecer tão palpável? As reações que temos são tão verdadeiras que torna-se embaraçoso ler diante de alguma plateia. Afinal, como explicar que você jogou o livro na parede enquanto rangia os dentes de raiva?!
É o livro mais fantasioso dos três, tem muitas coincidências e um certo misticismo a mais, mas é tão bom quanto A Viajante - ou até melhor. Minha única ressalva é a parte em que se passa dentro do navio, que me entediou e me deixou tão enjoada quanto se eu estivesse a bordo. Adoro o fato do toque de humor continuar presente e do amor entre os dois ser cada dia mais forte, mais sincero e maduro. Amo a sinceridade e a confiança que existe entre eles, amo as declarações, as provocações. É difícil explicar esse amor, um amor que espera e que supera, um amor que transcende o tempo e que só se fortalece. Um amor que compreende sem que palavra alguma precise ser dita. Um amor que faz bem, que ilumina, que é vivo; que me encanta mais e mais, sempre mais!
Diana, sua vadia, eu te amo!!!
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