Cinthia Emerich 14/01/2013
Leitura leve e divertida
A primeira coisa que posso dizer e que serve como alerta é: NÃO LEVE ESTE LIVRO A SÉRIO!
Não leve, sério mesmo, a graça do livro reside no fato de que nem ele próprio se leva a sério. As ironias, brincadeiras, referências, nada disso é para se levar a sério demais. Logo que me interessei pelo livro e fui procurar resenhas, me deparei com várias pessoas comentando – revoltadas – que onde já se viu, um livro que coloca os zumbis como seres com sentimentos, que isso não existe, que é a "crepuscularização" dos zumbis e bla bla bla.
Eu até entenderia o ponto de vista se fosse este o caso, se o livro fosse um romance sério, mas obviamente não é. Quem lê o livro já percebe logo que cara que a trama toda pende mais para o sarcasmo, o lado cômico, a ironia, do que para algo realmente sério. No máximo aborda uma ou outra questão de um ângulo que nunca tentamos analisar antes, mas apenas isso.
O livro já começa fora do habitual, pois conta a história do ponto de vista dos Zumbis e não dos Humanos (ou Vivos, como eles os chamam). São contadas coisas que nunca paramos para pensar, como por exemplo, como os Zumbis se organizam, onde vivem, como se reúnem para caçar, o que pensam, porque não conseguem se comunicar, o sexo dos zumbis, etc etc etc.
O mais interessante é o motivo pelo qual eles comem o cérebro, já que a carne humana é ingerida pela “fome” peculiar ao seu modo de existir. No caso, o cérebro é como se fosse um tipo de iguaria mais rara, que dá flashes de memórias do dono a quem o consome.
Como os Zumbis há muito já não se lembram de suas vidas anteriores à transformação, se apegam a este tipo de sensação adquirida ao comer os cérebros.
Além de se organizarem para as caçadas aos humanos, alguns ainda levam restos de “comida” para os que não saem para caçar e eles se dividem em basicamente dois tipos: os Ossudos e os Carnudos.
A História começa com um Zumbi chamado R que é o nosso protagonista. Logo de início já percebemos que ele é um pouco diferente dos outros, ele pensa – e por que não dizer, filosofa – muito mais do que os outros Mortos (e quem sabe alguns Vivos que conhecemos por aí). Entre pensamentos e explicações, começamos a entrar na ação de toda a trama, que nos leva ao encontro dele com uma jovem chamada Julie. A partir deste momento, certos acontecimentos irão mudar para sempre a história dessa humanidade.
Vale ressaltar novamente que o livro não é um romance meloso, que tem outras coisas a serem abordadas, além do simples romance entre o zumbi e a humana, inclusive saber até que ponto o sentimento despertado nele por ela é dele mesmo ou de outra pessoa.