O Quarto do Barba-Azul

O Quarto do Barba-Azul Angela Carter




Resenhas - O Quarto do Barba-Azul


3 encontrados | exibindo 1 a 3


Julia 04/11/2021

Comentário que fiz sobre o conto "O Rei dos Elfos" no canal Miss Hannah Loves Grammar
I read this book when I was about 15, and now, at 27, I'm rereading it (and watching this series as I go). When I first read the Erl-King, I found it quite boring. But last night I was completely drawn into the feeric atmosphere of the forest, and charmed by the earthly nature of the Erl-King. And you have to compliment Carter on her writing, I thought this was the most beautifully written text of the whole book (so far).

I think that her vivid descriptions of the forest that intertwine with feelings and sensations gave a dream-like feel to the story, and it transports you, in my view, to that dream-like state we find ourselves in when so head over heels in an all-consuming passion, when everything else seems hung in the air. Very often you know, from your own gut or from friends' advice (or from the bird in the forest) that this passion will cause you great harm, but you just can't help it.

It was also very refreshing to read the story from a female point of view - in these kinds of stories, when the protagonist falls in love with a mermaid-like being, the genders are usually switched. And I found her account of this passion very intimate, very sensual, very far from cliché.

Carter also describes an almost childlike innocence to the Erl-King, but that is also a very dangerous innocence. It appears sometimes as the innocence of a wild animal that hunts to kill completely deprived of any moral feelings, good or bad, and at times, it seems like the deceptive entranced state that vampires put their victims into. A good friend of mine once told me something that I found very cynical at the time, but now I see a lot of wisdom behind her joke: she said that she would rather be hurt by a woman than by a man, because when a woman wants to screw you over, she goes ahead and screws you over. But a man screws you over unintentionally. He didn't mean to hurt you, he hurts you without even noticing you were there in the first place. I remembered this pearl of wisdom when reading the Erl-King. Something about the care with which he treated his captive birds, and the weaving of the cage for his new bird in the collection.

I think the Erl-King have these many faces - an unscrupulous vampire, a wild animal, a charming young man with good intentions but who fails to see women as more than playthings. But he is sensual, he is bewitching, his company is intimate and magic, still we know he'll do us harm, we know he keeps birds in cages, that his magical world can be alienating and that what we once took for beautiful singing was actually our soul wailing. I think everybody has met a man like this at some point in their lives.


A resposta fofa da Miss Hannah:
This is such a deep and phenomenal interpretation. Really value you sharing it. Also, I love how much it resonates with the dream-like haunting that is both nightmarish and all consuming! Love your analysis!

Link do vídeo dela: https://www.youtube.com/watch?v=JX9-nxmf_wM&ab_channel=MissHannaLovesGrammar
comentários(0)comente



Retipatia 24/10/2018

Uma verdadeira ode ao feminino!
Uma noiva a caminho das núpcias, uma filha vendida à fera, um elfo que vive no coração da floresta, uma garota que vive entre lobos, uma vampira solitária, um gato de botas... todos seres e histórias dignas dos mais conhecidos contos de fadas, transformados em histórias cheias de detalhes, beleza e significados nas palavras da incrível Angela Carter.
A leitura começa com a jovem noiva seguindo viagem de trem para o castelo de seu esposo e, a seguir, nos leva para o jogo que leva o homem a perder a filha para a fera e, de pronto, conhecemos um gato que gosta de andar sobre botas. Não paramos aí, adentramos a floresta e conhecemos uma garota feita de neve, uma outra senhora reclusa e um homem que se transforma à sua cheia... até Alice aprecia bem mais a companhia de lobos do que de homens...
Traçamos esses caminhos por 10 contos, todos narrados em um tipo de sincronia e balanço que só Carter expressa. São detalhados, dizem muito de lugares, pessoas, trajes, formas, texturas e cores. E, no mesmo montante, narram acontecimentos, diálogos e aventuras. Todos os contos têm seu misto de fantasia, ficção, realidade e romance, aliados à boa dose de sensualidade que seduz para o mundo momentâneo de cada pedaço de história, ainda que, por vezes, essa venha a se exprimir em poucas páginas. Aliás, tamanho e qualidade por aqui não andam de mãos dadas, já que os contos variam em tamanho, mas sem dispensar o primor narrativo que a autora consegue desencadear tanto quanto em primeira quanto terceira pessoa.
Em O Quarto do Barba-Azul, que da título à obra e o conto mais longo da coletânea, Carter é subversiva quanto ao papel de salvador, no conto originário reservado aos irmãos da donzela, desencadeia um covil para o Barba-Azul prestes a engolir a pureza e a decência de sua nova esposa, e dá toques de sensualidade e irreverência aos detalhes que vão do personagem do afinador de pianos à simbologia do sangue e da marca que ele deixa.
Aliás, todas as histórias têm seu quê de simbólico, seja com o pai da Bela vendendo-a para a Fera, seja com os pássaros que o rei dos Elfos aprisiona em seu casebre na floresta ou com uma jovem garota que fora feita de neve, tudo tem um sentindo além do que está escrito e clama para que o leitor desvende as nuances de cada conto como se despisse uma dama vestida com camadas e camadas de cetim.
Um dos contos que mais imergi floresta adentro foi O Rei dos Elfos, além da história que deixa curiosa pelo desenrolar, há uma grande beleza na descrição dos cenários, sendo inclusive, tecidos parágrafos e mais parágrafos seguidos da mais pura narrativa descrita de local, sem nunca tornar qualquer frase parada ou enfadonha. Uma maestria que apenas enriquece e atiça a imaginação e dá asas para fazer fluir os acontecimentos da história por entre as árvores e criaturas tecidos na mente.
Outro que merece destaque é A Senhora da Casa do Amor, em que a imortal vampira tece seus sonhos pelas cartas de tarô que joga noite após noite, até que o destino a apresenta a oportunidade de mais um banquete apropriado, um inesperado jovem que reverte as circunstâncias da morta-viva.
Aos amantes do famoso A Bela e a Fera, a coletânea conta com três versões da história, da mais próxima ao que conhecemos, à uma bela que se transforma em fera. Todos repletos de tons vermelhos de rosas incautas e espinhos traiçoeiros.
Claro que cada um dos contos poderia ser objeto de análise detalhada, íntima e pormenorizada. Mas merecem, muito mais, toda atenção do leitor a desbravar as palavras e sentidos que povoam cada uma das histórias. Em resumo, precisam ser lidos para serem sentidos.
Toda a obra de Carter é uma ode ao feminino, com demonstrações claras da sensualidade que reverbera das próprias mulheres, o misticismo da virgindade, a força da maternidade, os elos do amor e refutando o papel de donzela em perigo e mulher indefesa. Sem dúvidas, mais que leitura recomendada para os amantes de releituras de contos de fadas, já que é deleite para a imaginação, mas necessária para fazer questionar tudo e todos ao nosso redor e os papéis que a literatura costuma moldar em suas páginas de papel, para as mulheres.

site: https://wp.me/p7r1pU-1uW
comentários(0)comente



Gi 25/03/2012

texto sobre alguns dos contos
http://www.essentiaeditora.iff.edu.br/index.php/enletrarte/article/viewFile/1689/873
comentários(0)comente



3 encontrados | exibindo 1 a 3


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR