Livraria Limítrofe

Livraria Limítrofe Alfer Medeiros




Resenhas - Livraria Limítrofe


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Telma 17/04/2013

Lar... doce lar para bookmaniacs!
Livraria Limítrofe – O Adeus
Alfer Medeiros


Wow!
É bom que vocês saibam o quanto foi difícil fazer essa resenha.
Eu suei a camiseta, coloquei todos os dois neurônios para trabalhar e ainda tenho dúvidas se vou conseguir passar meu sentimento para vocês, na exatidão e ordem do que aconteceu na minha viagem.

Digo viagem porque esse livro é exatamente isso: uma viagem.

A música que me recorda é “O Carimbador Maluco” de Raul Seixas. Certamente, Alfer Medeiros é o carimbador maluco, conduzindo-nos ao ilimitado da Livraria Limítrofe.

Vou colocar a letra que só vai entender, quem tiver lido o livro. Pode pulá-la, caso não queiras muitas lengas lengas de minha parte:

Carimbador Maluco
Raul Seixas
5... 4... 3... 2...
- Parem! Esperem aí.
Onde é que vocês pensam que vão?
Plunct Plact Zum
Não vai a lugar nenhum!!
Plunct Plact Zum
Não vai a lugar nenhum!!
Tem que ser selado, registrado, carimbado
Avaliado, rotulado se quiser voar!
Se quiser voar....
Pra Lua: a taxa é alta,
Pro Sol: identidade
Mas já pro seu foguete viajar pelo universo
É preciso meu carimbo dando o sim,
Sim, sim, sim.
O seu Plunct Plact Zum
Não vai a lugar nenhum!
Plunct Plact Zum
Não vai a lugar nenhum!
Tem que ser selado, registrado, carimbado
Avaliado, rotulado se quiser voar!
Se quiser voar....
Pra Lua: a taxa é alta,
Pro Sol: identidade
Mas já pro seu foguete viajar pelo universo
É preciso meu carimbo dando o sim,
Sim, sim, sim.
Plunct Plact Zum
Não vai a lugar nenhum!
Plunct Plact Zum
Não vai a lugar nenhum!
Mas ora, vejam só, já estou gostando de vocês
Aventura como essa eu nunca experimentei!
O que eu queria mesmo era ir com vocês
Mas já que eu não posso:
Boa viagem, até outra vez.
Agora...
O Plunct Plact Zum
Pode partir sem problema algum
Plunct Plact Zum
Pode partir sem problema algum
(Boa viagem, meninos.
Boa viagem).

Detalhe: eu não gosto de fazer resenhas muito longas, mas o Livraria Limítrofe e a livraria limítrofe deixam você articulado e falante, pós-leitura. É um efeito colateral. Vou tentar me controlar e ser o mais breve possível, tá?

Para quem gosta de ler, a Livraria Limítrofe, cenário da louca/inteligentérrima história/metáfora de Alfer Medeiros, é o paraíso.

Sem saber, o Alfer escreveu um capítulo todo pra mim. Sério! Não tô brincando! Sem me conhecer, ele escreveu pra mim. Escreveu sobre meus medos, devaneios e me deu respostas. Falo sobre isso mais tarde.
Desculpem desde já minha desordem mental.

Voltemos à livraria.

Ao entrar o recinto, fui saudada pelo livreiro limítrofe, que me apresentou a livraria, sua esposa e o mascote do local: um polvo. Eu não vou descrever a livraria limítrofe. Esse prazer será dado apenas a quem ler o livro. O que posso dizer é que todos os que entraram na livraria tiveram suas vidas mudadas. Ainda que a mudança seja pequenininha. Ela está lá. E no meu ponto de vista, todas grandes mudanças começam numa mudança pequenininha.

Depois de conhecer o local, tanto o livreiro, quanto sua esposa (num capítulo pra lá de comovente) me contaram a história de algumas das pessoas que já estiveram na livraria. De como elas foram inspiradas, tocadas após verem e conversarem com vários personagens de livros.
Lembrei do meu amigo parceiro Vinicios, do blog, “Um Jovem Leitor”, porque no capítulo que Alfer escreveu pra mim (sim, insisto mesmo em dizer que foi pra mim) a personagem que sou eu (mesmo que não tenha meu nome) conversa com o detetive mais amado do mundo e o mais amado pelo Vinicios também. Já se deram contam de quem é? Vou dar só as iniciais: H.P.

Cada capítulo é a história de alguém que teve contato com a Livraria.
Recomendo que seja lido um capitulo por dia porque o Alfer é tão articulado... escreve tão bem que pode dar um nó na sua cabeça se você tentar ler o livro todo de uma vez. Sem contr o aspecto degustação: cada capítulo deve ser lido, sonhado, refletido, relido e retido, na minha opinião.

Não acredito que todo mundo vá gostar desse livro mas acredito que quem gostar, vai amar.

Quem procura o convencional dos livros atuais é melhor fugir dessa leitura. Quem procura o inovador, mergulhe fundo.
Vou deixar com vocês no http://livrocomdieta.blogspot.com.br/2013/04/resenha-livraria-limitrofe-o-adeus.html, uns trechinhos que fotografei. Fotografei porque achei o visual do livro, uma beleza à parte. Um plus, sabe? Um presente do Alfer pra quem se aventurou.

O design do livro é maravilhoso. Coerente com o que é apresentado: um outro portal. Um portal que só se abre para aqueles que lêem.

Um portal pra você e pra mim.

Um beijo estalado na bochecha do Alfer e outro na de vocês!

PS1.: Vocês deveriam dar um beijo estalado nele também porque ele disponibilizou pra vocês um exemplar autografado que estará sendo sorteado no Livro com Dieta.

PS2.: Possíveis erros gramaticais e ortográficos na resenha, serão revisto com o tempo. Escrevi num rompante e não reli antes de postar.
Morh 18/04/2013minha estante
Perfeito esse livro, o meu é a edição sem capa, linda e maravilhosa. Adorei!


Natália 18/04/2013minha estante
Necessito deste livroooooooooo D:


Bruna Costenaro 21/04/2013minha estante
Esse livro está na minha lista de compras faz tempo, só o nome já me atrai o suficiente para querer lê-lo...espero que um dia ele entre nas promos hahaha

Boa Resenha!

Miquilis


Duque 07/05/2013minha estante
Quero muito ler este livro




brendasnb 27/06/2012

A Incrível Livraria Limítrofe
Oi. Aqui é a Layenn. Pelo que percebo a Brenda está dando uma de Dr. Watson e compartilhando com vocês minhas missões, mas hoje sou eu que vou contar a minha missão mais recente. Era pra ser um simples acompanhamento, minha equipe estava encarregada de proteger algumas pessoas que a S.P.I.E. considerou "especiais", sem perguntar o porque, lá fomos nós, mas o que aconteceu comigo foi impressionante. A pessoa a qual acompanhei estava em busca de emprego e se candidatou à uma vaga que eu nunca ouvi falar: Livreiro Limítrofe. Sem que ela soubesse assisti à todas as entrevistas que ela fez a respeito desse lugar, pessoas que passaram por experiências incríveis demais para serem reais. Sempre tento manter minha reputação, a garota séria e responsável que faz de tudo pelo seu trabalho, mas devo admitir, derramei algumas lágrimas em certas entrevistas, vi uma mulher voltar à magia e alegria das fábulas junto de sua filha, um homem com necessidades especiais se tornar um super-herói, jovens teimosos que não sabiam apreciar os encantos da tal Livraria Limítrofe que torna reais os gostos literários dentro de cada um. Eu quase estraguei meu disfarce e dei um grito num rapaz e numa mulher que relataram seu comportamento um tanto mal educado dentro da livraria, fala sério! Foi irritante! Como puderam negligenciar um lugar tão encantador? O pior é que ainda existem muitas pessoas assim, isso é meio triste. Outra entrevista na qual acabei chorando foi quando a esposa do agora antigo Livreiro compartilhou uma tocante história sobre uma mulher que estava sofrendo no hospital. Também houveram relatos que foram verdadeiras lições de vida. Sempre li muito, gosto de livros de ficção e de fantasia, mas nunca pensei que passaria por uma experiência tão real. Espero sinceramente que um dia, o Paul pegue uma tira de papel onde estará escrito Jane Austen e então a porta da Livraria Limítrofe poderia se abrir para mim e tornar, desta vez os meus sonhos reais. Como diria a Brenda, ter a oportunidade de viver os meus "sonhos em tinta". Bem, agora preciso voltar ao trabalho, um abraço e que a força esteja com vocês! o/

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O fato de a Layenn ser muito boa em invadir sistemas às vezes me assusta, mas espero que tenham gostado da descrição dela! Se quiserem conhecer um pouco mais sobre a Livraria Limítrofe, recomendo o relato do escritor brasileiro Alexandre J. F. Medeiros, mais conhecido como o grande Alfer Medeiros, fiel escudeiro da literatura fantástica. Seu livro, que leva o nome da livraria, tem um aspecto um tanto interessante, sem capa e com uma diagramação perfeita, o que dá todo um toque especial à leitura. E o Alfer não parou no primeiro escrito, vem aí "Livraria Limítrofe - Angelina", o segundo livro desse projeto incrível! "Livraria Limítrofe - O Adeus" é sem sombra de dúvidas um de meus livros favoritos, do qual fico extremamente feliz de ter em minha estante! Altamente Recomendado!

Postado originalmente em: http://sonhosemtinta.blogspot.com.br/2012/06/diario-de-trabalho-leitura-livraria.html
Ju 04/09/2012minha estante
Nunca tinha ouvido falar desse livro... mas parece ser fascinante!!! Fiquei super curiosa pra entender direito como ele funciona... vou procurar saber mais a respeito. Beijo!




Albarus Andreos 07/02/2013

Bom argumento, mas...
A Livraria Limítrofe (Editora Estronho, 2011) é um livro agradável de ler. Não, não vou falar do excelente acabamento gráfico, de não ter capa (!) e do ótimo trabalho da Estronho na edição que possuo (outras foram lançadas com capa e com outro visual). Nada de encher linguiça aqui. Quero saber do conteúdo do livro, pois foi o que me atraiu de imediato. Tipo, amor à primeira ideia, mesmo.

Li-o em um dia. Conta a história de uma livraria muito singular que, aos moldes do seriado Além da Imaginação ou ainda, tomando um gancho em A Ilha da Fantasia, parece realizar os sonhos de leitura do visitante. Ela só aparece uma vez a cada leitor e estes leitores são escolhidos sempre a esmo por um polvo chamado Paul (!), que vive num aquário dentro da livraria. Weird!

É um lugar mágico, onde coisas espantosas acontecem. Lá o afortunado leitor vê suas leituras virarem imagens diante de si e o Livreiro (lógico) é a pessoa responsável por cuidar da livraria, com sua luneta mágica, seu apito de vidro e sua gaita dourada, objetos com poderes especiais que o auxiliam no processo de permitir que a magia da leitura se realize. Muito bom! Coisas espantosas acontecem como uma tela gigante de cinema 3D à frente do felizardo, embora sem interações que digam a que estas imagens vieram. É mágico e também algo meio que gratuito, que não acrescenta nada à narrativa. Uma pequena (mas importante) observação: em nenhuma página de A Livraria Limítrofe alguém lê um livro. Seria de se esperar que alguém lesse, sei lá.

Não há metalinguagem como se poderia esperar num livro que fala de livros. Cada um dos agraciados leitores apenas vê a realização de coisas que leu, mas só isso. A não ser a moça no hospital, que abre e folheia um livro de dobraduras (mas isso é ler? Não.) e o que ela vê é o que lhe aconteceu, o que era e o que é e... E o que mesmo? Para que serviu isso? É o melhor conto do livro, mas ficou um pouco no ar. Vamos em frente.

São contos, sim. Como cada leitor aparece em um capítulo diferente e vive experiências diferentes (todas sempre cheias de referências veladas a outras leituras e personagens marcantes da literatura e das histórias em quadrinhos), o que une o todo é apenas a livraria e a voz monocórdico do narrador (quem narra é o Livreiro Limítrofe). Sim, a narrativa é meio cansativa por ser um “diálogo em que só um fala”, tipo: “Olá, tudo bem? Que bom que você chegou. O que? Estava preso no trânsito, não se preocupe. Sim, vou ser breve. Quer um café? Ah, sim, aqui está...” O autor quer dar a impressão que você é a pessoa com quem o Livreiro fala, mas é como estar perto de alguém falando ao telefone sem que você obviamente esteja escutando o que o interlocutor está respondendo. É até um pouco irritante.

Há também um uso persistente por parte do autor de situações que afirmam o quanto a literatura é ótima, o quanto as pessoas ganham por ler e as que não leem são pessoas piores que as que leem (será?). Há quase uma coisa de querer passar conceitos morais. Terrível isso, por mais positiva que seja a intenção. Há por exemplo um cara que gosta muito de futebol e um outro que não gosta tanto assim. O primeiro é xucro, tosco, ignorante e tem um emprego ruim. Já o que não é muito fã de futebol é educado, certinho, tem mestrado e doutorado e é a ele que a livraria aparece como um lugar mágico; já ao fã de futebol, é um lugar horrível, cheio de goteiras e mofo por todo lado. Além de ser muito tendencioso este estereótipo do burro e do inteligente, sugere que futebol é um coisa de gentinha e que gente bonita, inteligente e descolada gosta é de literatura. Haja preconceito! E isso vem do autor mesmo, não dá nem para fingir que é apenas o raciocínio do personagem.

Além disso há diálogos inverossímeis entre os personagens, conclusões que aparecem do nada e reações incongruentes com a realidade psicológica (por mais que se fale de irrealidade e fantasia no livro, no mundo real as pessoas agem à visão de um monstro com pavor, até nos sonhos. Não dá para imaginar que a reação humana é diferente do que é na realidade só porque estamos num mundo de fantasia). Num sonho, se você está pelado diante dos outros, você fica com vergonha, se sente humilhado e procura esconder sua nudez. Se cai de cima de um prédio, a pessoa sente o terror da queda e acorda gritando, e por aí vai. Ignorar isso é cobrar demais do leitor. Não há ludicidade que resista a um escritor que cobra demais daquele que deve ser seu parceiro no processo da leitura.

Eu comprei esse livro por indicação de alguém que gosta de literatura. Algo como “olha como este autor nacional de literatura fantástica escreve bem”, e no final fiquei achando que não é bem assim... Falta um desempenho literário melhor a esta boa ideia de Alfer Medeiros. Não queria bater forte demais nesta crítica, pois o autor é sincero, só não conseguiu entregar o peixe que se comprometeu. Talvez um Carlos Ruiz Zafón... Na verdade, essa proposta do Alfer é realmente alta! Concluí-la a contento seria um trabalho digno de nota. No livro A sombra do Vento, de Zafón, senti falta de mais enredo envolvendo a tal Cemitério dos Livros Esquecidos, pois o escritor preferiu circular mais pela Barcelona franquista de meados do século XX. Achei, por nenhum motivo, que Alfer retomaria uma temática próxima a esta. A expectativa talvez tenha me engendrado essa má vontade.

O livro merecia um melhor tratamento estilístico e técnico, e o autor é formal demais. Escreve demais o arroz com feijão; leva ao limite a máxima de que “escrever menos é mais” e não consegue nunca me surpreender positivamente. Não dá as nuances necessárias a uma boa escrita, não dá cor ou aroma. Se o tema “biblioteca infinita, labirintos e congêneres lembra muito algumas das fixações temáticas de Jorge Luis Borges, pode ir refreando o entusiasmo porque Alfer Medeiros não chega nem a arranhar genialidade similar. A Livraria Limítrofe, apesar do excelente título, é só um livro certinho... simpático... bom. Fino no tamanho, se bem que no sentido de ser insubstancial também.
Alanna Gianin 21/03/2014minha estante
Uma idéia muito boa com um desempenho decepcionante ):




Tânia Souza 23/10/2011

Livraria Limítrofe – O Adeus - Alfer Medeiros
Resenha de Tânia Souza

“Os olhos não vêem coisas, mas figuras de coisas que significam outras coisas” (CALVINO, Ítalo, As Cidades Invisíveis)

Livraria Limítrofe é diversão garantida. Inovador em vários aspectos, pra mim, desde o processo de leitura, pois comecei a ler antes de ter o livro em mãos: o anúncio da publicação, a proposta, os capítulos extras, a tradicional degustação, o manual do livreiro limítrofe, a interessante não-capa... Acompanhar as diferentes etapas e ir saboreando aos poucos foi a minha primeira leitura. A segunda teve início quando o livro chegou, eu já sabia que não tinha capa, mas mesmo assim, fiquei surpresa ao constatar que realmente, não havia capa. A cinta protetora e o reforço na primeira e na última página garantem a estabilidade do livro. Eu já tenho um livro sem capa, mas este veio numa caixa, as folhas soltas e enlaçadas por uma fita de cetim, e ele vai muito bem obrigada, ainda mais que não tenho muitos pudores em arrastar os livros por ai. Creio que a sobrevivência de Livraria Limítrofe está garantida, mas confesso, tenho certo receio em emprestá-lo. A diagramação é linda, cheia de detalhes e a ausência da capa não implica em falta de qualidade, pelo contrario, deixou ainda mais bonito.

Mas o melhor mesmo de Livraria Limítrofe está no que contêm as páginas macias. Uma livraria onde os personagens favoritos, ou não (!) de cada leitor podem criar vida é fascinante. Acho que provoca justamente o leitor em cada um e destaca a importância da leitura. Ler é um processo tão amplo, que o texto só tem forma definitiva na interação autor-texto-leitor. Livraria Limítrofe instiga esse sonho de tocar, falar, interagir e por que não, construir juntamente com o autor os seus universos literários favoritos.

Os personagens nos são apresentados de forma breve, alguns, tornando-se mais marcantes que outros: o divertido e de certa forma, curioso livreiro limítrofe; a esposa do livreiro; um polvo que... bem, isso o leitor pode descobrir sozinho; o misterioso interlocutor, candidato a ser o novo livreiro; os leitores e os não-leitores. E claro, autores. Sim, alguns deles também são personagens, assim como criaturas e outros seres inomináveis que tomam forma nas páginas tal como, anteriormente, fizeram em outras páginas, povoando a imaginação de várias gerações.

Os capítulos, que podem ser lidos sem linearidade, dividem-se entre as explicações sobre o funcionamento da Livraria Limítrofe, os objetos mágicos que ela oferece e entrevistas diversas, nas quais, muitas histórias vão sendo contadas, sempre em primeira pessoa. Tudo isso, em torno da busca de um novo livreiro. E cá entre nós, duvido que o leitor não sinta uma vontade irresistível de ser este sortudo. Eu senti.

Já fiz uma postagem especial sobre o Manual do Libreiro Limítrophe aqui no blogue, e ele também está disponível no site oficial do livro. ( que eu recomendo uma visita bem detalhada). De forma geral, o manual é um antigo pergaminho, escrito numa variante linguística descrita como um tipo de “galaico-português dos tempos em que a língua ainda era uma terra-de-ninguém sem regras bem definidas” e basicamente, descreve as ferramentas mágicas presentes na Livraria. O autor escreveu este trecho utilizando realmente uma forma de linguagem diferenciada, diferente da utilizada nos contos, nesse trecho, ela é floreada e arcaica, e com certeza, me deixou sonhando com artephatos mágicos, tais como o Pergamiño Imphinito, o Balcão-Base, a Gaita Doirada, o Apito de Vidro, a Luneta Rastreadora, o Marcador Memorial, a Ampulleta de Tempo Imutábel e a Caixa Registro-Calculadora.

Sobre os contos, dessa vez, preferi não falar de cada um ou escolher os meus favoritos, e não são poucos, inclusive um que é meu sonho de consumo. Apenas vou dizer que cada um apresenta personagens com diferentes vivências pessoais e literárias. Visitar a Livraria Limítrofe não é escolha do leitor, é a livraria que o escolhe. Mas isso não é imutável e ali, nem todos são leitores, apesar do presente que seria visitar uma livraria como esta, alguns não sabem aproveitá-la ou ainda, seguir as regras. Como o foco está nos personagens, o que cada conto nos oferece são sensações que brincam com nossos sonhos, ou ainda, nossos medos, tristezas, revelando momentos de melancolia, de alegria, de superação e esperança. Encontrei muitos personagens queridos, outros que não conhecia, uns que me assustam e alguns que me lembraram pessoas queridas que já não estão aqui. Finalmente, devo dizer que fechei a última página (afinal, não tem capa) com um sorriso. E esse sorriso era uma mescla de vários sentimentos.

A maior parte das ações se desenrolam no espaço da livraria, como este não é um espaço comum, muitos universos e cenários de desenvolvem nas tramas. É fácil esquecer que ainda “estamos” em uma livraria.

Além de muitas situações que podem ser verdadeiras lições de vida e ao mesmo tempo, momentos de diversão pura, assim como criticas sociais e divertidas ironias, o melhor do livro são as relações intertextuais. E essa é uma das minhas paixões no universo da leitura e da escrita, os caminhos hipertextuais pedem um leitor disposto a mergulhar na interação que as páginas podem oferecer; um leitor que é também um co-autor. Em Livraria Limítrofe, esse espaço sem margens ou fronteiras vai além das páginas do livro, de um conto a outro, de um personagem a outro, as possibilidades são infindas. Alfer Medeiros apresenta cenários, tons, cores, sons, personagens, trajes, e até mesmo uma simples bebida como peças importantes na construção de pontes e pistas literárias instigantes.

Uma coisa que estava me deixando curiosa era saber, no caso do leitor não estar preparado para o labirinto hipertextual dos contos, se a leitura perderia o sentido. Afinal, as referências intertextuais da obra são implícitas, e cabe ao leitor buscar sua história de leitura para completar as lacunas; pois vivi essa experiência em alguns contos e o autor escreveu narrativas autônomas, que independente das referências, permitem ao leitor construir um sentido, curtir a leitura conforme sua identificação (ou não) e gosto pessoal. Mas para leitores curiosos, Livraria Limítrofe pode ser desafiante, com as suas entrelinhas e labirintos literários, tece um universo bem mais amplo do que as suas 190 páginas e diferentes expressões artísticas e gêneros literários (do clássico mitológico aos últimos sucessos literários) que oferece.

Por fim, acho que o que me mais me fez gostar de Livraria Limítrofe foi a percepção de que não é somente o leitor fictício que realiza uma viagem literária.Também o leitor real, eu e você, por exemplo, realizamos esta viagem quando vamos reconhecendo nas páginas do livro as nossas leituras, mesmo as que não realizamos, e reconstruímos momentos importantes das nossas histórias, histórias de vida e de leituras.

Visite o site da Editora Estronho e saiba mais.
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Adriana F. 13/10/2011

Uma livraria sem limites
Desde que tomei conhecimento do projeto de Alfer Medeiros, fiquei muito curiosa para ler Livraria Limítrofe – O Adeus. O que dizer de uma livraria que se molda de acordo com a sua cultura literária? Isso é deveras fascinante!

O livro é lindo. Como sempre, uma bela obra que traz uma característica que, até então, creio ter sido pouco explorada no meio literário: a ausência da capa. Conheço apenas outros dois anteriores feitos assim. A princípio, o receio: vai estragar! Mas quando comecei a ler, que maravilha! É extremamente confortável e prático. Então, só tenho que parabenizar os envolvidos pela escolha ousada e de bom gosto.

Como de costume, avalio a obra como um todo: apresentação, forma, conteúdo... Apesar de conter certos deslizes na forma (por exemplo, excesso de vírgulas e alguns pronomes e locuções usados de forma inadequada...), o autor escreve muito bem e a leitura é fluida, leve, agradável... E comove.

Fui da alegria à tristeza na mesma noite ao ler capítulos como o da mãe e sua filha (Dando à luz) e de um paraplégico que relata quão difícil é sobreviver num mundo que não foi “arquitetado” para sua condição de cadeirante (Heroísmo).

Senti raiva de um janotinha arrogante em “Ajuda” e de um rapaz alienado, negando-se a viver a vida real em “O Senhor da má educação”. E senti pitadinha de inveja do livreiro ao longo da obra. Mas que leitor não sentiria?

Ri muito com “Duas perspectivas” e “Visita inusitada”. Também chorei muito em “Depoimento da mulher do livreiro”. Considero essa, sem sombra de dúvidas, uma das situações mais tristes na vida. Nesse capítulo, o autor conseguiu passar toda a sensibilidade, angústia e esperança (ou a falta dela) que a cena precisava.

Refleti muito acerca da adolescência dos dias de hoje em “O ancião e a adolescente”, bem como sobre “As mortes”. Mesmo porque existem várias maneiras de morrer (ou devo dizer “perder a vida”?).

Mas foi moralmente que Livraria Limítrofe mais me tocou. Senti vergonha de mim mesma quando me vi uma pessoa preconceituosa. Algumas coisas são óbvias na vida, porém, cada um tem seu “timing” para aceitar a lógica dos fatos. Foi assim em “O dilema do editor”. Passei a ter uma nova perspectiva sobre o assunto, deixando de lado conceitos baseados na minha mais pura ignorância.

Alguns pontos são passíveis de uma discussão mais profunda: a adolescente, o alienado, o torcedor que não gosta de ler e a mulher que entrou "de bico" na livraria.

Até que ponto os livros voltados para as massas constroem? Até que ponto corrompem? Dizer que um adolescente está errado ao ler livros de vampirilampos* é descartar não só sua maturidade biológica, como também sua maturidade literária. É ignorar a ação do tempo na formação do indivíduo. E nesse ponto, Alfer Medeiros acerta ao levantar essa questão. Tempos modernos, adolescentes diferentes. E o hiato formado entre gerações é, muitas vezes, intransponível.

O papel da literatura no desenvolvimento do caráter também é fundamental. Um livro pode alienar tanto quanto um programa de TV, um jogo de RPG ou uma seita religiosa. O que você quer ser quando crescer? Um cavaleiro medieval que comanda exércitos contra o inimigo é, de fato, um “futuro promissor”. Na ficção. E jovens que não conseguem viver a realidade, não conseguem suportar o mundo tal como ele é, embrenham-se por um caminho que muitas vezes não tem volta. Difícil combater essa alienação.

E temos os desprovidos de leitura. Aqueles que nunca tiveram acesso a um livro ou, quando tiveram, não conseguiram aprender a ler. Não tiveram alguém que ensinasse a ler. A falta de oportunidade é algo que ainda esmaga a sociedade de países em desenvolvimento. E a literatura pode ser libertadora! Já dizia Monteiro Lobato: “Um país se faz com homens e livros” e isso é fato. Mas ler não é apenas reconhecer caracteres. Precisamos de educadores que ensinem a Ler para que depoimentos como o da “penetra” e do torcedor sejam cada vez mais raros.

Mais uma vez, o autor mostra a que veio: promover a Literatura para todos, levantando questões de grande valor social, suscitando discussões profundas, conceitos filosóficos e o importante papel que a leitura de qualidade tem tanto no âmbito individual quanto na sociedade ao longo da História.

Livraria Limítrofe é uma dessas obras que todos devem reler vez ou outra. Seja para pegar as inúmeras referências literárias espalhadas por todo o livro, para ter um novo ponto de vista, para refletir ou ainda para descontrair... Apenas leia. A cada nova releitura você fará novas descobertas. Sem limites.

* SIQUEIRA, A.; 2011 – referência devidamente citada por ter usado o neologismo do Lord Dri. =)
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Carol Mancini 15/08/2011

O livro sem capa.
Autor: Alfer Medeiros
Diagramação: M. D. Amado
Editora responsável: Celly Borges
Revisão: Celly Borges
Editora Estronho
Selo Fantas.

Para quem vem acompanhando os trabalhos da praticamente recém-nascida Editora Estronho, sabe que o que ela vem desenvolvendo é de uma qualidade gráfica e criatividade impressionantes. Mas ousadia tem limite? Se tem, Marcelo Amado e sua parceira Celly Borges ainda não chegaram lá, pois desde o anunciado do lançamento do primeiro livro do Selo Fantas, já se prometia mais uma “loucura”: um livro sem capa.
Para entender melhor esse projeto, vamos falar antes sobre o que é o Selo Fantas. Celly Borges presente como revisora na Editora Estronho já há algum tempo, agora dirige um selo cujo nome foi inspirado em seu blog: Mundo de Fantas, com resenhas de livros, dicas sobre leitura, promoções entre outros. O “Selo Fantas” então veio com a proposta de trazer para dentro do universo esquisito da editora, um canto para a literatura juvenil. E “Livraria Limítrofe” do Alfer Medeiros é sua primeira obra.
(Então “Livraria Limítrofe” é um livro para crianças e adolescentes? Não! Ele também é para esse público, mas não somente.)
Alfer Medeiros (autor de “Fúria Lupina”, um livro forte em diversos aspectos) aparentemente de maneira um tanto despretensiosa criou a fantasia que rege esse livro, que tem duas grandes motivações – propositais ou não.
A primeira é que o livro refere-se a muitas outras obras dos mais diferentes universos da literatura que saltam do papel até que os enxerguemos com características de personagens e autores de todas as épocas, porém, sem citar-lhes os nomes. Isso, para um leitor de um único gênero ou poucos, cria a identificação com um ou outro “capítulo” do livro; e para o leitor que devora de tudo, irá rir e se divertir muito com diferentes passagens que tocam os mais diversos gêneros.
Em segundo lugar, o mundo que se desbrava e se renova a cada página do “Livraria Limítrofe” é tão mágico e pungente que quem não está acostumado à leitura logo irá querer buscar maiores fontes para seu divertimento e, porque não, conhecimento. Agora, não é necessário ter nenhuma bagagem para entender a história, pois cada momento único é dotado de aventura particular e tem seu próprio clímax e desfecho.
Cada “capítulo” do livro é uma pequena história contada em primeira pessoa que consiste na experiência vivida por um personagem dentro da Livraria Limítrofe, um lugar regido por magia onde todos os conhecimentos literários daquele que a visita tomam formas ou ganham vida bem diante de si.
Cada personagem-narrador, tem uma personalidade única e justamente por isso, diferentes repertórios que são personificadas dentro da Livraria, onde é claro, só entra um visitante por vez.
Então podemos dizer que existe o cenário fixo, que é realmente a Livraria e tudo que há dentro dela como manuais, livros de verdade, passagens secretas, um aquário entre outras peculiaridades criadas pelo autor. E existem os cenários paralelos, que se modificam de acordo com a vivência de cada personagem-narrador dentro da Livraria.
Essa alternância também proporciona ver o mundo e a leitura sobre diferentes pontos de vista, mas todos eles escritos com muita responsabilidade e respeito. Alfer Medeiros soube tocar em temas como velhice, ganância, morte, deficiência física, superficialidade, doença e muitos outros com sinceridade, mas também com cuidado.
Todo a história em si está muito leve e divertida. Várias passagens fazem rir, e outras emocionam, e acredito ser impossível não se “ver” em uma ou outra passagem, ou principalmente, não morrer de vontade de ir parar lá dentro por alguns instantes.
O “objeto livro” certamente irá despertar o maior número de sensações possíveis, mas eu particularmente acho o livro mais belo feito pela Editora Estronho até agora.
Não existe capa, e para proteger o impresso o livro vem com uma capinha que faz alusão aos antigos livros de capa dura de couro e letras trabalhadas em dourado, com incríveis detalhes, agora por dentro que está a verdadeira beleza.
As páginas são de um cuidado impressionante, as folhas amareladas juntos com as letras adornadas e as bordas quase barrocas no início de cada capítulo deixaram a obra com um ar antigo e leve ao mesmo tempo. As palavras que melhor definem a diagramação é a simplicidade e o bom gosto.
Do lado de fora se pode ver a costura das páginas, e as folhas iniciais e finais são um pouco mais grossas para não prejudicar o exemplar.
A Editora Estronho, nessa obra, veio validar sua chamada “...tudo até literatura” com uma obra totalmente diferente de seu repertório já publicado, e Alfer Medeiros nos mostra que não é escritor de um único gênero.
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William Duarte 05/01/2012

Livraria Limítrofe - Alfer Medeiros
“Que importância a literatura tem na sua vida? Ela está presente no seu dia a dia? O que significa para você? Quanto ela moldou do seu caráter e jeito de ser?”

Imagine um lugar onde você pode vislumbrar os cenários e personagens dos seus livros favoritos de maneira palpável. Um lugar onde as dimensões podem variar de um pequeno quadrilátero até um imenso reino de fantasia, de acordo com o seu gosto literário. Esse lugar é a Livraria Limítrofe.

A Livraria Limítrofe é um lugar mágico onde todos os dias as pessoas que são sorteadas pelo Livreiro Limítrofe tem a oportunidade de visitar o local e desfrutar dos “serviços” prestados por ele.

Nos capítulos do livro os mais diversos tipos de visitantes narram sua passagem pela Livraria e seu encontro com os personagens que marcaram suas vidas. É impossível não se emocionar em diversas passagens do livro, que além do entretenimento da leitura, em muitos momentos, nos faz refletir sobre a sociedade atual.

Outra coisa que torna a leitura ainda mais agradável são as referências a outros livros contidas nele. É impossível conter o sorriso ao encontrar a referência de uma obra da qual você seja fã! E ainda temos a oportunidade de conhecer novos personagens, autores e livros (mesmo que nenhum nome seja citado com um pouco de pesquisa é fácil conhecer a obra).

Outra observação interessante é que o livro não possui capa, vêm apenas com uma proteção envolta. O que torna o livro ainda mais singular e único!

Escrito por Alfer Medeiros e lançado pela Editora Estronho, Livraria Limítrofe: O Adeus é o tipo de leitura obrigatória a todo fã da literatura. Não apenas pelas referências, mas também pela grande reflexão que o livro traz.

Para mais resenha,

O Livreiro Maluco
http://www.livreiromaluco.com/
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Luciana Fátima 30/04/2012

Piração Literária!
Há algum tempo, a Editora Estronho (MG) vem surpreendendo o mercado de livros alternativos com ótimas publicações de terror e ficção científica; mas, agora, investindo também em outros temas, ajuda a expor o potencial criativo de autores nacionais, não muito (re)conhecidos pela crítica tradicional. Um belo exemplo é o “Livraria Limítrofe”, de Alfer Medeiros. Chamado, também, de livro sem capa (mais uma das 'pirações' dos participantes do projeto, o livro é envolvido apenas por uma tarja, sem capa, literalmente!), é um convite a um universo fantástico. O condutor é o Livreiro Limítrofe, responsável pelas viagens dos diversos personagens que, a cada capítulo, mergulham nos labirintos criados pela literatura e saem modificados pela própria imaginação. Conheça a “livraria mais imprevisível, fabulosa e excêntrica da qual já se teve conhecimento”!
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Cristiano Rosa 01/07/2012

Diário CT: Livraria Limítrofe
Bem-vindo à minha casa. Pode entrar! Fica a vontade que vou ser bem solícito ao seu pedido e contar sobre a minha experiência com a Livraria Limítrofe. Bom, para início de conversa, eu nunca tinha conhecido um lugar tão fascinante quanto aquele. Sou amante das palavras, graduado em Letras, crítico, escritor e professor, já visitei vários lugares literários, mas nada como a Livraria.

Descobri ela por acaso. Era uma tarde de terça-feira. Estava no meu quarto quando ouvi a buzina de uma moto amarela em frente a minha casa. Saí da garagem e uma luz forte me cegou. Não estava muito quente, achei que o sol nem estava tão brilhante, mas foi o que aconteceu.

Saindo da porta, foi como se eu tivesse entrado em outra. Olhei para trás e percebi que estava realmente em outro local. Virei-me para frente de novo e eu estava lá, dentro da Livraria Limítrofe. Logo um senhor com cara de bonzinho se aproximou.

- É um prazer tê-lo aqui, meu jovem. Acompanhe-me por favor! – Disse ele, me conduzindo mais para o interiror do lugar.

- Como eu cheguei aqui? – Não me contive em perguntar.

- Era seu destino, caro Cristiano! – Disse o senhor me olhando sorridente. – Eu já esperava por você. Por favor, fique a vontade. – Disse-me, mostrando as diversas prateleiras com os mais variados e coloridos livros que se podia imaginar.

Um, lá do meio do corredor, estante da esquerda, brilhou mais pra mim do que os outros. Fui até ele e o peguei na mão. Espera! Tinha algo diferente nele: não tinha capa! Como podia? Em minhas mãos, tive a sensação de que era um livro sensível, e que eu teria de ser muito cuidadoso com o manuseio dele. Dei uma folheada e notei a bela diagramação, com páginas convidativas à leitura.

Sentei-me em um dos sofás da Livraria e abri o livro. Comecei a ler com agiliade, entusiasmo e prazer. Por meio dele, conheci muitas pessoas e personalidades diferentes. Uma mulher com sua filha, um rapaz cadeirante, um professor universitário, um jovem empresário, uma adolescente da era tecnológica, uma mulher enferma, um garoto nerd, o dono de uma editora, uma escritora com bloqueio criativo, uma jovem de luto, um rapaz metaleiro, um cinquentão culto.

A obra era mágica! Este único livro me fez conhecer muitos outros, de gêneros diferentes, como fábulas, HQs, literatura de fantasia, contos de fadas, literatura juvenil, livros pop-up, mitologia, livros eletrônicos, policial, terror, ficção científica, horror.

Notei enquanto lia, que uma senhorinha muito simpática passava pelo meu lado, no fim do corredor, cuidando-me e, cada vez que me via naquele momento mágico de leitura, dava um sorriso de satisfação. Parece que ela percebia que eu estava realmente apreciando o lugar e o volume em minhas mãos.

Entre personagens de carne e osso, e outros de tinta e papel, aprendi muito lendo aquele livro. Falava de amizade, família, morte, trabalho, juventude, e também de obras que eu já havia lido e era fã, como Peter Pan, O Mágico de Oz, Harry Potter, O Senhor dos Anéis e Sherlock Holmes.

Ao fim do livro, fechei-o, voltando a notar a ausência de capa, e ouvi passos em minha direção.

- Vou ficar com este exemplar! Quanto custa? – exclamei perguntando ao velhinho que se aproximava de mim, com cara maravilhada, parecendo que já lera aquele livro e sabia do que eu estava sentindo.

- Já é seu… Um presente meu pela visita!

- Presente? Mas é uma livraria ou bilioteca? – questionei-o interessado. E ele explicou que não vende nada ali, mas não chama o lugar de biblioteca porque não só oferece algo aos leitores, mas sim, existe ali uma troca de energias, experiêcias, mundos e conhecimentos entre ele e sua esposa com quem frequenta o local.

Tive a sensação de ter estado por horas lá, e que precisava voltar logo pra casa, pois tiha muito o que fazer. Não sabia eu que lá dentro o tempo e o espaço se comportavam de modo diferente. Despedi-me com alegria pelo que vivi ali e pena por ter de sair dali, e abri a porta e voltei à minha garagem.

O nome do livro era o mesmo do lugar onde fui: Livraria Limítrofe. O autor, Alfer Medeiros, e a editora, Estronho, pelo selo Fantas. Antes dessa obra, somente Harry Potter e A História Sem Fim me fizeram ler desse jeito. Li o livro em menos de um dia. E o que senti é inexplicável.

Fonte: http://www.blogcriandotestralios.com/?p=12564
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barbsm 04/10/2011

A ideia é interessante, assim como as referências percebidas ao longo do livro, que sempre causam aquela satisfação pessoal quando reconhecidas. Porém, não curti o desenvolvimento dos personagens, que não se tornaram tão cativantes ou críveis pra mim quanto gostaria, talvez, em parte, pela narrativa em primeira pessoa.
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Cel 26/01/2012

Livraria Limítrofe - O Adeus – (Alfer Medeiros)
Resenha do blog: Uma Janela Secreta.
http://www.umajanelasecreta.com/


Preparem-se para visitar a livraria mais fabulosa e totalmente imprevisível já conhecida.


Imagine um lugar mágico... uma livraria onde o proposito não é vender livros e sim explorar seus pensamentos, literalmente dar vida a sua imaginação.

Logo no inicio somos apresentados ao Livreiro Limítrofe, um senhorzinho simpatico de aparentemente uns 60 anos que administra a livraria. Ele nos explica como tudo funciona e como o tempo lá dentro é estacionário. De "tempo em tempo" uma pessoa é sorteada para visitar a Livraria Limítrofe, e uma porta aparece magicamente em sua frente. Quando entra, o convidado se depara com um mundo novo (absolutamente fantástico para aqueles que apreciam o mundo dos livros) pois lá seus pensamentos e sonhos literários tomam forma.

Em cada capitulo é um novo conto, uma nova experiência pela livraria, narrada do ponto de vista de cada visitante. São personalidades e situações bem diferentes que nos fazem compreender a importância dos livros em nossa vida.

Acredito ser esse o sonho de todos os leitores: poder visitar a Livraria Limítrofe...


Leia mais:
http://www.umajanelasecreta.com/2012/01/resenha-livraria-limitrofe-o-adeus.html
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Ednelson 22/01/2012

"Que importância a literatura tem na sua vida? Ela está presente no seu dia a dia? O que significa para você? Quanto ela moldou do seu caráter?"

O livro começa suscitando estas indagações. O convite para entrar neste lugar tão singular, a Livraria Limítrofe, um espaço que assume uma forma diferente para cada visitante, nos é feito. A Livraria é um reflexo de cada visitante, tornando-se uma experiência única e uma jornada em si mesmo. Para reforçar a singularidade da qual pretende falar a obra começa pela sua capa ou melhor...não-capa. O livro não tem capa! Deixando a costura exposta e vindo acompanhado de uma cinta para protegê-lo. Isso soa como uma proposta deveras interessante. A “voz” do livro nos sussurra: Hey, leitor, projete uma capa em mim. Teça a primeira camada de minha pele com a sua imaginação. Essa foi uma ideia genial! Agora vamos para a análise do texto.



O livreiro limítrofe
Nesse primeiro momento conhecemos o gentil livreiro limítrofe que de forma muito atenciosa nos conduz pelas dependências da livraria, a beleza descrita pelo autor é tão forte que deixa tudo palpável, o lugar faz os olhos brilharem de alegria. As referências, algumas vezes evidentes e outras subentendidas, são excepcionais, provavelmente a maioria dos leitores se sentirá extasiado e talvez, como eu, se vejam nelas. As analogias parecem trabalhos de um hábil pintor, conseguem captar o colossal encanto de experiências que todos aqueles que fazem questão de se alimentar com a magia de histórias, sejam elas de qualquer gênero, já puderam viver. Não há como resistir ao desejo de explorar a livraria após este tour.

Dando à luz

Aqui somos apresentados a uma mulher de negócios que aparenta frustração com o quadro da sua vida, casada com um homem que atua na mesma área e que descobre estar grávida. A maternidade age como um bálsamo para seu espirito e a menina a faz ganhar uma injeção de vontade de viver. A garotinha curiosa decide explorar um território desconhecido, acompanhada pela mãe-coruja, que a auxilia no contato inicial nesse terreno mágico e ao mesmo tempo se diverte, descobre uma paisagem que a cativa. A luz no título claramente alude à dois instantes distintos, o nascimento da menina e a iluminação em que a mãe colabora. Fascinante. A magia transborda aqui.

Heroismo
Essa história fala de um sonho muito comum, mas nem um pouco banal! É um sonho que pode nos conceder altos voos. É um super sonho. Temos a oportunidade de enxergar pelos olhos de um cadeirante que sente a cidade como um desafio a ser vencido a cada dia e até por isso ele já assume um caráter épico. A linguagem usada para falar dos super-heróis oscila entre vários estilos. O final desse conto me fez pensar se todos somos também heróis enfrentando inimigos (medos em sua maioria) e tentando salvar o mundo (conferir um sentido à vida).

Duas perspectivas
Como o título já declara aqui vivenciamos simultaneamente contrapontos na livraria. Dois amigos com vidas e personalidades completamente distintas que conflitam em inúmeros assuntos nos fazem recordar quantas pessoas que já nos foram ou ainda são queridas, mas que devido às nossas escolhas ou caprichos do destino se afastaram fisicamente, casos em que as ferramentas das quais dispomos atualmente podem amenizar, ou sentimentalmente, situação em que mesmo estar ao lado pode significar um abismo. Esse embate de perspectivas também levanta a dúvida de quanto um hábito como a leitura pode influenciar nossa ventura.
Ajuda
O homem moderno que anda no mesmo ritmo desenfreado dos carros que cortam os centros urbanos, aqui podemos conhecer um exemplar desta classe. Um sujeito que visa tanto subir na vida em alta velocidade, desprovido da capacidade de apreciar a jornada e anestesiado para a beleza de toda amplitude da vida. Falta de escrúpulo e uma imaginação pobre, estas poucas palavras podem definir o indivíduo medíocre, síntese do homem-máquina. É um texto que fala sobre os malefícios da vida na era dos avanços a passos de gigantes, passos estes que frequentemente esmagam pessoas, e sobre como algumas escolhas podem tornar nossas vidas áridas e estéreis.
O ancião e a adolescente
Qual a projeção que os adolescentes atuais fazem para o futuro? Qual o interesse deles? O que buscam na interação com o mundo, quais seus instrumentos e o que fazem com os dados obtidos? A relação com a literatura de uma adolescente como vemos em grande quantidade, bastando sair de nossas casas, é o que lemos nessas páginas. A garota é uma figura que simultaneamente fica adorando, com uma dedicação religiosa, algumas coisas enquanto negligência outras, mesmo após apelos. Antes dessa parte da narração o livreiro limítrofe nos faz sentir ainda mais próximos, como amigos de longa data, nos apresentando dessa vez os aposentos onde ele e sua esposa residem.

Depoimento da mulher do livreiro
Uma marca que me chamou muita atenção nessa história foi que a visitante da livraria recebeu um nome, apesar disso em primeiro momento parecer apenas um detalhe fiquei intrigado. Outras duas peculiaridades são: a conjugue do livreiro é quem nos guia e a pessoa que ganha uma porta para a livraria não pode atravessá-la por um motivo que prefiro ocultar, não quero lhes estragar a surpresa. A visitante e nós, ao seu lado, atravessamos o seu desenvolvimento literário e também pessoal. A conclusão é comovente.

O senhor da má educação
Toda a livraria tem suas regras e obviamente um bom trato social é uma excelente recomendação quando conversamos com o amistoso e simpático livreiro que tantas boas coisas pode propiciar. Reconheci rapidamente a primeira cena com a qual o visitante se defronta. Confesso que abri um sorriso de orelha a orelha. A batalha fantástica entre o visitante e o livreiro, que usam de exércitos Orcs a dragões, é sensacional! Essa foi uma merecida homenagem a um escritor que tantas mentes povoa.

O dilema do editor
Um dilema recai sobre os ombros de um sujeito com um bom propósito, uma missão, comparo eu, tão nobre quanto a de Frodo. Em plena era do “e-“ (e-mail, e-book, e-reader, e-commerce) como tratar um negócio cujos alicerces estão fundamentados em um formato muito anterior a tudo isso? Será que os novos utensílios do conhecimento são arqui-inimigos de seus antecessores? É inegável que cada nova geração esteja ainda mais mergulhada no mar de bits, negar isso e não tentar compreender este fenômeno é fomentar um gigantesco vácuo entre o ontem e o amanhã, entre a base e o cume de uma montanha.

Lapso criativo

Para as pessoas que são leitoras o constante trabalho imaginativo torna muito comum o hábito de ficar elaborando histórias. Contudo, muitas histórias sequer chegam a sentirem a luz solar, seja por desleixo, falta de incentivo ou desinteresse de seu “pai” ou “mãe”. Admito que eu mesmo já fui demasiadamente desleixado com histórias que se formaram em minha mente, mas não ganharam forma no papel. Todo escritor um dia ou outro passa pelo “abominável lapso da escrita”. Esse período de convalescença pode ser transformado em um espaço para reflexão, organização e pesquisa, ou seja, este mal é passível de ser convertido em um fortificante. Essas são algumas das reflexões que construímos em conjunto com uma escritora que entra na livraria em busca de uma solução.

Visitante inusitada
Curto e síntese da maneira como ainda são tratadas pessoas que apreciam a leitura, seja ela para entretenimento ou instrução técnica. Durante todo o ensino médio fui perseguido por gostar de ler e conversar sobre livro. O modo como visitante que se apresenta nesse trecho do livro trata a literatura é exatamente como fui tratado por tantas pessoas. É lamentável para mim quando vejo um espirito falido a tal ponto. Esse conto é uma denúncia de como pode ser um país em que a leitura não receba a devida atenção.

As mortes

A dor advinda do luto é algo comum a muitos de nós, quem nunca enfrentou este doloroso processo um dia ainda enfrentará, afinal ao longo da vida todos fazemos amizades, criamos laços e vivemos momentos que gostaríamos que fossem eternos ao lado de pessoas das quais jamais gostaríamos de nos separar. Essa é a condição humana, o fardo dos mortais. Contudo, sendo a vida tão curta, por que deveríamos perder grandes fatias absorvidos na morte? Não seria justamente a morta um motivo a mais para adorar a vida? E por que encarar a morte com tamanho medo? Obviamente não desejamos morrer neste exato momento, mas ela é parte do ciclo e ficar chorando por causa que as cortinas um dia irão se fechar é perder todo o espetáculo do qual ainda somos atores e autores. Tudo isso é passado pela ótica de uma jovem mulher.

O headbanger e o fantástico
O nosso entrevistado do momento é, como o título anuncia, um headbanger, um adulto próximo dos trinta anos e grande de fã de Heavy Metal (destaque para Therion, vou pesquisar mais sobre essa banda). O Heavy Metal é uma vertente muito transgressora da música, devido ao fato de algumas bandas falarem em suas letras sobre religiões milenares, histórias de demônios, dragões etc (claro que as bandas de metal não falam somente acerca disto) e também porque às vezes polemizar um pouco pode ajudar bandas a ganharem espaço na mídia e patrocínios, afinal manter uma banda não custa pouco, mas grande parte dessa imagem de “bando de satanistas”, para não falar coisa muito pior, dos headbangers é produto da propaganda de pessoas intolerantes e com interesses mascarados. Sendo o metal tão transgressor o que seria mais justo do que aliá-lo a uma narrativa que vai além do comum, banal, superficial? Texto muito bem regido.
Beber e conversar
Um visitante confabula com dois grandes mestres do horror, fascinante como mesmo sem revelar o nome dos escritores eles são mencionados por meio de suas características tão marcantes. A confabulação gira em torno dos dissabores amorosos, a vida como escritor, as más venturas (as enfermidades que sofreram, afinal até mesmo os mestres já passaram por maus bocados) e a fama, injustamente, só alcançada após as suas mortes. Ainda bem que hoje em dia o sol pode agraciar mais àqueles que são os conservadores da magia do mundo, mesmo com muitos pesares que ainda persistem. A atmosfera escura e o ar impregnado por vinho e tantos outros aromas mais singulares reflete magistralmente o estilo de vida dos autores que se fazem presentes. Esse conto me fez querer estar no lugar do visitante. Quantas vezes já desejamos conversar com os nossos amados escritores? Fico feliz por essa maravilha ser possível atualmente, em nosso próprio país, são tantos talentos para serem apreciados! Queria poder fazer uma pergunta aos escritores! E agradece-los por apesar de tudo nunca terem desistido de criar sonhos (pesadelos para outros).
O adeus
A parte fatídica chegou... precisamos dizer um adeus, mas prefiro interpretá-lo como uma até logo (novas visitas serão feitas no futuro), deixe um lenço ao seu alcance, nunca se sabe quando os olhos podem começar a marejar e lágrimas, quando menos esperamos, já estão escorrendo pela nossa face. Nesses momentos temos às vezes vontade de só dar um discreto adeus, virar as costas e ir para outro lugar, mas isso seria completamente deselegante com anfitriões tão cuidadosos e generosos. Esse é outro momento em que um nome é estabelecido para alguém, não direi quem é (suspense é a alma do negócio). Confesso que foi como dizer adeus para um amigo intimo que talvez nunca voltássemos a ver, esse é o poder dos bons amigos e dos bons livros. Porém não somos abandonados como qualquer coisa, antes de nos despedirmos desse amigo de algumas horas ou dias (a velocidade de leitura é que dirá o quanto tudo irá durar) somos brindados com um bônus, um brinde de saúde e vida longa e próspera à literatura e suas maravilhas.

Bônus – Vampiros me mordam!
Vocês que é fã de zumbis, vampiros, lobisomens, fantasmas etc o que acharia de ter uma oportunidade de viver uma aventura com essas criaturas? Os riscos existiriam, mas a diversão compensaria isso. Correto? Essa visita extra é também uma homenagem de Alfer Medeiros à outro autor nacional, Adriano Siqueira, (preciso ler este também!) e a sua paixão pelas criaturas da noite. O humor ácido contra a idolatria "teen" não é economizado e risadas são inevitáveis. Uma chave de ouro!

Este livro é maravilhoso! Uma experiência espiritual para aqueles que fazem questão de passarem horas devorando livros dos mais diversos estilos e gêneros! Pelo jeito de escrever do Alfer Medeiros nesse livro podemos concluir que ele é sem dúvida alguma um dos autores brasileiros que ainda vão nos presentear com muitas letras encantadoras! Recomendo!
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Coruja 19/02/2013

Uma das minhas fontes de recomendação de leituras é a Angélica, que volta e meia está me repassando livros – foi através dela que conheci, por exemplo, o excelente Cira e o Velho e é também com ela que costumo compartilhar amor por Sherlock Holmes...

Enfim, foi por ouvi-la falar desse livro mais de uma vez que acabei por ir atrás dele.

De pronto me surpreendi com a apresentação do livro. Na primeira edição, ele vinha sem capa, a costura da lombada aparente, artesanal – algo bem diferente e novo (ao menos para mim). Agora ele está sendo vendido numa edição em capa dura, mas, devo confessar, o primeiro formato me seduziu mais.

A idéia por trás da história também me conquistou. Ela é narrada em primeira pessoa e se trata de uma curiosa entrevista de emprego – e a impressão do discurso é que você, leitor, é o candidato a suceder o narrador no papel de o Livreiro da Livraria Limítrofe.

A livraria limítrofe é um lugar mágico – no sentido exato da palavra – que muda conforme o cliente que entra em seu recinto. Para leitores de Harry Potter, eu poderia descrevê-la como a Sala Precisa das livrarias.

Em outras palavras... se eu entrasse na Livraria Limítrofe eu provavelmente me veria nas ruas de Ankh-Morpork, perseguindo um coelho branco, tomaria chá em Pemberley e jantaria no Dragão Verde, reinaria em Cair Parável e terminaria o dia decifrando mortes misteriosas em um monastério medieval.

Em sua essência, eu amei a concepção. A forma como ela é posta em prática, contudo, não me agradou tanto. Falta à narrativa uma trama. Cada capítulo é o testemunho de um cliente da livraria (a entrevista de emprego é às avessas, a livraria que tem de mostrar os créditos dela para você) – e não existe realmente algo que as ligue para além da própria livraria e do livreiro. Minha impressão era a de estar continuamente presa na Introdução. Não significa que não seja uma leitura prazerosa – mas você termina sem saber exatamente para onde vai ou o porquê daquilo tudo.

Está prevista para esse ano uma continuação. Fiquei curiosa o suficiente com esse primeiro volume para querer lê-la e só torço para que, agora que passamos das introduções, o autor engrene a marcha, porque potencial há de sobra.

(resenha originalmente publicada em www.owlsroof.blogspot.com)
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Gih Figueiredo 26/03/2013

Espero que a Livraria Limítrofe de fato exista... :)
Todo leitor, COM CERTEZA ABSOLUTA, gostaria de visitar a Livraria Limítrofe. Começarei esta resenha de modo diferente pois o livro de que vos falo é totalmente incomum, de um jeito mágico, completamente especial.
O primeiro ponto que quero abordar é a beleza do livro, do trabalho digital contido nele. É ESTASIANTE olhar para a capa dura da segunda edição, e ainda mais para as folhas desenhadas no início e fim de cada capítulo. Muito elegante e bonito, é um estilo clássico inserido em um livro completamente novo. Fiquei tão FASCINADA que vou comprar Livraria Limítrofe só pra admirá-lo em minha estante.
Agora que já desabafei, vamos ao que de fato interessa...
A Livraria Limítrofe não é uma livraria qualquer, ela é nada mais nada menos que um lugar mágico. O leitor que tem o prazer de ser convidado a visitá-la - de maneiras sempre inusitadas - passa por uma experiência nunca imaginada por ele próprio. Dentro da Livraria, a imaginação do visitante ganha forma e tudo começa a simplesmente acontecer...
Bem, não vou soltar spoiler, né! O interessante do livro é, além da imensa vontade de que exista um lugar assim, a referência aos livros e histórias de que conhecemos. Raramente vemos o nome de uma "visão" do leitor da Livraria, mas dá para saber exatamente de quem se trata. E, lá estamos nós, com cara de idiota ao ler no livro a visão de um leitor daquele personagem que tanto conhecemos.
São 18 relatos de passagens pela livraria, cada uma com uma experiência diferente. Alguns feitos para nos divertir, outros para advertir, e outros para nos impressionar. Nem todos os personagens reconheci, mas a grande maioria sim. E é incrível a perspectiva que temos deles, é algo totalmente diferente!
A criatividade do autor me impressionou tanto quanto seu jeito de escrever. Uma leitura fácil, porém bela. Com uma redação/edição MUITO bem feita!
Eu, sinceramente, não sei mais o que dizer. Fico meio sem palavras ao tentar descrever Livraria Limítrofe... E, como não quero soltar spoiler aqui, deixo desse jeito mesmo.
Espero um dia ser escolhida para visitar a Livraria, ou até mesmo ser seguida por uma mariposa - quem leu entenderá rsrs -, e talvez até me candidatar para a vaga de Livreiro Limítrofe! Aliás, a história se trata disso, a saída de um livreiro para a entrada de outro.
Aguardemos, portanto, com ansiedade a continuação de Livraria Limítrofe, que começou com "O Adeus", mas tem muitas histórias maravilhosas mais a nos oferecer.
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