Giovana 17/12/2012O Monstrologista - Rick Yancey"[...] monstros existem. Por acaso há um pendurado no meu porão."
Quando eu vi o livro no sebo, instantaneamente o peguei e comprei, não sei ao certo por quê, mas acho que o título e a capa me chamaram atenção. Não que eu esteja sujeita a ser seduzida por caveiras, cemitérios e esse tipo de besteira. No mesmo dia, passei da página 100, mas então começou os massacres e na época eu jurava que aguentaria, mas não tive estomago suficiente. Eu o abandonei cheia de culpa e remorso, pois eu sempre soube que esse livro era bom. Esse ano, assim que o 'reiniciei' não me arrependi de forma alguma.
O livro se passa 1888, conta a história de Will Henry, um menino que a poucos anos perdeu os pais em um terrível acidente. Ele, no caso é o assistente do Dr.Pellinore Warthrop, que trabalha como Montrologista em sua casa, um estudante de Filosofia, como ele prefere dizer.
Após o acidente, Will passa a viver com o Doutor, tomando o lugar de seu pai de ex- assistente. Quando Will Henry e Warthrop recebem um estranho corpo para autópsia, percebem que há algo mais entre eles. São os anthropophagi, monstros que se alimentam de seres humanos.
"O Androphagoi têm as formas mais selvagens de todos os seres humanos, eles não reconhecem qualquer regra de direito, nem obedecem a qualquer lei imposta pela sociedade. Eles são nômades e usam roupas como a dos Citas (um antigo povo iraniano de pastores nômades equestres), mas têm uma linguagem própria.; possuem seu próprio grupo sendo devoradores de homens ". - Heródoto, As história de Heródoto (440 a.C.)
Os diálogos foram minhas partes favoritas, quando se tratava de uma conversa entre Will Henry e o Dr. Warthrop foi quase impossível não cair na gargalhada. O Doutor é um gênio, louco, mas um gênio. Para ele, nada é mais importante que sua Filosofia, faz qualquer coisa por ela. Will Henry é um garoto de 12 anos, que me trás a dúvida de ter novamente o prazer de presenciar um personagem tão corajoso. Em alguns momentos de seu pânico, eu me colocava em seu lugar e ficava angustiada, mesmo estando no conforto de minha cama.
Acho que todos que pretendem ler o livro devem estar cientes de que o autor não 'pega leve' com as descrições, elas são incrivelmente detalhistas que chagam a ser nojentas. Ele também não sente pena de seus personagens, matando eles com uma frieza assustadora.
Seus monstros, mesmo que não criados por ele, são incríveis. Com abundância de detalhes e comparações. O livro tem uma linguagem fácil de se entender, mas profunda o suficiente para dar arrepios pelo corpo.
Admito que esse foi o livro mais filosófico que já li. Rick Yancey sabe muito bem como usar suas palavras, proporcionando frases inspiradoras e encantadoras.
Os personagens são maravilhosos, quase todos com atitude e grande importância na estória.
Provou a mim mesma que títulos 'bobos' não fazem um livro, muito menos o autor deles.
Felizmente, trata-se de uma trilogia, o segundo livro da série acaba de ser lançado no Brasil,
"A Maldição do Wendigo", que espero ansiosamente começar a lê-lo.
Resenha originalmente postada em | escritora-de-rascunhos.blogspot.com