fernandaugusta 07/07/2024Desaparecido para sempre - @sabe.aquele.livroEste livro é mais um caso dos meus altos e baixos com o Harlan Coben. Talvez se tivesse uma narração diferente, eu poderia ter gostado mais.
Will Klein acabou de perder a mãe para um câncer. A família vinha abalada de uma tragédia acontecida 11 anos antes: o irmão de Will, Ken, foi acusado de assassinar uma moça, Julie Miller, que vinha a ser ex-namorada de Will. Ele fugiu após o crime e nunca foi localizado. A família acreditava que ele estava morto, até que nos últimos momentos de vida a mãe falou a todos que Ken estava vivo e era inocente.
Um dia depois do enterro, a namorada de Will, Sheila, deixa um bilhete e desaparece. O FBI o procura, e estranhas pistas a respeito de Ken começam a aparecer, bem como a sua ligação com uma dupla de bandidos barra pesada, que eram seus amigos de escola.
Então Will, que sempre acreditou na inocência de Ken, precisa encontrar o irmão, e também descobrir o que aconteceu com Sheila...
Confuso, né? Apesar de ter uma premissa ótima, a história se desenrola trazendo muitos personagens, e até entender quem é quem lá vai mais da metade do livro. A narração se alterna em terceira pessoa com personagens secundários, porém o narrador principal é Will, em primeira pessoa - o que não funcionou pra mim.
Will é um protagonista fraco, que se entrega a longas reflexões cheias de autopiedade e discursos como "sempre fui fracote, covarde, fugi de conflitos..." Ousadia entregar uma trama tão complexa para um narrador tão banana, mas é isso, e ele vai até o fim neste discurso. Ainda bem que ele é compensado pelo Fantasma, um dos criminosos, que movimenta muito a trama.
Apesar da curiosidade sobre o que aconteceu com Julie, achei que o autor colocou muitos pontos de atenção na história, muita gente, muitas coisas se sobrepondo no passado/presente. Fiquei dispersa e não consegui me prender nos inúmeros detalhes. Um dos pontos do enredo, pra mim, foi previsível desde o início. Mas também foi compensado pela última página, com uma revelação bombástica!
A palavra que eu usaria para definir este livro é: rocambolesco. A pessoa tem que ler e avaliar segundo seus critérios, mas eu não indicaria este livro para quem quer conhecer HC, por exemplo. É o legítimo caso de "não é ruim, mas também não é bom".