Nathi Santos 18/02/2015
Esse é o primeiro livro da Trilogia: As Irmãs Keyes, baseadas em três irmãs co-proprietárias de uma famosa padaria, com um bolo de chocolate de morrer. Mas, com muitas desavenças a serem acertada. Enquanto Claire é a criança prodígio que vira as costas para sua carreira e retorna a Seattle para começar uma nova vida, e se choca ao descobrir a animosidade que suas irmãs sentem em relação a ela. Para sua gêmea Nicole, que viveu sobrecarregada com a responsabilidade de administrar a padaria da família e criar sua selvagem irmã mais nova, a vida lhe pareceu injusta. Para sua irmã mais nova, Jesse, a crença de que ninguém a queria a fez imprudente e selvagem, até ela perceber o quanto precisa de sua família. Todas três têm sido infelizes no amor, mas elas tão prestes a ter seus mundos virados de cabeça para baixo, por um inesperado romance e uma recém-descoberta ligação com a família que havia sido perdido.
Surpresa nem começava a descrever o que Claire estava sentindo. Não via a irmã caçula há anos. Desde o enterro do pai delas, quando tentara retomar o contato com a família que lhe restara, mas fora avisada de que não era bem vinda, jamais seria, e que se fosse atropelada por um ônibus, nem Jesse nem Nicole — que era gêmea de Claire — se importariam em pedir socorro.
Esse primeiro volume é sobre Claire Keyes, a criança prodígio que depois de um primeiro encontro surpreendente com o piano aos três anos de idade, desde então passa a ter aulas e praticar até os seis anos quando sai de casa com sua avó para começar a carreira como pianista clássica. Enquanto acumulava fama e fortuna ela vivia uma vida rigidamente programada, limitada e só. Com sua exigente agente controlando quase todos os aspectos da sua vida, só pra ter uma ideia ela cresceu sem nenhuma ideia de como limpar, cozinhar, ou qualquer coisa do tipo e para piorar o cansaço e o estresse constante vem fazendo o que ela sofra ataque de panicos.
Sabia quando as coisas haviam começado a dar errado com Nicole. Sabia qual era o problema. Então por que não conseguia resolvê-lo?
Mas isso realmente importava? Afinal, ela estava ali, agora, determinada a fazer com que Nicole e Jesse se tornassem parte de sua vida. Não importava o que dissessem ou fizessem, não iam conseguir se livrar dela. Iria fazer com que a amassem, e ela as amaria de volta. As irmãs eram sua família, e isso era o mais importante de tudo.
Claire sente falta de casa e de sua irmãs, e anseia por uma vida normal, com uma família feliz. No entanto sua irmã Nicole vê as coisas totalmente diferentes, deixada para trás praticamente com a responsabilidade de cuidar de sua irmã mais nova Jesse, e assumir tanto as tarefas domesticas como as das padaria da família, assim que a mãe morre. Nicole viveu uma vida de sacrifício e trabalho duro, assim ela vê a vida de Claire cheias de riqueza, emoção e se ressente amargamente pelo fato de ter ficado para trás para lidar com o trabalho sujo. Ela culpa a irmã pela vida que teve e levou os outros a acreditarem que ela não passa de uma princesinha inútil, mimada e egoísta.
— Você é a vítima — falou ela lentamente, compreendendo os detalhes enquanto falava. — Não posso acreditar. Você, que é tão durona por fora, por dentro está culpando todo mundo pelo que deu errado. É verdade que deixaram tudo nas suas costas por aqui, mas você fez um ótimo trabalho.
Tomou conta de tudo. Mas isso não é o bastante. Não sei se você simplesmente não consegue aceitar sua parte, ou se não está tendo apoio o bastante, ou o quê mais.
— Pare com isso! — gritou Nicole. — Não ouse achar que pode entrar em minha mente. Não preciso de nenhuma psicologia amadora de uma pobre princesinha que não tem ideia de como funciona o mundo real.
— Pelo menos eu estou tentando melhorar as coisas. Não fico andando por aí, culpando todo mundo.
Agora, quando Claire recebe um telefonema de sua irmã mais nova Jesse, pedindo lhe para voltar pois Nicole irá fazer uma cirurgia, o que significa uma recuperação longa e dolorosa impedindo-a de trabalhar. Brilhando de felicidade, com a possibilidade de reatar os laços familiares, Claire retorna a Seattle apenas para descobrir que Nicole não só não a chamou como também não está nada feliz com sua volta. Mas, em vez de voltar se esgueirando para Nova York, com o rabo entre as pernas, ela se recusa a perder o que seria sua ultima chance de se reconectar com a família. Seus esforços são dificultados pelo fato de Nicole ter feitos todos acreditarem que a irmã não passa de uma mulher egoísta, mimada e manipuladora.
“A entrega absoluta ao sofrimento durou cerca de dez minutos. Então, Claire se levantou e foi até o banheiro lavar o rosto. - Você sabia que não seria fácil – disse ao seu reflexo no espelho. – Vai simplesmente desistir?”
Principalmente para Wyat Kningt, melhor amigo, confidente e meio-irmão do ex-marido de Nicole. Ele se sente atraído quase a primeira vista e se choca com a reação de seu corpo. Ele ama e confia em Nicole plenamente, ainda que apenas de forma fraternal. E como a amiga vem pintando por anos um quadro nada lisonjeiro da irmã, ele não vê nenhuma razão para não acreditar nela e se sente culpado por cobiçar alguém que ele julga ser responsável pela vida dura da ex-cunhada.
— Que diabos está fazendo aqui?
Claire olhou para o homem que caminhava em sua direção. Era grande e tinha uma aparência rude, com a pele bronzeada e o tipo de corpo que deixava bem claro que ou ele ganhava a vida com trabalho físico duro ou passava muito tempo na academia de ginástica. Ela fez o possível para não torcer o nariz para a camisa xadrez e o jeans surrado.
— Sou Claire Keyes — começou a dizer.
— Sei quem você é. Perguntei por que está aqui.
— Na verdade, você me perguntou por que “diabos” estou aqui. Há uma diferença.
O homem estreitou os olhos.
— E qual é?
— Uma das perguntas demonstra um interesse genuíno na resposta, a outra deixa claro para mim que por algum motivo eu o aborreço. Não se importa de verdade com o porquê de eu estar aqui, só quer que eu saiba que não sou bem vinda.
O que é estranho, considerando que nunca nos encontramos.
— Sou amigo de Nicole. E não é necessário ter-me encontrado com você para saber tudo o que preciso a seu respeito.
Susan Mallery fez um ótimo trabalho ao transmitir como Claire se adapta ao mundo real, há várias cenas tocantes com as vulnerabilidade e incertezas da personagem e como ela se esforça para lidar com os desafios da hostilidade de sua irmã e a vida cotidiana. Os personagens são pessoas maravilhosas aos quais você ficaria feliz em conhecer. Há algumas cenas encatadoras de reconciliação e perdão. E lindo vê Claire esticando suas assas e aprendendo a voar. Wyatt é um grande herói, um cara real, inteligente, perspicaz. Os personagens secundários como Amy e as pessoas da padaria da a historia uma ótima textura. Existe também, algumas cenas divertidas. Ao todo esse foi um livro maravilhoso, sobre família, e como você pode encontrar o amor aonde menos se espera.
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