Hotel Trombose

Hotel Trombose Felipe Valério




Resenhas - Hotel Trombose


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Pamela 18/11/2023

Nossa
Minha nossa, nossa, nossa.
Eu não tenho mais cabeça pra esse tipo de livro não ein, terminar ele foi como engolir remédio ruim.
Ele é crú, e não tô falando de "cruel" não, tô falando de crú mesmo, no sentido de que deixa a gente em carne viva.
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Adam.Mattos 10/06/2021

Livro perfeito
Como falar desse livro... primeiro tenho que dizer que essa obra do Felipe Valério mudou a minha vida! Quando o artista torna a sua arte pública, não tem como saber o efeito que causará em outras pessoas, e pra mim, Hotel Trombose foi essencial para que eu me tornasse hoje, escritor! Conheci primeiro a peça de teatro em 2012, e logo em seguida o livro, comprado das mãos do autor no dia da peça, com uma dedicatória muito especial. Ali ele me chamou de amigo, mas demoraram 9 anos para que nos conhecêssemos e enfim, nos tornarmos amigos. O que faz Felipe Valério, um ídolo literário meu, e uma das minhas grandes influências, ainda mais especial para mim. Mas falando do livro, ele é perfeito. Em todos os sentidos. Já o li 3 vezes, e tenho certeza que sempre o lerei. É uma obra prima. Em minha humilde opinião, um clássico contemporâneo que ainda não encontrou a sua época. Mas ela virá. Se recomendo? Não preciso responder, só digo que se ainda não leu, você é menos feliz do que poderia ser!
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Eduardo A. A. Almeida 01/04/2012

RECOMENDADO PARA O FIM DE SEMANA. O FIM DA VIDA. O FIM DO POÇO.
Como é que eu vim parar nesta porra de hotel imundo? Boca quente, boca suja, bico fechado. Tem algo rolando ali. Me ajoelho para espiar o buraco da fechadura. Bate uma vontade de vomitar. Bate forte. Vejo a cena num plano fechado, é o máximo que o buraco permite. É também o máximo que consigo suportar. Um instantâneo da tragédia. De todo tipo de tragédia. "Tem puta. Cafetão. Leitinho quente. Tem sacanagem a cabo. Fita cacete. Tem velho com criança pequena. Que baba de dor. De medo. De tesão. Tem gente levando por fora. Por trás. Por onde. Porque." Não tem explicação. Não é um livro sociológico, não julga, não denuncia, não analisa de fora. Não está nem aí. Melhor fingir que não acontece. Tenho nada a ver com isso.
Troco de fechadura. Faço isso a cada capítulo. Um passo à frente no corredor decrépito do Hotel Trombose, cujo dono, Felipe Valério, está sendo procurado. O diabo fez alguma coisa boa, o que é muito suspeito. Precisa dar depoimento, dar a cara à tapa, ser escorraçado pela mídia. Não pode ficar escondido atrás de escrivaninha de escritório. Ah se ele aparece na minha frente! Corro para lhe apertar a mão até ficar roxa. É mesmo um belo livro, desgraçado.
Suas frases curtas e bem arquitetadas apresentam jogos de palavras, frases-defeito, manipulação inteligente de forma e conteúdo. Cada um apreende dali o que puder. O que puder carregar. Tem que ser rápido. Se bobear, vai em cana. A cada vez que relemos um capítulo – é um romance, um apanhado de contos ou um cortiço? –, vemos melhor, como se a cena fosse se revelando aos pouquinhos. Strip-tease literário. Tesão.
Vamos subindo os andares do Hotel Trombose e o calão vai baixando. Fica ao rés do chão, como um capacho. Limpamos nele nosso falso moralismo. É uma fuga tão intensa da realidade que, quando nos damos conta, já entramos de cabeça em outra muito pior, de onde o difícil é sair ileso.
O livro trata de sacanagem, violência, asco; da tragédia de sobreviver. Uma excursão ao inferno, que nem fica tão longe assim, tem busão a cada dez minutos e sai sempre lotado. Talentoso do caralho! Se tudo o que Felipe Valério põe em palavras choca, é só porque não estamos acostumados, porque nossa vidinha, por acaso, não está encalhada naquele deserto inconsolável. Porque o sol brilha para nós enquanto deixa os outros mundos mofarem. Quem se importa?
Caminhar pelo Hotel Trombose. Espiar a desgraça alheia pelo buraco da fechadura com a curiosidade de um visitante de zoológico. É uma experiência marcante. Os sons, os cheiros, o submundo pegajoso. Nem sabonete importado dá conta. Ele se embrenha no corpo, contamina, vira parte de nós.
Tem momentos em que, de tanta imagem sobreposta, de tanta certeza deslocada, a narrativa fica quase abstrata. Porque não decodificamos aquela linguagem. É gutural. Incompreensível. Uma realidade sem sentido.
O sobe-desce do elevador, as goteiras marcando o compasso, os corredores como veias, o cada um por si, o coração na garganta, tudo entupido de desgraça, de falta de noção, de distorção de caráter. Humanidade em excesso. O sangue pronto para vazar. O sangue não corre, fica parado, botando medo. Quem corre é o leitor. Para onde? Não tem remédio. É a vida. Doença social grave: trombose. Puta livro.
Vai encarar?
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