Entre o Cristal e a Fumaça

Entre o Cristal e a Fumaça Henri Atlan




Resenhas - Entre o cristal e a fumaça


1 encontrados | exibindo 1 a 1


Maurino 29/08/2011

A necessidade não é causa e sim, efeito do que surge.
Criação da ordem a partir da desordem. Quebra-cabeça do acaso e da organização, ...que ao mesmo tempo se constrói e se desmancha ininterruptamente, os sistemas cibernéticos abertos resultam das sucessivas descobertas acerca da importância paradoxal do “acaso” na organização dos seres vivos. Valendo-se dos estudos dos sistemas longe do equilíbrio, da escola de Ilya Prigogine, da filosofia do “tempo-invenção”, em Henri Bergson, da idéia de “acaso e necessidade”, em Jacques Monod, da teoria da complexidade de Edgar Morin, da psicanálise de Jacques Lacan, da termodinâmica em rede, de Aharon Katzir-Katchalsky, da “lógica dos magmas” de Cornelius Castoriadis, dos algoritmos do mundo vivo, em François Jacob, da pulsão de morte, em Sigmund Freud e de inúmeros outros autores, o médico e biólogo Henri Atlan lança uma pá de cal no determinismo mecanicista ao – utilizando-se das idéias de “mutações do saber” e “mudanças de paradigmas”, respectivamente de Michel Foucault e de Thomas Kuhn – anunciar a revolução biológica da auto-organização. O poder criador pressupõe uma inversão do tempo no processo contínuo do ser, que se renova através das interações aleatórias com o seu ambiente, em uma cascata de hipercomplexificação: entropia negativa (ou neguentropia). A hominização se realiza como inacabamento radical, na medida em que, como “máquinas produtoras de sentido”, que se utilizam do aleatório para se organizar, a “morte” é parte integrante da incessante TRANSFORMAÇÃO (desorganização/reorganização), mais determinada pelo que irá acontecer (e que ainda não é conhecido) do que pelo que já aconteceu - renovação que nunca se completa. Para aqueles que tem medo do erro, Atlan afirma que, na vida, ele tem um papel organizacional: é empregado como inventividade nos processos de vida. Sua teoria da auto-organização tem incríveis ressonâncias com o conceito de autopoiése, de Humberto Maturana e Francisco Varela e com o de "eterno retorno", de Nietzsche. “Entre o cristal e a fumaça: ensaio sobre a organização do ser vivo”. Esse livro já se tornou um clássico das ciências naturais contemporâneas!
comentários(0)comente



1 encontrados | exibindo 1 a 1


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR