A contadora de filmes

A contadora de filmes Hernán Rivera Letelier




Resenhas - A Contadora de Filmes


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Toni 24/04/2018

A história de Maria Margarida – contadora de filmes num povoado de mineiros do salitre no deserto do Atacama –, se lê numa sentada só, quase como se fosse uma sessão de cinema. É um livro que comove pela simplicidade do relato, um relato sobre as inúmeras formas que a imaginação tem de transcender a aridez e o desamparo de uma região muito pobre e desolada. Filha menor de cinco, Margarida ganha um concurso entre seus irmãos e se torna a contadora de filmes oficial da família, que só tinha dinheiro para mandar ao cinema um membro da casa por vez. Em pouco tempo sua fama cresce e alcança todo o povoado até que traumas nacionais e pessoais se metem no caminho. À medida que a arte de narrar entra em decadência (com a chegada da violência e da televisão, tão simbolicamente juntas), a memória de Margarida, advinda das histórias que viu e reinventou, se transforma na voz de resistência que se recusa a permitir que as luzes se acendam e ponham um FIM à história de seu povo.
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GRIFO: "Sem nem ter pensado nisso, para eles eu tinha me transformado numa fazedora de ilusões. Numa espécie de fada, como dizia a vizinha. Minhas narrações de filmes os tiravam daquele amargo nada que era o deserto, e mesmo que fosse por um instante os transportava a mundos maravilhosos, cheios de amores, sonhos e aventuras. Em vez de vê-los projetados numa tela, em minhas narrações cada um podia imaginar esses mundos a seu bel prazer " (p. 75)
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Frederico 26/01/2015

Uma obra singela e bonita
O que impressiona na leitura de A Contadora de Filmes é a singeleza com que a história é contada. Até os momentos fortes do livro, remetem a imagens bem cuidadas da narrativa, feita com um beleza esplendorosa e simples. Belo e singelo livro.
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João Paulo 27/07/2017

#ExperiênciasLiterárias: a contadora de filmes
O livro do escritor chileno Hernán Rivera Letelier é uma daquelas narrativas que vão fundo nos dilemas da condição humana. Não há como passar por ele sem ser afetado por um turbilhão de sentimentos, angústias, medos e emoções. Acompanhando a história da pequena contadora de filmes, a Fada Docine, somos interpretados a uma vivência maior, de um relato amplo e fecundo que, na medida em que se desenrola, nos coloca friamente diante daquilo que somos, das memórias que nos habitam, das ausências que nos formam. Recomendo a leitura para quem ousa trilhar o caminho de ir fundo em si mesmo.
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Keylla 16/04/2015


Maria Margarita é a irmã mais nova de uma família com quatro irmãos e o pai paraplégico que foi abandonado por sua ex-esposa, mãe de seus filhos. Vivem em uma casa humilde num povoado do Atacama, no Chile, próximo às minas de sal.

A história passa-se na década de 50. O pai de Maria Margaria é um amante do cinema, mas por falta de condições financeiras (e físicas) não pode ir e levar todos os filhos para ver os filmes, assim decide fazer uma competição entre seus filhos, na qual cada um iria ao cinema uma vez e, na volta, deveria contar a história aos membros da família. O melhor contador de histórias seria eleito e iria sempre ao cinema para repassar as histórias.

Com seu jeito criativo de inventar cenários, falas e interpretar canções Maria Margarita ganhou o concurso e se tornou a contadora de filmes.

No ínicio, ela contava apenas para seus famíliares. Mas a fama da garotinha ganhava força e logo ela estava contando as histórias para seus vizinhos, crianças, velhos e para quem desejasse escutá-la. Maria Margarita se sentia bem repassando as histórias e ganhando o aplauso ao final de sua apresentação. Ela se aprimorava para cada vez contar melhor suas histórias.

No entanto, nem tudo são flores na vida de Margarita. Se, na infância, ela conseguiu superar a pobreza e o abandono pela mãe, conforme os anos passam a magia que envolvia seus dias se dissipa e, no lugar, surgem nuvens cinzentas, que trazem a dureza do amadurecimento e o avanço tecnológico que invade a pequena vila na forma de televisões. Apesar de todo sofrimento, nossa Contadora mostra uma maturidade incomum para meninas da sua idade, enfrenta todos os problemas e obstáculos da sua vida com muita coragem.

Neste livro fui fisgada pelo texto fluido e divertido de Hernán Rivera Letelier, que coloca nas palavras da narradora a pureza e a sagacidade de uma menina observadora. Parabenizo a Cosac Naify pela beleza da capa e das páginas pretas com pequenas janelas de texto brancas, que lembram frames de películas.

O livro é lindo, simples, com um frescor e beleza únicos!
Rafa 18/04/2015minha estante
Parece ser muito bom!!!


Pri 23/07/2016minha estante
Keylla, adorei o livro! Como disseste, é simples, com frescor e beleza únicos. Não poderia descrever melhor!




Ewerton.Neto 09/04/2016

A CONTADORA DE FILMES E O CINE ÉDEN
Lojas Marisa, Rua Grande. Basta adentrar o interior da loja para perceber, no ambiente, a emanação de algo diferente que paira através da visão dos detalhes arquitetônicos singulares, escadas e plataformas.
Sublimado em meio a recordações, o homem pergunta à vendedora: Você sabia que aqui houve um cinema?, Sim, eu sei., ela responde. Talvez ele aguardasse uma resposta menos óbvia, correspondendo ao deslumbramento que sentia. Ele continua: Quantas vezes estive aqui, na adolescência, para ver grandes filmes e grandes artistas: Pistoleiros do entardecer, Ben-Hur; Burt Lancaster, Marlon Brando, Sofia Loren...Você conhece Sofia Loren? Não, não sei quem é... O homem decepciona-se, mas logo entende que é compreensível que ela não sinta nenhum orgulho especial por trabalhar numa loja onde viveram tantas belezas, destinos, histórias, sonhos e ilusões. Entrando em empatia com suas recordações a moça compartilha: Olhe, ali estão as fotografias dessa época!
De fato, em relevo junto a parede, pode-se ver grandes fotos da época em que a loja era um cinema. O homem transporta-se novamente para o passado e percebe que jamais conseguiria transmitir, à moça, as tantas emoções que ele e tanta gente sentiram. Para isso, no mínimo, ele precisaria ser um bom contador de histórias.
2.A Contadora de Filmes, romance do chileno Hernan Letelier , caiu no meu Kindle há cerca de quinze dias, apenas porque estava em oferta, já que eu não tinha referência alguma da obra. Assim que li o primeiro parágrafo, revelou-se um dos melhores livros já lidos por mim sobre a sedução da sétima arte, melhor até do que o badalado (e bom) Clube do Filme. Um breve resumo da história:
Num vilarejo dos rincões Andinos, do Chile, a única diversão da população miserável são as sessões cinematográficas de um improvisado cinema, em condições precárias de projeção. Uma garota de 13 anos, ao assistir as sessões e transmiti-las para o pai, inválido, logo descobre um inusitado talento que, aos poucos, se propaga para a vizinhança. Ela consegue entreter pequenas plateias, graças ao seu talento de atriz e, logo, sua interpretação narrada dos filmes por ela assistidos se tornam sessões tão concorridas quanto as do cinema, possibilitando a inválidos e aos que não têm dinheiro para pagar a bilheteria, ter acesso ao maravilhoso mundo dos filmes. Tão talentosa é a garota, e tão perfeita e eloquente a sua identificação com a arte que transmite, que se torna a grande atração paralela da cidadezinha.
Infelizmente, porém, com a súbita chegada da primeira televisão ao povoado, seu sucesso esvaece acompanhando a derrota das sessões cinematográficas. Precocemente, seus sonhos de atriz desmoronam acompanhando a sua derrocada física como mulher, de novo perdida num deserto de emoções, futuros e esperanças.
A Contadora de filmes surgiu-me, assim, um inesperado, belo e cativante texto sobre a sedução da arte cinematográfica, jamais vista em outro romance.
Só almejaria possuir um tantinho do talento da Contadora de Filmes, de Letelier, para conseguir reproduzir à vendedora das Lojas Marisa um pouco das emoções que um dia foram capazes de sentir aqueles que - no mesmo local onde ela trabalha hoje-, frequentaram, um dia, a plateia do Cine Éden em todo o seu apogeu.
ewerton.neto@hotmail.com http://www.joseewertonneto.blogspot.com


site: http://www.joseewertonneto.blogspot.com
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Eliana158 13/09/2015

Lindo demais!
Simplesmente encantador. Cinéfilos vão amar.
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Talita. 02/12/2016

Pensei que seria, mas não era:
o livro começou instigante, prendendo a gente com uma escrita fluida e mágica. Pensei que pra variar, seria um livro feliz e se não feliz, um tanto mais leve do que foi. Ledo engano. Ele terminou tão triste que senti e necessidade de escrever antes mesmo de pregar o olho e dormir.
Real? Sim! Trata sobre abandono, diferenças sociais, pobreza, a transição do cinema para a televisão e o surgimento das novas tecnologias (ponto interessantíssimo tratado no livro e acredito eu o mais importante) e seu impacto num povoado de pessoas extremamente pobres nos anos 50 no deserto do Atacama, sem divertimento algum. Fala-se também sobre abuso, esquecimento, infância perdida e laços rompidos pelo tempo e pelas más escolhas.
Adoro cinema, então me encantou a maneira como a protagonista narrava como se sentia enquanto via algum filme. Como se sentia vendo a luz da projeção, se sentando na primeira fileira, ficando alheia a conversas e barulhos para prestar atenção apenas ao filme. Me peguei fascinada por ela, por seu jeito simples e simpatia, mas o autor decidiu dilacerar nosso coração pondo Maria Margarita ou Fada Docine (seu nome artístico) num destino tão impiedoso, sendo moldado por mãos de pessoas que não mereciam sua doçura, tão pouco sua criatividade e principalmente vontade de ver a vida de uma maneira mais bonita.
Por isso as 4 estrelas.
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N.Barbosa 23/11/2016

Apaixonados e traumatizados por histórias!
E se subitamente fossemos impedidos de contar histórias e sonhar? Séculos atrás, Shakespeare afirmava que “somos feitos da mesma matéria dos sonhos”. A capacidade de fugir da realidade e de nos envolvermos em um universo paralelo deixa a existência mais interessante. Daí, o homem cria a arte, pois, “a existência não nos basta”, diria Ferreira Gullar. E é num deserto, privada da convivência da mãe e criada com costumes masculinos que Maria Margarita se encantaria com o cinema e toda a realidade cinematográfica. Eram estrelas a brilhar, histórias que ela mesma trazia para seu próprio mundo e viagens inimagináveis para lugares onde sonhava estar. Em uma mina de salitre, no deserto do Chile, uma pequena vila descobre o talento de uma menina de onze anos de dar um significado colorido para um vida carregada de tons escuros.
De família pobre, o pai faz com que a família vá ao cinema e em seguida volte a casa para contar aos irmãos e ao próprio pai tudo aquilo que havia acompanhado. Com o tempo, vizinhos e amigos passam não somente a acompanhar as histórias contadas por Maria como também fazem doações.
A menina se reinventa enquanto conta sobre os filmes. No pequeno espaço destinado à função na humilde casa onde moram, Maria de fato vive cada sensação experimentada pelos atores ao interpretarem determinado personagem. No entanto, a aridez do destino faria com que aquele romance encantado fosse substituído por enredo de uma tragédia grega moderna.

Os contornos de Hernán Rivera Letelier na narrativa conduzem o leitor a um mundo de memórias fabuloso. Uma linguagem simples, porém rica em detalhes e na combinação entre a realidade nua e o reino fértil dos sonhos. O equilíbrio entre os mundos e por fim o desfecho arrasador. Achei a obra incrível. Leitura altamente recomendada.
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Kimberly F. 30/08/2016

Leitura diferente
O que me chamou a atenção logo de cara foi, com certeza, o título. Imaginei algo como "A menina que roubava livros", e a doçura da escrita é até um pouco parecida mesmo. É uma narrativa agradável e bem curta, li em um dia. O cenário é bastante marcante, e esse livro te faz realmente construir todo o ambiente na cabeça.
Achei a sequência de fatos meio atropelada, mas nada que dificulte a compreensão. A estória é bonita, mas o final é um pouco triste. Me deu a sensação de que não acabou no fim. Recomendo para quem gosta de uma escrita bem ambientada, simples, de fácil compreensão e com um toque de melancolia e poesia.
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Dani.Peghim 14/08/2016

Livro curtinho, mas que passa muito rápido de uma fantasia ilustrando os sonhos de uma criança a uma história densa e dramática. Livrinho triste, mas que gostei. A narrativa é bem fluída e você se pega na última página com um gostinho de que poderia ter sido uma história maior, pois, afinal, se a contadora de filmes é a própria narradora e ela é famosa por contar seus filmes com detalhes e de forma avassaladora, ela conta a própria história dela de forma muito rápida e sem esse apego de detalhes. Podia ter sido mais trabalhado, achei.
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Eraldo 08/06/2013

Apesar de Dramático é uma ótima leitura.
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Jacqueline 26/08/2014

Definitivamente, mais do que a história mais vale a forma de contá-la
Sensível, inteligente e bonito.
O mote do livro não é original e já foi explorado em filmes como Cinema Paradiso e Cinemas, aspirinas e urubus - o cinema como escape, como lugar de sonho, de outras possibilidades, contrastando com a vida árida e entediante de um lugarejo distante de tudo -, mas é inesgotável e merece ser sempre visitado. E a forma como o faz Letelier é sensível e genial: mistura literatura, cinema e contação de histórias. Os dois últimos estão presentes na mistura temática que constitui a própria trama e a primeira concretiza-se na amarração dos fatos no acontecimento livro. Acrescente-se a isso um tanto de teatro presente na dramaticidade conferida às cenas de contação de história e nos adereços que acompanham a interpretação. A brincadeira com as linguagens é multidirecional e algumas passagens do livro parecem mais cenas de um filme.
Caçula de uma família de 5 filhos (quatro homens e uma mulher), Maria Margarita vence a disputa que lhe confere o direito de ir ao cinema (embora não se aplique à história do livro, até porque a TV chegaria só em seu final, meu olhar pequeno burguês pôde, enfim, perceber a função econômica de um vídeo cassete – para uma ou duas pessoas, dá quase na mesma ir ao cinema ou assistir a um vídeo, mas para uma família de 6 pessoas que vive com o dinheiro contado, decididamente não). Já que só um iria ao cinema e aos demais caberia apenas o direito de assistir à contação da história mais tarde, nada melhor do que o escolhido ser quem conte melhor a história. Maria Margaria vence a disputa, um tanto em função de méritos seus e muito em função dos deméritos dos outros – um irmão era gago, outro, embora tenha colocado todos diante das cenas narradas, excedia-se em terminologias estranhas a história e introduziu muitas “babaquices” e “cagadas” em seu relato e um outro deu o azar de ter assistido o Velho e o Mar, um filme quase mudo. A disputa propriamente dita se deu então entre dois.
A partir do lugar conquistado, acompanhamos o crescimento de uma criança em paralelo com o desenvolver de uma contadora de filmes, que tem como cenário uma cidade no deserto do Atacama no Chile que sobrevive em torno das minas, ofício que condenou o pai da protagonista a uma cadeira de rodas.
Não deixa também de ser um livro sobre a condição da mulher em cenários tão longínquos e desfavoráveis como esse.
A chegada da TV e o golpe de estado de Pinochet interferem sobremaneira no curso dos acontecimentos, levando a um final, sem dúvida nenhuma, cinematográfico.
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Helena Eher 02/03/2016

Muito triste
A Contadora de Filmes é um livro escrito pelo chileno Hernán Letelier, vencedor do Prêmio Alfaguara de Romance, considerado um dos mais prestigiados galardões de língua espanhola, com a obra El Arte de la Resurrección.

Neste livro, a protagonista e narradora se chama Maria Margarita. Ela é uma menina de 10 anos (no começo da história) e tem quatro irmãos mais velhos. Seu pai trabalhava nas minas, mas sofreu um acidente e ficou paraplégico o que fez com que sua mãe fugisse e abandonasse a família.

Em meio a tantas tragédias, a narrativa tem uma aura de sonho. A família adorava o cinema, mas como não tinha dinheiro para frequentá-lo, juntava as economias e mandava só a Maria Margarita para assistir ao filme e depois contá-lo. Acontece que ela tinha um verdadeiro talento para contar histórias e acaba encantando não só a família como também os vizinhos que passam a preferir vê-la do que ir ao cinema.

A menina se coloca o nome artístico de Fada Docine e ama encantar as pessoas com suas narrativas. Ela são só conta o filme, mas usa acessórios, interpreta, faz uma verdadeira apresentação.
Depois disso, de repente, o clima do livro despenca e começam a acontecer muitas tragédias. O que era triste com uma pitada de esperança, passa a ficar apenas triste. Quando o livro termina, a sensação de angústia ainda dura um tempo.

Eu gostei da leitura. Achei a temática diferente, gostei de como tudo foi conduzido, mas não gostei tanto dessa mudança na atmosfera da história. O fato de ela ter me pego de surpresa foi legal, mas o fato de o livro terminar tão pra baixo, nem tanto.


site: http://leitoranaholanda.com.br
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