Camila 26/02/2015Talvez Filhos do Éden não seja uma obra prima, não vá virar um clássico por sua genialidade, não seja excepcional, mas Filhos do Éden traz alguns pontos que ultimamente não tenho visto nos últimos livros que tenho lido (ou talvez eu esteja lendo muito livro ruim... sim, ultimamente estou lendo muitos livros ruins que são vendidos como bons livros).
Li o livro praticamente sem ler sinopse, na verdade eu li o livro porque gostaria de ler algo do Spohr, porque o falatório era tão grande de que ele era um grande escritor que o único jeito de saber era lendo um livro seu.
E no quesito história não me decepcionei. A quantidade de livros que existe com falam, falam e não dizem nada é impressionante, o que não é o caso de FH. Além de cenas de ação logo nas primeiras páginas a narrativa não enrola 400 páginas para dizer ao que veio só no final. A história é dinâmica e muitas coisas acontecem. Confesso que algumas coisas são difíceis de acompanhar seja pela complexidade da mitologia inventada por Spohr, seja pelo ritmo rápido, mas não acho de todo ruim. FH vai ser pra mim aqueles livros que todo vez que eu ler vou encontrar detalhes que não havia notada em uma leitura anterior.
O segundo ponto que gostaria de falar é sobre a mitologia da história que é bem complexa e muito bem desenvolvida. Com certeza Spohr teve muito trabalho de pesquisa e desenvolvimento antes de idealizar o livro. Aqueles que se arriscam a escrever ou que escrevem suas próprias histórias sabem como dá trabalha uma mitologia bem construida e amarrada. Leva tempo e muita dedicação. Spohr conseguiu juntar elementos que não tem muito relação entre si, sem "viajar" muito, tudo tem uma hierarquia que no todo faz sentido.
E uma última coisa que me agradou muitíssimo foi a narração onisciente em terceira pessoa. Normalmente não sou muito fã de narração em 3º pessoa, mas se tiver que ser acho que tem que ser onisciente e fazia muito tempo que não lia uma história assim.
Sendo bem sincera eu li o livro com a mente aberta, não li os livros anteriores dele e fiquei muito satisfeita com o que encontrei. Talvez Eduardo tenha que melhorar muito para se tornar um grande escritor, mas com certeza potencial ele tem de sobra.