Joao366 23/06/2013"Os fins justificam os meios", justificam?!Parafraseando Maquiavel, inicio a resenha de "IBM e o Holocausto". Um livro polêmico por tratar de um tema tão critico e associar a participação, aliás, a viabilização, de uma operação tão assustadora por uma empresa tão reconhecida e presente no nosso cotidiano!
Cronologicamente espetacular e com uma divisão em capítulos bem estruturada, o autor, Edwin Black, nos traz um documentário (com base factual e referências muito bem estruturadas ao longo do livro) que nos leva a entender desde o conceito de mecanização da estatística nos idos de 1930 a participação da IBM na intrincada estrutura do 3º reich, e, vai além, contextualizando a participação de Thomas Watson - quem já leu "7 HOMENS E OS IMPÉRIOS QUE CONSTRUÍRAM" (http://www.skoob.com.br/livro/89826) o conhece de outra forma - como homem "focado" na atuação da IBM e seus negócios com a Alemanha Nazista.
Passível de muitas críticas e manifestações apaixonadas pós leitura, esse livro nos faz refletir sobre muitos aspectos, por exemplo, os limites do que é, e até onde vão, os negócios; sobre participação de empresas (civis) em ambientes de guerra; sobre o nosso (importante) papel como consumidores, tanto no embargo a produtos de origem alemã (descapitalizando a economia), quanto na compra de produtos IBM (deixando de compactuar com a postura empresarial); sobre o quanto sabemos hoje sobre negociações de empresas que somos consumidores, e assim vai.
Denso em muitos momentos, pelo excesso de formalização da informação (dados e referências) - compreensíveis pela natureza do tema - (poderia facilmente ter uns 5 capítulos, e aproximadamente, 250 páginas a menos), o "IBM e o Holocausto" é um livro bom para quem gosta de 2ª guerra, um livro mediano para quem gosta de leitura de negócios, mas excepcional para quem gosta dos dois.
Boa leitura, e que, se ela não for boa, que nos fomente a reflexão sobre nosso papel como consumidor.