Cia do Leitor 04/05/2014
BRAHNAC - A Terra Mágica
Quando iniciei a leitura de Brahnac, pensei em se tratar de um livro medieval, já que a capa possui uma ilustração de um castelo em meio a total escuridão. Bem, em parte não estava tão enganada, a história se passa em nossa época, sendo que, Brahnac é um local em outra dimensão, em uma dimensão paralela, um mundo mágico, e sim, com hábitos medievais, onde os habitantes Brahnaquianos não conhecem a modernidade de nosso mundo, usam espadas, andam à cavalos, e usam uma linguagem bem arcaica. Eles vivem em total harmonia com seres mágicos, misticos e mitológicos. Na verdade viviam, até o "Mal" apoderar-se da mais preciosa entidade do reino e transformar tudo em caos e escuridão. O Medo e a falta de esperança era o único sentimento que predominavam àquelas terras.
No entanto, existia uma saída, uma pessoa que poderia salvar Brahnac, ela morava "no mundo humano" e poderia mudar o destino mal traçado dos habitantes de Brahnac, a salvação estaria nas mãos de Clarice, uma jovem que nunca soubera da existência desse lugar mágico, nem de sua importância para eles e as duas dimensões. Na verdade Clarice não sabia que sua vida era uma farsa, uma mentira sustentada a fim de salvar-lhe a vida e poupa-la para um futuro cheio de responsabilidades e decisões.
Clarice era uma jovem comum, com uma rotina igualmente comum que resumia-se em estudar, ajudar em casa e estudar. Morava com sua tutora D. Lena e sua amiga super protetora Bia, que não saia do pé de Clarice onde quer que estivesse. Na escola Clarice tinha um grupinho de amigos que estavam sempre tentando arrasta-la para passeios nos "points" da cidade de Rio das Caldas.
Foi em um preparo para um evento escolar que a menina pela primeira vez se encantou por um rapaz, o instrutor de arco e flecha Alan. Um jovem misterioso e que pouco falava de seu passado, mas, a atração foi recíproca trazendo em Clarice sensações que jamais soubera que poderia existir a cada investida de Alan.
Clarice era atormentada por pesadelos a noite, sonhos sempre repetidos que a assombrava e afligia, pois, parecia ser tudo muito real, como uma premonição. Estavam ficando muito frequentes a ponto de até acordada começar a ter ilusões ou visões, sentia-se insegura, observada e perseguida. Até que durante a aula de filosofia ela teve uma nova experiencia, uma espécie de transe e assustou todos os presentes, dessa vez parecia real o bastante a ponto de querer procurar a verdade por trás dessas visões.
E foi durante o evento que tudo aconteceu... Um dia ela é uma garota normal, no outro ela é levada as pressas para Brahnac, a sua terra natal em uma outra dimensão.
Aos poucos ela descobre sua verdadeira história, coisas do passado que lhe foram apagadas da memória, descobre o fardo ou a benção que carregava no sangue. Clarice é uma princesa, tem uma irmã gêmea e ambas tem poderes mágicos, unidas ficarão mais fortes para salvar todo o reino.
As sombras dominaram toda a terra e o mal se alastrou, consumindo tudo que era vivo, destruindo sonhos e a esperança de paz. Os demônios criados por Adonkern devastaram tudo com sua crueldade, até mesmo os maiores guerreiros de Brahnac sentiam-se impotentes diante de todo o mal.
A salvação de toda uma terra habitada por seres mágicos que Clarice jamais imaginara existir, que ouvira falar apenas nos livros estava em sua mãos e de sua irmã Liana. Mas, antes, deveria recobrar as lembranças apagadas e resgatar Liana das garras do todo poderoso Adonkern e seus demônios Brandruks.
Clarice afundava-se cada vez mais na angustia de não saber como fazer pra ajudar, queria voltar para o conforto de seu lar em Rio das Caldas, para os braços de seu amado Alan.
Mas, a missão que lhe fora confiada era acima de tudo uma obrigação para sua nova condição, a guerra do bem contra o mal estava no auge, a batalha épica estava próxima a acontecer e somente um lado prevaleceria.
Perdas, vitorias, confronto, sacrifícios, esperança, desilusões, amor, ódio, fé e muitas reviravoltas são as doses perfeitas que transformou esta obra em algo grandioso e magnifico.
Impressões:
Pode uma princesa encantada e mágica viver no meio de nós meros humanos em dias atuais? Uma princesa sem memória, sem passado, sem identidade, com um reino a sua espera e a responsabilidade de salvação de dois mundos nas mãos.
No inicio a obra gira em torno da rotina de Clarice, na escola e em casa com Bia e D. Lena, o que faz a gente pensar se estamos de fato lendo o livro certo, afinal, a sinopse fortalece que se trata de um livro épico... Eu tive muita curiosidade pra saber o que havia acontecido com os pais de Clarice e Bia, porque elas moravam com D.Lena, ela era tutora das meninas a partir de que ocorrência? Tudo me seria explicado no seu devido tempo.
As coisas vão começando a esquentar a partir da festa de Halloween, onde "algo" a espreita e torna tudo mais eletrizante. Mas, depois que Clarice vai para Brahnac, o livro vira uma verdadeira batalha, onde o antagonista é o verdadeiro Mal em pessoa, perverso é pouco pra classificá-lo e o bem vem de todos os cantos inimagináveis fazendo-nos vibrar de satisfação.
O romance entre Clarice e Alan é algo que a gente vai se acostumando e se envolvendo da mesma forma que a protagonista. Ele é um doce de tão romântico, mas, o mistério em torno da vida do personagem, lhe traz um charme todo pessoal.
Os personagens são bem desenvolvidos, fortes e independentes. Vão crescendo a medida que a estoria vai se desenrolando dando enfase aos papeis que exercerão mais pra frente.
→ Bia, amiga inseparável, sempre presente nos momentos felizes e difíceis de Clarice, é como uma irmã pra ela, e me surpreendeu nas revelações de seu verdadeiro eu.
→ D. Lena, uma fofa, podemos dizer que ela é uma mãe para as meninas, sempre preocupada com as duas e sempre prestativa. Como toda boa mãe, dá a educação adequada e lições de moral no momento certo. Também me surpreendeu bastante a sua verdadeira identidade.
→ Alan, esse nem se fala!!! Eu desconfiei dele desde o inicio, mas não achava que seria tão radical a revelação. Bia foi astuta desde o princípio, não era uma mera implicância...
→ O Jovem guerreiro Andrew, ele é um fofo gente! Também temos revelações bombásticas dele. Curiosos?
→ O Vilão Adonkern, esse é um mega vilão, cruel e monstruoso. Não tem dó, nem piedade, devasta tudo que tiver em seu caminho. Você vai pirar com ele!
Enfim, são 732 páginas de uma historia muito empolgante e brilhante! As revelações aos poucos esclarecidas me deixaram a beira de um ataque de nervos. A participação dos seres misticos e alados, me fizeram vibrar quase aplaudir de pé, (se não tivesse que largar o livro o faria) é realmente tudo muito mágico. A autora soube dosar na medida certa essa misturinha de seres que só enriqueceu a historia, elfos, fadas, centauros, Grifos e tantos outros encheram-me os olhos. Embora seja um livro com protagonistas adolescentes, nós nos envolvemos tanto que criamos um vínculo de amor e ternura com os personagens.
E o desfecho... Sem palavras. Estou cheia de expectativas para o segundo volume. \o/
Com uma escrita de fácil entendimento, porém, rica no seu vocabulário, narrado em terceira pessoa e apreciada pela quarta (eu!). De capa é simples e enigmática, tudo a ver com o conteúdo apresentado, um livro repleto de detalhes e descrições dos cenários e paisagens onde se passa a história. Cátia, nos detalha com maestria as cenas de luta, é impressionante o cuidado que teve nesse quesito.
Só não apreciei muito o tamanho da fonte que é pequena, as folhas das páginas serem brancas e a revisão, que mais uma vez escorregou no tapete, principalmente no final (esse ultimo detalhe me fingi de cega já que a historia é fascinante).
Outro pecado foi usar algumas palavras modernas nos personagens que viviam em Brahnac "caramba" ou "super gelado" dentre outras, não deveriam ser pregadas na linguagem medieval.
Deixo aqui minhas sinceras congratulações a autora pela grandiosa obra (em tamanho e qualidade) que li nesse inicio de ano.
Agora, por favor, não me venha com a desculpa que não irá ler porque o livro é grande, porque pra quem leu as febres "O Senhor dos anéis (1228 Pág.)" e "Tormenta de Espadas (884 Pág,)" Brahnac é tão bom e tão grande quanto esses mencionados.
Indicadíssimo, principalmente para aqueles que amam um livro bem grossinho recheado de adrenalina.
site: http://ciadoleitor.blogspot.com.br/2014/05/resenha-brahnac-terra-magica-de-catia.html