Resenhas - Sapato florido

Alberto 24/01/2022

Prosa diária
Dessa vez, Quintana usa da prosa para narrar singelas cenas do dia a dia. É quase um bate-papo com o leitor de tão coloquial a escrita e de tão comum os temas.

Cristiane 29/03/2022

Sapato florido
O livro apresenta poesias e prosas. Tem uma linguagem simples, direta e cativante. Vale a pena viajar nas páginas de Mário Quintana.
O mais interessante de tudo é que este livro foi publicado em 1948 mas sua linguagem é atual. Há um toque de humor. Vale a pena ler.

Guilherme.Oliveira 27/04/2021

A maneira simples da escrita de Quintana é uma das coisas que mais me agrada! O dia a dia relatado, a atenção aos detalhes que passa a ermo.
Quintana é isso...
É como se estivéssemos sentados a mesa com ele, enquanto escreve, conta histórias e dá sorrisos...

Procyon 07/04/2024

Sapato florido - comentário
?As únicas coisas eternas são as nuvens?? (p. 32)

Sapato florido, terceiro livro de Mario Quintana, publicado em 1948, é um conjunto de poemas em prosa que passeia por entre a existência. Quintana emprega uma prosa poética marcada pelo coloquialismo, de versos leves e simples, ausentes de rimas, que ilustram cenas cotidianas com humor e originalidade. Apesar de um tanto confusa e estranha, a poesia de Quintana parece brincar com as palavras, utilizando-se de uma linguagem simples e direta, todavia repleta de simbolismos e metáforas ao abordar temas como a fragilidade da vida e a inexorabilidade da morte, além de amor, solidão e a beleza das pequenas coisas. Nota-se a presença constante da natureza, ao que o autor evoca imagens de flores, pássaros, do sol e da chuva, como diferentes metáforas para vida humana. Apesar de alguns problemas bastante aparentes ? o fato de Quintana, um homem branco e sulista do Brasil do século XX, descrever pessoas negras com imagens servis e domesticadas ?, ainda sim é um livro que consigo tirar coisas boas dele. Alguns trechos parecem nos convidar a desacelerar da rotina ansiosa e dos mundinhos virtuais e apreciar a beleza, por exemplo, nas nuvens. Deixo aqui, portanto, alguns deles.

?O seguro morreu de guarda-chuva.? (p 42) Este evoca, ao mesmo, o dadaísmo moderno e o shitpost contemporâneo.

?Deconfia dos que não fumam: esses não têm vida interior, não têm sentimentos. O cigarro é uma maneira disfarçada de suspirar.? (p. 45) Eu não poderia discordar mais?

?Por causa dos ilusionistas é que hoje em dia muita gente acredita que poesia é truque.? (p. 48)

?O que mais me comove, em música, são essas notas soltas ? pobres notas únicas ? que do teclado arranca o afinador de pianos?? (p. 49)

?As folhas enchem de ff as vogais do vento.? (p. 51)

?Amar é mudar a alma de casa.? (p. 58)

?O Homem Invisível via-se obrigado a botar máscara. Era uma face enganadora, alheia, sinistra, melancólica...

O Poeta, para entrar em contato com os outros homens, põe-se a fazer poemas.? (p. 62)

?O quotidiano é o incógnito do mistério.? (p. 91)

?A mentira é uma verdade que se esqueceu de

acontecer.? (p. 98) Com isso, dei uma boa risada contida.

?Oh! não há nada como um pé depois do outro?? (p. 109) Do prazer de caminhar.

david andriotto 16/02/2024

O Terceiro!
Gosto muito do que acontece em Sapato Florido. É uma sucessão de lindas ideias poeticamente postas. Desde aqueles que se mostram abruptos como frases até aqueles que se dizem contos, os quintanares aqui reunidos se destacam por sua amabilidade. O riso frouxo vem no mesmo bonde que a reflexão. Não deixo de destacar certo incômodo quando lia passagens onde pessoas negras, sempre em posição de servidão doméstica, são referenciadas por termos em certo grau ofensivo. Quintana é um homem branco, cristão e sulista que publica em 1948, estamos até no lucro.

Prof. Edivaldo 27/06/2020

Esse é o Mário
Sempre muito cheios de significados os poemas de Mário Quintana.

Camaradalopes07 13/05/2022

Indescritível!
Como não deliciar e rir com as poesia de Mario Quintana? Ele foi genial pegar coisas do cotidiano e prozear sobre elas. "A mentira é uma verdade que não aconteceu"

Raphael L. 06/11/2023

Como é linda a língua portuguesa e as pequenas coisas da vida.
A leitura desliza como ele mesmo fala em um trecho.
Muito bom!

Julia 05/01/2023

O que falar de poesia
De certo a poesia em prosa é inovadora, bonita e muito convidativa. É também confusa, estranha e arbitrária. Vários poemas foram marcados em mim, guardados na minha mente como aquelas músicas que a gente lembra um trecho, não sai da cabeça, mas nunca lembramos toda - e é um elogio, o que eu guardei em mim foram as sensações, as surpresas e as diferentes maneiras de se pensar situações tão banais e tão vivas. Apreciei muito a leitura, apesar de não ser um autor que eu escolheria recorrentemente para ler. Fico feliz de ter me dado essa oportunidade para conhecer além do campo acadêmico a escrita de Mário Quintana. Não vou mentir, nada tem a ver com nada, e cada vez menos parece fazer sentido, mas quanto mais você se deixa perder na poesia em prosa, mais você encontra o sentimento puro de uma vida comum. "O sapato florido" foi uma surpresa bonita.

Millena50 05/02/2023

Viração
Voa um par de andorinhas, fazendo verão. E vem uma vontade de rasgar velhas cartas, velhos poemas, velhas contas recebidas. Vontade de mudar de camisa, por fora e por dentro... Vontade... para que esse pudor de certas palavras?... vontade de amar, simplesmente.

Isabel 27/02/2023

Livro de 1948
Esse livro é curtinho, fácil de ler, mas precisa que o leitor tenha em mente a época que foi escrito. Alguns trechos que seriam problemáticos para os tempos atuais.