Euflauzino 14/02/2013Toda interação com outro ser humano é mágica
Dizer que me surpreendi com este livro é uma mentira deslavada. Desde “Estudos sobre veneno”, primeiro livro da saga “As Lendas de Yelena Zaltana”, que sinto esta aventura através de outro olhar, um olhar de fã, um olhar de quem tem a certeza de que existem “livros” e existe um amontoado de palavras.
Estudos sobre magia (Harlequin, 415 páginas) é tão saboroso quanto o início da saga. Na grande maioria das vezes o segundo livro de uma trilogia serve como fio condutor para o derradeiro livro, apenas um elo entre início e fim, despretensioso por não revelar os segredos, ambicioso no andamento da aventura. Não é este o caso. Aos mistérios anteriores juntam-se outros. Maria V. Snyder parece até a escritora de Boudica, Manda Scott, mas esta é uma historiadora, enquanto aquela é uma contadora de histórias, excelente por sinal. Muitas vezes prefiro a contadora de histórias!
No primeiro volume Yelena luta desesperadamente pela vida, neste segundo não é diferente. Com a descoberta de suas habilidades mágicas Yelena é exilada em sua terra natal, Sitia, porém, lá não está livre dos perigos, já que um mago perigoso a persegue querendo incorporar ao dele todo o poder que emana da jovem. Depois de viver tantos anos longe de sua terra ela é tratada como estrangeira, e pior, como espiã, até mesmo por seu irmão. Yelena contará com a ajuda de sua tutora, a quarta Feiticeira, de seu amado Valek (procurado em todo território de Sitia, vivo ou morto), de seus pais e de todos os amigos que puder angariar, já que inimigos são o que não lhe faltam. Porém, o que mais necessitará é desenvolver sua magia, magia essa que gerou uma ordem de execução em todo o território de Ixia.
Não quero revelar demais, porém reparem não contundência dos diálogos e no choque de Yelena ao primeiro contato com seu jovem irmão:
“Por fim, um homem mais idoso se adiantou.
― Sou Bavol Cacao Zaltana, conselheiro ancião da família Zaltana. Você é Yelena Liana Zaltana?
Hesitei. O nome parecia tão formal, tão aparentado, tão estranho.
― Meu nome é Yelena ― respondi.
Um jovem, alguns anos mais velho do que eu, abriu passagem por entre a multidão. Ele se deteve ao lado do ancião. Estreitando os olhos cor de jade, seu olhar se fixou no meu. Uma mistura de ódio e repugnância marcou seu rosto. Senti um ligeiro toque de magia roçar no meu corpo.
― Ela já matou ― ele gritou. ―Ela fede a sangue.”
Leia mais em:
http://www.literaturadecabeca.com.br/2013/02/resenha-toda-interacao-com-outro-ser.html