Ópera dos mortos

Ópera dos mortos Autran Dourado




Resenhas - Ópera dos Mortos


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Assay 14/01/2024

Leitura fluida e cativante
Foi o primeiro livro do Autran Dourado que li e não poderia ter tomado decisão melhor. Consigo enxergar através do seu texto o esmero e cuidado que ele colocou neste livro. Durante a leitura me senti como um morador da vila, cada vez mais curioso pra saber o que acontecia dentro do casarão.
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Max 06/01/2024

Ópera...
Estando em minha lista de leitura há algum tempo, resolvi lê-lo após a enésima indicação de amigos booktubers.
À medida em que avançamos na leitura, vislumbramos uma escrita feita com muito estilo, envolvente, muito bem estruturada. Sua capacidade de manter um certo mistério, não nos dando nenhuma ideia para qual lugar nos dirigimos, equilibrando-se sobre uma linha fina e tênue, balançando-nos ora para um lado ora para o outro. Há ainda trechos espetaculares de narrativa fora do comum, deixando claro que é sim uma obra singular.
Vou já por mais um livro do autor na lista, gostei muito!
Recomendo!?
Edneia Albuquerque 06/01/2024minha estante
Fiquei curiosa Max, vou acatar sua recomendação!


Max 06/01/2024minha estante
Espero que goste, Edneia, há trechos do livro que ficamos sem fôlego, paralisados pela narrativa! Grata surpresa!?




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Suellen144 04/01/2024

Quem é Autran Dourado?
Nunca tinha ouvido falar de Autran Dourado, muito menos lido uma de suas obras. É estranho como um autor tão grandioso esteja, atualmente, na obscuridade.

Sobre o Ópera dos Mortos: um livro lindo, cheio de significado em todos os cantinhos da obra. O amor, o ódio, a arrogância e, principalmente, o rancor, são fortemente trabalhados nessa história.
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Sayonara 22/10/2023

Ópera dos Mortos
Este romance de Autran Dourado remete automaticamente à atmosfera do realismo mágico latino-americano. Através da história de Rosalina, Juca Passarinho e Quinquina, refletimos sobre a passagem do tempo, destino e laços familiares.
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Mirella.Maria 28/08/2023

Hipnotizante
O primeiro aspecto que salta aos olhos ao longo da leitura, claramente, é a linguagem. Percebe-se um cuidado minucioso na escolha das palavras e no trabalho do fluxo do pensamento dos personagens. É avassalador. Lembra demais outros tantos autores incríveis como Lygia, Lúcio Cardoso, Virginia Woolf e etc.

Também impossível não se apaixonar por Juca Passarinho e suas histórias.

Realmente, um livro que faz jus à escolha da UNESCO como uma das obras mais representativas da literatura mundial. Uma pena que Autran Dourado tenha sido tão rapidamente esquecido pelo nosso público.
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Ana 26/08/2023

"O sobrado era o túmulo, as voçorocas, as veredas sombrias."
Waldemiro Freitas Autran Dourado foi um advogado, jornalista e escritor mineiro. Nasceu em 1926 e morreu em 2012. Ganhou diversos prêmios literários, entre eles Jabuti, Camões e Machado de Assis. Ópera dos mortos é considerada sua obra prima, publicada pela primeira vez em 1967 faz parte da trilogia que conta a estória da família Honório Cota.
Os outros dois livros, Lucas Procópio, publicados em 1985 e Um cavalheiro de antigamente publicado em 1992, contam o começo dessa família. Em Ópera dos mortos acompanhamos Rosalina. A última desse clã. A narrativa se passa em meados do século XX numa cidade fictícia do interior de MG. João Capistrano Honório Cota é um coronel respeitado na cidade, todos o admiram, no entanto, depois de uma tentativa fracassada de entrar na política, acaba se isolando em sua casa. Um casarão que foi construído por seu pai Lucas Procópio e aumentado por ele que mandou construir um sobrado. A própria casa funciona como um personagem tendo em vista que une as características de Lucas Procópio, homem que tem uma fama de cruel e desumano na cidade. E João Capistrano, homem honesto e respeitado. Ao ser traído numa eleição, vira as costas à cidade e se fecha. Após a morte de sua esposa, fica ainda mais taciturno e sozinho apenas acompanhado de sua filha Rosalina. No entanto, acaba falecendo tbm deixando sua filha apenas com uma empregada que cuidava dela há muitos anos, a Quiquina. Até a chegada de um forasteiro, José Feliciano e a partir daí. Tudo vai mudar na vida de Rosalina.
A narrativa é muito envolvente e fascinante. O autor usa muitas gurias mineiras e a construção das personagens é ótima. Tem um ar de tragédia grega porque desde o início dá a sensação que algo inevitável e ruim vai acabar acontecendo. O tempo aqui é muito importante. Passado e presente se misturam e é algo comum nas personagens tendo em vista que elas vivem no passado e não conseguem vislumbrar um futuro. Estão perdidas no tempo. Tentando fazê-lo parar, mas ele sempre passa. E mesmo sem perceberem as coisas sempre mudam.
A personagem Rosalina é bastante interessante. Orgulhosa e altiva tenta corresponder as expectativas do seu pai e da sociedade patriarcal que está inserida, mas ao mesmo tempo, sente necessidade de se libertar e ter seus instintos satisfeitos. Ela é complexa e múltipla.
Adorei a leitura e acho incrível nunca ter escutado falar desse excelente escritor brasileiro. Com certeza lerei mais livros dele.
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Duda França 17/08/2023

Resumo do livro Ópera dos Mortos, de Autran Dourado
Ópera dos Mortos é a história da família Honório Cota: Lucas Procópio, o pai da família, impôs-se à força no lugar, onde construiu o casarão e a igreja, mas construiu destruindo a vida dos demais moradores, estuprando, intimidando, calando quem se revoltava contra ele. João Capistrano Honório Cota, filho de Lucas, não queria ser igual o pai e ingressou no mundo da política, porém, foi traído pelos políticos da cidadezinha. Desolado, além de ter perdido sua esposa, parou o relógio-armário da sala, mostrando que havia cansado de viver. E assim seguiu até chegar em Rosalina, que viveu apenas no casarão, não saía, a única visita que recebia era secreta, interagia apenas com a empregada muda Quiquina. Os únicos sinais de vida da moça são as flores de tecido e papel que ela produz, enquanto Quiquina vende elas com muito sucesso. A vida monótona das mulheres muda quando um novo funcionário chega no casarão para trabalhar ali.

Esse livro é bom, principalmente para os leitores que gostam de histórias tradicionais, com fazendas, casarões, costumes antigos do interior e dramas.
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Mariana 02/08/2023

Jamais poderei falar que a escrita não é boa, ou que a história não é excelente e bem pensada, porém, eu não me apeguei a história e não curti a escrita, obviamente entendo a importância e tá tudo bem não gostar de um livro tão aclamado! mas, estaria mentindo se falasse que foi um dos melhores livros que já li...
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Giordano.Sereno 15/07/2023

Bom livro! Gostei!
É um livro diferente. E, com certeza, não é para todo mundo. A forma de construção da narrativa utilizada pelo autor é de um estilo único. Causa estranhamento no início, mas, com o tempo nos acostumamos e no final já estava até gostando. O começo é um pouco lento. Mas melhora quando José Feliciano entra na história.
Gosto de livros com finais felizes. Não gostei do final que também achei um pouco aberto. Mas isso não inválida o livro que é muito bom.
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Aline 01/05/2023

Ópera dos Mortos
Uma obra intensa, dramática e trágica, três gerações ligadas pelo sangue, ao mesmo tempo que há rupturas temporais e contextuais, há fortemente a marca da herança e a presença de um ciclo vital que prevalece às características familiares. O leitor sofre junto com cada personagem, a história cresce, no entanto com manutenção de algumas tradições e fidelidade à solidão. A figura de Quiquina enraizada à representação do silêncio pessoal, social, histórico, físico e emocional, assim como a solidão requerida e vivida por cada personagem, e por objetos como os relógios e pelo próprio sobrado, nos apresentam a decadência de uma família inerte na história construída por fatos lineares e ao mesmo tempo divergentes, onde as tentativas de rupturas e de mudanças são direcionadas para um único caminho. Uma verdadeira obra de arte, que faz jus ao título. Um ópera brasileira em formato literário.
Alê | @alexandrejjr 14/09/2023minha estante
Que resenha sucinta e bonita, Aline! Parabéns!




Dilso 17/04/2023

SENSACIONAL...
? Trágica e bela como uma verdadeira ópera. Certamente, uma das melhores obras do gênero romance que ja li. Com um estilo de escrita mesclado de vozes regionalistas e cultas, Autran Dourado nos provoca através de muitos símbolos diluídos na história. Símbolos que formam camadas cada vez mais densas na qual não há espaço nem tempo para "debulhar" aqui. Mas posso dizer, ao menos, que tal como uma tragédia grega, mãe da ópera, a narrativa vai se desenhando pelas tintas das vozes dos personagens e de um "Coro", representando a visão de fora do casarão sob o olhar de um sujeito do vilarejo. Estou muito impressionado com a riqueza, a beleza e com o universo criado nesse romance. Sensacional. ?
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RESENHA:
"Numa pequena cidade do interior mineiro, Rosalina vive enclausurada num antigo sobrado, construção iniciada por seu avô, o truculento coronel Lucas Procópio, e continuada por seu pai, João Capistrano. Afastada de todos, Rosalina conta apenas com a companhia de Quiquina, uma empregada muda, e de relógios parados.
Mas a chegada de José Feliciano, ou Juca Passarinho, promete transformar para sempre a rotina cativa da moça, única e solitária herdeira da família Honório Cota.
Selecionada pela Unesco para integrar a Coleção de Obras Representativas da Literatura Universal, esta obra-prima de um dos mais importantes escritores brasileiros do século XX traz para a literatura a orquestração trágica de uma verdadeira ópera."

Fonte: Amazon.
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Pandora 13/04/2023

Ah! Nada como os mineiros para narrarem histórias sobre casarões e tragédias que levam à derrocada as famílias que neles habitam. Vide Crônica da Casa Assassinada, de Lúcio Cardoso.

Ópera dos Mortos, considerada a obra-prima de Autran Dourado, foi publicada pela primeira vez em 1967. Faz parte de uma trilogia que inclui também Lucas Procópio (1985) e Um cavalheiro de antigamente (1992), que embora tenham sido lançados depois, tratam de eventos anteriores aos descritos em Ópera dos Mortos.

O livro conta a história de Rosalina Honório Cota, herdeira de João Capistrano, por sua vez herdeiro de Lucas Procópio. O avô tinha sua importância como fundador da cidade, mas era temido e odiado por muitos. Violento, violador, quando morreu foi um alívio para todos. Já o pai de Rosalina era sério, correto e querido pelo povo, até que um dia decidiu meter-se na política e ingênuo nas manobras do ramo, foi traído nas eleições, fechou-se completamente e rompeu com todos, exceto seu compadre Quincas Ciríaco.

Numa casa em parte construída a mando de Lucas (o térreo), em parte complementada por João (que a torna um sobrado), agora sem manutenção e fechada para visitas, Rosalina vive com a empregada Quiquina, negra, muda e uma espécie de mãe para ela, sua ponte com o povoado com o qual ela pessoalmente não interage, a não ser com Emanuel, filho de Ciríaco - que vê uma vez por ano - e através das flores de papel e de pano que faz e Quiquina vende por aí.

Apesar de no passado ter se enamorado de Emanuel, Rosalina nunca se casou para não abandonar o pai, que no dia da morte da mulher, Genu, ao ver a casa cheia de gente que viera tentar uma reconciliação, simbolicamente para um relógio-armário que todos admiravam, mostrando assim que tudo havia acabado, que seu rompimento com a cidade era definitivo. Quando ele morre, a filha faz o mesmo, parando outro relógio e trancando-se no sobrado.

Um dia chega à cidade José Feliciano, o Juca Passarinho, que procura por uma atividade rentável que não tome todo o seu tempo e encontra no casarão da família Honório Cota sua oportunidade, já que a propriedade precisa de reparos dos quais Quiquina não dá mais conta e Rosalina não quer contratar nenhum local, já que herdara do pai o ressentimento pela “gentinha” do lugar. Juca, homem alegre e falador, contador de causos, faz logo conhecidos na cidade, sai pra todo lado e traz ânimo e barulho para aquela habitação sempre tão silenciosa; traz vida. Porém, também desperta sentimentos e sensações adormecidos. A dinâmica há tanto tempo estabelecida entre aquelas duas mulheres sofre um abalo.

Segundo o próprio Autran Dourado, em seu livro Uma poética de romance: matéria de carpintaria, a primeira ideia para o seu livro surgiu da frase “É preciso enterrar os seus mortos”, uma reminiscência de Antígona, de Sófocles. E alertou: “Pense-se no livro como tragédia, mais do que como romance, e se terá uma melhor leitura. Os mortos de Rosalina e os mortos de Antígona. Os mortos-vivos”.

Os mortos, neste romance, permeiam toda a narrativa: seja nos conflitos de Rosalina, que ora vê em si o pai, ora o avô e sacrifica o viver, isolando-se, orgulhosa, a fim de demonstrar à cidade o desprezo imposto por João Capistrano; ou seja nas lembranças de Juca Passarinho, que sonha com o padrinho Lindolfo, sua mulher Vivinha e o menino Valdemar; eles que atuam como sua consciência. Os relógios parados no casarão mostram que a vida estancou lá atrás.

A narrativa toda é de um esmero linguístico e construção de personagens apurada, mas destaco no capítulo 7 a maestria com que Autran Dourado nos transmite toda a angústia da personagem após uma situação embaraçosa em que ela temia reencontrar os envolvidos. Quem já passou por isso sabe como é difícil e como tentamos achar uma saída a fim de evitar o confronto, pensamos em opções tão ridículas quanto absurdas, porque na verdade queríamos apagar o acontecido. Até que precisamos encarar a verdade e as pessoas.

E como encarar a verdade e as pessoas quando é necessário, para Rosalina, perpetuar a figura mítica que se tornou, a dama quase etérea, cujas humanidades são desconhecidas de todos?

Escreveu Autran: “Não é apenas um livro do passado imperfeito, nele não há (só se foi por descuido) verbo no futuro. Como não há futuro para Rosalina. É sempre “vou fazer“, nunca “farei“. Dizer o futuro é afirmar-se, é sair do passado, do mundo dos mortos, é ser.”

“Mortos insepultos continuam assombrando os vivos; enterrar os nossos é nosso direito e dever.” (Regina Liberato, psico-oncologista, no artigo Enterrando nossos mortos dentro de nós.)

Livro maravilhoso que recomendo fortemente.

Notas:
1. Entre os escritores que contribuíram para sua formação literária, Autran Dourado citou William Faulkner. Seu conto A rose for Emily, de 1926, é sobre uma aristocrata falida de uma cidade fictícia do sul dos Estados Unidos, pós guerra civil, que vive reclusa em seu casarão, tendo somente um empregado negro e que se envolve com um trabalhador chegado do norte após a morte de seu pai.
2. Em sua dissertação de mestrado, “Casas e rosas: metáforas da (re)criação literária em Ópera dos Mortos e A Rose for Emily”, Fernanda Mendes Oliveira Figueiredo faz uma análise comparativa das duas obras, buscando “explanar as semelhanças entre as narrativas, o processo de construção dos escritores e a constituição da tradição individual”.
3. Ópera dos Mortos está entre as obras listadas na Coleção de Obras Representativas da UNESCO (projeto que funcionou entre 1948 e 2005). Visava traduzir da língua original para uma língua internacional (inglês ou francês) obras representativas da cultura de um país.
4. Autran Dourado escreveu romances, ensaios, memórias, contos e artigos e foi agraciado com os prêmios Goethe de Literatura, Jabuti, Camões e Machado de Assis. Faleceu em 2012.
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Rafael1906 19/03/2023

A hereditariedade das relações.
Autran Dourado nos apresenta um romance impactante, surpreendente e triste, com personagens enigmáticos, que carregaram seus próprios dramas, defeitos e ruindades. Ninguém escapa do fator humano nesse livro. Todos são bons, todos são ruins, todos devem alguma coisa e a vida bem cobrar durante esse percurso.
Rosalina é uma "senhora de sociedade" que vive isolada em seu casarão velho desde que os pais morreram. Ela tem como companhia uma ama que a criou desde criança, e que não fala, mas escuta. Tudo caminha nesse marasmo até o surgimento de um homem que vai mudar a vidas delas e do casarão. Ele também possui seus segredos e vaidades. O livro é excelente e vale cada página. As reflexões acerca da morte e da vida são um ganho extra. Uma leitura essencial.
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