Carous 03/11/2017Vale a penaGraças a uma insônia maldita depois de um dia extremamente cansativo - e outro por vir -, eu terminei esse livro. Uma.opção muito melhor do que ficar se revirando na cama aguardando a mente acalmar e o sono vir.
Comer, rezar e amar tirou o medo que eu tinha de livros autobiográficos. Ele é dinâmico e não é assim tão constrangedor ler sobre os perrengues do próprio autor, nem saber os nomes das pessoas que passaram por sua vida e deixaram uma marca - para o bem ou para o mal. E ainda tem os ensinamentos que ficam para quem passou por isso e o leitor.
Então peguei Coisas para fazer antes dos 30 sem preconceito e no começo, a leitura estava muito bem, rápida, irônica. Depois achei que caiu no marasmo e tudo que eu via - em pânico - eram páginas e mais páginas com parágrafos enooormes. Isso foi quando faltavam 100 páginas para terminar o livro, não se preocupem.
Coisas para fazer antes dos 30 não é tão dinâmico quanto Comer, rezar e amar. E Lisa é prolixa, diferente de Elizabeth. Pelo tanto que escrevia no blog e no livro, deu para ter noção disso.
Inclusive, achei Lisa muito parecida comigo nisso: as frases delas são enormes, com muitas vírgulas e intercalações pq ela.não quer deixar nenhum pensamento de fora para o leitor. Às vezes isso torna a leitura complicada pq é MUITA vírgula e eu perdia o.fio da meada nas frases - isso acontece com.quem lê o que eu escrevo, estou acostumada.
Não dá para exigir dinamismo na.vida de uma paciente de câncer, óbvio, no entanto, foi quando as sessões de quimioterapia e radioterapia terminaram que as coisas ficaram sem.graça. Era só Lisa divagando da sua vida interminavelmente e agora mal mencionava seus amigos, sua família ou seu marido. Isso foram das últimas 100 páginas em diante.
Digo com sinceridade que achei o livro regular e acho 3 a nota mais justa. O livro não é a 8a maravilha do mundo, mas é importante. Conta sem firulas como é o tratamento do câncer e tudo o que se passa com o paciente. Lisa tinha medos graves que todo mundo pensaria e uns que muita gente chamaria de fútil - até ela. Por exemplo, perder o cabelo é um grande negócio para todo paciente com câncer. Se preocupar como a doença está arrasando você fisicamente e seu círculo de amigos e familiar emocionalmente é outro. Querer se olhar no espelho e se achar bonita, então pesquisar sobre aplicação de maquiagem em pacientes com câncer é algo que permeia a vida dela.
Lisa é corajosa e que seja abençoada pelo enorme favor que fez aos doentes de câncer, amigos e família e à Medicina de escrever um relato desses. Serve para quem conheceu conheceu alguém que lutou contra essa doença, serve para quem nunca conheceu e serve para quem conhecerá.
Ela ainda esclarece algumas informações erradas sobre "estar livre do câncer" e, algo que eu não sabia, o tratamento ora te dá prisão de ventre, ora dor de barriga. Dureza!
Eu só não consegui entender o esquema do livro. Cada capítulo começava com uma postagem que ela havia feito no blog e depois ia para a narrativa. Normalmente o blog falava do assunto da semana - um medo, como ela se sentiu depois da sessão - e ela fechava o pensamento... para a narrativa entrar e retomar o assunto como se ele estivesse acontecendo agora com mais detalhes. Isso me deixou confusa. Talvez que no final do livro não há nota explicando o processo de criação do livro - por que essas postagens foram escolhidas? Tinha mais? Ela escrevia uma por mês? - nem se ele ainda está ativo ou o nome. Também não dizem se todas essas dúvidas que tive não serão respondidas por opção de Lisa.
site:
https://www.instagram.com/shiuestoulendo/