Sentimento do Mundo

Sentimento do Mundo Carlos Drummond de Andrade




Resenhas - Sentimento do Mundo


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Toninha 07/06/2022

Muito bom. A poesia de Carlos Drummond de Andrade é ao mesmo tempo delicada e intensa, realmente toca o leitor.
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Emerz 19/05/2022

Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio porque esse não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte,
depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.
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Marcelo1145 17/05/2022

Dores e angústias
Ler Drumond é algo que exige mais do que a vontade de ler. Exige contexto, sabedoria, empatia e sensibilidade. Poemas curtos ou longos, sempre complexos mas que mesmo na ignorância nós demonstram as dores e percepções desse magnífico poeta. Agradeço ao amigo Luiz Magalhães que me presenteou com essa linda obra.
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Dai Solyom 21/04/2022

Sentimentos
Infelizmente poesia ainda não é o meu forte, porém não concordo em falar que "eu não gosto de poesia"

Por quê?

Porque normalmente nós não gostamos daquilo que não conhecemos, e eu tenho pouco ou quase nenhum contato com poesia

Estou tentando, mas nada se compara a uma fantasia épica (para mim)
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Brunov 01/04/2022

Lírica e política
Drummond encarna o olhar do poeta tradicional e fleumático que tem que sair do campo para as cidades e cai no mundo percebendo-se ao notar o Outro, diverso de si, que também diversifica-o do que fora.

Nessa posição sente as agitações sociais contrastando com os privilégios de classe, que são os próprios, mas com os quais não pode mais se identificar, pois ao sair lírico do campo, entendo que a cidade não está parada e coisas fluem de um jeito ou de outro.

Averso a coerção e sua morbidez, mira na felicidade em coisas simples, mas entende que para passar para um modo de vida que recupere a simplicidade e a intimidade, precisa encarar a violência opressiva, nem que seja com ímpeto revolucionário, bélico e flamígero.

Ao mesmo tempo entende que a violência revolucionária também é violência e isso sobrepuja suas resoluções pessoais, sua capacidade individual de determinar algo, mesmo uma conexão afetiva.

Há esperança num porvir, mas o terror da morte o aliena é alienado é coberto de melancolia. Afinal: fascismo, revolução ou segue-o-de-sempre-por-enquanto ?

Visto sob contexto de sua época e à luz de sua biografia, Drummond dá voz ao socialista pequeno burguês. No entanto, reconstruído seu 'zeitgeist', hoje em dia soa um pouco mais com um paleoconservador ou alguém que tomada a redpill recai na blackpill.
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Regina316 30/03/2022

Realmente incrível
Fiquei fascinada pelo Carlos Drummond estudando o Modernismo lendo alguns poemas pingados nas questões então imagina uma admiração que triplicou quando li sentindo do mundo, esse livro é genial e de uma demonstração perfeiro do período em que foi escrito, trazendo a tona o sentimento de uma guerra iminente juntamente a problemas sociais da época que faz com que o leitor sinta o que ele quer demonstrar. Além disso é impossível ler um livro de Drummond e não querer mais e mais, simplesmente quero ler tudo dele após sentimento do Mundo.
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sofi 21/03/2022

Sentimento do Mundo!
?Tenho apenas duas mãos
e o sentimento do mundo [?]?

Que bela é a grandeza de Carlos Drummond de Andrade! Poemas lindos com histórias e/ou mensagens tão importantes. Poderia reler e relê-los pra sempre.
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losttoria 09/03/2022

tenho nem o que falar
Conheci o poema de abertura desse livro perto do meu aniversário de 19 anos, e logo de início eu senti um peso nos primeiros versos ?Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo?, me sentia velha, sem ter conquistado nada, mas ao mesmo tempo com vontade de fazer tudo, e nunca fazendo nada. Hoje tenho 20 e parece que nada mudou. Ainda sinto o peso das palavras e o sentimento do mundo.
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Nadjini 09/03/2022

Sou suspeita pra falar de Drummond, que é o meu poeta preferido (e digo isso sem medo).
Esse livro é o primeiro escrito após a mudança do poeta pra o Rio de Janeiro, então são descritas muitas paisagens mineiras, com tom de saudosismo, e cariocas, descrevendo os movimentos da cidade. É muito frequente esses ambientes serem colocados em oposição.
O tom geral aqui é de certo pessimismo, visto que à época pairava a atmosfera da guerra.

Recomendado pra quem quer ler o Brasil, e se aventurar na poesia drummondiana.
Alan kleber 10/03/2022minha estante
Casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar.

Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar... as janelas olham.

Eta vida besta, meu Deus.




let 08/03/2022

uma porta de entrada
Comecei a ler este livro por conta do vestibular e me apaixonei pela escrita do Carlos Drummond de Andrade, já conheci seus versos, mas foi sua primeira antologia que li. Me deu vontade de ler todas as outras obras. É incrível como textos de 80 anos atrás ainda refletem os dias de hoje.
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Rafaela1002 07/03/2022

Li esse livro por causa do meu curso, ainda estou estudando esses poemas pois não entendi muita coisa. Mas grande parte deles são bons sim! ?
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Gabriel.Faria 07/03/2022

Leitura espetacular!
Drummond é bastante contemporâneo em suas obras. Os problemas descritos à época - segunda guerra, nazismo - e como somos pequenos e solidários - temos apenas duas mãos e sentimentos do mundo - se mostram bastante atual diante da pandemia que vem assolando o mundo...

Como descreveria esse livro? Genial! Emocionante! Em suas obras ele se mostrava alheio à exploração na cidade. Como Itabirano, entendo o porquê o nome de Drummond deve ser celebrado em nossa cidade natal.

Aqui faço umas análises pessoais de alguns dos poemas:

1) Em confidência de um itabirano, Drummond nos fala da exploração tão comum na região de Itabira. Além disso, ele nos confidencia em forma de antítese o fato de ter colaborado da exploração da cidade - tive Ouro, tive gado...- e posteriormente o fato de servir como um funcionário público.

Ao dizer que Itabira é apenas um retrato na parede, o autor quer dizer que o fato da cidade ser explorada e de todas as boas lembraças da cidades não serem mais a mesma, doi lembrar da cidade.

2) Canção da Moça-fantasma de Belo Horizonte: Canção é uma maneira de extravasar sentimentos aprisionados que causam incômodo, desconforto e inquietude. Esse foi o recurso utilizado por Drummond para dar voz a um ser que já não faz mais parte da vida humana. É a forma de dar voz a alguém que já foi emudecido. A partir da canção, ela - a moça fantasma - encontra alívio. Seu lamento gira em torno da solidão, ter tido sua vida ceifada (cedo demais!) e não ter conseguido aproveitar os prazeres que a vida reserva.

Essa é uma obra escrita tendo como pano de fundo a segunda guerra mundial e a ascensão dos movimentos nazifascistas em grandes nações.

Drummond busca materializar em seus versos a busca pela paz, seja interior ou de um ser que já não pode ser mais ouvido, retratado neste poema como a moça-fantasma. É válido ressaltar ainda, que a obra é realizada a partir de uma lenda muito conhecida e presente na cultura popular dos cidadãos belorizontinos.

3) Tristeza do Império: Em tristeza do império Drummond demonstra que o império dava atenção às amenidades da época ao invés de assuntos essenciais à época- guerra, escravidão, etc.

Esse assunto se mostrou bastante atual a sua época (e se mostra ainda hoje!) Onde as pessoas se preocupavam com amenidades ao invés de assuntos importantes (2a guerra, nazifascismo, etc.)

4) O Operário no Mar:

- O operário caminhando representa uma classe. O operário evolui durante o poema, mostra que o operário conquistou algo.
- O negro carrega no corpo a marca da exploração durante a escravidão.
- Luta de classes - teoria marxista. O caminhar do operário represente a luta de classe onde o operário está sendo distanciado da classe burguesa. Esse distanciar reflete os ganhos dos direitos trabalhistas (direitos, etc) da classe trabalhadora.
- Anúncio de gasolina americana - capitalismo americano entrando em cena. O fato dele caminhar em direção ao mar - movimento trabalhista de outros países chegando ao Brasil.
-Todos os movimento e revoluções surgem a partir da inspiração de outros movimentos .

5) Menino chorando na noite

Esse poema retrata os diversos motivos que nos levam a entender a dor e o sofrimento. Um menino chora em sua casa em função de um remédio que tem que tomar... Entretanto, em outra cidade, em outro mundo talvez, temos crianças chorando por motivos adversos. Não existe diferença entre o sofrimento... Cada um enfrenta a sua guerra e seus lamentos.

O livro foi escrito em um momento de guerra... Logo, algumas crianças poderiam estar sofrendo por motivos relacionado a essa guerra. Um pai que foi alistado, um pai que foi morto, bombardeamentos nas ruas, fome, etc.
Sempre haverá uma mão acolhedora que representará a esperança em uma situação de caos.
Em tempos de guerra não têm muitas pessoas sorrindo... O que se ouve é um choro coletivo... O mundo fica triste em tempo de guerra.
Ainda sim existe esperança no sofrimento. Sempre haverá um remédio!

6) Morro da Babilônia

Esse poema de Drummond é incrível, pois retrata a realidade das favelas.
Em sua maioria, as favelas são dominadas pelo tráfico de drogas e são comandadas pelos traficantes.
Em muitas ocasiões, há confrontos com a polícia e muitos policiais morrem. Quarteis pegam fogo.
Quando ele fala o morro fica mais encantado, parece que drummond é contra a polícia.
Entretanto, do morro não vem só tristeza... Vem o samba, o carnaval que alegra a muitos brasileiros.
Essa cultura do morro domina as cidades e é visto pelo poeta como um presente do morro.
Drummond deixa bem claro as suas posições políticas em seus poemas.

7) Congresso Internacional do Medo

Em tempos difíceis (guerra, pandemia, etc) o medo sobressai em relação ao amor.
O medo distância, traz preocupações que outrora não existiam.
Ambiente pessimista! Não há espaço para sentimentos exagerados (amor e ódio), só ficou o medo!
O soldado, mãe, igreja, ditadores, democratas... todos tem medo!
Um tom pessimista... que diz q o medo permanecerá até depois da morte... Esse é o sentimento do mundo. Congresso INTERNACIONAL do medo.
esse poema foi escrito pelo Drummond em plena Segunda Guerra Mundial. Época em que a humanidade estava atordoada e com muito medo. As pessoas estão medrosas e não sabe como será o dia de amanhã.
Congresso é onde as pessoas se reune para discutir algo... O tema a ser discutido é o medo! A sensação de não saber o que tá acontecendo e como está acontecendo.
Provisoriamente... situação passageira.
Como poeta, drummond não falou de amor em meio a uma guerra e sim da realidade. Pq não falar do medo? Vou cantar o medo!
O medo faz eu cometer atrocidades, não o ódio!
O amarelo é uma cor associada ao medo.
No momento da segunda guerra, o sentimento de medo imperava no mundo.
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Lauara Santos 04/03/2022

E um livro de poemas ,os poemas são realmnete tocantes... tipo nossa eu le ele há muito tempo atrás também
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YoYo 28/02/2022

Bom livro
Melancólico um tanto, o primeiro poema foi lido por uma pessoa querida minha que faleceu, todas as vezes que seguro o livro algo em mim quebra e a leitura recompõe.
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Diego Rodrigues 21/02/2022

O homem, pequenino e impotente, diante dos acontecimentos exteriores
Cronista, contista e um dos mais influentes poetas brasileiros, Carlos Drummond de Andrade nasceu em 1902, no município de Itabira, em Minas Gerais. Ao lado de nomes como Vinícius de Moraes e Murilo Mendes, se destacou como um dos protagonistas da chamada segunda geração do Modernismo brasileiro. Foi vencedor de prêmios como o Jabuti (1968) e o Juca Pato (1982). Sua obra é vasta e trata de temas que vão desde questões existencialistas até o cotidiano, passando pela infância, a política e o erotismo. Dando continuidade ao meu projeto de ler a obra drummondiana em ordem cronológica (pelos menos as que tenho aqui), a leitura da vez foi "Sentimento do Mundo".

Publicado pela primeira vez em 1940, esse é o terceiro livro de poesias do autor e o primeiro a ser redigido na então capital, cidade do Rio de Janeiro. Com clássicos como "Confidência do itabirano", "Poema da necessidade", "Menino chorando na noite", "Ode no cinquentenário do poeta brasileiro" (esse uma homenagem ao pernambucano Manuel Bandeira) e o poema que empresta título ao livro, o volume é um dos mais celebrados da obra de Drummond e reúne 28 poemas que conversam direta ou indiretamente com os desdobramentos da Segunda Guerra Mundial e a ditadura de Getúlio Vargas.

Como o próprio título sugere, "Sentimento do Mundo" evoca a imagem do homem, pequenino e impotente, diante dos acontecimentos exteriores. Mas o livro não fica só nisso e, como um pêndulo, irá alternar entre o mundano e o que há de mais íntimo, o homem indivíduo e o homem na sociedade, o pequeno e o grande. Essa alternância de perspectiva perdura toda a leitura, com Drummond evocando ora a cidade, ora o campo, e trabalhando ora o contexto histórico/político, ora elementos autobiográficos. Mesmo nos poemas em que a guerra não aparece de forma mais explícita, é possível sentir sua atmosfera, tão bem captada pelo autor, nas entrelinhas. A morte, a amargura, o pessimismo e a melancolia se fazem presentes. Mas Drummond consegue, de certa forma, lançar um pequeno feixe de esperança e essa é a mensagem que carrego do livro.

É sempre uma tarefa difícil resenhar poesia, pois um verdadeiro turbilhão de emoções jorra da gente durante a leitura e é impossível colocar tudo isso em palavras, por isso não vou me estender mais e encerro por aqui a minha vã tentativa.

site: https://discolivro.blogspot.com/
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