spoiler visualizarSophia119 28/05/2024
??estaria sempre sob a mesma redoma de vidro?
?onde quer que eu estivesse ? fosse o convés de um navio, um café parisiense ou Bangcoc ?, estaria sempre sob a mesma redoma de vidro, sendo lentamente cozida em meu próprio ar viciado.?
para ler esse livro tão doloroso, exigente sensivelmente, mas de leitura fluída, não me foi um sacrifício e nem um esforço conectar com a protagonista Esther Greenwood; ser cozida pelo próprio ar viciado em nossas próprias redomas de vidro.
como Esther, eu me sinto desconectada da idealização de felicidade ou sonhos. me sinto desconectada do meu futuro, que nem consigo decidir qual figo escolher; me sinto desconectada
das alegorias mundanas, sem um sentido ou significado profundo que me seja dado prazer; não consigo desfrutar do privilégio de não fazer nada e não consigo ter sucesso em ser produtiva. também nada me impressiona já muito, e para contradizer, tenho tantas ambições que alimento sem saber qual, racionalmente, escolher; ao mesmo tempo de que não me contenta a ideia de que valha a pena de fato cada uma delas, com suas centenas de possibilidades de ?sim? ou ?não? em cada figo. me vejo caminhando estática contra o meu eu do presente e impossibilitando
meu eu do futuro, decepcionando meu eu do passado à medida em que me debruço com o próximo lento e efêmero passo.
sendo lentamente cozida no meu próprio ar viciado.
a história vai avançando conforme o desenrolar, e é possível notar Esther se desvencilhar de si mesma sutilmente ao decorrer, enquanto procura se achar, dentro de si mesma e dentro da sociedade sorrateiramente mordaz em que vive.