Leite derramado

Leite derramado Chico Buarque




Resenhas - Leite derramado


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Alexandre de Oliveira 10/01/2024

Elite caída
O livro é narrado pelo personagem principal, Eulálio Montenegro d?Assumpção, um velho centenário que desfia a sua história de vida, a história da sua família e do Brasil. Conta, num fluxo verbal de consciência, as suas memórias falhas, que ora se contradizem e se complementam. No núcleo do livro, sua história de ?amor? com Matilde, uma não-branca com quem se casou após a morte do pai, a contragosto da família elitista. Um mistério cerca sua história com ela: o sumiço não explicado no livro, cuja solução fora dispensada pelo Eulálio.
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Tassia.Thariny 08/01/2024

Bom, porém cansativo!
Achei um pouco confuso, pois, vai e volta a narrativa entre passado/presente/futuro, o que acaba ficando cansativo.
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Eliane406 01/01/2024

A expressão subjetiva
A expressão é popular e antiga, vinda de camponeses, não adianta chorar sobre aquilo que é irremediável. E o passado é aquela velha roupa que já não serve mais.
As lembranças serão eternas e particulares.
Ao chegar ao crepúsculo da vida, a memória se torna um lugar onde o coração fica armazenado, tentar reviver histórias e momentos e manter vivo aquilo que se nos torna únicos. Foi assim que Buarque com seu dom da escrita, trouxe em poucas páginas a narrativa em primeira pessoa de um homem centenário que viveu toda a mudança de seu país, absorto nas lembranças de um amor inesquecível e uma dor que jamais foi concluída.

?"[...] E a partir de então liguei uma coisa com a outra, a respiração de Matilde chamava as ondas, qie lhe respondiam com seu espraiar. Passar uma noite sem Matilde me parecia tão improvável quanto cessarem todas as ondas sem mais nem menos."
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Robremir 15/12/2023

Um romance sobre a decadência
Comprei este livro em um sebo faz alguns anos e ontem resolvi tirá-lo da estante. Na primeira página, um recado manuscrito da ex-leitora do livro para o Chico: horrível, pare de escrever e volte a compor. Eu ri e com este espírito me diverti horrores com a leitura. É um livro sobre decadência, alguém outrora muito rico que foi tendo que se adaptar a coisas cada vez mais baratas. Mas é um livro também sobre sanidade, sobre velhice, sobre o que nos faz vivos. Eulálio não é das pessoas mais simpáticas, é racista, covarde, mimado, mas é um reflexo da época em que viveu. Gostei muito.
Vou escrever um recadinho debaixo do anterior. Continue escrevendo, Chico. Mas se quiser componha também.
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Filipe 06/12/2023

Com uma narrativa intensa e, ao mesmo tempo, delicada, Chico Buarque nos presenteia com esta que é uma obra-prima da literatura brasileira. Há aqui um claro retrato de uma das mais comuns leituras da sociedade brasileira, algo que explora a psique de um tradicional ?cidadão de bem?.

Por quase 200 páginas, mergulhamos nos delírios saudosistas de uma figura decadente que clama as glórias e derrotas do passado de uma maneira imponente. Não temos aqui um narrador-personagem simples, embora a leitura o seja. Temos aqui uma figura complexa, que fala mais do que acredita dizer.

Chico é certamente o meu autor nacional favorito, com um talento que emociona.
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Amanda 08/11/2023

Genial
No começo do livro, lembrei muito de uma canção do Chico, chamada "O velho Francisco", em que o personagem é um idoso acamado, hospitalizado, contando suas histórias de sucesso na juventude. O livro é genial. Consegue retratar toda a falência moral das elites brasileiras, junto de sua falência também material. Os descendentes de escravistas e barões jazem em camas de memórias de um passado de ricos sobrenomes, que nada mais significam. A história é contada de maneira genial, desordenada como as memórias confusas do velho centenário. Todas as dores, ilusões e hipocrisias são descritas de forma a princípio confusa, fora de ordem, repetidamente... Mas tudo vai se esclarecendo na mente do leitor. Vale a leitura!
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jbswiftela 10/10/2023

Leite derramado
Bom, essa foi a minha segunda leitura do chico buarque, estava muiito ansiosa por mais. como posso dizer que foi exatamente como eu tinha imaginado?. a história desse livro é muito ampla e reflexiva, mas o que mais me surpreendeu foi a escrita do autor. vou ler mais dele com certeza
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MBressan 05/10/2023

A memória é uma vasta ferida
Primeiro livro de Chico que li e a conclusão continua sendo a mesma em relação às suas músicas: gênio.
Chico Buarque tem a perspicácia de entrelaçar o público e o privado; o íntimo e o social; a história pessoal e a história do Brasil.
Eulálio, um senhor centenário, é capaz de nos mostrar a realidade do envelhecer, e nos traz a reflexão: não importa quem você tenha sido, o corpo envelhece e sofre das mesmas mazelas que qualquer outro.
A confusão das memórias do personagem acabam gerando confusão em nós mesmos ao longo da leitura, afinal, sou eu ou o próprio Eulálio que está se confundindo?
Cheguei a pensar: e se toda essa história sobre família importante, Rainha Elizabeth, senador, abolição, for apenas uma distorção gerada pela demência? Pois bem, a história do Brasil, às vezes, é realmente tão absurda que soaria melhor se fosse apenas uma ideia fantasiosa (e de mau gosto).
Como ignorar, ainda, a sensação a la "Capitu" quando se trata de Matilde: traiu ou não traiu?
Por todo o livro, somos tomados por um conjunto de sentimentos entre a repugnância pelo passado e a empatia pelo presente de Eulálio (e da sociedade).

"bem antes da doença e da velhice, talvez minha vida já fosse um pouco assim, uma dorzinha chata a me espetar o tempo todo, e de repente uma lambada atroz."

"memória é deveras um pandemônio, mas está tudo lá dentro, depois de fuçar um pouco o dono é capaz de encontrar todas as coisas"

"seria até cômico, eu aqui, todo cagado nas fraldas, dizer a vocês que tive berço"

"os baques me seriam muito dolorosos se eu já não estivesse caído"

"as pessoas não se dão o trabalho de escutar um velho, e é por isso que há tantos velhos embatucados por aí, o olhar perdido, numa espécie de país estrangeiro"

"são tantas as minhas lembranças, e lembranças de lembranças de lembranças, que já não sei em qual camada da memória eu estava agora."
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alex santos 23/09/2023

Memória decadente
A confissão desconexa da vida centenária e da linhagem familiar de um paciente moribundo em um hospital. A decadência social e econômica da família mostrada em idas e vindas de uma memória tão confusa cronologicamente quanto precisa em detalhes que vão se encaixando a cada capítulo.
É preciso estar atento para entender Chico.
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Alex 17/09/2023

Tenha empatia, mas nem tanto.
Para melhor entendimento vamos separar esta crítica em dois pontos: História e Ritmo de Leitura.

?História:

Acompanhar os delírios e as divagações de um senhor de quase cem anos gera para você certa empatia em alguns momentos do livro, empatia essa que não demora a acabar na página seguinte. O pensamento vindo da época colonial se faz presente no livro desde a primeira página até a última, então não fique surpreso ao ler um trecho relativamente fofo e no seguinte mudar para alguma coisa absurda.
Tenho a impressão que esta história se a semelhança muito a ouvir o lamentos de algum idoso que fora "abandonado" pela família, no início gera um sentimento de pena mas ao final a única coisa que sentimos é certa indiferença e nojo por alguns momentos.

? Ritmo de Leitura:

Já adianto que o livro é inteiramente narrado em primeira pessoa e não há nenhum diálogo. É apenas texto corrido sem nenhuma pausa, quase como o livro Pessoas Normais, isso não me foi um problema tendo em vista que em geral os capítulos são curtos. A ordem cronológica não é perfeita e alguns pontos o leitor tem que prestar atenção ao que lê pois pode se perder em meio às informações dadas pela metade, isso não é um ponto ruim já que é a proposta do livro e algumas explicações o autor deixou implícito, já que tudo referente a um acontecimento vemos pela visão do narrador então não temos outros pontos de vista sobre os fatos.
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Marina516 26/08/2023

Ainda bem que existe o último capítulo.
Gostei bastante do livro, da decadência da família Assumpção. Mas, com esse narrador (que em português eu esqueço o nome, unreliable narrator) é muito mais desafiador entender a história. Muitas vezes o livro me lembrou a memórias póstumas, máquina de fazer espanhóis e cem anos de solidão. Um livro muito bom pra falar do desapego não intencional da memória. A escrita do Chico é excelente, me fazendo ir do nojo a paixão completa em diferentes momentos das 200 páginas
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Juh 23/08/2023

"Se soubesses como gosto de suas cheganças, você chegaria correndo todo dia."

Eu adoro livros que falam sobre memórias. Eu adoro livros que são construídos por meio de flashbacks. É sempre uma oportunidade de perceber o quanto a nossa memória trabalha de forma criativa de modo a preencher as lacunas que a passagem do tempo pode abrir. Ver a memória de Eulálio funcionar sempre de forma cíclica é interessante e nos leva a perceber o quanto o nosso cérebro e a nossa memória são criativos. Para além do processo de Formação de Brasil, Leite Derramado é sobre a (re)construção da própria trajetória com todas as suas desventuras amorosas. Eulálio é, acima de tudo, um apaixonado, um apaixonado que não soube amar. Matilde é uma injustiçada, que não pôde ficar. A escrita de Chico é simples, fácil, fluida e de leitura rápida. Deleitem-se! ??
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adaniborges 27/07/2023

O romance de Chico trata da decadência do personagem carioca Eulálio, fazendo referência à elite do Rio de Janeiro. As histórias de sua vida, narradas por ele mesmo, conversam com vários períodos históricos do Brasil.

A obra é uma costura de memórias, suposições e devaneios de um personagem centenário, que se encontra internado em um hospital. Tudo o que ele nos conta não é integralmente confiável, dado que, por vezes, o narrador se embaraça na velhice de suas memórias, e delira, achando que irá se casar com uma das enfermeiras. Desse modo, há uma marca volúvel nesse narrador instável, o que aproxima a obra de Chico aos traços machadianos.

A interação com pessoas e com eventos no hospital coloca o personagem de frente com questões de seu passado, e é daí que começa o encadeamento de episódios confusos.

Muitos desses episódios são recontados, porém com algumas intercorrências. A respeito disso, Denise D'Aurea Tardeli (2009) diz que "a cada vez que é recontado um momento é reconstruída simbolicamente, a representação que confortavelmente se espera, mesmo que algumas vezes o fato fuja da objetividade e a narrativa não seja fiel à realidade. É como um gerenciamento de fatos de acordo com uma perspectiva de compreensão do mundo que se deseja comunicar e reconhecer, ou seja, a identidade narrativa é constitutiva na formação pessoal. As histórias dão sentido ao presente e nos tornam capazes de vê-lo como parte de um conjunto de relações envolvendo um passado construído, mas sem significado fixo e que pode a cada novo relato variar o contexto que serve de meta para o futuro".
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Luc1l 10/07/2023

Nunca havia lido nada do Chico e comecei esse sem informação alguma, mas como chegou em mim comecei a ler na maciota e é uma narrativa bem humorada, muito irônica e elegante, contando a saga da família Assumpção desde a chegada da corte portuguesa no Brasil sob a perspectiva de um centenário que está num leito de hospital.
E agora vou atrás de ler os novos livros do Chico!
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Luisa616 01/07/2023

Resenha ?Leite Derramado?, Chico Buarque
Eulálio de Assumpção com ?p? tem uma doença senil e está em uma cama de hospital, onde tem lembranças e devaneios. Ele confunde o espaço/tempo dos acontecimentos e isso, muitas vezes, faz a gente duvidar do que é real ou não durante a leitura. No meio de muitas confusões mentais e repetições, ele narra as lembranças que tem da vida e da família.
?? O livro é narrado em primeira pessoa por Eulálio.
? Curiosidade: todos os homens da família também se chamam Eulálio, porém quando ele tem uma filha mulher e a tradição parece ser rompida, ele dá o nome a ela de Maria Eulália.
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