Leite derramado

Leite derramado Chico Buarque




Resenhas - Leite derramado


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Mandi 23/03/2021

leite muito derramado
sempre tive muita curiosidade com esse livro e minhas expectativas foram altas e nem um pouco frustradas. amei a leitura. um grande romance épico em poucas páginas. um mundo inteiro, uma árvore genealógica inteira no leito de um hospital, uma vida inteira perdida ou ganha? nota 1000.
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Leticia.Figueiredo 01/03/2021

É um livro muito fácil e rápido de ler. O que mais me impressionou na escrita de Chico é como ela é verdadeira. Nas primeiras frases eu conseguia imaginar o que estava sendo falado como a fala de um velho da elite carioca em seu leito de morte. Parece que cada coisa que ele fala é muito crível, é muito característico e real ao mesmo tempo. Esse me livro me deu um gostinho do que é a literatura brasileira contemporânea e me despertou um novo interesse.
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Felipe 18/12/2010

Sempre em alto nível
Chico Buarque é um dos grandes nomes de nossa música, autor de obras-primas. Não seria justo que se exigisse igual qualidade de sua literatura. Porém, o nível que o Chico escritor consegue em “Leite Derramado” não deixaria o Chico compositor envergonhado.

O livro tem como protagonista um moribundo, Eulálio Assumpção, que narra suas lembranças a um ouvinte não definido ou categorizado. Suas memórias são confusas, como era de se esperar de um moribundo. Ele tem fixação com a sua esposa, Matilde, da qual o narrador revela aos poucos o destino e mesmo assim deixa o leitor confuso sobre as versões dos fatos, teria Matilde morrido de doença como hora o narrador deixa a entender, ou de acidente com seu suposto amante como em outro momento fica subentendido. A própria procedência aristocrática que o narrador declara de sua família fica sob suspeita quando se percebe que pode ser tudo invenção de um narrador velho que quer chamar a atenção de um ouvinte. Outro lance que faz o leitor suspeitar que tudo não passar de memórias de um passado inexistente é quando por duas vezes, seus descendentes deixam filhos póstumos, quando um deles morre nos porões da ditadura e outro assassinado por um marido ciumento, que teria sido a mesma forma que o pai do narrador teria morrido.

Porém, mesmo que a história, em suas várias versões conflitantes, seja invenção da cabeça do narrador ela é uma boa história familiar. Envolve várias gerações dos Assumpção, desde sua filha única, Maria Eulália, que fora abandonada por sua mãe e criada pelo narrador, sua ascendência supostamente aristocrática com auge durante a república velha e seus descendentes que chegam ao Rio atual onde um deles é preso por tráfico de drogas. Todos as intrigas familiares estão lá, amores, ciúmes e sentimentos mal resolvidos.

O romance começa devagar, mas aos poucos vai envolvendo o leitor a entrar nas memórias do narrador moribundo. A curiosidade sobre o que teria acontecido com Matilde, esposa do narrador, dá toques de suspense ao livro, incluindo a dúvida se ela teria ou não o traído (alguma semelhança com Dom Casmurro?). E no final a grande ironia da obra, seriam verdadeiras as memórias do narrador? Devido à idade dele, segundo ele 100 anos, nem o próprio poderia com certeza afirmar se o que relata de fato ocorre ou é tudo fruto de sua imaginação.

O texto de Chico não chega a empolgar o leitor, mas sem dúvida é de grande qualidade e trata-se de um bom livro com um enredo bem estruturado e narrado de forma a parecer ser contado por uma pessoa quase centenária. Um livro que não chega a qualidade da música composta pelo autor, mas fica longe de decepcionar.
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Rayan GQR 06/07/2021

Acompanhamos a narrativa de vida de um senhor de idade expirando num hospital, o texto todo sendo as falas dele, uma premissa criativa e bem executada, vemos as memórias dele, que já delira e confunde as coisas, que conta tudo fora de ordem, como um Brás Cubas, e que é um narrador ainda menos confiável que o Bentinho em Dom Casmurro, já que ele próprio se contradiz, se confunde, transita entre sonho e realidade, troca datas e pessoas, criando uma história que é como um quebra-cabeça de peças que não se encaixam, restando ao leitor a missão de tentar fazer sentido desta trágica história de vida.
A ideia é muito boa e bem executada, achei bem interessante tentar montar uma história dos devaneios dele e também as reflexões e divagações, as repetições, os momentos que ele perde o contato com a realidade.
Acho que para ser melhor só faltou criar um apego maior com os personagens, nem que só com o principal, a premissa da história tem tudo para ser uma coisa emotiva, porém me faltou algo ali e acabei não sentindo muito pelo personagem principal (dos outros nem se fala porque eles nem voz de fala tem).
Mesmo assim uma leitura muito interessante.
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Luiz 18/01/2011

Maravilhoso
O livro conta a saga de uma família através das memórias de um ancião. A narrativa cambaleia como se fosse a mente de um velho mesmo. Os cenários se misturam, a sequencia dos fatos se embaralham. A fantasia se mistura com a verdade. E apesar disso não se trata de uma leitura difícil. Ao contrárIo, o enredo vai tomando forma como se fossemos aos poucos juntando as peças de umm quebra cabeçaa e desvendando com a maior facilidade do mundo a subjetividade da mente de uma pessoa centenária. Poético, profundo, histórico. Muito bom o livro. Recomendo.
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lara 23/02/2021

Elite carioca
Chico Buarque foi cirúrgico nesse livro ao representar a elite burguesa carioca. Talvez nem mais elite, só a classe média que não tem mais nada e ainda assim vive como se fossem os tempos de ouro.

Mostra os pensamentos preconceituosos, mesquinhos, classicistas e podres que a classe média carioca - e imagino que de muitos outros estados - insiste em eternizar. Quem vive um pouquinho que seja em contato com essa gente ou no ambiente dessa gente, sabe que tudo o que está escrito é verdade.

O livro constantemente mostra as origens do narrador, por exemplo. Com pai, avô e tataravô importantes na época de Dom Pedro II. Ele tira disso, dessa ancestralidade sem vergonha, seus privilégios, como se fosse mais do que importante ser beneficiado por essa história mesmo que na realidade não tenha nem um pingo da influência que seus parentes tiveram.

Livro mais do que importante para entender como as pessoas levam dinheiro e status em consideração. Isso muda o ponto de vista do indivíduo de maneira drástica. Os coloca num narcisismo infinito. E Chico Buarque, metido no meio dessa classe, retrata de maneira cristalina o obscuro desse povo elitista.
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Carlos Wilker 09/04/2011

Memórias, histórias antigas que atravessam os anos, lembranças perdidas. Muitos livros bons já foram escritos nesse contexto, e Leite Derramado consegue, com algum louvor, ser um representante desse gênero que conta já com tantos títulos célebres. Há aqui o inusitado do estilo :tudo se mistura, passado e presente, com uma fluência gostosa de um velho contando suas histórias (e não deixa de ser uma boa história, apesar de um sem-novidades; a novidade aqui, repito, fica por conta da escrita).
Alguém mais ficou com depressão no final? Nostálgico, talvez?
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Mumartins 16/04/2022

Um convite a reflexão sobre o Brasil moderno
O romance de Chico Buarque narra a saga dos Assumpção, uma família tradicional carioca, na qual sua origem remonta ao início da colonização brasileira. A história é contada por Eulálio Assumpção, um idoso em seu leito de morte. A forma como o personagem conta a saga de sua família, passando desde a colonização até o Brasil moderno, conta com alguns devaneios e inconstâncias narrativas, as quais o autor fez com o intuito de simular os pensamentos desordenados e a memória de alguém que se encontra em seu leito de morte.
Simultaneamente a saga familiar, podemos encontrar tecendo o pano de fundo do romance uma sociedade em decadência, sendo tomada pela criminalidade que já estava em ascensão na capital carioca do final do século XX e início do XXI. Também podemos perceber, muito próximo ao final do romance, a favelização da cidade do Rio de Janeiro.
A leitura de Leite Derramado nos convida a uma reflexão a nível sociológico sobre a sociedade do Brasil moderno e sobre como esses conflitos contam com sua origem histórica.
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Gláucia 22/08/2011

Leite Derramado - Chico Buarque
Um velho doente tece suas memórias e assim vai sendo descrita a história de sua família, em toda sua glória e sua posterior decadência. Os livros do autor, ao menos os que li até hoje, têm um traço comum: a narrativa confusa e um pouco ininteligível.
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Agatha 15/11/2011

Ah, o Chico...
Cresci ouvindo Chico Buarque. Minha mãe é fanática.
Obviamente fui ensinada a adorá-lo também. Logo, tudo o que vem dele é previsto por mim como excelente.
"Leite Derramado" não deixa a desejar na minha expectativa pessoal sobre o autor. A História da decadência de uma família, na visão de um senhor centenário e moribundo, em seu leito de hospital. Memórias que descrevem além da família a sociedade em geral. Se a expectativa do senso comum é que "os filhos serão e terão melhores condições que os pais", Chico prova o contrário.
O leitor é capaz de perceber em quais escolhas e em quais lembranças começa o declive. Onde começa a angústia e os traumas. Onde o problema se fez e onde aquelas escolhas mal feitas desaguam.
Como as músicas, mais uma obra perfeita.
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mans 04/07/2012

Chico é melhor compositor.
O livro tem o benefício de prender rápido e facilmente o leitor. Talvez por ser pequeno, faça com que se leia a obra em um dia. Foi o que aconteceu comigo. Comecei a ler com certo receio. Achei a narrativa no começo um tanto chata e desconexa. Foram necessário alguns minutos e releituras extras para poder entrar no ritmo da obra. Mas quando entrei no mundo ficcional, porém extremamente próximo da realidade, me deliciei e vi o quanto Chico também escreve belos romances.
O que me desmotivou um pouco durante o deleite de 'Leite', com o perdão do trocadilho, foi os fatos se repetirem a todo o instante. Isso deixa a obra um tanto cansativa, mas nada que tire o brilho central da obra: o enredo. Ele é muito bem estruturado. É fantástico. O desenvolvimento e o final também me agradaram, apesar de que este desfecho pode deixar muitas pessoas frustadas.
Não sei bem. Gostei muito do livro. Muito mesmo. Mas creio que se tivesse sido escrito por um qualquer tentando entrar no mundo da literatura, iria ser bombardeado com críticas negativas. Acho que ele foi meio superestimado. É um ótimo livro, mas não merecedor de um Jabuti.

Acesse mais resenhas e esta resenha completa em: entrelinhasdaleitura.blogspot.com
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Luli 03/06/2022

Mano, morrer deve ser uma viagem mt doida.
Simplesmente lindo. Um tapa na cara na classe média brasileira com todo o nosso "horgulho da ascendência europeia". O texto é lindo, principalmente quando fala sobre a esposa. Morrer deve ser foda, família.. vou me esforçar pra n acabar assim das ideia e pras minhas memórias serem mais leves quando me deitar pra lembrá-las antes de partir.
(Só n dei 5 pq queria q fosse maior, queria ter ouvido mais o véio)
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Lari 19/05/2023

Primeiro livro que leio do Chico Buarque, gostei como ele conta a história, porém se torna monótona e repetitiva, por um momento eu achei que tivesse ficando maluca com Eulálio.
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