Queria Estar Lendo 24/01/2015
Resenha: Controle Remoto
Controle Remoto foi minha primeira leitura do ano, uma indicação da Bianca para uma noite de tédio. Comecei e terminei o livro na mesma madrugada, mas não exatamente por ser bom. Foi mais um sentimento de "preciso acabar logo com essa coisa". Pois é, acho que já deu pra perceber que essa resenha não vai ser muito positiva, não é mesmo?
O livro conta a história de Daphne Wells, uma apaixonada por televisão que trabalha no Museu de Televisão de Nova York. Daphne leva uma vida de rotina, dividindo seu tempo entre o trabalho, a irmã mais velha que é uma modelo em decadência, o namorado de longa data e a sua tão amada televisão. Sua rotina, porém, é ameaçada quando em paralelo ao pedido de casamento que está acontecendo em sua adorada série Supermodels, Charlie, seu namorado, resolve também lhe propor casamento. Obviamente Daphne aceita o pedido, é um passo natural a ser dado, e o fato de que ela esteja mais empolgada em saber o que vai acontecer na tela à sua frente do que em sua vida conjugal não quer dizer nada, ou isso é o que ela pensa.
Sinceramente, a história do livro não vai muito além disso. Existe o "mocinho", Jonathan Hill, produtor de Supermodels, que em uma visita ao museu acaba conhecendo Daphne e demonstrando um interesse imediato, ainda que velado. O pseudo-romance entre eles se resume a isso, algumas conversas sobre televisão, onde Daphne esta sempre bajulando o trabalho de Jonathan, pequenos olhares e nada muito além. Ainda que noiva, com vestido comprado e anel no dedo, Daphne esconde sua não-solteirice, embora, se você me perguntar, eu não veja o porquê ela devesse falar algo sobre isso para o Jonathan, mas enfim.
O que eu preciso dizer é que o livro, o romance e nem mesmo os personagens convencem. Cada um mais fraco e enfadonho do que o outro.
Daphne é o tipo de personagem que me faz querer sair jogando as coisas na parede, de tão sem voz que é, se deixando dominar por tudo e por todos, vivendo apaticamente um dia após o outro. Charlie, o noivo, se amarra a um futuro de comodismo, mas dada algumas atitudes machistas apresentadas por ele e forma como abre mão de tudo de modo tão simples, quero mais é que se exploda. Jonathan não diz em momento algum à que veio, servindo apenas para ser o bonitão bem-sucedido por quem a mocinha Zé-Ninguém se apaixona e consegue conquistar. É Billie, a irmã ex-modelo, agora modelo de mãos, quem mais agrada. E olha que ela é a personagem que é sustentada por um homem casado e paga por seus luxos com um belo de um *vocês sabem do que eu to falando*.
Enfim, primeira leitura do ano e eu já não comecei muito bem. Mas não vou me deixar abalar, tem muito peixe no mar ainda, e sei que não faltarão livros pra me fazer feliz. Quanto a Controle Remoto, sigam meu conselho e, se passarem por ele, mudem de canal!