Camila 03/04/2012Bom, eu tenho que confessar que quando fiquei sabendo de O Preço de uma Lição já fiquei logo com o nariz torcido pelo fato de um dos autores ser um colírio da Capricho. Nada contra os garotos eu realmente só não entendo a moral de tanto sucesso sendo que eles não fazem, bom, nada. Mas em um mundo onde quem tem um rostinho bonito se dá bem ao invés dos talentosos...
Mas voltando a minha resenha, logo quando o livro chegou aqui em casa dei uma inspecionada, folheei, li algumas passagens e meu preconceito foi passando, observei o tom jovial e leve da narrativa e comecei a achar que eu acabaria gostando do livro afinal.
Então comecei a ler as resenhas.
Tolo é aquele que julga algo baseado nas opiniões alheias e no meu caso não é raro eu escrever resenhas com opiniões quase opostas às que vejo pela blogsfera literária. Só que nesse caso parece que todos os leitores entraram em consenso, pois eu concordo com cada crítica que eu vi. Então melhor já ressaltar que essa resenha vai ter muitos poucos pontos positivos (leia-se nenhum)
Começa que o personagem principal não tem nome. Não sei se era para ser algo inovador ou sei lá, talvez a intenção era fazer com que os leitores se pusessem na pele do garoto, ressaltando que os meninos são sim capazes de amar. Seja lá qual foi o intuito disso, só serviu para me deixar doida. Minha aflição por não saber o nome do cidadão chegou a um ponto em que eu cheguei a inventar um nomes para ele - Zé Ruela, Zé Mané e por aí vai -
Bom, o Nameless, Untitled, Indigente que protagoniza a história começa como um garoto doce que vira um cafajeste mais para frente. Se bem que nesse caso eu até entendo. As primeiras namoradas do cara se relutavam a beijá-lo de qualquer jeito; uma com um papo de religião, a outra com um motivo tão sem noção que sinceramente até agora não entendi muito bem o que se passava na cabeça da garota. O legal é que essas duas, mais a carência deixou o Sem-nome tão traumatizado que depois além de se vingar da segunda ele virou O Nerd para depois passar para O Pegador.
Até que O Pegador, vai para Mogi das Cruzes e fica apaixonado (obcecado) por uma menina cinco anos mais jovem e é aí que a história realmente começa. Depois de você já ter dado com a cabeça na parede com toda a experiência de vida dele que vem até nós por meio de um flashback no momento em que ele corre atrás de uma bola de vôlei do jogo que participava apenas para ficar próximo da Juliana.
Sinceramente, houveram partes que eu assumo que me interessaram, mas aquele interesse que a gente tem pelo caso que a vizinha conta pra gente na feira e não aquele interesse voraz devorador de páginas. Uma coisa que a Danzinha do blog Amigas Entre Livros mencionou é que na vida desse garoto todo mundo é loiro, rico e mimado PRINCIPALMENTE O PROTAGONISTA. Fútil, superficial, só liga para as aparências e várias outras coisas que se eu fosse dizer exatamente como eu penso iria ser meio deselegante.
Nada contra pessoas ricas, mas no caso desse livro era tudo tão estereotipado, chato, maçante e surreal que ferrou de vez.
Se o livro já não era essas coisas no começo, depois que o Sem-Nome conheceu a Juliana eu só faltei tacar no mar e ver se Iemanjá aceitava como oferenda; pena que eu já tinha voltado do rio quando li.
Brincadeiras a parte, quando a linda, perfeita, imaculada e sem sal da Juliana entra na história meu único desejo era que acabasse logo. Confesso ter pulado algumas páginas de tão desnecessárias eram algumas passagens e em algumas outras eu ficava encarando o livro com aquela cara de WTF?!
Outras coisas que eu notei e que a querida Ana do blog Na Parede do Quarto havia citado em sua resenha é que a vida dele às vezes faz com que nos lembremos de Malhação (onde todo mundo é santo) e que o peixe da Editora Abril (editora da Capricho) é bastante vendido no livro.
Sinceramente, acho que desde que comecei o blog há sete meses atrás eu nunca havia: 1) odiado tanto um livro 2) falado tão mal na resenha.
Bom existe primeira vez para tudo não é mesmo?
Decididamente NÃO recomendado.