Danilo Barbosa Escritor 28/02/2012Perdida em númerosVeja mais resenhas minhas no Literatura de Cabeça:
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Nós temos a mania esdrúxula de nos guiar pelos parâmetros impostos pela sociedade. Namorar esse ou aquele, quais amigos ter ou como se portar. Ficamos o tempo todo em uma corda bamba de ações e emoções, tentando ser aquilo que as pessoas querem de nós.
Mas o que queremos realmente?
Baseada nessa ideia clássica que Karyn Bosnak criou o seu engraçado Qual é o seu número?
Você pode estar pensando no filme, que eu pessoalmente não vi. Mas não é. Esse, na verdade, é o livro que deu origem ao filme estrelado por Anna Faris. E quando chegou nas minhas mãos esse livro da Novo Conceito, lógico que quis lê-lo. Mas não foi rapidamente... Esperei aquele dia calorento que minha autoestima estava lá na sola do pé para me animar com a história.
E não me decepcionei.
Comparando pelo pouco que sei do filme, muitos elementos diferem entre os dois. Mas não tem como não se entreter com Delilah, que está a beira da crise pré-30 e descobre em uma reportagem que as mulheres carregam para sua cama uma média de 10,5 homens pela vida. Só que pelas contas dela, ela já está no 19!
Será que ela é uma biscate em potencial? Cheia de dúvidas e anseios, ela mete os pés pelas mãos e acaba dormindo com seu ex-chefe, Roger, para alterar seus números drasticamente. Acha bizarro?
E se eu te contar que o cara usa tiara de rena na época do Natal?! Quer mais? Deixa que a própria Delilah te conte isso...
Depois de abrir cuidadosamente a porta do banheiro, eu vejo Roger deitado na cama, com a respiração pesada. Vejo que o corpo inteiro dele se infla quando ele inala, e depois parece se esvaziar. E fico pensando se seria capaz de aprender a amá-lo. Pensando nisso, eu o observo por alguns momentos, enquanto está deitado. Ele começa a se virar na cama e coçar as costas. E eu o observo quando ele coça o traseiro. E, logo depois, ele traz a mão com a qual acabou de coçar até o nariz e... cheira seus dedos.
Eca!
Para Delilah, com certeza, foi o fim de sua carreira como mulher. Ela havia passado da cota de homens para usar no mercado. O que iria fazer?
Repentinamente, uma ideia genial surge em sua cabeça. Se não é capaz de achar o homem da sua vida no futuro, porque não no seu passado? Com a ajuda de seu vizinho sexy Colin, ela vai rever cada um dos seus ex-amores e descobrir se pelo menos um deles é capaz de mudar sua vida.
Gente, o livro é divertidíssimo. Apesar de, quase no final, ele ter tido um toque bem romancezinho água com açúcar, ele não perde o ritmo nem a alegria de sua narrativa. Delilah é dramática, surtada, cheia de dúvidas, mas inesquecível. E, ao seu lado nessa jornada maluca, você torce para que ela encontre um que faça a diferença, mesmo sendo quem ela menos espere...
O livro não perde a sua lista de clichês, o que pode estressar um leitor mais sério. Mas, afinal, esse livro é para divertir as leitoras viciadas em chick list. E arrancar boas risadas quando estamos prontos para isso.
Meu personagem destaque, sem sobra de dúvidas, é a Eva. A bela cachorrinha que Delilah é obrigada a comprar em sua busca por um dos ex (é uma longa história) parece dotada de sentimentos humanos. E cria em cada cena trechos inesquecíveis.
Quer se divertir de verdade? Descubra Qual é o seu número...