ritita 30/03/2017FANTÁSTICOMELODIA DO AMOR – GIPSY – Leslie Pearce
O livro é uma saga em busca da fortuna, quase não o leio por conta do título em português, remetendo a um romance água com açúcar, ledo engano. Pouco romance e menos, ainda, açúcar – muito pelo contrário.
Final do séc. XVIII, Beth e Sam, irmãos, vêem-se órfãos e desafortunados com a pequena Molly recém nascida (fruto de adultério de sua mãe e motivo do suicídio do pai), para cuidar.
Aos trancos, muitos barrancos e alguma ajuda dos vizinhos
conseguem sobreviver. Sam, menino trabalhador ganha muito pouco e Beth, enfim, consegue um emprego de doméstica numa família generosa, que, não só dá-lhe moradia decente, como permite levar Molly a morar com ela. Mas Sam tem, na veia a aventura e o sonho de todo pobre, fazer fortuna e isto só seria possível na terra “prometida”. EUA .
Ambos não têm profissão e Beth tem a seu favor saber tocar violino, apesar de jamais ter tocado para público maior que a família destruída.
Liverpool, NYorque, S. Francisco, Montreal, Vancouver, Alasca.
Juntando as parcas economias, compram a passagem de 3ª classe e embarcam à busca das promessas americanas, deixando Molly com uma família adotiva.
No navio que os leva rumo a Nova Iorque, conhecem Theo e Jack que farão, a partir desse momento, parte das suas vidas. É também a bordo deste navio que Beth, que sempre amou tocar violino, percebe que se encontra destinada a tocar em público e que poderá ser esse o modo de ganhar a vida.
Encontrar trabalho na nova cidade não foi difícil. Sam, apesar de sonhador, aceitava qualquer trabalho, tinha de sobreviver. Beth, linda, carismática e guerreira, apesar de já ter sofrido bastante em sua breve vida, não para a lamentar-se, ergue-se e passa a tocar violino, com sucesso, em saloons e/ou qualquer outro local que lhe renda boas moedas no chapéu.
Os quatro, Beth, Sam, Theo e Jack vivem juntos, amparando-se.
Misturando fatos verídicos com ficção, cria um romance difícil de esquecer.
Os usos e costumes de uma Inglaterra de 1900; a procura de melhores condições de vida e o sonho de enriquecer numa América por desbravar; o despertar numa realidade (Nova Iorque) totalmente diferente, onde os valores morais não são tão rígidos; a procura desenfreada de riqueza, de ouro no Alasca mais propriamente; a miséria e a vontade de vencer a todo o custo, para Theo, e com muito trabalho para os outros; tudo se encontra neste magistral romance.
E eu nem sabia que ouve uma corrida do ouro no Alasca.
Migração de um número estimado de 100.000 garimpeiros tentando chegar à região de Klondike em busca do sonho de fazer fortuna com o ouro. Dos quais apenas entre 30.000 a 40.000 conseguiram chegar.
Foi uma das maiores corridas do ouro da história!
Uma pena que o sonho durou pouco, e poucos foram os que ficaram ricos de verdade; para a maioria não passou de um sonho.
-A empreitada não era nada fácil!
Chegar na região era bem complicado. O clima hostil, com um inverno extremo, numa região tão afastada não ajudava. É difícil hoje, imagina naquela época! A aventura era feita em etapas, e a principal rota incluía:
uma viagem de barco até o Alasca (desembarcando nas cidades de Dyea e Skagway);
uma longa caminhada (de uns 50 quilômetros) a pé pelas montanhas geladas; e ainda
um trecho em barcos improvisados pelo rio Yukon.