O homem, Pessoa Vivente

O homem, Pessoa Vivente Mário veloso



Resenhas - O homem, Pessoa Vivente


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Maycon Bittencourt 26/06/2023

Um baita livro de antropologia humana.
A busca pelo vadadeiro ser humano é cada vez mais urgente para uma sociedade caótica. O homem moderno padece a procura ?da necessidade elementar?, na qual inclui uma orientação segura, relações claras e uma identidade estável. Em conjunto a estes elementos, há um constante desejo por sentido a partir de uma incurável ruptura interna do ser. O livro de Veloso se apresenta como um gigante teológico para confrontar estes pontos suscitados. O livro é um clássico para o estudo da antropologia bíblica e vale cada minuto de leitura. Certamente, um material de obrigatório.
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Daygor Vessozi 23/10/2023

O Homem, Pessoa Vivente
O livro, "O Homem, pessoa vivente", foi escrito pelo Dr. Mário Veloso, um autor de diversos livros em áreas distintas, discorrendo em suas obras desde a ética e a política, até a história e a teologia. Desta forma, a presente obra discorre no sentido da antropologia bíblica, no entendimento de uma busca e análise durante o texto das Sagradas Escrituras como um todo, no qual o questionamento a respeito da essência do homem, sua origem, seu sentido e de sua definição buscará ser sanado, por conseguinte, este processo também ocorre juntamente com comparações, diálogos e ligações a ideias já presentes de outros autores, com raciocínios que citam linhas de pensamento já existentes, contemplando-se assim, um estudo completo no que tange responder ao questionamento apresentado como central no livro: "Que é o homem?".
Primeiramente, o desenvolvimento dos argumentos apresentados pelo autor tem seu começo com uma explanação a despeito da dúvida central proposta, a contextualizando na realidade atual e validando, tanto a complexidade, quanto à magnitude desta pergunta, assim, ocorre a apresentação de possíveis formas que podem ser utilizadas na tentativa de se encontrar uma resposta e sobre a antropologia decorrente de cada uma delas. Dentre as existentes, cita-se a antropologia filosófica, que tem seu enfoque nos questionamentos, originando sempre de uma resposta outra nova pergunta, assim, as respostas a dúvida central são obtidas por comparação, questão abordada na sequência, com destaque a possibilidade de comparações que adentrem a antropologia biológica (comparar ao animal), a antropologia cultural (comparar as culturas) e a antropologia religiosa (comparar com o divino).
Ademais, a antropologia teológica também tem sua base referida, adentrando, inclusive, alguns pormenores da mesma, com uma preocupação em destacar uma explicação anterior ao conceito do que é teologia, sendo ela apresentada como um estudo a respeito de Deus e com a discussão presente desde muito tempo na história sobre a junção (ou não) da teologia e da filosofia, com a classificação sobre a divisão dentro da teologia também sendo utilizado, sua divisão em áreas porém encontra diferenças entre a teologia católica e a protestante, questão que motiva a demonstração da divisão utilizado pelo Seminário Adventista Latino-americano de Teologia (SALT), que dividiu a teologia em: bíblica, teológico-histórica e pastoral (prática), das quais, o maior enfoque ocorre sobre a teologia bíblica, com uma explanação doutrinária com ênfase bíblica e não necessariamente teológica. Na sequência, divide-se então, a antropologia teológica do século XX em 2 vertentes, uma clássica e outra humanista, na antropologia clássica (advinda de um contexto após as guerras mundiais), ocorre uma exposição do estado em que o homem se encontra, com destaque a sua situação de degradação e apontando o pecado do ser humano, porém a antropologia humanista busca exaltar o ser humano, sua dignidade e valor, concentrando sua linha de pensamento em Cristo e em Sua humanidade. Portanto, tendo a teologia, se voltado em certo momento para o humanismo, que contempla a esfera humana como um todo, foi necessário a introdução de um diálogo interdisciplinar entre a teologia e outras áreas, como a filosofia, as ciências biológicas, as ciências sociais, a psicologia e até o marxismo, concluindo-se assim a questão da abordagem da antropologia teológica e os resultados advindos das linhas apresentadas anteriormente.
Desta forma, a antropologia bíblica é apresentada em um entendimento específico da mesma, o qual se refere ao conceito do homem apresentado na Bíblia, adentrando o texto bíblico com uma visão centrada, que não busca a compreensão abordada de homem no humanismo, mas ver a revelação de Deus sobre aspectos do Seu próprio ser, da criação do ser humano como pessoa vivente e da visão de Deus sobre o homem, afinal, versos como Salmos 8: e 4, adentram perfeitamente a origem do questionamento central desta discussão, em que o homem recebe certa relevância da parte de Deus, já que o homem: "[...] não tem sido esquecido por Deus e Deus visita o homem." (p. 38).
Assim, o estudo sobre o homem tem atenção desde a origem do ser humano, adentrando ao relato da criação, porém, primeiramente, dando razões e pontos obrigatórios de entendimento na análise da revelação, afinal, o estudo da origem da raça humana exige a compreensão de algo anterior ao homem, anterior a história humana, sendo necessário, independente do caminho escolhido, uma confiança a ser depositada na percepção que utilizada, esta confiança então, no que tange a linha da revelação, pode, no campo da relação interpessoal, ser depositada em Deus, Aquele que dá motivos e evidências para ser considerado confiável. Neste processo da Criação, é encontrado em Gênesis que Deus constituiu um ambiente no qual o homem seria inserido, desde o inanimado (luz, terra seca, luminares e mares), até animado (animais terrestres, aves, animais aquáticos, relva, etc.), com uma atenção especial a criação do homem, demonstrada também na "[...] definida cooperação da Divindade" (p. 44) em "Façamos o homem" (Gênesis 1:26), assim, demonstrou-se de forma atípica a criação do ser humano com relação ao restante da criação.
Aborda-se também, a questão do repouso oferecido ao homem por Deus, através do sábado, discute-se então, questões a respeito do conceito de criação presente em Gênesis, com destaque a forma do ser humano com um ser completo, união do pó da terra e do espírito de vida, sendo ele criado "à imagem e semelhança" (Gênesis 1:26), tendo o homem então diferenças fundamentais da criação dos animais. Ademais, o estudo avança destacando questões sobre o jardim do Éden como um todo, ambiente no qual o homem foi inserido e recebeu funções, sobre o ambiente em si e sobre os animais, tendo sua ética estabelecida por Deus e deveres a serem cumpridos como Seu representante no jardim, além dos pontos perceptíveis na criação da mulher, sendo criada em igualdade com o homem e para ser sua companheira. Tais pontos então, concluem na criação do ser humano por Deus, com um ser que devia buscar a manutenção da relação de imagem e semelhança com seu Criador e de cuidado com o que foi colocado sobre seu dever, tendo a possibilidade de uma vida plena e com significado.
Chega-se então, ao ponto que se refere a queda do homem em pecado, o relato de Adão, Eva e sua expulsão do Éden, com a abordagem indo desde a serpente (utilizadas por Satanás) apresentando a tentação a Eva e, consequentemente, o mal ao casal, a estratégia utilizada pela serpente então é desdobrada, desde a maneira com que seus questionamentos foram feitos, até às mentiras implícitas em cada fala desferida, demonstrando sugestões no caminho contrário ao estabelecido por Deus. Ademais, são declarados pontos presentes na linguagem original, que demonstram a dúvida existente na fala de Eva ao repetir a ordem divina e detalhes que foram cruciais para queda do primeiro casal em pecado, assim, o caminho de fidelidade a Deus foi rompido, provando também a presença de livre arbítrio no ser humano desde sua origem, o qual foi utilizado pelo casal e lhes trouxe o conhecimento (experiência prática) do mal. Assim, destaca-se o conceito bíblico de pecado desta em seus vários nuances, desde a rebeldia consciente, o se desviar do caminho, errar o alvo, estar em desconformidade com a lei, etc., preparando então a discussão sobre o pecado original e os conceitos possíveis, como o de um estado de culpa advindo do pecado de Adão ou de estar situado em um ambiente que constitui no interior do homem então o pecado, de qualquer forma, esses conceitos trabalham de forma que "[...] reduzem a responsabilidade pessoal do homem por seus atos pecaminosos [...]" (p. 91). A discussão neste momento, alcança o diálogo entre Deus e o homem após sua queda, sobre a mudança ocorrida na posição do ser humano, as consequências advindas da desobediência e a forma com que a esperança é anunciada por Deus mesmo em um contexto de maldição no capítulo 3 de Gênesis e no versículo 15, afinal, fica claro ali a representação do grande conflito existente e do triunfo final do lado do bem apesar de todo o sofrimento advindo do pecado.
Neste momento, a continuação da análise se passa no final da primeira origem do ser humano, com a raça humana entrando em um estado cada vez maior de maldade após o Éden, neste ponto, a esperança citada desde Gênesis e que permeia todo o conteúdo das Escrituras, aborda a restauração da imagem de Deus no ser humano, por isso, os conceitos de Imago Dei (imagem de Deus), são discutidos e analisados, tanto com sua visão na patrística, na teologia, sua presença ao longo da Bíblia (Antigo e Novo Testamento) e no adventismo, abordando que o homem possuía a imagem de Deus enquanto está em harmonia com Sua vontade. Nesta questão, da diminuição da obediência no ser humano, o pecado causou seu afastamento de Deus, continuamente, pode ser entendida melhor a morte como a "[...] ausência completa da relação com Deus [...]" (p. 127), porém ocorre a esperança em uma relação com Deus que posso existir mesmo após a morte, afinal, seu poder não é definitivo, através do poder de Deus e não de um ensinamento de consciência conservada que iria juntamente com a mentira pronunciada pela serpente, assim, percebe-se no relato do dilúvio, a destruição decorrente do afastamento de Deus e também a oportunidade de misericórdia e recomeço oferecida por um Deus de amor e graça.
Por fim, abordam-se conceitos referentes a nova origem do ser humano, com a benção de Deus, sua importância delegada à família, ao entendimento dos seres humanos como templos de Deus, que devem buscar um estilo de vida condizente com a vontade dEle, afinal, no momento em que um indivíduo professa crença em Cristo, é necessário consagração do homem a Deus, para estar sendo separado do mundo e buscando reconstruir essa imagem de Deus que foi sendo desconstituída com o pecado. Assim, entende-se também os conceitos estabelecidos por Paulo e João, de um novo nascimento através da ação do Espírito na vida do ser humano, no qual o nascimento simboliza a purificação, demonstrada no batismo, além da necessidade de mudança após escolher um novo nascimento, ser uma nova criatura através da fé em Cristo Jesus.
Conclui-se então o pensamento, através de uma discussão sobre o sentido da vida, a busca que ocorre por ela e a angústia presentes nos seres humanos por um vazio de sentido vivenciado desde muito tempo na história, assim, demonstra-se que a relação entre os seres humanos não é suficiente para abater esse sentimento, mas que a busca por uma reconciliação com Deus pode promover "Somente dela o homem alcança uma reconciliação de paz que transforma seu estado interior e transmite os poderes vitais que necessita não só para o desenvolvimento de seu pensamento, que se expressa numa conversão de linguagem, senão, muito mais." (p. 182). Desta reconciliação, parte a noção da missão da igreja atual, da importância do entendimento da identidade da igreja atualmente, da qual inclusive se debate sobre uma crise de identidade na IASD atualmente, assim, o povo cristão deve compreender seu papel, afinal, a igreja é colaboradora de Cristo e tem como dever, missão e motivação levar a luz ao mundo, de restauração da imagem de Deus no homem, através de uma nova vida em Cristo Jesus.
Assim, percebe-se que a linha de pensamento estabelecida pelo autor aborda diversas visões e posturas existentes sobre cada aspecto discutido, não apresentando somente os fatores condizentes com sua linha de pensamento, cada raciocínio é construído de forma progressiva e consistente, auxiliando tanto na obtenção de conhecimento do viés do autor, quanto de entendimentos discordantes, chegando-se, então, a conclusões embasadas e com construções convincentes pela gama de argumentos apresentados e análises realizadas. Ademais, o texto perde um pouco de sua fluidez no que se refere ao uso de termos da norma culta da língua em quantidade talvez excessiva, além da pressuposição do autor de conhecimentos prévios dos leitores em determinados temas, trazendo percalços de entendimento, em especial nas tratativas de filosofia, teologia e explicações abrangendo a língua hebraica.
Por fim, conclui-se que o livro "O Homem, Pessoa Vivente", tem um grande valor agregado de conhecimento e obtém sucesso no seu objetivo de explanar os conceitos concernentes ao entendimento do ser humano, sua origem e essência, contemplando a resposta do grande questionamento apresentado sobre "O que é o homem?", destacando a possibilidade e esperança de restauração da imagem divina através de Cristo, sendo uma obra cuja leitura será de utilidade a qualquer indivíduo que deseje estudar, compreender e aprofundar seu entendimento a respeito da antropologia bíblica, do sentido da vida humana após o pecado e da relação interpessoal entre Deus e a raça humana.
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Fenix.Pires 04/10/2017

Antropologia
Uma excelente antropologia bíblica e cristã. Argumentos fortes em favor de uma antropologia bíblica.
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