Em busca  da terra sem Mal

Em busca da terra sem Mal Claudio Rangel




Resenhas - Em busca da terra sem Mal


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Leitora Viciada 06/01/2012

Ganhei este livro no sorteio entre blogues literários realizado pelo Clube dos Novos Autores e o recebi com um lindo kit. O livro possui um excelente acabamento e uma capa diferente e enigmática. Ao ver essa capa exótica e a sinopse intrigante, não tem como o leitor, ao menos, não sentir grande curiosidade sobre o livro.

O autor possui uma boa narrativa, fluida e dinâmica. Encaixa-se perfeitamente na proposta de um livro de aventura e ação, gênero predominante da história, apesar de termos também romance.
Além disso o livro é fantástico com muitos ingredientes sobrenaturais, presentes no folclore indígena, lendas milenares e sobre Atlântida. Impressionante como o autor expõe a cultura indígena, mostrando mitos, tradições e hábitos.
Com certeza foi um grande presente ler um livro com essa temática. Quase não encontramos livros genuinamente brasileiros, ou seja, explorando o folclore brasileiro, transformando-o em um bom livro de fantasia.
Aliado a isso, aparecem as teorias do fim do mundo em 2012, com seus terremotos e catástrofes cada vez mais frequentes. A história se inicia em meio de 2012.
Há também uma crítica social, sobre o direito do índio de manter suas tradições e ser respeitado; uma crítica ecológica, sobre como a Humanidade vem tratando o ecossistema do planeta.

O autor acrescenta muitas coisas interessantes a trama, como grupos indígenas rivais, traficantes de cocaína e militares poderosos. Além desses grupos exóticos se enfrentando em plena selva, temos os exploradores que estão em busca de algo totalmente incrível e inacreditável: uma pirâmide mágica em plena floresta Amazônica!

O grupo é formado pelo protagonista Ivan, um jornalista cético que acaba se juntando aos exploradores para gravar um documentário sobre a Terra Sem Mal. Apesar de não acreditar em nenhuma lenda ou história esotérica, ele aceita o convite de dois britânicos que financiam o projeto por causa do dinheiro e por causa da bela mestiça Luana.
Descendente de índios e irlandeses, Luana é antropóloga e arqueóloga; uma mulher lindíssima e culta, e muito corajosa. Ela foi criada em meio aos índios guaranis e é perita em sua cultura.
J. Gomes é um fotógrafo freelancer que adora festas, bebidas, mulheres e dinheiro. Aceita integrar a equipe que produzirá o documentário pelos mesmos motivos de Ivan: Luana e o pagamento.
Kaiowa é um índio experiente e inteligente, com modos europeus, o que faz dele o integrante mais intrigante e misterioso do grupo. Ele tem o mapa e sabe tudo sobre a pirâmide misteriosa.
Vão ainda com eles o cinegrafista e o ajudante, completando o grupo principal - dupla responsável por algumas risadas.

A trajetória não é nada fácil, os perigos da mata, animais selvagens e seus segredos são obstáculos a serem ultrapassados. Os militares que querem impedir que os exploradores cheguem a pirâmide e os traficantes interessados no ouro do local são também barreiras complicadas. Porém o perigo maior talvez seja a magia da selva, com seres fantásticos e acontecimentos chocantes.
Situações de risco e emoção, aonde não se distingue o que é real e o que é imaginário. Através de trilhas e tribos o autor nos faz viajar em meio a emocionante aventura na maior e mais desconhecida floresta do mundo.
Será que Ivan conseguirá romper seus preconceitos contra o desconhecido? Seu ceticismo se manterá intacto após inúmeras provas de que o fantástico existe? E ele conseguirá conquistar o coração de Luana, a bela índia cientista?

Tenho uma reclamação sobre a moça. Não sobre ela exatamente, eu adorei a personagem: ousada e inteligente. O problema está no fato de todos os homens a tratarem como um pedaço de carne. Todos deixam a moça constrangida com tanto que tentam seduzi-la. Mas ela não é boba!

E a segunda reclamação é sobre a revisão precária. Encontrei inúmeros erros gramaticais, alguns grosseiros. Na diagramação os hifens substituem os travessões em grande parte do texto. Mas é claro que nada disso atrapalha a leitura, a história é muito boa para deixarmos de ler por falhas técnicas. Meu conselho é que o autor ao publicar uma segunda edição se preocupe com esse detalhe.

Eu me diverti muito durante a leitura, me lembrei da época em que lia algumas aventuras da série Vagalume quando criança, só que num nível adulto, claro. Ás vezes me sentia como num filme estilo Indiana Jones ou A Múmia, só que em pleno solo brasileiro.

Quem gosta de mistério, mitologia, aventura, conspirações e folclore indígena vai adorar o livro, bem diferente!

Trechos:
"O coronel Peixoto imediatamente iniciou o recrutamento de homens, armas e equipamentos. Iria atrás de Ivan e seus amigos. O objetivo era impedir que o grupo de Kaiowa e Ivan Braga chegasse na pirâmide amazônica."

"Diaz colocou o mapa no bolso. Recebeu um recipiente de mandioca recomendado por um de seus capangas, comeu, voltou-se para o grupo e disse:
— Vocês ganharam mais uns dias de vida. Seguirão com a gente."

"Cerca de quinze mulheres se puseram dispostas em um círculo, no pátio central do povoado. Cada uma empunhava um pedaço de bambu, com que marcavam o tempo do cântico. Luana era uma delas."

"Seguiu-se um silêncio gelado. Lá estavam eles, três seres humanos parados diante de um lago. Nenhum outro animal ousava a se aproximar daquela área. ... E mais uma vez ouviram o som doce, suave e de tom baixo. Parecia um murmúrio. Um gemido feminino."

"Ao ver o índio civilizado entrar na sala, Ivan Braga começou a se perguntar se estaria no caminho certo por ter aceitado o trabalho proposto por aquela gente esquisita."

"Ao sentar em um galho firme, Rodolfo olhou para baixo e viu o monstro que o perseguia. O ser sobrenatural parou por uns instantes."

"Era um cordão de fios dourados. Sustentava um pedaço de material brilhante, uma pequena pedra, mais semelhante a uma pirâmide de cristal, que pousava suavemente entre os seios."

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Adriana Vargas 16/10/2011

Em busca da Terra sem Mal - resenha de Adriana Vargas
Primeiramente gostaria de agradecer ao Claudio Rangel por ter enviado o livro para o sorteio dos blogs literários, e dizer que desde o 1º momento em que vi a capa, sentia o efeito enigmático que ela me provocava mesmo sem conhecer a trama do livro. Acredito piamente na química que liga o leitor ao livro, e quero dizer que isso aconteceu entre mim e o livro Em Busca da Terra Sem Mal; a princípio, achei meio estranho o título, mas logo no inicio da leitura descobri o sentido - esta era a luta e a esperança dos povos indígenas que foram assoladas pela ganância do homem branco.
Logo nas primeiras páginas, eu disse - Uauuu! A estória se incia no ano de 2012!!!

Ivan, um cético jornalista, muito profissional, porém agia feito São Tomé - queria ver para crer; lutou até quase o final do livro, contra a crença que se estampava a cada página - o sobrenatural e vários mistérios milenares ocorriam de modo que ele não conseguia mais encontrar as respostas ironizadas, ou justificadas!
Tudo começou quando estava em busca de um reconhecimento profissional , enquanto ocorria terremotos no Japão, o que uma boa reportagem poderia somar em seu currículo profissional, se acaso fizesse a cobertura desta fato, porém, se viu obrigado a optar pela matéria de uma invasão de índios na barra da Tijuca, o que a principio o deixou muito frustrado, até conhecer uma linda antropóloga e arqueóloga Luana Teles que tomava a frente dos índios durante a invasão, defendendo a causa deles de modo humanitário, evitando que durante o confronto índio-policiais, ocorresse uma chacina. Com a boa repercussão sobre sua matéria, passou ficar animado com a ideia de trabalhar em cima da saga do índio, porém, por descordar de vários fatores no local onde trabalhava, acabou ficando desempregado por escolha digna própria.
Ivan se torna fascinado pela beleza e personalidade de Luana, e ao aceitar o convite para trabalharem juntos para documentar uma expedição sobre uma pirâmide no meio Amazônia, acabam se aproximando, e no meio de tantos conflitos, perseguições, acontecimentos inesperados que envolviam medo, desespero, sobrenatural e acidentes naturais na floresta, acabam se apaixonando, formando uma aliança leal até o final do livro.

Um livro realmente fascinante, que destaca de modo claro e real, o foco visionário do autor sobre os dilemas sociais.
Até sugiro ao autor, alguma alteração na sinopse, deixando-a menos sensacional, e mais dentro do sentimento do livro, e claro, uma boa revisão.
A cada frase dita pelos índios durante sua luta pela terra prometida - algo me tocava profundamente, pois sou amante das causas e justiças sociais, e e ler este trecho na pg. 23 - "Índio não mata outro dia por causa de um pedaço de Terra, mas o homem sim..." Emocionei-me com toda a sinceridade. Várias máscaras da hipocrisia social, foi-me retirada com a leitura desta obra.

Os diálogos trazem em si, muita descontração entre os personagens, mesmo diante do perigo e emboscadas na selva, eles preservavam o bom humor, trazendo um foco divertido à leitura.

O que me deixou com um certo asco, foi o modo como os homens assediavam desrespeitosamente Luana, que era a única mulher no meio da selva lutando por uma causa nobre entre dezenas de homens; ela foi quase estuprada por um deles, mostrando de certo modo, uma realidade que ocorre ao retrógrado lado masculino selvagem em decadência.

O livro é muito bom; me surpreendeu até o final; tanto é que o li em três horas corridas; a linguagem é clara; os acontecimentos muito bem arquitetados, mostrando claramente a inteligencia aguçada do autor e seu domínio à linguagem e assuntos abordados.
Trata-se de uma aventura que envolve intrigas, mistérios sobrenaturais, conspirações e uma boa pitada de romance.
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