Teresa Raquin

Teresa Raquin Émile Zola




Resenhas - Thérèse Raquin


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Ju 22/07/2023

Algo para pensar
Sobre a lei do retorno e o que o ser humano é capaz de suportar e tramar. Cada um recebe o que merece. Uma leitura rápida e intensa.
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Vi 30/05/2023

Eu acho que só um francês poderia escrever algo desse nível. quando eu comecei a ler madame bovary, era por esse caminho que eu gostaria que o livro tivesse percorrido. ainda bem que o zola nos agraciou com esse daqui.
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voandocomlivros 11/05/2023

〰 "Quando gritavam à sua volta, ele ouvia o grande silêncio terrível que havia nele."




Começo esse texto citando um trecho de "Crime e Castigo" de Dostoiévski: "Aquele que tem sentimentos sofre reconhecendo o seu erro. É seu castigo, independentemente da prisão." Porque ler "Thérèse Raquin" me remetou várias vezes ao Raskólnikov de "CriCa". Mas acredito que o sofrimento moral entre as duas obras é diferente. "Thérese..." não traz um remorso genuíno, é mais uma reação neurótica da psique.


"Thérèse Raquin" é um romance naturalista sobre a destruição e a loucura humana. Zola faz uma análise, uma verdadeira pesquisa experimental com seus personagens. A impressão ao ler é que o autor cria um caminho inicial partindo da infância dos protagonistas e depois eles caminham sozinhos. Toda a mudança interna, externa e as transformações mentais são escritas com uma maturidade tão profunda e cruel que chega a embasbacar.


〰 "A leitura abriu-lhe horizontes romanescos que ela ainda ignorava; ela havia amado apenas como o sangue e com os nervos; começou então a amar com a cabeça."


Quando foi publicado pela primeira vez, o livro recebeu duras críticas por ter sido mal interpretado, o autor sentiu a necessidade de escrever uma introdução esclarecendo ambiguidades e respondendo objeções. Falar sobre a natureza humana como ele fez pela primeira vez chocou os leitores de sua época e pode chocar leitores de hoje também. Mas afirmo que é uma história magistral, um verdadeiro estudo dos temperamentos do nosso lado mais animal.


〰 "Houve, no mesmo momento, nessa mulher e nesse homem uma espécie de perturbação nervosa que os devolvia palpitantes e aterrorizados para os seus terríveis amores. Um parentesco de sangue e de volúpia estabelecera-se entre eles. Arrepiavam-se com os mesmos arrepios; seus corações, numa espécie de fraternidade pungente, apertavam-se com as mesmas angústias. A partir de então tiveram um só corpo e uma só alma para gozar e para sofrer. Essa comunidade, essa penetração mútua é uma realidade de psicologia e de fisiologia que sempre acontece com os seres que são lançados violentamente um contra o outro por grandes abalos nervosos."


Quando jovem, Thérèse foi morar com sua tia, Madame Raquin. Madame Raquin tinha um filho adoentado, Camille.
Thérèse ajudou a cuidar do primo. Ambos cresceram juntos e depois se casaram. Thérèse levou seus dias conformada com sua infelicidade…. Até Laurent entrar em sua vida. E é ai que a loucura começou.


〰 "Esse amor súbito pela leitura teve uma grande influência no seu temperamento. Adquiriu uma sensibilidade nervosa que a fazia rir ou chorar sem motivo."


Algumas cenas são devastadoramente atraentes e chocantes. A escrita de Zola é fascinante de um jeito que atordoa.

Três cenas me deixaram congelada, precisei fechar o livro para respirar antes de continuar: 1) uma barbaridade com um gatinho - acho que não preciso falar muito, cenas com animais destroem meu coração; 2) Referência ao necrotério de Paris, mostrando uma imagem horripilante de cadáveres em decomposição, bem como a animalização de pessoas que estavam lá apenas para assistir por satisfação; e 3) a descrição do sofrimento de uma senhora plenamente consciente que ficou paralisada por dias e dias e sendo cuidada por aqueles que mais lhe causam asco.


〰 "A cada dia seus olhos ganhavam uma suavidade, uma luz mais penetrante. Ela chegou a se servir dos olhos como de uma mão, como de uma boca, para pedir e agradecer. Supria assim de uma maneira estranha e encantadora os órgãos que lhe faltavam. Seus olhares eram belos de uma beleza celeste, no meio de seu rosto cujas carnes pendiam moles e deformadas. Desde o momento em que seus lábios contorcidos e inertes não puderam mais sorrir, ela sorria com o olhar, com ternuras adoráveis; lampejos úmidos brotavam e raios de aurora saíam-lhe das órbitas. Nada era mais singular que aqueles olhos que riam como lábios naquele rosto morto; a parte inferior do rosto permanecia triste e lívida, a parte superior se iluminava divinamente."


Um tanto atormentador em várias partes? Sim, mas é uma leitura inesquecível que eu amei fazer. Daquelas que você não consegue nem julgar as personagens, apenas sentir, torcer e lamentar. Quero ter a oportunidade de conhecer mais da obra do autor.



site: https://www.voandocomlivros.com/post/th%C3%A9r%C3%A8se-raquin-resenha
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Carlos Nunes 27/04/2023

Adaptação bastante fiel do romance para o teatro, realizada pelo próprio autor, alguns anos depois da publicação da obra original. E um trabalho excelente, trazendo para o palco todos os momentos essenciais da história, embora muitos deles conhecidos apenas através dos diálogos dos personagens. E também aqui o Zola teve como objetivo apresentar a - então - nova escola do Naturalismo para o público do teatro, como havia feito com o romance original alguns anos antes . E já é possível perceber aqui uma certa suavização da forma enfática com que as proposições do Naturalismo aparecem no romance, embora, claro, em uma obra literária mais longa o autor possa se soltar muito mais, sem estar cerceado pelos diálogos, cenários ou tempo de duração da peça. Infelizmente, faltam aqui algumas cenas, como a do piquenique no campo, a das tentativas frustradas de pintura e, especialmente, a da visita ao necrotério. A cena final, levemente alterada, contou com uma participação bem forçada da sra. Raquin, e isso, a meu ver, tirou bastante da força da cena. No geral, gostei muito de conhecer essa outra versão desse livro marcante.
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Lia.com 06/11/2022

A leitura é fácil e muito rápida de ler. O livro é escrito como um roteiro de teatro.
É um romance com assasinato e adultério. É um dos meus livros favoritos, um que eu leria muitas vezes e não enjoaria nunca!
Conheci a obra por um filme (In Secreat), que conta a história do livro; o filme é igualzinho a obra original, com apenas algumas mudanças.
Além de que é um ótimo livro para quem está querendo sair da ressaca literária :)
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Elizangela 11/03/2021

Clássico
Penso que este é o grande legado dos chamados clássicos: discutirem situações cotidianos extraindo delas lições morais de forma indireta. Emile Zola trata da traição e do crime passional em Teresa Raquin. Mostrando as reviravoltas na vida do casal adúltero. Leitura fluida e cheia de supresas.
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Patricia 05/01/2020

Traição e cumplicidade
O livro se parece muito com uma novela pois o leitor fica ávido por descobrir o que irá acontecer nos próximos capítulos. É envolvente e de leitura fácil de prazerosa. Gostaria muito de ver a peça encenada, pois assim como li em outras resenhas, vejo semelhanças com Dostoievski e Shakespeare, mas Zola é Zola.
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jota 20/02/2017

Entreatos...
Esta edição de Thérèse Raquin publicada pela Peixoto Neto faz parte de uma coleção brasileira com textos de grandes dramaturgos mundiais. Além do texto da peça em quatro atos, ela traz o prefácio de João Roberto Faria, Zola e o naturalismo no teatro, o prefácio escrito pelo próprio Zola em 1873 e outras informações reunidas sob o título Dossiê Émile Zola.

Thérèse Raquin trata de adultério e assassinato e foi publicada primeiramente como romance, em 1867, depois como peça teatral em 1873. As primeiras montagens foram bastante criticadas pela imprensa parisiense e Zola foi acusado de imoralidade; ele, revoltado, respondeu às críticas com dureza, como pode ser visto no prefácio reproduzido nesta edição. Faria lembra que apesar de se declarar um naturalista nas artes, Zola utilizou em Thérèse Raquin diversos recursos melodramáticos, que combatia então.

Já estava morto quando a peça foi reapresentada com sucesso em outras ocasiões. Ela teve uma boa versão cinematográfica feita por Marcel Carné em 1953, mas passava-se nos anos 1950, não em fins do século XIX. Simone Signoret interpretou a personagem-título e Raf Vallone fazia Laurent, seu amante. No Brasil, na elogiada montagem de 1948, Maria Della Costa era Thérèse e a célebre Itália Fausta interpretava a sogra, sra. Raquin.

Ler o texto da peça é bastante diferente de ler o romance, que é muito bom. Os fatos que acontecem no livro e que são determinantes para o desenvolvimento de toda a história de Thérèse e Laurent, na peça são apenas narrados em conversas entre os personagens. Mas penso que quem nunca leu o livro e vê a peça pela primeira vez pode se empolgar bastante, especialmente com as cenas finais, que nos lembram uma famosa história de Shakespeare.

Lido entre 13 e 19/02/2017.

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Raquel Lima 10/07/2015

Demorei muito para encontrar este livro, e era um desejo lê-lo. Adoro a literatura realista do Zola é suspeito que fale sobre o livro, mas confesso que senti uma certa semelhança com Crime e Castigo. A mesma angustia e sofrimento promovida pela culpa, pelo sentido ético de ter a consciência do erro. Apesar do motivo ser o amor que achavam que sentiam um por o outro, fica demonstrado que nada justifica a maldade, a crueldade, porque ela acaba com tudo que te é mais prazeroso.
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Regina 27/08/2011

É difícil para um leitor admitir ter uma indisposição com certo autor, por motivos outros que sua obra. Quando li Teresa Raquin, achei chatíssimo, apesar de ter encontrado algumas qualidades aqui ou ali. Depois fiquei sabendo da relação de Zola com Cézanne e nunca mais quis voltar à sua obra. Porque se for,além de chata, pretenciosa e falsa, quero passar longe. O mesmo autor que escreve sobre problemas e diferenças sociais, morria de vergonha de apresentar o seu amigo de infância aos intelectuais parisienses por causa de seus modos rústicos. Cada palavra de Zola me soa falsa desde então. Sei que é ridículo, mas ás vezes as paixões se sobresaem.
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Ana C. 23/03/2009

Adultério, Assassinato e Culpa!
É meu livro de romence preferido. Já reli três vezes. Tereza é uma mulher apática e conformada com a vida que leva. Até conhecer Laurent, amigo do marido Camilo (o carinha da revista MAD), os dois se apaixonam enlouquecidamente, na verdade, Laurent se aproxima por interesse no começo... Enfim, a história é envolvente e tensa... Eu adoro!
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