Lirael

Lirael Garth Nix




Resenhas - Lirael - A Filha de Clayr


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Alecio Miari 30/08/2022

A continuação de Sabriel

Por ser continuação de "Sabriel" eu tinha a expectativa de continuar a timeline depois dos eventos do primeiro livro acompanhando Sabriel e Touchstone em como eles passariam a reconstruir o reino antigo.

Porém, a narrativa começa diretamente com Lirael e sua vidinha no "convento" das Clayr no norte do reino. A descrição de sua rotina é instigante e a personagem é muito bem construída, o que faz você se afeiçoar logo de cara e ficar muito interessado no seu dia a dia.
Aí de repente, a história corta e vai para Sameth, filho do rei Touchstone e da Abhorsen Sabriel e eu me senti um pouco desiludido porque queria continuar com Lirael. A vida do príncipe é meio "blah", já que ele tem a pressão de ser o próximo Abhorsen, apesar de não conseguir nem ler o livro dos mortos, nem de manusear bem os bells de seu bandolier.
Depois de apresentado o príncipe à nós, o livro vai se alternando entre Lirael e Sameth e fica nítido que seus caminhos vão se cruzar. Também se alternam os pontos altos, como quando Lirael cria o Disreputable dog, e pontos baixos, Sameth fica naquela rotininha de merda no castelo, e eles que ditam a velocidade da leitura acelerando e freiando a história.
Uma cena nada a ver é a da suposta morte de Sabriel e Touchstone. Quando eu já estava conformado de que não mais os veria, eles aparecem para serem emboscados. Me bateu uma frustração ali.

O ponto forte do livro é o desenvolvimento de Lirael. Compartilhamos o seu desespero de estar ficando velha e não "receber o dom de ver o futuro", acompanhamos sua iniciação e ascenção na biblioteca e principalmente nos impressionamos com sua habilidade em manusear os charter marks. Você sabe que está acompanhando o crescimento de uma personagem foda!

O arco do heroi é muito bem desenhado, pois ela recebe o chamado para a aventura depois de passar por maus bocados e muito aprendizado e então parte para interceptar Nick, amigo de Sameth, que está agindo sob controle do poderoso necromancer Hedge. Sameth parte do reino também para auxiliar Nick e enfim encontra Lirael no meio do caminho.
As batalhas contra os mortos são particularmente um deleite a parte, prato cheio para aqueles que gostam de zumbis com mesclas de magia.

As grandes surpresas vêm ao final do livro, que catapultam a história para um momento de suspense e expectativa.... e então a narrativa acaba e você tem que ir para o próximo da série: "Abhorsen".

Este é um livro de transição, que serve para desenvolver ambos personagens de Sameth e principalmente de Lirael (nome do livro, dããã). Mas que também prepara o tabuleiro com as peças para as próximas movidas que virão no próximo livro (eu já li e por isso sei do que falo).
O mais fantástico de tudo é que Lirael é a antítese daquilo que ela queria ser, o que a transforma em alguém muito mais foda. Não é uma anti-heroina, mas uma heroina que possui habilidades antagonicas com aquilo que ela almejava para sua vida.
Não sei se ficou bem explicado, mas não quero dar spoilers aqui. Então vou guardar estes detalhes para a resenha do próximo.
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Davi 21/10/2021

Muito imersivo pela riqueza de detalhes nas descrições, dos ambientes e ações. Alem do que a premissa e a ideia desse universo é extremamente interessante.
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Bart 05/08/2019

Lirael - A Garota da Geleira
*Garth Nix*
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2° livro da trilogia.
A trama se passa vários anos depois dos eventos do 1° livro. Novos personagens como é o caso da protagonista, Lariel, porém mt bem inseridos e as personagens antigas tbm tem mt importância. Outra coisa q chama atenção, a divisão na obra de Garth Nix, um povo é desse lado e o outro desse, dá mesma forma da "7? Torre".
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A trama começa com com Lirael acordando p/seu aniversário de 14 anos, e a preocupação da "visão" ainda não ter surgido p/ela (ela enxerga! A visão é o poder q os membros da ordem q Lirael pertence e q conseguem ter acesso ao futuro), com a idade já atrasada existe uma apreensão em torno. Ela consegue um emprego na grande biblioteca da ordem e em algum momento ela se topa com um mau, e daí mesmo sem a danada da "visão" Lirael é mandada p/uma missão pois a ameaça dos mortos ronda outro personagem bastante importante, q se eu disser aqui qm é, vou contar algo mt importante do 1° livro... caso queira saber é só ler .
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Continuação mt boa e o livro em si é mt bem contado! Leitura rápida, e gostosa, espero q o 3° livro seja maior.
Ps. Eu não esperava pelo q é revelado no meio ligado ao final do livro
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Desi Gusson 25/09/2012

Um Livro Azul
“O caminhante escolhe o caminho, ou o caminho escolhe o caminhante?”

Essa é a frase que fecha o Livro dos Mortos, coisa que todo Abhorsen deve ler e compreender. Mas o nosso emprego não precisa ser colocar os mortos de volta no caixão para refletirmos nisso, não é?

Eu tenho um sério vício como leitora, sempre lembro do autor enquanto leio um livro. Não entendo bem o porquê disso, mas é como se eu estivesse atenta ao que levou o escritor a fazer tal coisa na obra ou o que os personagens e eventos falam sobre a personalidade dele. Porque, afinal de contas eles são apenas isso, personagens e eventos frutos de uma mente.

Mas às vezes esqueço disso.

Às vezes os personagens são tão bem construídos, os eventos são tão bem planejados que acabo deixando esse vício de lado e entrando completamente na estória, aproveitando cada parágrafo como se fossem reais. Aconteceu praticamente o tempo todo com As Crônicas de Gelo e Fogo, em várias ocasiões com Jogos Vorazes e em Sabriel.

Lirael acabou não sendo diferente.

Toda a criatividade empregada no Reino Antigo e na Terra dos Ancestrais é cativante demais para ser deixada de lado. É como se o livro tivesse uma fotografia (é, aquela categoria do Oscar!) incrível!

Vamos ilustrar! Imagine trabalhar numa biblioteca com instruções assim:

“-Agora, esse apito fica preso nas laçadas da lapela aqui, de modo que você possa curvar a cabeça e soprar nele, mesmo se alguém estiver prendendo as suas mãos. [...]
O que Imshi queria dizer? O que poderia prender suas mãos?
[...] –Naturalmente, o apito só é bom apenas quando alguém pode escutá-lo. [...] É por isso que você ficará com o rato. [...]
-O que ele faz? [...]
-Consegue ajuda [...] e eu verei daqui a pouco qual o punhal mais afiado para você!”

Não é um amor? Adicional por insalubridade nas alturas!

Ainda assim, vale lembrar que Lirael é um livro azul, melancólico, gelado. Você pode lê-lo no inverno ou no verão de rachar e ele ainda vai te deixar com um frio latente na espinha. Nesse volume temos ainda menos diálogos, em comparação a Sabriel, e as descrições detalhadas estão por todo o lado, mas isso ajuda a dar o tom sombrio da narrativa.

Não, esse não é um livro de terror! Mas a Morte está apenas a uma concentração de distância em qualquer lugar que Lirael ou Sameth vão. Como boa medrosa que sou, não precisei de muito para ficar desconfortável e apreensiva toda vez que a droga de uma coisa Morta resolvia sair do túmulo (por vontade própria ou não) e roubar a Vida das outras criaturas por ai. Em outras palavras: mastigar a Vida fora de outra pessoa!

Enfim, Morte, Vida, Visão, Abhorsen, Magia Livre e Ordem… tudo isso é com letras maiúsculas, mesmo quando é verbo, por razões específicas e que ajudam o leitor a entender a importância tanto simbólica quanto física dessas coisas no Reino Antigo. Até porque, pouquíssimas coisas são apenas simbólicas no Reino Antigo.

Ok, agora vamos falar desses dois protagonistas.

Lirael é uma Filha do Clayr… sem a Visão. Como se não bastasse ela ser fisicamente diferente de todas as outras mulheres do Clayr, a garota ainda por cima nem consegue Ver o futuro, característica do Sangue do Clayr. Era de se esperar que ela não tomasse isso graciosamente, mas suas reações são um pouquinho exageradas e constantes demais para o meu gosto.

O mesmo é para o jovem príncipe Sameth, o filho de Sabriel com Pedra de Toque. É, eu sei! Também tive dificuldade de aceitar que uma das minhas heroínas preferidas cresceu e que isso provavelmente significa uma despedida! Mas o filho dela agora é o Abhorsen-em-espera… e tem medo da Morte. Bom, né? Ele sofreu um grande trauma logo no inicio da sua estória, mas o problema é que ele não supera isso!

Tanto ele quanto Lirael são o tipo de gente que bate na mesma tecla o tempo todo, sempre lamentando a injustiça da vida e o peso das expectativas. Eles até aprendem, por fora, a serem melhores magos, lutadores, adquirem certa perspicácia, geralmente marteladas dentro de suas cabeças por Mogget e o Cão Indecente, mas por dentro não mudam.

Foi extremamente desgastante ler suas inseguranças tão arraigadas e tacanhas por tanto tempo! Aquilo foi me irritando e me fazendo querer que alguma coisa acontecesse, malvada mesmo, pra tirar eles daquele mimimi!
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