Resenhas - Olhai os Lírios do Campo

Nicole764 12/09/2023

Livro lindo demais
Que livro bonito, poético, forte. No início sofri um pouco, não gosto de ver sofrimento por conta da pobreza, mas é a realidade nua e crua desse mundão, poucos com muito e muitos com pouco. Ao decorrer da leitura senti raiva, pena e orgulho do Eugênio. Fiquei inconformada com o destino de Olivia, que para mim, foi a melhor personagem do livro, uma mulher leve e muito sábia. Sem dúvidas, recomendarei esse livro para meus amigos, foi uma baita surpresa. Orgulho desse autor sagitariano e gaúcho (o que temos claramente em comum).

Jeff_Rodrigo 09/09/2023

Burguês sente culpa?
Talvez uma simples crítica à burguesia? À mesquinhez humana? Um romance sobre a capacidade de renovação do ser humano? Uma história sobre a busca pela paz interior? Tudo isso junto e misturado? Não sei.

O fato é que o livro conta a história de um pequeno burguês, Eugênio Fontes, que fez de tudo para se formar em medicina e prosperar na vida, abrindo mão de muita coisa que amava pelo caminho, por puro interesse.

Em um dado momento, no entanto, ele se descobre infeliz, vazio: num casamento mentiroso, cercado de pessoas falsas e fúteis.

Num dia triste e melancólico, ele é obrigado a rever toda a sua trajetória. Ao mesmo tempo, ele é abençoado pela notícia de um fruto de uma amizade colorida que teve no passado.

Assim, num gesto de renovação e tentativa de redenção pelos pecados cometidos em sua escalada social, ele decide abrir mão de todas as coisas luxuriosas que o cercam e viver uma vida de simplicidade e caridade - como um monge, inspirado no sermão da montanha.

Ps.: Burguês sente culpa? O ser humano sente. Talvez seja essa a mensagem de Veríssimo.

Myllena.Silva 06/09/2023

Primeiro livro que leio do Érico Verissimo.
Com certeza o primeiro de vários.
Que livro, meus amigos! Que livro!
Conta a estória de Dr. Eugênio Fontes com todos os seus questionamentos sobre a vida pessoal, profissional, com as dificuldades da vida com limitações financeiras, a ambição desmedida em busca de status.
Leva o leitor a refletir sobre as suas prioridades e como viver a vida de forma digna, simples e feliz.
"Olhai os lírios do campo eles não tecem, nem fiam e no entanto nem Salomão em toda seu poder se vestiu como um deles" trecho do Sermão da montanha.

Samia.Sakai 05/09/2023

Uma breve resenha
A experiência de ler esse livro é de uma leitura emocionante e que te prende, principalmente na primeira parte da obra, por causa do não saber o que vai acontecer a seguir. Recomendo que todos leiam, principalmente pela reflexão que a obra traz sobre a vida, mas também para entender que precisamos ver as pessoas como pessoas, dar dignidade a elas e a nós mesmos.
Adorei a leitura!

Lumarie 01/09/2023

ótimo
Comprei no sebo da minha cidade, 10 reais, todo lascado coitado kkkkkkkkkkkkkk
mas, compensou, muito bom o enredo, gostei bastante!

Marli 25/08/2023

Um romance bem escrito e que nos mostra sentimentos, valores, preocupações!
Faz com que o leitor reflita sobre as coisas que mais importam!!!
Recomendo!!!

Fernanda 22/08/2023

Perfeito
Livro perfeito, leitura viciante, escrita de fácil compreensão.
Os personagens são interessantes e constroem uma perspectiva de mundo importante.

Alan kleber 08/08/2023

Explorando o interior da vida.
Olhai os Lírios do Campo", de Érico Veríssimo, transcende os limites da mera narrativa e se torna uma poderosa análise filosófica sobre a busca da identidade, a complexidade das relações humanas e a intersecção entre ambição e classe social. No cerne dessa exploração estão os personagens principais, Eugênio e Olívia, cujas jornadas individuais oferecem insights profundos sobre a condição humana.

Eugênio, com sua ambição voraz e desejo de ascensão social, personifica a busca incessante pelo sucesso material. Sua ambição o impulsiona a buscar riqueza e prestígio, porém, à medida que sua história se desenrola, sua realização
material não se traduz necessariamente em felicidade duradoura. A trajetória de Eugênio nos lembra que a ambição desmedida muitas vezes pode obscurecer a visão de valores mais profundos, levando-nos a sacrificar relações pessoais e autenticidade em prol de objetivos materiais.

Olívia, por outro lado, é uma figura enigmática e profundamente introspectiva. Sua relação com Eugênio e sua influência sobre ele evidenciam a importância da conexão emocional e da busca por significado na vida. Olívia nos leva a questionar as aparências superficiais e a considerar a profundidade da experiência humana, ressaltando que a verdadeira riqueza reside na compreensão e na vivência de emoções genuínas.

A classe social de Eugênio também desempenha um papel significativo na análise filosófica do livro. Sua busca pela ascensão social revela as complexidades das estruturas de poder e a maneira como a sociedade molda nossas aspirações e escolhas. A narrativa expõe como a classe social pode influenciar nossas perspectivas e desejos, muitas vezes em detrimento da autenticidade e da busca por um propósito mais profundo.

Em última análise, "Olhai os Lírios do Campo" nos convida a uma reflexão filosófica sobre as interações entre ambição, classe social, autenticidade e relacionamentos humanos. As jornadas de Eugênio e Olívia nos lembram da importância de equilibrar nossos objetivos materiais com a busca por conexões significativas e a exploração de nossa própria essência. Através desses personagens e suas experiências, Veríssimo nos convida a explorar os cantos mais profundos da existência humana e a considerar as implicações filosóficas de nossas escolhas e aspirações.

Emy_bluesky 02/08/2023

Até a Olívia morrer é tudo mil maravilhas. É só a Olívia morrer que fica insuportável. Era a única personagem legal de verdade no livro e, depois que ela morre, apesar de ser visível o amadurecimento do protagonista, ele continua sendo um chato na minha opinião. O final é insuportável, eu mal cheguei lá de fato.

Thathithas 02/08/2023

Será que o sacrifício é a solução?
Entendo que o personagem sofreu grandes perdas, tem uma transformação gigante, mas a segunda parte do livro é um pouco massante, chata, cheia de lições sobre compaixão e sacrifício.

Até que ponto o sacrifício da sua vida é dos seus vale a pena? Ou até que ponto viver em uma bolha pelos seus próprios interesses e desejos é um grande problema? Temos os dois extremos no livro e é interessante a falta de equilíbrio. Sim, a vida tb é assim, paciência.

Mas, infelizmente achei um pouco chato essa busca de Eugênio pela redenção.

Stella 26/07/2023

Não é ruim, mas achei o começo um pouco chato. Paradão. Porém tem muita reflexão boa no livro. Não é surpreendente. Acho que não era a leitura que eu precisava ter lido nesse momento.

Daniela200 23/07/2023

O prefácio do autor diz " Há em Olhai os Lírios do Campo uma filosofia salvacionista barata que me faz perguntar a mim mesmo como pude escrever tais coisas..."
Realmente há essa filosofia no livro, linda, surpreendente e cheia de reflexões tão válidas ainda nos dias atuais.
A trajetória de Eugênio, com sua infância pobre, sua trajetória estudantil, o casamento de interesse, o amor desinteressado...
Livro lindíssimo.

latinananat 23/07/2023

Olhai as estrelas do céu
Eugênio: Um desgraçado, egoísta, narcisista, ganancioso.
Eugênio: Um humano que se redime,que teve uma infância que dói,que tenta ajudar os outros sem querer algo em troca.
Eugênio: Homem. Amor de Olivia. Pai. Médico. Filho de seu Ângelo. Dono de um pensamento de revolução sobre o próximo.
Olivia é um encanto,é eu. AnaMaria doce, neném.
Dentre os outros personagens, ranço de alguns,um carinho pequeno por outros.
Leio a trajetória de um personagem,suas evoluções,suas histórias que ainda assombram seu ser.
Gosto muito da linha que Erico traçou pra Eugênio,acho real e ótima.
Terminei essa leitura com sede de revolução e carinho pela sutileza do final.
Cadê Ernesto?
Ressalvas: O racismo que Erico pendura.
Os diálogos dos outros personagens sobre como estava o mundo naquela época,sem necessidade alguma.
O foco em um casal que não marcou em nada.
"A vida começa todos os dias."

Ana Paula 21/07/2023

Belo
Olhai os Lírios do Campo, Érico Veríssimo

Nota 8 de 10
Um romance próprio para férias, cheio de dramas psicológicos e personagens intensos.
Um retrato social da década de 30.

Apesar do próprio autor tecer duras críticas à sua obra, este livro foi para mim encantador.
A estória de Eugênio, um rapaz pobre, cheio de ambição e medo que teve que apanhar da vida para amadurecer e entender quais valores fazem uma existência humana ter sentido.
Minha personagem favorita foi Olívia, mas tive muita simpatia pelo velho Seixas.
Segue um trecho que me levou a uma reflexão bem demorada:
"...Homem, por que trabalhas com tanta fúria durante todas as horas de sol? - ouviria esta resposta singular: Para ganhar a vida. E no entanto a vida ali estava a se oferecer toda, numa gratuidade milagrosa.(...) Nem com todas as conquistas da inteligência tinham descoberto um meio de trabalhar menos e viver mais. Agitavam-se na terra e não se conheciam uns aos outros, não se amavam como deviam. (...) Devemos ser um pouco como cigarras."
Pág 272

legarcia 18/07/2023

A vida que realmente importa
Iniciei a leitura quase que no automático, peguei o livro e me coloquei a ler sem muito pensar previamente. E logo deparei-me com uma forma de narrar muito fluido e íntima. Sentia que estava sendo carregada para dentro do personagem Eugênio, andando as escadas com ele, subindo no veículo e indo em direção à cidade, lembrando de Olívia e sentindo a aflição, mesmo sem conhece-la ainda.

Inicialmente, somos apresentados a um Eugênio vivendo humilhações, sentindo-se envergonhado e inferior por sua condição material, um Eugênio que foi estudante de medicina, que tornou-se médico, doutor. E não obstante a conquista de seu maior desejo, de obter o sucesso que imaginava, sua vida era repleta de falsidades. Ele não era honesto com sua alma nem dentro do casamento, o qual se deu por interesse. Constantemente ele apresenta essa visão extremamente materialista, pela qual ele coisifica tudo e todos e é coisificado.

Na faculdade, porém, ele tem Olívia, uma mulher não tão atraente fisicamente, quem o conecta com o transcendental. É com ela que ele compartilha conversas e momentos profundos, ela é quem o apresenta a um mundo maior. Só que isso não é o suficiente para que ele escolha viver uma vida desprendida do apenas material. A eminente morte de Olívia é o elo rompido responsável por estremecer a vida cotidiana de Eugênio.

É possível perceber ao longo do livro uma polifonia de classes ideológicas condensadas em discursos e personagens. O autor utiliza essa técnica de ponto e contraponto, a qual pra mim se mostrou de muito valor.

Um dos pontos altos do livro pra mim são as cartas de Olívia, verdadeiras consolidações da ética de viver, expondo o cristianismo que se realiza no outro. A partir da leitura das cartas, Eugênio sofre uma transformação tamanha que mesmo tendo decaído de posição social, sente-se preenchido existencialmente, vivendo pelo que realmente importa.

O livro é divido em duas partes, poderia seguir uma linha de pensamento que me levaria a conclusão de que a segunda parte é uma panfletagem piegas e inocente, assim como o Erico disse tempos depois. Entretanto, surpreendendo até a mim mesma, a parte final foi tão linda é tão tocante que não consigo compartilhar dessa opinião. Penso que é um livro que deixa como mensagem algo que é o mais precioso nessa vida: o olhar para o que é transcendente e o desapego com o que é apenas material.

A leitura dessa obra me marcou profundamente. Encantei-me com a maneira de conduzir a narrativa e pela mensagem de amor que Erico Verissimo nos deixou com esse livro. Recomendo a todos!