Resenhas - O Brasil dos espertos

Wagner 13/07/2019

ARIANO PEDE UMA ÁGUA DE CÔCO

“ - Ela vem em uma embalagem tão bonita na natureza,tão original... “
(...) Ali, naquele restaurante em Jundiaí, Ariano não fez um discurso ecológico, listando os males das embalagens Tetra Pak e o aumento da produção de luxo no planeta. Ele simplesmente personificou a água de côco: reconheceu nela o status de ente desmoralizado por ter a origem alterada pelo mundo urbano (...)

In: Dimitri, Eduardo. O Brasil dos espertos. São Paulo: Alameda, 2011. Pg17.

regifreitas 23/07/2018

Tantos anos estudando um autor (e lá se vão doze anos desde que essa brincadeira começou!) chega um ponto que é difícil encontrar algo realmente novo sobre o nosso objeto de pesquisa. Isso porque todas as abordagens possíveis parecem já ter sido exploradas de alguma forma, e as fontes acabam se repetindo de um trabalho para o outro, tornando as leituras repetitivas e no modo automático.

Logo, talvez por não ser da área da Literatura, este trabalho, fruto da dissertação de mestrado de Eduardo Dimitrov em Antropologia Social, empolgou minhas leituras sobre Suassuna como já não acontecia há tempos. Além do mais, sob a orientação de ninguém menos do que Lilia Schwarcz, os créditos da pesquisa ganham ainda mais em qualidade.

Embora seja uma abordagem tratada com ressalvas pelos estudos literários, essa relação da vida privada como influência na atividade criativa é indubitavelmente visível no caso de Ariano Suassuna, em muitos aspectos da sua produção, como comprova Dimitrov.

Foi uma leitura extremamente proveitosa e agradável de ser feita. Gostei muitíssimo!