Eva 13/08/2022Os Buddenbrook acompanha a história de quatro gerações da família e a narrativa inicia com o patriarca Johann I dando uma festa pomposa na mansão recém comprada e inaugurada com a presença muitos personagens proeminentes da sociedade.
Não é mencionado o nome da cidade, mas como se sabe que se trata de um romance autobiográfico, então o leitor com essa informação já sabe que se trata da cidade natal do autor, Lübeck, na Alemanha.
No início e em todo o decorrer do livro o autor dá ênfase as descrições dos personagens dos ambientes em que se passam as cenas. Não achei enfadonho essa característica no romance, somente no primeiro capítulo que pode ser confuso por causa da maior quantidade de pessoas em cena, mas passado esse momento a narrativa segue sem maiores dificuldades.
O enredo não tem grandes acontecimentos, pois acompanha a vida dos membros da família sem grandes reviravoltas. Daí se tira a grandiosidade do autor que consegue manter o leitor querendo acompanhar uma história de uma família de comerciantes sem muita ação, suspense e grandes surpresas. Sim, você vai quer saber como chegará a decadência que já é anunciada no subtítulo do livro.
A decadência acontece gradativamente depois da morte de Johann I e é apresentada sutilmente na narrativa.
Quanto aos personagens o destaque se dá na terceira geração que vai acompanhar Thomas, Christian, Antonie e Karla, filhos de Johann II, o conde Buddenbrook.
A forma que Thomas Mann retrata os personagens com suas particularidades, características e trejeitos repetindo em cada cena que eles aparecem é o que mais gostei. Isso também levou familiares a processarem o autor por pôr suas características em seus personagens e tratando isso com certa ironia.
Quem conhece Thomas Mann melhor, por ter lido os outros livros dele, diz que nesse ele está diferente dos demais pela narrativa, por não ter cunho filosófico.
Mesmo sem ainda saber qual a diferença, indico a leitura, pois foi agradável acompanhar essa família pelos olhos do Thomas Mann.